Tópicos | Portuguesa

Respaldada por uma liminar judicial que lhe garantiria o direito de disputar o Campeonato Brasileiro de 2014, depois de ter sido rebaixada para a Série B ao ser punida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a Portuguesa enviou nesta quinta-feira (6) um representante à sede da CBF, no Rio de Janeiro, com o objetivo de participar do Conselho Arbitral da competição. A reunião conta com a presença de integrantes de todos os 20 clubes hoje confirmados na elite nacional e serve para discutir a fórmula de disputa do torneio.

Ricardo Cabezon se apresentou como representante jurídico da Portuguesa e, na porta da sede da CBF, na Barra da Tijuca, avisou: "Estou tentando entrar no prédio, porque essa liminar me autoriza". E, depois de conversar rapidamente com jornalistas que estavam na porta do local, ele ingressou no prédio da entidade para cobrar a sua participação na reunião sobre o Brasileirão.

##RECOMENDA##

Com a esperança de garantir na Justiça o direito de jogar o Brasileirão de 2014, depois de ter sido punida com a perda de quatro pontos pela suposta escalação irregular do meia Héverton, na rodada final da edição passada da competição, a Portuguesa está confiante de que poderá voltar a jogar na divisão de elite neste ano.

Por apostar que ainda tem chance de jogar o Brasileirão, a Lusa mostrou surpresa nesta semana por não ter sido convidada pela CBF para participar do Conselho Arbitral da competição. O Fluminense, que escapou do rebaixamento graças à punição da Lusa, enviou representante à reunião.

"Acho que está errado porque nada está acertado e existe uma indefinição", disse o presidente da Lusa, Ilídio Lico, quando saiu a convocação da CBF para o Conselho Arbitral do Brasileirão. "Se não vai a Portuguesa, o Fluminense também não deveria ir. Estão discriminando a gente."

O Ministério Público de São Paulo pediu nesta quarta-feira a quebra do sigilo bancário e telefônico de todos os envolvidos no caso Lusa. Segundo o promotor de Justiça do Consumidor, Roberto Senise Lisboa, responsável pelo inquérito que investiga a queda da Lusa, existem "fortes indícios de que alguém teve vantagens indevidas" na escalação irregular do meia Héverton, da Portuguesa, na última rodada do Campeonato Brasileiro.

"O período das ligações telefônicas realizadas entre 3 a 27 de dezembro é crucial", disse o promotor, confirmando que pediu a quebra do sigilo bancário ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

##RECOMENDA##

De acordo com as investigações do MP, a CBF enviou um e-mail, via Federação Paulista de Futebol, para a Portuguesa com a punição de Héverton. A mensagem foi aberta, mas, mesmo assim, o jogador foi escalado. Pelo menos seis pessoas sabiam da punição, de acordo com o MP. "Há prova, no inquérito civil, de que a Portuguesa tinha conhecimento do julgamento no dia 6 de dezembro. Essa prova existe ao contrário do que foi falado por alguns dirigentes da Portuguesa", completa.

Senise aponta que o julgamento do jogador Gilberto, também da Portuguesa, no dia 2 de dezembro, será utilizado como termo de comparação para novas conclusões. "A comparação com os procedimentos dessa expulsão é fundamental para entendermos as razões que levaram a Portuguesa a cometer uma falha gritante na escalação do Héverton", afirma o promotor.

Na outra vertente do inquérito, que apontou o descumprimento do Estatuto do Torcedor na punição da perda de quatro pontos imposta à Portuguesa pelo STJD, o promotor reafirmou a intenção de entrar com uma ação civil pública. Em outras palavras, a decisão será da Justiça.

Na segunda-feira, o órgão propôs um Termo de Ajustamento de Conduta, ou seja, a devolução dos quatro pontos à Portuguesa e a anulação do julgamento do STJD. A CBF recusou-se a assiná-lo. "A CBF sabia os riscos da opção que fez. Questionamos a legalidade dos atos praticados pela CBF", diz Senise.

Argel Fucks foi oficialmente apresentado nesta terça-feira (4), no Canindé, como novo técnico da Portuguesa. Contratado para o lugar de Guto Ferreira, o treinador chegou exibindo um discurso confiante e não escapou de comentar o fato de que o clube luta para se manter, por meio da Justiça, na elite do futebol brasileiro. Ao falar sobre o assunto, o comandante disse ter a convicção de que a Lusa disputará novamente a Série A, depois de ter sido rebaixada por causa da punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que penalizou o clube por causa da suposta escalação irregular do meia Héverton da rodada final do último Brasileirão.

"Não tenho dúvida nenhuma de que a Portuguesa vai jogar a Série A do Brasileiro. Até porque se não jogar não vai ter campeonato", acredita Argel, que foi além ao dizer que "um crime como esse não vai acontecer em um ano de Copa do Mundo".

