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A figurinista Susllen Tonani, que acusou José Mayer de assédio, publicou um novo desabafo, no blog da Folha, AgoraÉQueSãoElas, em que ela negou que tenha tido um envolvimento amoroso com o ator no passado. Ela também se queixou sobre o tratamento do delegado do caso.

Agora, a assessoria de imprensa do ator afirmou que ele não irá se manifestar sobre as novas declarações de Susllen. Após as acusações, Susllen decidiu não prestar queixa contra o ator na polícia, e Mayer, que admitiu o assédio e se desculpou em carta, foi afastado da TV Globo por tempo indeterminado.

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"Não, eu não fui amante de José Mayer", publicou Su Tonani, na madrugada desta sexta-feira (5), em carta aberta no blog Agora é que são elas. A figurinista que trabalhou na Globo explica ainda porque não denunciou o ator criminalmente. Ela disse ter procurado todas as instâncias de poder ao seu alcance, mas, por não ter encontrado justiça, decidiu tornar pública a sua denúncia do assédio sexual que sofreu nas mãos de José Mayer.

"Sinto que a minha história teve começo, meio e fim. Terminou na terça à noite, 04 de abril de 2017, com um pedido de desculpa da Rede Globo e uma carta de confissão do José Mayer, ambos lidos no Jornal Nacional. Senti que tive a justiça que desejava. Pouco creio que a punição criminal para o meu caso tenha alcance maior que já tivemos. Mais potência. Seja mais transformadora", disse Su. 

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Ela completou ainda que seu objetivo ao expor sua historia era "sair da invisibilidade, romper o silenciamento imposto, transcender este lugar de vítima que me era insuportável."

Su Tonani explicou também que, ao contrário do que muitos especulavam, ela não foi demitida da Rede Globo como retaliação à sua denúncia. A figurinista esclareceu que saiu da emissora pois, com o fim da novela, seu contrato chegou ao fim, como previsto anteriormente.

Leia a íntegra do texto de Su Tonani:

"Não, eu não fui amante de José Mayer.

Declaro que não fiz acordo com nenhuma parte envolvida e muito menos recebi algum dinheiro.

Não fui demitida da Rede Globo. O meu contrato, como o previsto, se encerrou com o final da novela.

Declaro que não retirei queixa contra José Mayer pelo simples fato de que nunca a fiz.

Eu fui vítima de assédio sexual. E agora estou sendo vítima novamente. Das especulações que colocam dúvidas sobre a minha dor. E me fazem revivê-la.

Em 31 março de 2017, depois de oito meses sendo assediada pelo ator José Mayer, depois de ter levado minha denúncia de assédio às instâncias de poder ao meu alcance e não ter encontrado justiça, depois de ver o medo dos colegas de testemunhar o que viram, sentindo que não tinha mais a quem recorrer, decidi. Sem nenhum outro recurso à minha disposição, optei por tornar pública minha denúncia no blog feminista #AgoraÉQueSãoElas. Um espaço que me acolheria.

Mas não pensem que foi uma decisão trivial. Ela foi recheada de medo.

Sabe por que dá tanto medo de delatar um abuso?

Porque nossa cultura machista culpa a mulher, a vítima, pela violência vivenciada. É isso que corre as redes. É o que passa pelo boca a boca. É o que passeia por nossos aplicativos de relacionamento. É o que é impresso nos jornais. A história da mulher sedutora, agora passional e vingativa. Da mulher que mereceu. Da amante rejeitada.

Essa é a história que o mundo machista gosta de contar. E que nos acostumamos a aceitar como versão mais plausível. Saiba: essa prática nos desempodera. Nos revitimiza. E neste momento é como me sinto. Me sinto vítima novamente.

Vítima de quem, agora?

Vítima de profissionais exibicionistas. Vítima da narrativa produzida por tabloides irresponsáveis, das versões misóginas da violência que vivi que tornam suspeito meu gesto de denúncia, bem como a sororidade das que me apoiaram. E tenham certeza: estou sendo revitimizada pelo machismo que tenta me enfraquecer, me roubar a coragem de lutar. Mas cada vez que o conteúdo que questiona minhas razões é compartilhado, não sou só eu que estou sendo subjugada. Toda vítima está sendo coagida. Reprimida. Oprimida. Todas as que ainda não se manifestaram, em qualquer contexto, no país todo, duvida de si. E cogita seguir calada.

