Tópicos | Dia do Empreendedorismo Feminino

Nesta sexta-feira (19), é comemorado o Dia do Empreendedorismo Feminino, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, que visa destacar a batalha das mulheres para emplacar seus negócios.

Atualmente, a figura feminina ocupa uma parcela expressiva nos negócios individuais do Brasil. De acordo com os dados do Microempreendedor individual (MEI), dos 52 milhões de empreendedores do país, 48% são mulheres.

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Além disso, uma pesquisa feita pela Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), mostra que o Brasil é o sétimo país a apresentar o maior número de empreendedoras femininas. Segundo o mesmo estudo, 52,1% dos brasileiros conhecem alguém que tenha se tornado empreendedor na pandemia de Covid-19, com um crescimento mais elevado entre as mulheres.

Embora o crescimento seja evidente, as mulheres ainda precisam lidar com o preconceito daqueles que duvidam de suas capacidades. Segundo a consultora de moda e dona da marca Surrender, Andressa Gomes, ser mulher e atuar no mercado em uma posição de liderança ou negociação, não é uma tarefa fácil.

Apesar dos desafios, Andressa afirma que, cada vez mais, as mulheres ocupam seus lugares e hoje é possível vê-las em diversas posições de liderança. “Quando decidi largar meu emprego para montar meu negócio fui muito questionada, me apontaram muito o dedo, mas valeu muito a pena. Construí minha marca e meu sonho junto”, recorda.

Ao se tornar empreendedora, a micropigmentadora e dona de uma clínica de estética, Natasha Sheeny, pontua que conquistou uma liberdade que seria impossível em outro tipo de negócio. “Me deixa à vontade para testar novas coisas, para fazer o que eu amo, para escolher o meu horário, por mais que muitas das vezes eu trabalhe mais do que um regime CLT. Mas é por vontade própria, porque eu amo aquilo que eu faço”, relata.

A dona do Espaço Fabi, Fabi Ferreira, comenta que estudou muito sobre o papel de uma líder e continua a estudar para ampliar seus conhecimentos. “Porque além de treinar, também precisamos motivar, influenciar, tolerar, entender os limites e trabalhar em cima de cada um de maneira diferente, além de sempre mostrar os pontos fortes de cada um”, descreve.

É importante destacar que ainda existem algumas barreiras impostas pelo universo masculino, mas a dona da Ely’s Joias, Latife Elys acredita que aos poucos esse cenário é mudado. “Com competência, criatividade e muita persistência não há limites. Amo o que faço, a cada novo desafio me torno melhor e mais forte”, define.

Hoje (19) o mundo celebra o dia global do empreendedorismo feminino, data instituída em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear as mulheres que contribuem com a economia.

A empreendedora da marca de suplementos Pulse Nutrition, Tamara Borges, 35 anos, do Rio de Janeiro, almejava crescer profissionalmente e estabelecer parâmetros de gestão que trouxessem resultados sustentáveis, por meio dos princípios éticos e das boas práticas.

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A empresária Tamara Borges já superou três grandes crises e afirma que ser mãe foi uma motivação a mais para empreender. Foto: arquivo pessoal

“Ainda vale comentar outros ganhos adicionais do empreendedorismo, que após a maternidade me deram motivação extra para ir por esse caminho como o desejo de flexibilidade para estar mais com a família e poder ter um estilo de vida mais saudável”, relata Tamara.

Contudo, o cenário de incertezas do Brasil é constante. Desde que começou a empreender em 2013, Tamara já enfrentou três grandes crises e também precisou lidar com os desafios oferecidos no mercado de suplementação e alimentação saudável.

“Uma delas é a variação cambial, que afeta muito o custo dos nossos produtos que em sua maioria são importados, mas mesmo os nacionais são dolarizados e têm o seu valor afetado com frequência”, comenta a empreendedora, que, apesar dos desafios, está satisfeita com os resultados obtidos pela equipe.

Se fortalecer com as quedas

Outra que também trilhou um longo caminho foi Tatiana Araújo, 36 anos, do Rio de Janeiro, que começou a atender clientes na varanda de sua casa há 20 anos, como maneira de complementar a renda enquanto se especializava em coloração de cabelos e hoje é dona da franquia de salões de beleza Hair Concep.

Para alcançar o sucesso, Tatiana precisou carregar muitas bolsas pesadas, virar a madrugada na produção de cabelos de clientes, que ficariam meses sem pagar pelo serviço, também já trabalhou de sapato rasgado para poupar gastos e comprar a casa própria, e já manteve uma rotina de trabalho de domingo a domingo, sem espaço para o lazer.

Tatiana Araújo: muitos percalços até conseguir transformar seu negócio em uma rede de franquias. Foto: arquivo pessoal

“Já tive uma equipe que me virou as costas montando um salão do meu lado, mesmo eu tendo ajudado a construir o nome delas”, comenta a empreendedora. Todavia, as dificuldades serviram para fortalecer Tatiana, que acredita na persistência como chave do sucesso para o empreendedorismo.

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, e honestidade, a diferença entre o impossível e o possível está na determinação de uma pessoa", acredita.

A empreendedora analisa que o sucesso é resultado de inúmeras quedas e derrotas. Cabe ao profissional aprender com os momentos difíceis e se fortalecer para os próximos desafios.

Desafios adicionais por ser mulher 

Ao decidir empreender, a mulher se depara com desafios tais como conciliar a jornada de trabalho com a maternidade.

“Pode ser complicado no começo, mas mulheres são resilientes e se acostumam com o tempo”, afirma a especialista em desenvolvimento humano e gestão de negócios Flávia Knop.

Outro grande obstáculo apontado pela especialista é o preconceito, já que muitos não aceitam a mulher na posição de líder. “A gestão antiga dos meios é conservadora e extremamente machista, é necessário jogo de cintura e até algum sangue frio”, descreve Flávia.

De acordo com a profissional, a mulher pode reduzir esses desafios ao desenvolver sua inteligência emocional ao máximo e elevar algumas práticas como, por exemplo, autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e gestão dos relacionamentos.

“Desenvolver esses pilares te ajudam em sua ‘proteção’ mental, seu autocuidado e o modo de tratamento e relacionamento que você precisa ter com os outros”, ensina.

Nesta quarta-feira (19), será oficializado, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data é resultado de uma parceria entre a Semana Global do Empreendedorismo, a Fundação das Nações Unidas e o Departamento de Estado Americano. A data será lançada simultaneamente em 144 países.

A data será lançada no Brasil, durante o evento Mulheres Empreendedoras e o Futuro do Brasil, que acontece em Porto Alegre. O evento contará com a participação de especialistas e empresárias para debater a importância econômica da atuação empreendedora feminina para o desenvolvimento do país e contará com os temas "O Brasil do Futuro: Tendências de Economia, Mercado e Negócios em 2015" e "Empreendedorismo Feminino".

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