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A melhora verificada nas vendas de veículos em setembro, com alta de quase 9% em relação a agosto, não trouxe segurança ao setor automotivo de uma recuperação consistente. As montadoras anunciaram nova onda de férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV), medidas que vêm sendo adotadas desde o primeiro trimestre do ano.

A General Motors abriu na quarta-feira, 01, novo PDV para trabalhadores das fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP), mas não divulgou metas. A empresa já tem 930 funcionários de São José em lay-off (suspensão temporária de contratos). Ford, Renault e Volkswagen vão dar novos períodos de férias coletivas e licenças a partir de sexta-feira, 03.

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No mês passado foram licenciados 296,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, resultado 8,7% melhor que o de agosto, mas 4,3% inferior ao de setembro de 2013. No acumulado do ano, as vendas somam 2,78 milhões de veículos, queda de 9,1% em relação a igual período do ano passado.

"As condições de inflação, câmbio e ambiente político ainda não permitem afirmar que a melhora verificada em setembro será contínua, e prova disso é o fato de as fabricantes continuarem a adotar medidas de corte de produção", diz Ricardo Pazzianotto, sócio da PriceWaterhouseCoopers (PwC). "Não há segurança por parte da indústria de uma retomada de mercado."

A Ford interromperá de amanhã até o dia 13 toda a produção de automóveis e caminhões da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Os dias parados serão descontados no banco de horas (sistema de compensação de horas trabalhadas) dos 3,5 mil funcionários que serão dispensados.

A Volkswagen dará férias coletivas de 20 dias a partir de meados do mês para cerca de mil funcionários do primeiro turno da unidade de São José dos Pinhais (PR). Na segunda-feira, um grupo de 400 funcionários volta do lay-off após cinco meses, e outro grupo de 150 pessoas continuará em casa até o fim do mês.

"Não vemos sinal de melhora e é possível que, após o fim das férias coletivas outras medidas sejam adotadas, como novo grupo em lay-off ou mais férias coletivas", afirma Jamil Davila, do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e região. Também no Paraná, a Renault dará férias a 3 mil trabalhadores (de um total de 6,5 mil) das linhas de carros e motores entre os dias 13 e 22.

A empresa alega necessidade de reduzir a produção por causa da queda das exportações para a Argentina e a baixa demanda no mercado brasileiro. No período, 10 mil automóveis e 12 mil motores deixarão de ser produzidos, segundo a Renault.

A Mercedes-Benz estuda prorrogar por mais cinco meses o período de lay-off de 1,2 mil operários suspensos desde julho e que deveriam voltar em novembro.

Promoções

Na opinião de analistas, o melhor desempenho verificado nas vendas em setembro se deve em parte às promoções feitas pelas fabricantes e revendas e ao fato de o mês ter um dia útil a mais que o anterior.

Só as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 282,8 mil unidades, 9% a mais que em agosto, embora 3,9% inferior às do mesmo mês de 2013. De janeiro a setembro o segmento vendeu 2,4 milhões de unidades, 8,8% a menos que no mesmo intervalo de 2013.

Pelo quarto mês seguido, o Fiat Palio foi o automóvel mais vendido no País, com 15.907 unidades, seguido por Onix, da General Motors (13.483) e Volkswagen Gol (12.583).

No acumulado do ano, o Gol segue como líder, com 134.729 unidades vendidas, 5.964 à frente do Palio, com 128.765, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

As vendas de motos cresceram 7,65% em setembro ante agosto, para 119.842 unidades. No ano, a queda acumulada é de 5,26%, com 1.069.898 unidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"É isso aqui que eu quero", afirmou o chefe de design do grupo Volkswagen, o italiano Walter de Silva, um dos mais premiados designers de automóveis da indústria automobilística mundial. Ele apontava para um desenho feito numa folha A3, colada na parede ao lado de mais de 20 figuras, algumas em tamanho bem maior e riscos mais sofisticados.