Dentre as intimações que recebi do delegado havia a informação de que eu estaria cometendo crime de desobediência por não depor. Como se neste tipo de crime a decisão de abrir um inquérito é exclusiva da vitima? Se eu assim quisesse, o ideal não seria uma delegadA? Temos as delegacia de atendimento às mulheres para isso, não?!

Me sinto interrogada inescrupulosamente. Mesmo sem prestar queixa nenhuma. Quantas vezes terei de pedir para respeitarem o meu não? E quantas não se identificarão tristemente e optarão pelo silêncio ao ver o escrutínio sob o qual me vejo agora?

Sinto que a minha história teve começo, meio e fim. Terminou na terça à noite, 04 de abril de 2017, com um pedido de desculpa da Rede Globo e uma carta de confissão do José Mayer, ambos lidos no Jornal Nacional. Senti que tive a justiça que desejava. Pouco creio que a punição criminal para o meu caso tenha alcance maior que já tivemos. Mais potência. Seja mais transformadora.

A clara sensação que tive após a publicação do meu relato, genuinamente acolhido pelas feministas foi: a minha coragem trouxe vida às memórias de abusos enterrados pelas mulheres no fundo do que são. Como já vimos acontecer com o #PrimeiroAssédio. Foi como se meu grito tivesse acordado a dor de outras. Foi como se o meu grito tivesse se tornado o de todas nós. Isso empodera. Mas assusta.

O meu objetivo ao expor a minha historia foi sair da invisibilidade, romper o silenciamento imposto, transcender este lugar de vítima que me era insuportável. Sou apenas uma profissional, que cansada de ser desrespeitada, lutou pelo que acredita. Por que incomodou tanto o meu silêncio pós-relato? Talvez porque eu não tenha cumprido o papel da oportunista exibicionista que o patriarcado esperava. Talvez porque não tenha sido a liderança, o exemplo que queriam que eu fosse. Desculpe desapontar estas e estes.

Em circunstancias diferentes da minha, é claro que o mais apropriado é um processo criminal e cível. Estimulo sim, todas as mulheres a levarem seus casos às autoridades, demandarem a devida atenção e buscarem a aplicação da lei. Mas acredito que obtive a justiça que queria e me sinto contemplada. Tive meu desejo desrespeitado uma vez. Isso me fez vítima. Quero deixar de sê-lo e seguir. Será que dessa vez minha vontade será respeitada?

O silêncio. É o que eu quero. Não o silenciamento coercitivo. O silêncio que eu escolho. A minha vida de volta. Qualquer versão diferente da que eu emiti neste mesmo blog e da que emito agora é mentirosa. E essas mentiras ferem, não só a mim, mas a todas as mulheres que batalham por sua voz. Queremos falar e calar quando bem entendermos. Nos concedam esse direito.

A minha história é a história de uma mulher jovem que não aceitou o assédio de um homem com mais poder que ela. Neste caso, o ator rico e famoso. O Brasil não está acostumado a lidar com este tipo de história. Eu sei. Mas não barateiem a minha história. Até porque ela é de muitas de nós.

Movemos um pouco a estrutura. Agora é segurar o rebite. O revés machista que deseja nos manter nos velhos lugares submissos de sempre. Me sinto vitoriosa. Fizemos grande porque fizemos juntas. Fui ouvida. Fomos. Somos muitas. Demonstramos força. E torço com tudo de mim que saiamos deste ciclo mais confiantes que sim, é possível mudar. Empresas começaram a repensar os protocolos nos casos de assédio. Homens descobriram que o mundo mudou. Falamos de assédio em espaços de poder antes impermeáveis a este debate.

Me orgulho de ter contribuído como pude para isso. E agora quero seguir.

Reservo a mim o direito de encerrar esse assunto. Chego ao final da minha jornada. Estou no limite da minha capacidade emocional de seguir na linha de frente dessa luta. Peço que respeitem os meus limites, violados anteriormente, quando tudo isso começou. Outras podem assumir a frente dessa luta. E eu me comprometo a sempre apoiá-las, assim como fui apoiada por tantas."

Su Tonani, da Rede Globo, no fim de março, havia feito uma denúncia pública contra José Mayer acusando-o de assédio sexual, o que levou a emissora a afastá-lo por tempo indeterminado. A figurinista, no entanto, decidiu que não irá abrir um processo criminal contra o ator. Por conta da desistência, o delegado Rodolfo Waldeck arquivou o inquérito. Su já tinha ignorado três convites para intimar na 32ª Delegacia de Polícia, na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro, além de uma intimação. 

