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Cansaço frequente, pigarro constante na garganta e mau cheiro permanente. A pergunta não era se o então estudante de design André Paiva, na época com 26 anos, gostaria de largar o cigarro e os malefícios por ele provocados, mas como. Natural de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o jovem encontrou a resposta na abundância de ervas da feira de sua cidade. “Fiz algumas pesquisas e descobri uma combinação muito utilizada pelos índios para trazer relaxamento e maior percepção dos sentidos, chamada Kumbayá”, lembra. Sem tabaco, a composição com participação majoritária da camomila, associada à alfazema, erva doce, sálvia, flor de girassol, patchouli, alecrim e rosa vermelha foi uma importante ferramenta para André que trocasse uma carteira diária de cigarro industrial pelo blend de ervas. “Um ano depois, só consumo cigarro artesanal, embora meu objetivo seja parar completamente”, comenta. 

Para André, a prática deu tão certo que virou negócio. Formado em design, ele agora concilia a profissão de formação à artesania de cigarros compostos por ervas. “A demanda apareceu e criamos a Black Phillip, um selo de cigarros artesanais. Com R$ 12, é possível adquirir doze unidades, embaladas com seda e já contando com filtro orgânico”, comenta. O Kumbayá, de acordo com André, também provoca sensação de relaxamento nos usuários e não causa nenhum tipo de alucinação. “Muitos clientes relatam que fumam para dormir. O efeito tranquilizante se deve à presença da camomila, que baixa a pressão. Além disso, essa erva foi escolhida para integrar o blend por possuir uma queima menos agressiva”, completa.

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Camomila é a principal componente do Kumbayá. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)

Produzido exclusivamente com ervas compradas na feira de Caruaru, o Black Phillip Kumbayá é resultado da secagem, limpeza e corte à tesoura de cada planta. “Sem dúvida, é um método mais demorado do que a trituração, mas é a forma que temos de manter o óleo essencial dessas substâncias, o que maximiza benefícios como o cheiro agradável da fumaça”, coloca André. Apesar disso, André planeja parar de comercializar o produto. “O Black Phillip não nasceu para novos fumantes, mas para velhos fumantes que querem ter uma vida nova”, conclui. 

Para a estudante Maria Augusta Vasconcelos, o impulso para largar o cigarro veio com a gravidez. “Procurei o Black Phillip na tentativa de evitar a nicotina e seus prejuízos ao bebê. Ele acabou funcionando como uma transição. Um mês após o parto, parei definitivamente de fumar”, comemora.

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Nem sempre, contudo, é fácil largar o cigarro. De acordo com o pneumologista e coordenador do Programa de Tabagismo do Ambulatório Maria Fernanda do Real Hospital Português, Blancard Torres, a progressiva troca do cigarro convencional por opções menos danosas com a finalidade de vencer o vício deve ser acompanhada por um especialista. “Seria uma boa ideia usar ervas conhecidas para substituição da nicotina e para vencer uma depedência que também é comportamental. Ainda assim, é necessário que um médico determine as dosagens", explica. Além disso, o médico alerta para produtos falsamente comercializados como isentos de nicotina. “É preciso constatar que se a substância que está sendo utilizada para realizar a transição realmente não possui produtos tóxicos. É comum que alguns de nossos pacientes recorram a, por exemplo, cigarros eletrônicos que carregam nicotina de forma escusa, contribuindo para a manutenção da dependência”, comenta. 

O médico esclarece ainda que, mesmo artesanal, o cigarro faz mal à saúde. “Nossas vias respiratórias não foram feitas para respirar nada diferente de oxigênio. Sendo assim, qualquer fumaça é capaz de irritá-las e causar reações como tosse, falta de ar, bronquispasmos, bem como facilitar processos de pneumonia”, afirma. Assim sendo, os interessados em buscar tratamento para vencer o tabagismo, podem procurar o ambulatório Maria Fernanda, que oferece um programa gratuito de combate ao fumo. “Os atendimentos acontecem das 10h às 11h, às quintas e sextas. É só chegar, não é necessário ter ficha”, acrescenta o Dr. Blancard.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por regulamentar os produtos que contém tabaco, mas ainda não possui nenhuma recomendação a respeito de fumos compostos por ervas.

Serviço//Ambulatório Maria Fernanda do Real Hospital Português

Endereço: Avenida Agamenon Magalhães, 4760, Paissandu, Recife

Atendimentos:  das 10h às 11h, às quintas e sextas

Informações: (81) 3416-1122

 

O Náutico viveu dois tempos distintos na partida contra o Central, nesta quarta-feira (15), pela 10ª rodada do Estadual. No primeiro tempo, com várias chances criadas, o time não tinha poder de finalização, com Jefferson Berger praticamente apagado. Já na segunda etapa, com a substituição dele por Phillip, o Timbu soube aproveitar as chances que teve. Porém, a deficiência , dessa vez, foi no setor de criação, já que a bola só chegou ao ataque duas vezes, justamente nos dois gols de Siloé.

O técnico Waldemar Lemos comentou, ao término da partida, esta dificuldade da sua equipe. “No primeiro tempo a gente só não conseguiu fazer o gol, mas a partida tem 90 minutos ós persistimos. Esta é uma característica muito forte do Náutico. Na segunda etapa, com a entrada do Phillip, realizamos o que a gente queria”, afirmou.

Depois de muito tempo, este foi o primeiro jogo que o Náutico não teve nenhum desfalque para a próxima partida, já que nenhum atleta saiu lesionado e ninguém recebeu sequer um cartão amarelo. “Isso nos dá tranquilidade para pensar e ter calma para trabalhar. Espero que isso se repita”, declarou o técnico alvirrubro.

Quase na metade da competição, o treinador alvirrubro disse estar bastante satisfeito com o desempenho da equipe, que vai passar o Carnaval na segunda colocação. “Fico triste, pois achava que seria o ano do Givanildo (Cascata) e do Rogério. Mas temos que levantar a cabeça. Estou satisfeito por colocar a juventude em campo, como Phillip, Douglas e Gustavo”, concluiu Waldemar Lemos.

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