Era 2007 e Silva participava, na sede da Volkswagen em Wolfsburg, da seleção do desenho de um conceito de carro compacto a ser apresentado no Salão do Automóvel de Frankfurt. O desenho escolhido era do brasileiro Marco Antonio Pavone, que estava na Alemanha há dois anos, depois de trabalhar por seis anos no centro de design da companhia no Brasil.

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O desenho virou um carro-conceito (protótipo) em tamanho real, foi mostrado no salão para verificar a receptividade do público e, no ano seguinte, com aval do presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, foi aprovado para produção em série.

Batizado de up! (que em inglês significa para cima), o compacto criado por Pavone foi lançado na Europa no fim de 2011, onde já vendeu mais de 250 mil unidades. Neste mês, passou a ser feito no Brasil, na fábrica de Taubaté (SP).

"A ideia era de um carro com design simples, puro, atemporal, sólido", diz Pavone. "Por ser um carro urbano, pequeno, tinha de passar uma imagem de carismático, amigável. Por isso os olhos grandes na frente e o sorriso" - os faróis no capô avançam pela lateral do para-lama e a grade de entrada de ar circunda o para-choque, dando a impressão de um sorriso.

Diante do desafio de desenvolver um produto simples, Pavone buscou uma forma geométrica e se inspirou num cubo com cantos arredondados e num paralelogramo.

"O objetivo era buscar algo que no futuro possa ser icônico, como o Fusca. Qualquer criança desenha o Fusca: são três aros, um grande e dois pequenos. E é facilmente reconhecido à distância."

A própria Volkswagen faz um paralelo do up! com o Fusca, por ambos representarem, cada um a seu tempo, o carro mais popular da marca.

O up! custa a partir de R$ 28,9 mil na versão 4 portas e R$ 27 mil na versão 2 portas (ainda a ser lançada). "Obviamente os dois modelos não têm a mesma linguagem em termos de design, mas têm simplicidade, são atemporais e devem permanecer modernos", afirma Pavone.

A versão do up! produzida no Brasil é um pouco diferente da europeia e o designer brasileiro também colaborou com as mudanças. O modelo nacional, por exemplo, é mais longo, para abrigar porta malas e tanque de combustível maiores. "Quando fiz o projeto, não sabia que o up! iria para o Brasil."

MOBILIDADE

O professor da Universidade Mackenzie, Marcos Morita, mestre em Administração de Empresas e especialista em estratégias empresariais lembra que há tempos a Volkswagen não tinha um lançamento "para sacudir o mercado", papel que ele vê no up!. Analistas do mercado avaliam que o up! é o lançamento mais importante para a VW desde a chegada do Gol, nos anos 80.

A propaganda de lançamento traz forte apelo aos jovens, o que Morita acredita ser boa estratégia diante da imagem de "produtos envelhecidos" que a marca tem hoje. "Achei o design do up! moderno, bastante arrojado". Ele também lembra que outras marcas do mercado, como GM e Ford, renovaram suas linhas de produtos e a Volkswagen tinha ficado para trás. Agora, diz, a marca alemã "deu uma boa tacada".

Para Ricardo Pazzianotto, sócio da PricewaterhouseCoopers (PWC), a questão da mobilidade urbana tem levado as empresas a desenvolverem produtos que atendam a nova realidade do mercado, com ruas congestionadas, vagas apertadas nos estacionamentos e necessidade de redução de consumo.

"O segmento de carros subcompactos ainda é modestamente explorado no Brasil, mas certamente teremos outras novidades pela frente."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A alemã Mercedes-Benz realiza no Brasil atualmente o maior programa de investimento da marca, com aportes de R$ 1 bilhão nas duas fábricas de caminhões - em São Bernardo do Campo (SP) e em Juiz de Fora (MG) - e o recente anúncio de R$ 500 milhões para a construção de uma unidade de automóveis em Iracemápolis (SP), para início de operações em 2016.