Um documento assinado pela defensora pública Arlanza Rebello, diz: "Considerando as diversas mensagens recebidas originárias desta delegacia visando a possível apuração dos fatos, informa que não deseja representar criminalmente em face de José Mayer."

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A denúncia inicial causou rebuliço nas redes sociais e trouxe à tona um debate sobre o assédio sofrido pelas mulheres, de modo geral, e sobre a importância de denunciar. Muitas atrizes chegaram a vestir a camisa de uma campanha que usava as hashtags #MexeuComUmaMexeuComTodas e #ChegaDeAssedio, em apoio a funcionária. 

José Mayer chegou a se pronunciar publicamente, se retratando pelo ocorrido. Em carta aberta, ele admitiu o erro e disse ser "fruto de uma geração que aprendeu, erradameente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas".

Em seguida, completou: "Não podem. Não são. Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele."

Esperada há mais de dez dias, a figurinista Susllem Tonani deve depor sobre o assédio que sofreu durante as gravações de A Lei do Amor, na próxima segunda-feira, dia 24.

Segundo o colunista Leo Dias, a vítima já marcou horário três vezes na Delegacia da Polícia Civil do Rio, na Taquara, mas desistiu de dar seu depoimento contra o ator José Mayer. A figurinista tem até agosto para comparecer a delegacia e, depois desse prazo, o inquérito será arquivado.

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Su fez um relato ao jornal Folha de S. Paulo acusando o ator de assédio, por conta de gracinhas que culminaram com José Mayer colocando a mão esquerda em sua genitália. O ator, que antes havia negado as acusações, acabou assumindo a culpa diante da pressão de várias mulheres da Rede Globo. O ator continua afastado da emissora por tempo indeterminado.

Quando a figurinista Susllem Tonani tornou pública a denúncia de assédio sexual contra José Mayer, há cerca de uma semana, a primeira famosa a se manifestar foi Letícia Sabatella. “José Mayer não se emenda, hein?”, escreveu a atriz numa rede social. Mas o que ninguém sabia era que a atriz também já havia passado pela mesma situação com o ator.

Em entrevista a Revista Veja, Sabatella disse que "senti o que ela sentiu" e que "já tinha passado por uma experiência parecida com o Zé Mayer, que foi alertado de maneira amigável". Ela também contou quando leu o relato da Su, se compadeceu imediatamente. 

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A atriz ainda fez questão de afirmar que considera José Mayer um grande artista e diz ter se comovido com o pedido de desculpa dele, divulgado na última terça-feira (4). “Precisamos do exemplo de uma pessoa capaz dessa reflexão, e o Zé pode ser esse exemplo. Não estou querendo endeusar nem demonizar ninguém. Mas podemos fazer do limão uma limonada”.

Confira o depoimento de Letícia:

“Quando li o relato da Su, que não conheço, eu me compadeci imediatamente. Senti o que ela sentiu, e sabia que ela não estava mentindo. Também já tinha passado por uma experiência parecida com o Zé Mayer, que foi alertado de maneira amigável”.

“Eu, sinceramente, me comovi com o pedido de desculpas dele. Sei o grande artista que ele é, sensível, capaz de uma transformação”.

“Precisamos do exemplo de uma pessoa capaz dessa reflexão, e o Zé pode ser esse exemplo. Não estou querendo endeusar nem demonizar ninguém. Mas podemos fazer do limão uma limonada”.

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Aos 82 anos, a atriz Lady Francisco revelou que há 50 anos atrás foi vítima de dois casos de violência sexual, e, que, um dos seus agressores foi um diretor da TV Globo. Segundo a atriz, o agressor trabalha na emissora até hoje.

A global já havia comentando sobre o abuso, mas o caso veio à tona novamente após a repercussão da denúncia de uma figurinista, que acusou o ator José Mayer de assédio. "No meu tempo a gente era estuprada e tinha que ficar quieta. Tenho muito orgulho de ver o quanto a mulher evoluiu na defesa da própria dignidade", declarou a atriz, em entrevista ao UOL.

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Lady Francisco também disse que tudo aconteceu logo quando ela chegou para trabalhar na Rede Globo. “Ele disse que queria conversar comigo sobre trabalho. Eu tinha acabado de chegar no Rio, de Minas, era bobinha, ingênua, sonhava com uma oportunidade. Acreditei nele. Nunca vou me esquecer a situação”.