##RECOMENDA##

Ex-zagueiro com passagens por Internacional, Santos, Palmeiras e Cruzeiro, Argel também vestiu as camisas de Porto e Benfica, pelos quais se sagrou campeão português. Já como técnico, o seu último trabalho foi pelo Criciúma, clube que ajudou a manter na elite do Campeonato Brasileiro em 2013. Antes disso, ele treinou Mogi Mirim, Guarani, Avaí e Figueirense.

Ao comentar a atual situação da Portuguesa no Campeonato Paulista, no qual a equipe amarga a lanterna do Grupo C, com um ponto em cinco jogos, Argel lembrou que também conseguiu reverter situação adversa anteriormente sob o comando do Criciúma.

"Quando assumimos o Criciúma na Série A, a situação era parecida e conseguimos. Aqui na Portuguesa o objetivo é o mesmo. Só depois vamos pensar no segundo semestre. Neste momento, o futebol não tem tempo, tem pressa, e trabalharemos muito para dar uma resposta já nesta quarta-feira, com uma equipe competitiva e aguerrida, pois assim alcançaremos os resultados", disse o treinador, se referindo ao jogo diante do Atlético de Sorocaba, às 19h30 desta quarta, fora de casa, pela sexta rodada do Paulistão. "Precisamos fazer nosso resultado e somar mais 14 ou 15 pontos para permanecer (na elite do Paulistão)", projetou o comandante, que assinou contrato para dirigir a Lusa até o final desta temporada.

Cinco horas após aceitar o pedido de demissão do técnico Guto Ferreira, a direção de futebol da Portuguesa acertou o seu novo comandante: é Argel Fucks, de 39 anos. Ele já assume nesta segunda-feira e promete dirigir o time contra o Atlético Sorocaba, na quarta, em Sorocaba, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.

O acerto foi feito rapidamente pelo diretor Fernando Gomes. O nome já parecia ser consenso dentro do clube, que precisa agora de um "técnico com espírito salvador". A dúvida era com relação à duração do contrato porque a proposta inicial era de um contrato de apenas quatro meses, suficiente para a disputa do Paulistão.

##RECOMENDA##

Argel, porém, exigiu um contrato mais longo para que possa mostrar as suas qualidades dentro do Canindé. O contrato vai até o final do ano, dando tempo do técnico comandar o time também no Campeonato Brasileiro - da Série B ou da Série A. Junto com o técnico chegará ao clube o auxiliar Galeguinho porque eles trabalham juntos há muito tempo. Os valores do acordo não foram revelados.

No ano passado, Argel salvou o Criciúma da queda para a Série B do Campeonato Brasileiro. Antes disso, fez o mesmo com o Red Bull, time-empresa que disputa a Série A2 paulista e corria risco de queda para a Série A3.

O ex-zagueiro revelado pelo Internacional, com passagens por grandes clubes como Palmeiras, Santos e Cruzeiro, também atuou no Japão e em Portugal. Gaúcho da pequena cidade de Santa Rosa, tem 39 anos e sabe que terá um novo desafio na carreira de treinador. "Esta é a rotina do técnico. Ninguém troca de comando se as coisas não vão bem. O grupo da Portuguesa é bom, talvez,precisa de uma ou duas peças, mas vamos buscar e recuperar o time", prometeu.

A sua característica como técnico é parecida com a de jogador: trabalho duro, cobra seus jogadores e busca os resultados positivos.

Sem ver perspectivas de melhorar o trabalho no clube, Guto Ferreira não é mais técnico da Portuguesa. Após a derrota na manhã deste domingo para o Audax por 4 a 2, em Osasco (SP), pela quinta rodada do Campeonato Paulista, o treinador conversou com os dirigentes e pediu para deixar o clube. Ele foi um dos maiores responsáveis por livrar, em campo, a equipe da queda para a Série B do Brasileiro.

"Todos nós sabemos das dificuldades que a Portuguesa está passando. Não se tem outra saída, temos que fazer mais gols do que os nossos adversários para o resultado acontecer", comentou o treinador após a derrota, em Osasco, em tom de despedida, o que aconteceu à tarde.

##RECOMENDA##

Contratado no final de julho de 2013, ele sabia que não teria facilidades, mas que precisava livrar a Portuguesa do rebaixamento, o que aconteceu. Mas a polêmica envolvendo Portuguesa e Flamengo, no final da temporada, atrasou o planejamento para 2014, já que o time ainda não recebeu a cota de televisão. Com isso, não consegue acertar o time.

Com o mau início no Paulistão, a diretoria aceitou o pedido do treinador, que deixa o time na lanterna do Grupo C, com apenas um ponto conquistado em quatro jogos disputados. Jorginho, ex-Ponte Preta, Geninho, ex-Sport, e Argel Fucks, ex-Criciúma, estão cotados.