"A produção local certamente vai trazer ainda mais credibilidade à marca e é uma aposta de longo prazo", ressalta o presidente da empresa, Philipp Schiemer. "Não faremos produtos de classe B, pois teremos o mesmo padrão e tecnologia que temos lá fora."

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O executivo reconhece que, nos anos 1990, quando a Mercedes produziu o Classe A em Juiz de Fora, a marca errou. "Todo mundo comete erros, mas é o momento de recomeçar".

A Mercedes pretende vender entre 9 mil e 10 mil automóveis no Brasil este ano, voltando assim aos níveis de 2011. No ano passado, foram vendidas 6,8 mil unidades.

No mundo todo, as vendas devem alcançar cerca de 1,3 milhão de veículos, 10% a mais do que em 2012. Como na Alemanha e nos demais mercados onde atua, a Mercedes tem como principais concorrentes as conterrâneas BMW e Audi, que também terão fábricas locais.

"Sem dúvida será uma briga forte, mas saudável", diz Schiemer. Ele calcula um mercado anual de 100 mil carros de luxo no Brasil em quatro anos, mais que o triplo da média atual, de 30 mil unidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com dois meses seguidos de queda e os primeiros dez dias do mês com vendas estagnadas, a indústria automobilística volta a apelar para ofertas de juro zero, financiamento em cinco anos e planos para desovar estoques de carros novos. As empresas do setor vinham restringindo esse tipo de oferta desde o ano passado, por causa do aumento da inadimplência.

Neste fim de semana, apesar do feriado deste sábado (12), todas as concessionárias estão de portas abertas e há feirão no estacionamento do Shopping Center Norte, em São Paulo, organizado pela Renault. Quase todas as marcas têm no mínimo dois modelos com oferta de juro zero.

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Nos primeiros dez dias do mês, foram licenciados 114,6 mil veículos, quase o mesmo volume verificado em igual período de setembro (114,3 mil) e em outubro de 2012 (114,6 mil). Do total deste mês, 108 mil são automóveis e comerciais leves, ante 108,4 mil no mês passado e 109,9 mil um ano atrás.

No acumulado do ano, os números também estão estagnados, com 2,895 milhões de unidades, ante 2,903 milhões em 2012. Para automóveis e comerciais leves os números apontam pequena queda de 0,7%, para 2,737 milhões de unidades.

Segundo revendedores consultados pelo Estado, há muitas lojas com estoques na casa dos 60 dias. "O que tem segurado o mercado são as vendas diretas (para empresas, frotistas, funcionários e locadoras), feitas pelas fábricas, enquanto o varejo (para o consumidor) está fraco", diz um concessionário que pede para não ter o nome publicado. "A luz já passou do amarelo para o vermelho no setor."

As montadoras farão esforço para, até dezembro, conseguir no mínimo um crescimento de 1% em relação aos 3,8 milhões de veículos vendidos no ano passado. Além das promoções, que devem continuar, contam com uma possível corrida às lojas em razão do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de 1º de janeiro.

Representantes do setor, contudo, têm dito ao governo que a volta do imposto integral pode provocar uma crise no setor.

Ofertas. A General Motors decidiu oferecer juro zero para toda sua linha, em campanha iniciada quinta-feira e com término neste domingo. Mas a entrada é salgada: 60% do valor do carro. A diferença pode ser paga em até 18 prestações. Para Agile, Cobalt e Sonic, o prazo pode ser estendido para até 48 meses.

O Cobalt LTZ, que à vista custa R$ 44.990, pode ser adquirido com entrada de R$ 26.994 e 48 parcelas fixas de R$ 375. Na revenda Palazzo, na zona norte da capital, o modelo também pode ser adquirido com entrada de 20% (R$ 8.998) e 60 parcelas de R$ 829, mas, nessa caso, há juro de 1% ao mês.

Numa promoção recente feita pela Palazzo, os estoques baixaram de 45 dias para 30 dias, informa o diretor comercial Wilson Goes.