Mesmo com o desabafo, a atriz preferiu não revelar o nome do agressor na época, pelo fato que ninguém ia acreditar a sua versão, mas se fosse nos dias de hoje ela denunciava sem medo. "Isso foi há muitos e muitos anos. Não disse na época, não vou dizer agora. Mas pode ficar tranquilo. Quando ele morrer, se for antes de mim, todo mundo vai saber quem é, porque eu vou estar vestida à caráter, bem ao lado do caixão. Quero ter certeza que o desgraçado está morto", ironiza a artista. 

Na entrevista, ela diz ainda que apoia a figurinista Susslem Tonani, que acusou o ator José Mayer de assediá-la. "Hoje faria a mesma coisa que ela. E pegaria um megafone pra todo mundo saber”, e continuou "Achei absurdo ele dizer que confundiu ficção e realidade. Se fosse assim, eu ia ser puta o resto da vida. O que eu mais fiz na vida foi papel de puta", desabafou.

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Na última semana, José Mayer foi assunto em vários jornais e sites de notícia no Brasil. O ator foi acusado pela figurinista Su Tonani de assédio dentro do camarim da própria TV Globo. E após ser afastado das produções da rede por tempo indeterminado, Mayer contratou uma assessoria de imprensa do Rio de Janeiro, para gerenciar a ‘crise que atravessa’. A notícia foi confirmada pelo Jornal Extra nesta quinta-feira (6).

Segundo a publicação do jornal, nos seus 40 anos de carreira, José nunca precisou de imprensa pessoal para cuidar de sua carreira. Mas foi através dela que sua carta, admitindo o assédio e com o pedido de desculpas, chegou aos veículos. 

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Após a repercussão do caso, artistas e funcionárias da Rede Globo também fizeram manifestações nas redes sociais contra a atitude do artista usando a hastag “Mexeu com uma, Mexeu com todas”.  

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Em seu canal do YouTube, a Luana Piovani comentou o caso de assédio sofrido por uma figurinista da Globo pelo José Mayer. No vídeo, postado na última segunda-feira, 3, a atriz afirmou que não foi a primeira e não será a última situação. "O que eu acho genial, é que ela rompeu o silêncio", opinou.

Luana citou outros casos emblemáticos, mais ligados à violência. "Garrincha enchia Elza Soares de porrada, e ele é lembrado como um herói aqui no Brasil", exemplificou, e também falou sobre o goleiro Bruno.

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A atriz discorreu sobre Kadu Moliterno, "que já foi meu par romântico, bateu na mulher, ela saiu na capa da Veja, escrito 'não foi a primeira vez'". Em 2006, ele foi acusado de bater na ex-esposa, Ingrid Saldanha. Na época, o ator divulgou uma nota assumindo que errou e pediu perdão. "Não sou de condenação, ele continuou trabalhando, fazendo novela, posando com as novas namoradas", disse Luana.

Durante o programa Encontro com Fátima desta quarta-feira (5), o ator Oscar Magrini fez um comentário sobre a denúncia de assédio sexual sofrida pela figurinista Su Tonani, na última semana. Ela acusou o ator José Mayer de tocá-la sem consentimento dentro de um estúdio da Rede Globo, entre outras ofensas; o ator assumiu o ato e pediu desculpas publicamente.

A roda de conversa começou quando Fátima Bernardes relembrou a campanha de artistas e funcionárias da Rede Globo contra o assédio sexual promovida, nesta terça-feira (4). Magrini fez questão de defender o colega e ainda disse que “a mulher tem que saber se colocar para não instigar o outro”. A apresentadora não demorou e rebateu o comentário de Magrini dizendo: “Na verdade, Magrini, mais do que instigar, o outro tem que respeitar independentemente de como ela está“.

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Como resposta, o ator lembrou que esse não foi um caso isolado. “Acho que não só aqui na Globo como em todos os lugares sempre existiu o assédio, da própria mulher também em cima do homem. Mas a minha liberdade termina onde começa a sua. Deve ter havido muito assédio sim, essa menina chegou, se pronunciou, falou, tomaram-se medidas, a Globo veio pedir desculpa. O Zé (Mayer), um colega nosso, também se desculpou e acho que deve ter tido muita coisa, mas ninguém fala nada…”, continuou.