Duas liminares concedidas nesta sexta-feira pela 42.ª Vara Cível de São Paulo suspenderam o julgamento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que retirou quatro pontos da Portuguesa por causa da escalação do meia Héverton e, consequentemente, rebaixou o clube à Série B do Campeonato Brasileiro. Na ação civil coletiva ajuizada pela Associação Brasileira do Consumidor, o juiz Marcello do Amaral Perino fixou ainda multa diária à CBF, limitada a 30 dias, de R$ 500 mil em caso de descumprimento.

Na decisão, o magistrado alega que, para determinar o valor da multa, levou "em consideração o poderio econômico da ré". Ainda de acordo com o juiz, o dinheiro deverá ser revertido para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Na prática, a CBF só tem de cumprir a decisão a partir do dia 20 de fevereiro, data final para publicação da tabela do Série A.

##RECOMENDA##

"Acreditamos que essa liminar a CBF não vai conseguir derrubar por causa da argumentação que usamos", disse à reportagem o presidente da Associação Brasileira do Consumidor, Marcelo Segredo. "Analisamos as liminares anteriores e percebemos que o pessoal estava só batendo na decisão do STJD. Mas o problema é que você só pode penalizar uma pessoa a partir do momento que ela tem conhecimento da decisão judicial. O jogo foi domingo e a decisão de que o Héverton não podia jogar só saiu na segunda-feira", completou.

Em seu despacho, o juiz questiona justamente a publicidade do julgamento que suspendeu o jogador. "A decisão proferida pela Justiça Desportiva - que aqui se discute - desrespeitou o disposto no artigo 35, caput e parágrafo 2o, do Estatuto do Torcedor, na medida em que não verificou com correção a data em que foi publicada a suspensão do atleta Héverton. Efetivamente, a data da publicidade da referida decisão se deu em momento posterior ao jogo contra o Grêmio".

A outra liminar concedida nesta sexta foi ajuizada pelo advogado Bruno Henriques Capelo. O vice-presidente jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro de Barros, não quis comentar a concessão das novas liminares. "São ações de torcedores e pessoas interessadas no caso. A Portuguesa não tomou nenhuma iniciativa", esquivou-se.

A posição de Barros reflete o distanciamento que o clube quer manter em relação às liminares por temer represálias da Fifa. Na última segunda, a entidade enviou comunicado à CBF pedindo esclarecimentos sobre a indefinição dos clubes rebaixados no Campeonato Brasileiro. Para evitar desgastes no ano da Copa do Mundo e acelerar a definição da próxima edição do Campeonato Brasileiro, a Fifa pode responsabilizar os clubes pela ação dos torcedores na Justiça.

O promotor Roberto Senise Lisboa, responsável pelo inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) para avaliar irregularidades no rebaixamento da Portuguesa à Série B do Campeonato Brasileiro, afirmou, em entrevista para Rádio Bandeirantes, que há "fortes indícios" de que alguém recebeu dinheiro dentro do próprio clube do Canindé para que o meia Héverton fosse escalado na rodada final da competição de 2013, contra o Grêmio, mesmo estando suspenso por dois jogos, consequentemente em situação irregular.

Lisboa destacou que o MP ainda não tem as provas de que, de fato, alguém da Lusa foi pago para ajudar a omitir o resultado do julgamento que puniu o atleta, mas enfatizou que considera "esquisito o clube falar que não sabia da suspensão do jogador apenas na última rodada do Campeonato Brasileiro". Ele lembrou que o MP concluiu que a Portuguesa tinha conhecimento, desde o dia 3 de dezembro, de que Héverton seria julgado em 6 de dezembro, dois dias antes do jogo contra o Grêmio, no Canindé, assim como algum representante do clube soube, com antecedência ao confronto, da punição de dois jogos aplicadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

##RECOMENDA##

"Há indícios de que alguém no clube acabou obtendo uma vantagem e prejudicando a Portuguesa. O que é certo é que o técnico Guto Ferreira não sabia da situação do jogador. Ao que tudo indica houve algum problema no meio do caminho, na comunicação no clube", disse o promotor do MP, que mais tarde enfatizou: "A questão é quem ganhou dinheiro com isso, e alguns indícios apontam para isso. A máfia no futebol não esta restrita apenas ao apito".

Por causa da escalação de Héverton diante do Grêmio, a Portuguesa foi punida com a perda de quatro pontos em julgamento no STJD e acabou rebaixada para a Série B. A decisão acabou salvando o Fluminense da queda, mas Lisboa evita apontar o clube do Rio como um provável pagador da propina para "alguém da Portuguesa" que teria prejudicado o próprio clube ao omitir a informação da suspensão do jogador.

