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O procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima disse, nesta sexta-feira (26), que a esposa do ex-presidente Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, foi absolvida porque o responsável pela operação,  juiz Sérgio Moro, tem um “coração generoso”. Ela era investigada por crimes de evasão fraudulenta de divisas e lavagem de dinheiro. 

A Procuradoria da República denunciou que Cláudia teria elevada quantia em conta secreta na Suíça, no valor acima de US$ 1 milhão oriundo de propina em esquema envolvendo o ex-presidente da Câmara. Por sua vez, Moro afirmou que havia “falta de provas suficientes” que comprovassem que ela agiu com “dolo” e, por isso, decidiu pela absolvição nessa quinta (25). O procurador contou que vai recorrer. 

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“Nós vamos recorrer, nós discordamos. Cremos que isso decorre muito mais do coração generoso do Dr.Sérgio Moro e na interpretação de um fato envolvendo a esposa de uma pessoa sabidamente ligada à corrupção. Mas uma pessoa como a Sra. Cláudia Cruz, jornalista com nível cultural que ela tinha e ausente qualquer justificativa para ganhos dessa natureza do seu marido, que nada mais era que um deputado, nós entendemos que é injustificável a absolvição”, explicou Carlos Fernando. 

O procurador ainda deixou claro que não está acusando Cláudia Cruz de corrupção, mas sim de lavagem. “Portanto, neste aspecto o comportamento dela não é justificado e é criminoso. Nós vamos recorrer e esperamos, como outros casos nós que temos tido sucesso, que no Tribunal haja reversão dessa absolvição”, acrescentou. 

Em meados deste mês, no Recife, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, ele chegou a dizer que é necessário mudar a regra na qual só se pune pessoas pobres. “No Brasil, nós temos que punir os ricos. Punir os ricos significa mudar as leis penais e impedir que o poder econômico prevaleça sobre a Justiça”, declarou.

O procurador, na ocasião, também afirmou que criminoso poderoso nunca é punido. “Hoje um criminoso poderoso pode usar de uma legião de advogados, recursos inúmeros e medidas procrastinatórias. No final das contas, ele nunca é punido. Entretanto, os pobres vão para a cadeia”, criticou. 

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