O ator ainda falou sobre a campanha feita pelas artistas e funcionárias. As colegas vieram trabalhar, também vestiram a camisa. Quem sabe se toma providências porque a gente está em 2017 e não tem essa de assédio, todo mundo tem o seu direito de se colocar, de se por e não tem essa do homem chegar e fazer… que isso? É uma sociedade machista, fez-se tanto tempo lá atrás, mas não existe como chegar agora e eu não te respeitar porque você está mais ousada, de minissaia e eu tenho que abusar ou passar a mão ou falar alguma coisa. A mulher também neste sentido tem que saber se colocar para não instigar o outro”, concluiu.

Assista o programa.

A TV Globo suspendeu o ator José Mayer de suas produções por tempo indeterminado. A decisão, tomada no último domingo (2) pela emissora, foi anunciada em nota nesta terça-feira (4). O ator foi acusado de assédio sexual por uma figurinista da rede na semana passada e assumiu que errou na manhã de hoje (4). 

Segundo a nota, a empresa se solidarizou com a manifestação feita por atrizes e diretoras. As profissionais foram trabalhar, com uma camisa com os dizeres “Mexeu com uma mexeu com todas #chegadeassédio” e publicaram fotos com o traje ou com a imagem da camisa. 

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Durante o Jornal Hoje desta terça, 4 de abril, o apresentador Evaristo Costa leu o anúncio oficial da emissora e disse que o ator está suspenso por tempo indeterminado dos Estúdios Globo.

Confira a nota da Globo na íntegra:

"Em relação à denuncia de assédio envolvendo o ator José Mayer e a figurinista Susllen Tonani, a Globo reafirma o teor da nota divulgada na última sexta-feira, quando afirmou que o caso foi apurado e que as devidas providências estavam sendo tomadas. Naquela nota, a emissora enfatizou que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito. E que zela para que as relações entre funcionários e colaboradores se deem em um ambiente de harmonia de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo. Esta convicção da Globo foi reafirmada para um grupo de atrizes, diretoras e produtoras, reunidas no domingo à noite, quando a emissora informou que, apurado o caso, tomou a decisão de suspender o ator José Mayer de produções futuras dos estúdios Globo por tempo indeterminado. O ator foi notificado na segunda-feira dessa decisão. Sobre a iniciativa de funcionários, colaboradores e executivos de usar hoje camisetas com os dizeres 'Mexeu com uma, mexeu com todas', a Globo se solidariza com a manifestação, que expressa os valores da empresa. O ator José Mayer, de enorme talento e com grandes serviços prestados à Globo e as artes brasileiras, certamente terá oportunidade de expressar seus sentimentos em relação ao triste episódio e esclarecer que atitudes pretende tomar. A Globo lamenta que Susllen Tonani tenha vivido essa situação inaceitável num ambiente que a emissora se esforça cotidianamente para que seja de absoluto respeito e profissionalismo. E, por essa razão, pede a ela sinceras desculpas".

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Alvo de uma grave denúncia de assédio sexual feita na última sexta-feira (31) pela figurinista Susllen Tonani, da Rede Globo, José Mayer se manifestou sobre o assunto através de uma carta aberta nesta terça (4). O ator admitiu que errou, pediu desculpas e disse que o que chamou de 'brincadeiras de cunho machista' ultrapassaram os limites do respeito.

Leia na íntegra o que ele escreveu:

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“Carta aberta aos meus colegas e a todos, mas principalmente aos que agem e pensam como eu agi e pensava:

Eu errei.

Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava.

A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora.

Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas. Sou responsável pelo que faço.

Tenho amigas, tenho mulher e filha, e asseguro que de forma alguma tenho a intenção de tratar qualquer mulher com desrespeito; não me sinto superior a ninguém, nao sou.

Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são.

Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele.

Este é o meu exercício. Este é o meu compromisso. Isso é o que eu aprendi.

A única coisa que posso pedir a Susllen, às minhas colegas e a toda a sociedade é o entendimento deste meu movimento de mudança.

Espero que este meu reconhecimento público sirva para alertar a tantas pessoas da mesma geração que eu, aos que pensavam da mesma forma que eu, aos que agiam da mesma forma que eu, que os leve a refletir e os incentive também a mudar.

Eu estou vivendo a dolorosa necessidade desta mudança. Dolorosa, mas necessária.

O que posso assegurar é que o José Mayer, homem, ator, pai, filho, marido, colega que surge hoje é, sem dúvida, muito melhor.

