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Oficialmente, a CBF vai votar no europeu Gianni Infantino para o cargo de presidente da Fifa. Mas, faltando poucos dias para a eleição, marcada para sexta-feira, membros do alto escalão da entidade não escondem que podem mudar de lado. O motivo: garantir que o Brasil esteja "do lado do vencedor".

Nos últimos dias, os dirigentes brasileiros passaram a ser assediados de forma constante pelo xeque Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa, do Bahrein, considerado o principal adversário de Infantino. Seus assessores, na esperança de convencer a CBF a mudar de lado, insistem que contam já com cem votos dos 209 possíveis, contra cerca de 80 do candidato europeu.

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Em entrevistas, Salman ainda alertou que a Fifa corre o risco de "falir" e previu um déficit de US$ 560 milhões (aproximadamente R$ 2,22 bilhão) até a Copa do Mundo de 2018. Segundo ele, se o plano de Infantino de dar mais dinheiro a cada federação nacional for cumprido, a Fifa "estará quebrada em três anos".

O presidente da CBF, o coronel Antônio Nunes, evitou se pronunciar e, por meio de seus assessores, indicou que apenas falará eventualmente depois de uma reunião da Conmebol nesta quinta-feira.

Em termos esportivos, a CBF admite que o candidato que mais faria sentido seria o europeu, aliando os dois principais continentes na história do futebol. Anteriormente, a Conmebol já indicou que daria todos seus dez votos ao dirigente europeu.

Mas o avanço de Salman pela África e o apoio recebido da Ásia estão fazendo o Brasil refletir. "Precisamos estar do lado do vencedor", disse um dirigente brasileiro, sob a condição de anonimato.

Afastada do comando do futebol mundial, com seus dirigentes presos, licenciados ou simplesmente temendo a Justiça, a CBF sabe que precisará do apoio do futuro presidente da Fifa para se blindar e voltar a operar com influência internacional no futebol. "Para isso, vai precisar estar do lado certo na hora da votação", disse um observador das eleições na Fifa.

O preço a pagar, porém, pode ser alto. Salman tem um histórico complicado, com

acusações de violações aos direitos humanos durante a Primavera Árabe e a ausência de um plano de governo, pelo menos ao público. Ele insiste na necessidade de separar a "Fifa política" da "Fifa administrativa". Mas criou polêmica ao dizer que o que a entidade já fez para combater a corrupção foi suficiente.

Uma das opções da CBF será a de manter o voto em Infantino numa primeira rodada. Mas se sentir que Salman conta com um número elevado de apoio, poderia migrar. "Meu avô sempre dizia que, quando uma pessoa entra na cabine para votar, a vontade de trair é muito grande", contou um dirigente em um luxuoso hotel de Zurique, em referência ao seu antepassado com cargo político numa pequena cidade do interior.

A Conmebol anunciou nesta quinta-feira quem irá apoiar na eleição para presidência da Fifa. Candidato da Uefa para substituir Joseph Blatter, o também suíço Gianni Infantino ganhou o respaldo de outra das principais confederações continentais da modalidade, conforme anunciou a entidade sul-americana através de seu site oficial.

"O Comitê Executivo da Conmebol decidiu apoiar a candidatura e o plano de trabalho à presidência da Fifa do senhor Gianni Infantino. O novo Comitê Executivo da Conmebol manifestou sua aprovação unânime de votar em bloco no senhor Gianni Infantino", informou a entidade.

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Na última terça-feira, Infantino esteve na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, para acompanhar a Assembleia Extraordinária da entidade, que definiu Alejandro Domínguez como seu novo presidente. É provável que ali ele tenha conseguido o apoio dos sul-americanos, uma vez que outro candidato a comandar a Fifa, Ali bin Al-Hussein, também esteve presente.

Com o apoio da Conmebol, Infantino se firma como um dos favoritos a substituir Blatter na eleição que acontecerá no dia 26 de fevereiro. Além da Conmebol e da Uefa, que deve apoiá-lo em peso, o suíço também já conseguiu o respaldo da região do Caribe, através da União Caribenha de Futebol.

Além de Infantino e Al-Hussein, concorrerão à presidência da Fifa: o ex-vice-secretário-geral da Fifa Jérôme Champagne, o empresário e político sul-africano Tokyo Sexwale, e o xeque Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, que aparece como principal adversário do suíço, uma vez que preside a Confederação Asiática de Futebol e já firmou um acordo com a Confederação Africana.

Infantino só entrou na disputa pela presidência da Fifa depois que Michel Platini, então presidente da Uefa e candidato inicial com apoio da entidade, foi suspenso por conta de envolvimento no caso de corrupção que manchou o futebol no ano passado. Com o gancho de oito anos confirmado ao francês, o suíço ganhou ainda mais força e agora luta para distanciar sua imagem da do ex-jogador.

Na semana passada, ele divulgou o manifesto de sua candidatura. Suas principais plataformas davam conta de ampliar a Copa do Mundo de 32 para 40 seleções e dividir o torneio entre sedes de diversos países de uma região. Além disso, ele promete compartilhar melhor os lucros da Fifa com as federações nacionais, principalmente as mais necessitadas.

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