Na última sexta-feira, Lisboa adiantou que o MP concluiu, em seu inquérito, que a Portuguesa foi notificada da punição a Héverton. "A CBF enviou um e-mail, via Federação Paulista de Paulista, para a Portuguesa. Essa mensagem foi aberta, mas, mesmo assim, o jogador foi escalado. Ou seja, alguém não levou a informação adiante como deveria ter feito para que o clube não fosse punido", disse o promotor, naquela ocasião, na qual depois ressaltou: "Há prova, no inquérito civil, de que a Portuguesa tinha conhecimento do julgamento no dia 6 de dezembro. Essa prova existe, ao contrário do que foi falado por alguns dirigentes da Portuguesa nos últimos dias".

Os dirigentes da Portuguesa sabiam da punição de dois jogos aplicada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ao jogador Héverton dois dias antes de o clube escalar o meia em situação irregular contra o Grêmio. Essa é uma das conclusões do inquérito aberto pelo Ministério Público para avaliar irregularidades no rebaixamento da Portuguesa.

"A CBF enviou um e-mail, via Federação Paulista de Paulista, para a Portuguesa. Essa mensagem foi aberta, mas, mesmo assim, o jogador foi escalado. Ou seja, alguém não levou a informação adiante como deveria ter feito para que o clube não fosse punido", explica o promotor Roberto Senise Lisboa, responsável pelo inquérito.

##RECOMENDA##

"Há prova, no inquérito civil, de que a Portuguesa tinha conhecimento do julgamento no dia 6 de dezembro. Essa prova existe ao contrário do que foi falado por alguns dirigentes da Portuguesa nos últimos dias", completa.

A descoberta do Ministério Público fortalece uma nova frente de investigação: saber as razões que levaram a Portuguesa a escalar o jogador mesmo com conhecimento da punição. Algo como um esquema Héverton. "Desde o princípio, tínhamos indícios de que algumas ilhas não se encaixavam", diz o promotor.

Essa nova frente de investigação corre paralelamente à questão central: a punição imposta à Portuguesa desrespeita o Estatuto do Torcedor por não ter sido publicada no site da CBF.

Na quinta-feira, o MP aguarda a presença de um representante da confederação para propor um Termo de Ajustamento de Conduta, ou seja, a devolução dos quatro pontos à Portuguesa e a anulação do julgamento do STJD. Se a CBF não aceitar, o MP vai entrar com uma ação civil pública e levar a decisão à justiça. "Acho improvável que a questão seja resolvida sem nenhuma questão judicial", diz o promotor.

O presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, confirmou, nesta segunda-feira (20), a veracidade dos documentos apresentados em reportagem da ESPN Brasil, na noite do último domingo. De acordo com o dirigente, foi Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quem mandou e-mail ao departamento jurídico da Lusa com um contrato em que o clube paulista receberia um adiantamento de R$ 4 milhões, referente às cotas de televisão do Brasileiro de 2014, e em troca abriria mão da disputa jurídica na Justiça Comum para permanecer na Série A.

"Isso (o contrato) existe. Foi enviado por e-mail. Eu não gostaria que isso tivesse sido divulgado, mas infelizmente foi divulgado. Quando vou na federação vou acompanhado, sempre para mostrar que existe transparência", disse Ilídio, em entrevista à Rádio ESPN.

##RECOMENDA##

Segundo o dirigente, ele mesmo se encontrou com José Maria Marin, presidente da CBF, e Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, padrinho político de Marin e possível candidato à sucessão na CBF. Na reunião, pediu ajuda financeira. Só não esperava a chantagem.

"O ex-presidente da Portuguesa (Manuel da Lupa) antecipou 80% da cota do Paulista. Então a gente recorreu a quem é de direito. As federações são mantidas pelos clubes. Pedimos para nos ajudar. Ele falou: 'Vou te arrumar R$ 4 milhões'. Fiquei feliz, né? Ele falou: 'Vou te mandar o contrato' e chegou esse contrato. Seria um empréstimo, mas a gente não esperava as cláusulas que vieram", explicou Ilídio.

O dirigente afirma que tem como provar que a CBF tentou chantagear a Portuguesa. "O contrato está assinado. Veio do e-mail da CBF. Temos o e-mail. É uma prova, naturalmente", afirmou. Questionado se o e-mail veio de Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da Confederação, Ilídio disse que sim.

Diante da circunstância, o presidente da Portuguesa se mostrou revoltado com a história toda. "Quando vimos o contrato a gente ficou indignado. Tanto eu quanto as pessoas que viram. Muito deles ficaram revoltados, pelas cláusulas. É lamentável que aconteça com a Portuguesa. Esse contrato é indecente, indecente, revoltante. A gente já está nervoso aí vem um contrato desse. É para tirar proveito da situação", denunciou.

EXPLICAÇÕES - O procurador geral do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, já preparou um ofício solicitando explicações da CBF sobre o suposto documento, mas manteve a cautela. "Não podemos nos posicionar baseados em hipóteses, mas já solicitei à secretaria do tribunal que fosse enviado um ofício à CBF pedindo que se manifestem sobre o documento", relatou Schmitt à reportagem. O ofício deve chegar à CBF na terça-feira, já que nesta segunda a entidade está fechada por causa do feriado na cidade do Rio de Janeiro, onde está sediada.