José Mayer”

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Na manhã desta terça-feira, dia 4, atrizes e funcionárias da Globo iniciaram uma campanha nas redes sociais contra o assédio sexual no trabalho. Usando as hashtags ChegadeAssedio e MexeuComUmaMexeuComTodas, celebridades como Bruna Marquezine, Camila Pitanga, Débora Nascimento, Taís Araújo entre outras, se manifestaram no Instagram contra o problema que assombra diversas mulheres no Brasil.

A iniciativa acontece dias depois que a figurinista da emissora, Susllem Meneguzzi, denunciou através de uma publicação no jornal Folha de São Paulo, o ator José Mayer, que a teria assediado nos bastidores de gravação da novela A Lei do Amor.

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Odepartamento de Comunicações da Rede Globo enviou um comunicado informando que a direção desistiu de escalar o ator para a próxima novela das nove: Globo decidiu não escalar José Mayer para a próxima novela das nove de Aguinaldo Silva, prevista para ir ao ar em 2018. Essa é uma atitude isenta e responsável da Globo de não dar visibilidade a uma das partes envolvidas numa questão que é visceralmente contra tudo que a Globo acredita. E não é uma atitude isolada. A atitude da Globo será sempre essa. A de defender que casos como esse devem ser apurados, ouvindo e oferecendo todo apoio às duas partes, dando possibilidade para que a verdade aflore e criando condições para que não se repitam. Foi isso que fizemos. E é isso que sempre faremos.

A decisão sobre o cancelamento da participação de José Mayer na próxima novela de Aguinaldo Silva está a cargo da emissora. De acordo com o escritor do folhetim ‘O Sétimo Guardião’, o artista ainda estaria escalado na trama e que caberia à empresa Globo e à justiça investigar o caso.

Em entrevista ao jornal O Globo, Aguinaldo foi bem categórico. “Por enquanto, ele está mantido na minha novela, sim. Porém, cabe à Globo e à Justiça apurar o caso”, afirmou. A novela está prevista para ser exibida ainda no próximo ano.

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“Se o José Mayer for responsabilizado, ele será excluído do elenco. Mas até o momento, eu não recebi comunicado algum sobre a apuração do caso. O que estão em jogo são regras e responsabilidades, que devem ser apuradas”, adiantou o escritor. Recentemente, o ator foi acusado pela figurisnista Su Tononi de assédio sexual

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O ator global José Mayer, de 67 anos, negou as acusações de assédio sexual, feitas pela figurinista Su Tonami, que trabalha na TV Globo há quatro anos e há oito meses vem sofrendo com as investidas do ator.

Ao jornal “Folha de São Paulo”, que publicou inicialmente o relato da profissional, Mayer disse que sempre respeitou as mulheres e o ambiente de trabalho e que as palavras atribuídas a ele são "próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra".

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“Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade. As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra. Não são minhas! Nesses 49 anos trabalhando como ator sempre busquei e encontrei respeito e confiança em todos que trabalham comigo”, disse ele.

No seu relato, Susllem Meneguzzi Tonani afirma que foi assediada por Mayer. "A primeira 'brincadeira' de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: como você é bonita”, contou.

Segundo ela, nos meses seguintes os elogios se seguiram. “Do ‘como você se veste bem’, logo eu estava ouvindo: ‘como a sua cintura é fina’, ‘fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho’, ‘você nunca vai dar para mim?’”. As investidas chegaram ao contato físico sem consentimento.

Ela recebeu o apoio da atriz Letícia Sabatella, que indagou "José Mayer não se emenda, não é?". Na mesma publicação, Sabatella ainda acrescentou: "Su Tonani, sinta-se apoiada em sua denúncia".

A figurinista disse que acionou a emissora. A TV Globo informou apenas que o assunto foi apurado e as medidas necessárias estão sendo tomadas, sem detalhar quais são elas. A empresa disse ainda que não comenta assuntos internos, mas que "repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito".

Em apoio à figurinista Su Tonami, que acusou o ator global José Mayer de assédio sexual, a atriz Letícia Sabatella saiu em defesa da moça. Su trabalha há quatro anos na função e há oito meses diz receber 'investidas' do ator.

Em postagem, a atriz indagou "José Mayer não se emenda, não é?". Na mesma publicação, Sabatella ainda acrescentou: "Su Tonani, sinta-se apoiada em sua denúncia", exaltou a artista que ainda compartilhou o relato da figurinista. 

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A figurinista Su Tonami acusou o ator global José Mayer de tê-la assediado sexualmente nas dependências da TV Globo. O relato foi publicado pelo blog 'Agora é que são Elas' e afirma que o ator chegou a tocar em sua genitália, na frente de outras colegas.