A rede Volkswagen oferece juro zero para Fox, Space Fox e Amarok em 24 parcelas e entrada de 50% do valor do bem. Há planos em 60 parcelas, mas com juro de 0,99% ao mês. "A linguagem do momento é a taxa promocional", afirma Marcos Leite, gerente da revenda Amazon, na zona leste de São Paulo.

A Ford vende Fiesta RoCam (modelo antigo) com taxa zero em 36 meses, entrada de 50% e airbag e freios ABS por R$ 1 mil. Na Renault, juro zero é só para o Sandero, que sai por R$ 31.990 à vista ou entrada de R$ 17.594 e 36 parcelas de R$ 422,71.

Até marcas de maior valor, como Toyota, estão com promoções. Revendas da marca oferecem bônus (desconto) de R$ 10 mil para o utilitário CR-V, de R$ 7 mil para o Corolla top e de R$ 6 mil para o básico, e de R$ 3 mil para o compacto Etios. O Hyundai HB20, que há três meses tinha fila de espera de dois meses, está disponível nas lojas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, avalia que considera bastante razoável exigir das montadoras instaladas no Brasil o mesmo índice de eficiência energética praticado hoje na Europa. O governo, por meio da regulamentação do novo regime automotivo que entra em vigor em 2013, quer exigir emissões de no máximo 135 gramas de CO2 por quilômetro rodado. No entanto, as montadoras resistem e querem mais tempo para atingir a meta. "Sempre vão querer mais prazos, em situação mais confortáveis, mas nós estamos trabalhando no interesse público", disse Pimentel após solenidade para lançamento do Programa de Investimentos em Logística.

"Queremos alcançar os índices de eficiência energética em 2017, índices que as mesmas montadoras que estão no Brasil praticam na Europa hoje. Queremos que até 2017 elas alcancem este índice. Acho que é muito razoável", disse.

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O cumprimento do índice de eficiência energética é uma das exigências para que as empresas consigam uma redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As emissões e a eficiência energética são os pontos em aberto na negociação com o governo para definir a regulamentação do novo regime automotivo, aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional.

Para as empresas, o limite de emissão deve ser menos rigoroso, já que os carros brasileiros usam combustíveis diferentes, como o etanol e a própria gasolina com mistura de etanol. Na Europa, boa parte da frota usa diesel.

A indústria automobilística já ultrapassou a marca de 2 milhões de veículos vendidos neste ano. Até quinta-feira, a soma era de 2,024 milhões de unidades, cerca de 8% superior ao resultado de igual período de 2010. Este deverá ser o melhor julho da história, com resultados acima dos 302,3 mil veículos vendidos em julho do ano passado, até então a melhor marca para o mês. Também deve ficar pouco acima do resultado de junho, de 304,3 mil veículos.

Até quinta-feira, faltando um dia útil para registro de emplacamentos, o mês acumulava vendas de 287 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, com média diária de 14.350 unidades, similar à média de junho. Só em automóveis e comerciais leves foram 269,9 mil unidades no mês e 1,9 milhão no ano.

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Durante a semana, o presidente da General Motor para a América do Sul, Jaime Ardila, reclamou que o crescimento da indústria está sendo estimulado pelas vendas especiais a frotistas e locadoras. "O varejo está parado", disse. "Se, com as medidas de contenção de crédito, o governo estava tentando frear o consumo, no caso da indústria automobilística está garantido."

Esse tipo de negócio, disse ele, não é sustentável. As vendas especiais representam hoje 27% das vendas da indústria, quando o razoável é 20% a 22%.

O quadro também não é favorável aos concessionários, que precisam conceder altos descontos no varejo. Nos últimos finais de semana, a maioria das marcas realizou feirões com atrativos de preços, juros e prazos de financiamento. Neste fim de semana, há poucas ações. Uma delas é a chamada "Briga de Gigantes", que reúne revendas Fiat, Ford, GM e Volkswagen no estacionamento do Extra Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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