De acordo com o documento revelado pela ESPN, a Portuguesa receberia R$ 4 milhões à vista como adiantamento das cotas de TV, sendo que este valor seria devolvido pela Lusa, em dez parcelas de R$ 400 mil, em 2015.

A ESPN Brasil informou que a terceira cláusula do documento traz o seguinte trecho: "Da antecipação de cota por participação em campeonato. A CBF antecipa à Portuguesa a quantia de R$ 4.000.000,00 (R$ 4 milhões) em moeda corrente nacional, por conta de sua participação na Série B de 2014, cujo recebimento é, neste ato, por ela confirmado, tendo em vista depósito na conta corrente de titularidade da Portuguesa".

Uma outra cláusula do documento prevê também a confidencialidade sobre o acordo, sendo que o mesmo termina com os espaços para as assinaturas de José Maria Marin, presidente da CBF, e Ilídio Lico, presidente da Portuguesa.

ENTENDA O CASO - Punida com a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Héverton no jogo contra o Grêmio, no Canindé, a Lusa segue lutando para permanecer na elite nacional. Depois de ter recorrido da sentença inicial do STJD, o clube também não teve sucesso ao ser julgada novamente pelo Pleno do tribunal, no final do ano passado.

A decisão do STJD, porém, vem provocando uma série de liminares por meio de ações impetradas por torcedores na Justiça Comum. No último dia 10, o juiz Marcello do Amaral Perino, da 42ª Vara Cível Central de São Paulo, concedeu liminar obrigando a CBF a devolver os quatro pontos retirados pela escalação supostamente irregular de Héverton na partida contra o Grêmio.

Ao punir a Lusa, o STJD se baseou na legislação esportiva e não levou em conta o que determina o Estatuto do Torcedor. Foi com base nisso que torcedores levaram a causa à Justiça Comum. A ação que beneficiou a Portuguesa foi interposta por Artur Monteiro Vieira, defendido pelo advogado Leonardo Cesar Montes Dainese.

A decisão do STJD de punir a Portuguesa com quatro pontos acabou salvando o Fluminense, que se safou no tapetão de sua queda dentro de campo para a Série B.

O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já se manifestou para cobrar a CBF, depois de ter surgido, na noite do último domingo, a informação de que a entidade pagaria R$ 4 milhões como adiantamento das cotas de TV à Portuguesa, com o objetivo de "calar" o clube, que assim abdicaria de entrar na Justiça contra o seu rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013.

No último domingo, a ESPN Brasil apresentou um documento, enviado em 13 de janeiro para a Lusa, segundo o qual a CBF propôs um acordo para que o clube paulista acate a decisão do STJD, que puniu o clube do Canindé com a perda de quatro pontos pela escalação supostamente irregular do meia Héverton na rodada final do ultimo Brasileirão.

##RECOMENDA##

O procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, já preparou um ofício solicitando explicações da CBF sobre o suposto documento, mas manteve a cautela. "Não podemos nos posicionar baseados em hipóteses, mas já solicitei à secretaria do tribunal que fosse enviado um ofício à CBF pedindo que se manifestem sobre o documento", relatou Schmitt à Agência Estado.

O ofício deve chegar à CBF na terça-feira, já que nesta segunda a entidade está fechada por causa do feriado na cidade do Rio de Janeiro, onde está sediada.

De acordo com o documento revelado pela ESPN, a Portuguesa receberia R$ 4 milhões à vista como adiantamento das cotas de TV, sendo que este valor seria devolvido pela Lusa, em dez parcelas de R$ 400 mil, em 2015. No entanto, o clube não teria aceitado a suposta proposta, que visaria a desistência do time de qualquer ação na Justiça Desportiva e também na Justiça Comum para evitar o seu rebaixamento.

A ESPN Brasil informou que teve acesso a uma cópia do documento enviado pela CBF, hoje em mãos da Portuguesa, e a terceira cláusula do mesmo traz o seguinte trecho: "Da antecipação de cota por participação em campeonato. A CBF antecipa à Portuguesa a quantia de R$ 4.000.000,00 (R$ 4 milhões) em moeda corrente nacional, por conta de sua participação na Série B de 2014, cujo recebimento é, neste ato, por ela confirmado, tendo em vista depósito na conta corrente de titularidade da Portuguesa".

Uma outra cláusula do documento prevê também a confidencialidade sobre o acordo, sendo que o mesmo termina com os espaços para as assinaturas de José Maria Marin, presidente da CBF, e Ilídio Lico, presidente da Portuguesa.

ENTENDA O CASO - Punida com a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Héverton no jogo contra o Grêmio, no Canindé, a Lusa segue lutando para permanecer na elite nacional. Depois de ter recorrido da sentença inicial do STJD, o clube também não teve sucesso ao ser julgada novamente pelo Pleno do tribunal, no final do ano passado.