Segundo Su Tonami, José Mayer a assediou de forma repetida por meses, sempre com investidas cada vez mais graves, até chegar ao ponto de tocá-la sem seu consentimento e sem constrangimento. “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”, seriam frases ditas por Mayer a ela.

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Atualização: José Mayer admite assédio a figurinista: 'Eu errei'

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A figurinista também relata que foi xingada por ele quando de 'vaca' no set de gravação da novela 'A lei do amor'. Ela diz ter procurado a direçao da emissora para acusar o galã global de assédio: "Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo". Ainda segundo o relato, a empresa teria prometido tomar providências quanto ao caso.

"Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca", diz Su Tonami no texto. Confira a íntegra:

"Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista.

Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi oprimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.

Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentir medo de gritar e parecer loucas? Quantas vezes teremos que ouvir, inclusive de outras mulheres: “ai que exagero! Foi só uma piada”. Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas?

Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?”

A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de RH ou à ouvidoria pedir respeito?

Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.

Mas segui na engrenagem, no mecanismo subserviente.

Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontra-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.

Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei.

“VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?

Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?

Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez?

Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítiva. E me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem.

Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “vaca”. Não quero ser invisível se não estiver atendendo aos desejos de um homem.

Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo."

O ator José Mayer foi assunto dos Trendig Topics na manhã desta terça (27). Desta vez, não houve vazamento de 'nudes' nem mesmo algum boato anunciando uma falsa morte do global como alguns internautas especularam em tom de brincadeira: o motivo da presença de Mayer no microblog foi uma declaração polêmica que ele fez ao vivo no programa Mais Você, de Ana Maria Braga. O artista criticou a abordagem que as novelas atuais fazem à violência e temas negativos. 

Mayer comentou que os folhetins atuais fazem uma valorização excessiva do mal. "O universo que as novelas abordam, no meu modo de ver, é um tanto quanto doentio demais. Há muita glamourização do vilão, da maldade. O país tem já tantos problemas graves, de pilhagem da coisa pública, e aí você liga a TV e vê um universo de negatividade", disse o ator, se referindo ao excesso de vilanias e chantagens presentes nas tramas. Ele também falou da dificuldade em agradar ao público atualmente, cada vez mais exigente: "A novela tenta capturar qual é o desejo do telespectador, é uma procura incessante. É um espectador difícil o de hoje, tem muitos meios de informação".

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A postura do ator agradou aos twitteiros, que elogiaram sua coragem em tocar no assunto na emissora que mais produz novelas no Brasil. O perfil @LindahFelix comentou: "Ator bom é aquele que faz uma crítica à sua casa sem medo".

Considerado um dos eternos galãs da TV brasileira, José Mayer também chamou atenção por aparecer no programa de óculos escuros. Ele sofreu um acidente durante o ensaio do espetáculo Kiss me Kate - O beijo da Megera, e acabou com um hematoma no olho, mas Ana Maria Braga o convenceu a tirar o acessório. Sem óculos estou muito esquisito. Vão falar 'ele fez uma cirurgia'", brincou o ator.

A novela Império surpreendeu o público com o capítulo desta terça (10). Os personagens de José Mayer e Klebber Toledo, Cláudio e Leonardo, que formam um casal gay, trocaram o primeiro beijo na trama.

Na reta final do folhetim, Cláudio e Leonardo assumiram de vez o relacionamento e selaram seu compromisso com um selinho, na festa de casamento de Vicente (Rafael Cardoso) e Cristina (Leandra Leal). Não é a primeira vez que um beijo gay vai ao ar em pleno horário nobre, na rede Globo. Os pioneiros foram os personagens Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), que se beijaram no último capítulo de Amor à VidaDepois foi a vez de Clara (Giovana Antonelli) e Marina (Tainá Müller) na novela Em Família

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Nas redes sociais o assunto foi bastante comentando e o nome do ator José Mayer chegou aos Trending Topics. O internauta Walter Felix postou: "José Mayer dando beijo gay: a página Orgulho de ser hétero respira com ajuda de aparelhos", e Sydney Vieira escreveu: "José Mayer maior pegador da Rede Globo, pega geral."

Quem é noveleiro já perdeu a conta de quantas mulheres os personagens José Mayer já conquistaram nas tramas em que ele atuou. Em Império, nova produção das 9 da Globo, que estreia nesta segunda-feira, 21, o ator também roubará o coração de um homem. "É uma outra quebra que pode ser interessante e pode renovar o olhar do espectador em relação ao meu trabalho."