A decisão do STJD, porém, vem provocando uma série de liminares por meio de ações impetradas por torcedores na Justiça Comum. No último dia 10, o juiz Marcello do Amaral Perino, da 42ª Vara Cível Central de São Paulo, concedeu liminar obrigando a CBF a devolver os quatro pontos retirados pela escalação supostamente irregular de Héverton na partida contra o Grêmio.

Ao punir a Lusa, o STJD se baseou na legislação esportiva e não levou em conta o que determina o Estatuto do Torcedor. Foi com base nisso que torcedores levaram a causa à Justiça Comum. A ação que beneficiou a Portuguesa foi interposta por Artur Monteiro Vieira, defendido pelo advogado Leonardo Cesar Montes Dainese.

A decisão do STJD de punir a Portuguesa com quatro pontos acabou salvando o Fluminense, que se safou no tapetão de sua queda dentro de campo para a Série B.

Na estreia do técnico Mano Menezes, de volta ao comando do Corinthians, o time mostrou disposição para apagar a imagem negativa do ano passado, de não conseguir balançar as redes. Assim, venceu a Portuguesa por 2 a 1, neste domingo, no Canindé, pela primeira rodada do Campeonato Paulista.

O jogo começou movimentado. Logo aos dois minutos, após uma cobrança de falta de Romarinho, o zagueiro Gil recebeu de cabeça e marcou, mas ele estava em posição de impedimento e gol foi anulado. Na sequência, a Portuguesa foi ao ataque e obrigou o goleiro Walter a fazer uma grande defesa.

##RECOMENDA##

Depois de alguns lances para os dois lados e bastante movimentação nos primeiros minutos da partida, o Corinthians começou aos poucos a dominar o jogo. O estreante Uendel, aos oito minutos, fez uma bela jogada driblando a zaga da Lusa, mas não conseguiu concluir o lance. Logo depois, o volante Guilherme arriscou um chute forte de longe, mas goleiro Gledson afastou.

A Portuguesa tentava responder. Aos 12 minutos, depois de um cruzamento, Leandro recebeu a bola dentro da área corintiana, mas desperdiçou a chance ao chutar para fora. Apesar o lance, o Corinthians seguiu com maior domínio de bola.

Aos 23 minutos, o Corinthians teve outra boa chance em uma jogada que rendeu bronca de Mano Menezes a Danilo. O meia recebeu passe do peruano Guerrero, invadiu a área e, ao invés de chutar, optou em tocar para Romarinho, que viu a defesa afastar. O treinador ficou irritado, dizendo que o jogador deveria ter chutado ao gol.

Aos 26 minutos, Romarinho, que já tinha mostrado vontade ao participar do lance do gol impedido no início do jogo, começou a se destacar em campo, ao dar um belo drible no zagueiro da Lusa. Apesar disso, ele não conseguiu concluir a jogada com sucesso. Logo depois, o mesmo atacante passou por dois marcadores e sofreu falta de Bryan, que levou cartão amarelo.

Foi, então, que, com um cruzamento do lateral Uendel para a área, Romarinho finalmente conseguiu abrir o placar aos 34, de cabeça. O Corinthians ampliou a vantagem cinco minutos depois, com Guilherme, que também fez de cabeça após cruzamento de Edenílson.

Mas a Lusa mostrou que ainda estava viva no jogo e, já aos 47 minutos, conseguiu diminuir a vantagem corintiana. Leandro cruzou rasteiro para Henrique marcar. A bola ainda desviou no zagueiro Gil e enganou o goleiro Walter. Foi o último lance do primeiro tempo.

A segunda etapa começou de novo com o Corinthians melhor. Logo aos dois minutos, teve chances de aumentar o placar com Guerrero, que recebeu em velocidade e tentou encobrir Gledson, mas a bola subiu demais. Aos cinco, o peruano teve outra oportunidade, arriscou de fora da área no canto direito, mas viu o goleiro da Portuguesa conseguir buscar e jogar para escanteio.

O Corinthians continuou pressionando. Após um erro de Bryan, Guilherme chutou rasteiro e a bola passou muito perto da trave. Aos 24 minutos, Uendel deixou o marcador no chão e chutou na trave.

A Portuguesa tentou responder e, aos 25 minutos, teve uma boa oportunidade de empatar o jogo, mas o goleiro Walter impediu. Wanderson entrou na área praticamente sozinho e chutou em cima de Walter, que depois conseguiu defender o chute de Carlos Alberto no rebote.

A partida ganhou velocidade. E o Corinthians continuou indo para cima. Aos 26 minutos, por exemplo, Guerrero recebeu na área, mas foi travado. Emerson, que tinha entrado no lugar de Romarinho, pegou a sobra e tentou driblar, mas foi derrubado e pediu pênalti. O árbitro, porém, nada marcou.

Os dois técnicos resolveram mexer nos times. Na Portuguesa, Caio entrou no lugar de Leandro e Jean Mota substituiu Carlos Alberto. Já no Corinthians, Rodriguinho saiu para a entrada de Douglas e Alexandre Pato pegou a vaga de Guerrero. Após as alterações, o jogo continuou com mais alguns lances de perigo para os dois lados, mas acabou com a vitória corintiana na estreia do Paulistão.

FICHA TÉCNICA:

PORTUGUESA 1 x 2 CORINTHIANS

PORTUGUESA - Gledson; Diego Augusto, Valdomiro, Régis e Bryan; Renan, Diego Silva (Bruninho), Carlos Alberto (Jean Mota) e Wanderson; Leandro (Caio) e Henrique. Técnico: Guto Ferreira.

CORINTHIANS - Walter; Edenílson, Gil, Paulo André e Uendel; Ralf, Guilherme, Rodriguinho (Douglas) e Danilo; Romarinho (Emerson) e Guerrero (Alexandre Pato). Técnico: Mano Menezes.

GOLS - Romarinho, aos 34 minutos, Guilherme, aos 39, e Henrique, aos 47 minutos do primeiro tempo.

ÁRBITRO - Guilherme Ceretta de Lima (SP).

CARTÃO AMARELO - Bryan.

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio do Canindé, em São Paulo.

A Portuguesa aposta todas as suas esperanças de voltar à Série A do Campeonato Brasileiro no inquérito instaurado na última quarta-feira (8) pelo Ministério Público de São Paulo, que pretende investigar a punição da perda de quatro pontos imposta ao clube pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa da escalação irregular do meia Héverton. Por isso, a Lusa não considera, pelo menos por enquanto, recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS), instância máxima da justiça desportiva mundial, ou à Justiça comum.

"Desde o julgamento no STJD, nós afirmávamos que não haveria como a Portuguesa ser punida se fosse julgada de uma maneira isenta e técnica. O Ministério Público é o fiscal da lei e, nesse momento, sua atuação é suficiente para a Portuguesa", diz Orlando Cordeiro de Barros, vice-presidente jurídico do clube. "A Portuguesa não precisa ir ao tribunal internacional, e não precisa ir para a Justiça comum. Desde o início, iríamos percorrer o caminho desportivo e percorremos."

##RECOMENDA##

Na esfera esportiva, o caminho para a Portuguesa seria recorrer à CAS, na Suíça. Outra possibilidade seria a Justiça comum, caminho escolhido por vários torcedores. O movimento "Todos Vamos à Luta", que oferece assessoria jurídica aos torcedores que queiram agir nesse caso, projeta que mais de 2.500 ações sejam protocoladas. O clube, no entanto, não fez nenhum movimento oficial rumo à Justiça comum.

A Promotoria do Direito do Consumidor decidiu abrir inquérito por entender que houve irregularidade na punição da perda de quatro pontos no Campeonato Brasileiro, como decretou o STJD no julgamento em dezembro. Com essa pena, a Lusa acabou rebaixada para a Série B, o que livrou o Fluminense da queda.

O Estatuto do Torcedor é uma lei federal que determina a necessidade de publicação das punições dos atletas no site da CBF para que elas sejam válidas. A publicação foi feita, mas apenas depois do jogo entre Portuguesa e Grêmio, quando Héverton foi escalado irregularmente, o que estaria correto de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Na visão do MP, o Estatuto do Torcedor, por ser uma lei federal, é superior ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva e, por isso, deveria ter sido respeitado. A CBF e o STJD têm, agora, dez dias para apresentar esclarecimentos ao promotor do caso, Roberto Senise Lisboa.

Se os quatro pontos não forem devolvidos para a Lusa, o MP deve entrar com Ação Civil Pública contra a CBF e o STJD. "Há fortes indícios de que houve irregularidade na punição imposta à Portuguesa", declarou o promotor Roberto Senise Lisboa.

A Portuguesa obteve uma vitória importante na batalha judicial para retornar à Série A do Campeonato Brasileiro. O Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para investigar a punição da perda de pontos pela escalação irregular do meia Héverton, que levou ao rebaixamento.

O Ministério avalia que, como não houve comunicação da punição antes da partida, a pena não tem valor jurídico. "Há fortes indícios de que houve irregularidade", diz Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor. "Existe a possibilidade de a Portuguesa permanecer na Série A", conclui.

##RECOMENDA##

Representantes da CBF, STJD e da Portuguesa foram convocados para participar de uma audiência para apresentar esclarecimentos no dia 22 de janeiro. A partir daí, o MP vai definir o rumo das investigações.

A falha que o Ministério Público pretende investigar se refere à notificação da punição do meia Héverton à Portuguesa. O Estatuto do Torcedor determina a necessidade de publicação da punição no site da CBF para que ela seja válida. No caso do meia da Portuguesa, a punição só foi publicada na segunda-feira, após a partida.