Na novela escrita por Aguinaldo Silva, o artista encarna Cláudio Bolgari, cerimonialista badalado do Rio, casado com a ex-miss Brasil Beatriz (Suzy Rego), mas que mantém um caso antigo com o aspirante a ator Leonardo (Klebber Toledo).

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"Ele se aceitou. Só que como milhões de homossexuais, não quer assumir sua orientação. Acho que as pessoas têm direito de ter privacidade na sua realização sexual", prega Mayer.

Vida dupla

Nas primeiras cenas de Cláudio e Leonardo fica a intenção de beijo. "Acho essa história de que vai ter beijo gay aguardado no capítulo 200 uma hipocrisia, uma espetacularização de algo que deveria ser cotidiano e banal", rebate o ator. Em Amor à Vida, que terminou este ano, o beijo entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) só aconteceu no final. Já na novela Em Família, ainda no ar, o momento de Marina (Tainá Müller) e Clara (Giovanna Antonelli) foi ao ar no meio da trama, porém, anunciado com antecipação pela Globo.

"As pessoas se beijam por afeição, homens e mulheres. Essa festa que se arma em cima de finais de novela, aguardando o excepcional e extraordinário beijo gay é uma bobagem", critica José Mayer. Para ele, é preciso tratar a questão com naturalidade. "O ideal seria que se assimilasse melhor a expressão do afeto em casais homossexuais. Com o passar dos anos, a aceitação acrescente. A moral não é uma coisa estagnada. Os costumes mudam. E essa aceitação virá, inevitavelmente. Espero que venha logo."

Apesar do caso extraconjugal, Cláudio não tem crise no relacionamento com a mulher. "Ele comparece. Até o que recebi (dos capítulos), eles têm uma vida gostosa. Ela é apaixonada por ele e o defende", contou Suzy Rêgo ao jornal O Estado de S.Paulo. Klebber Toledo diz que Leonado não forçará o amado a sair do armário. "Ele se sente sozinho. Naturalmente, vai querer mais atenção. Porém, ele não tem essa tendência de chantagear", analisa o ator. Quem infernizará a vida o cerimonialista é Téo Pereira (Paulo Betti), colunista social que tentada desvendar o segredo. O casal gay também vão se ver, sem querer, em outras ocasiões, mas vão disfarçar. "No encontro fora, eles conversam normalmente", afirma Klebber.

No desenrolar da trama, Cláudio terá de lidar com a homofobia do filho, interpretado por Joaquim Lopes Enrico. "Acho que a homofobia parte de uma circunstância muito específica. Ele tem essa ligação forte com o pai. Ele se sente traído, não reconhece mais aquele cara que conhecia desde pequeno. Acho que é uma pessoas estranha. Isso que o faz ter essa reação. Acho que nenhuma pessoa em sã consciência tem atitude de preconceito de maneira racional. Tem de ser muito insegura para fazer esse sentimento aparecer", aposta Joaquim.

O elenco da nova novela das 21h, Império, participou de festa neste sábado (19) para celebrar o lançamento da trama no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro. Com direito a muito luxo, a festa aconteceu na tribuna de honra, local reservado a grandes eventos do turfe brasileiro e contou com presenças como as de Lilia Cabral, Drica Moraes e José Mayer.

A novela de Aguinaldo Silva conta a história uma família que briga para conseguir administrar o império construído por José Alfredo (Alexandre Nero). No capítulo de hoje, o passado será mostrado para que se entenda como tudo começou. 

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'Império' substitui 'Em Família' a partir de 21 de julho

A dona de casa Eliane (Vanessa Giácomo) se encanta pelo cunhado José Alfredo assim que o encontra pela primeira vez (Chay Suede). O clima entre os dois esquenta e eles resolvem fugir. A morena deixa uma carta para o marido Evaldo (Thiago Martins) falando da fuga e a irmã Cora (Marjorie Estiano) convence Eliane a não ficar. 

Evaldo sabe de toda verdade e, furioso, descobre que a esposa está grávida, mas não sabe de quem é o pai. Cora diz que a irmã foi abusada pelo cunhado. Quando Zé Alfredo está na rodoviária esperando a amada para fugir, ele conhece um homem misterioso que promete mudar sua vida. Os dois viajam até o Monte Roraima e entram num garimpo de diamantes, começando a partir daí, todo o Império.   

‘Império’ começa nesta segunda-feira (21), às 21h15.

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