Essa determinação do Estatuto, que é uma lei federal, deve se sobrepor ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva, na visão do Ministério Público. "Se uma pessoa é condenada, sabe da condenação, mas não foi formalmente informada, essa condenação não vale", compara o promotor. "Qualquer estudante de Direito do primeiro semestre aprende que uma lei federal (Estatuto do Torcedor) prevalece sobre normas administrativas (Código Brasileiro de Justiça Desportiva)", afirma.

Lisboa afirma que se a CBF não observar a hierarquia da lei federal, o Ministério Público deverá entrar com medidas judiciais. "O Ministério Público defende os interesses da sociedade. Não estamos olhando quem está sendo beneficiado. Para o ministério, isso é irrelevante", afirma.

Como já era esperado, o polêmico caso de rebaixamento da Portuguesa vai ganhar um novo capítulo e acabar na Justiça comum. O advogado Delmiro Aparecido Goveia entrou nesta quinta-feira (2) com uma ação no Juizado Especial Cível de Mogi das Cruzes, pedindo a devolução dos quatro pontos para a Portuguesa e o cancelamento da multa de R$ 1 mil que o clube deveria pagar pela escalação irregular do meia Héverton.

"Foi uma palhaçada o que a CBF, através do SJTD, fez. Foi um resultado político para favorecer os times cariocas. Os auditores do STJD não foram legalistas. Eles aplicaram o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, mas deveriam aplicar o Estatuto do Torcedor, que está acima da lei esportista", disse Goveia, à reportagem.

##RECOMENDA##

O judiciário está em recesso e só retorna aos trabalhos no dia 6 de janeiro, entretanto, como Goveia pediu uma liminar, é possível que a suspensão da pena seja conquistada nas próximas horas. O advogado registrou no Juizado Especial, porque geralmente ele é mais ágil na execução das ações.

"Eu recebi muito apoio de torcedores e não tenho medo de fazer isso. Se tivesse medo, não seria advogado. Fiz por entender que a lei não foi respeitada. E o justo é que a Portuguesa recupere os pontos. Brasileiro com 24 clubes é outra forma de não respeitarem o Estatuto do Torcedor", explicou o advogado, que já foi presidente do União Mogi, clube de Mogi das Cruzes.

A Portuguesa foi punida por escalar irregularmente o meia Héverton. O jogador foi julgado por uma expulsão na sexta-feira, foi condenado a mais um jogo de suspensão, mas entrou em campo no domingo. A Lusa alegou que só foi notificada da pena na segunda-feira, assim, a punição só caberia neste ano, mas o tribunal não aceitou a justificativa e tirou quatro pontos, sendo três pela escalação irregular e mais um pelo resultado do jogo.

A reportagem tentou contato com representantes da Portuguesa e da CBF, mas eles não foram encontrados. Já o Fluminense e o STJD não quiseram comentar o assunto.

Se o presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, deixou o julgamento que rebaixou o time para a Série B, sexta-feira, dizendo que o clube iria recorrer à Justiça Comum para se manter na elite do futebol brasileiro, o presidente eleito da Lusa prefere manter a cautela. Ilidio Lico, que assume a diretoria no dia 3 de janeiro, ainda não sabe se irá se defender fora da esfera esportiva.

"Não é a Portuguesa que está indo para a Justiça Comum. O que a gente sabe é o sócio-torcedor e a gente fala: 'Vocês façam o que acham melhor'. A gente como dirigente não iria para a Justiça Comum porque a gente precisa ouvir o departamento jurídico e como não assumi ainda não posso responder sem parecer do departamento jurídico", explicou Lico, em entrevista à Rádio Jovem Pan.

##RECOMENDA##

Ele também indicou que deve dispensar o advogado Osvaldo Sestário Filho, que defendeu a Lusa no julgamento que culminou com a suspensão de dois jogos ao meia Heverton, mas que não comunicou o clube sobre o fato. Foi a escalação irregular do jogador que fez a Portuguesa perder pontos e ser rebaixada.

"Claro que esses erros têm que ser analisados. O prejuízo esta sendo muito grande. Não pode ficar mais aqui na Portuguesa quem errou porque é um erro muito grave e quem erra assim não tem responsabilidade. Vamos apurar sim e quem foi o culpado não poderá trabalhar mais conosco na Portuguesa", comentou Lico, sem citar nominalmente o advogado.

Com o rebaixamento definido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a Portuguesa já começa a pensar 2014 de forma diferente. O clube terá uma redução significativa nos valores a receber da Rede Globo pelos direitos de transmissão e, assim, deverá ter um elenco muito mais barato.

"A gente tem que se preparar para uma realidade totalmente diferente do que estávamos pensando. Tínhamos nomes para trazer. Temos que fazer uma coisa mais caseira. O dinheiro é diferente. Estamos pegando o clube ainda com dívidas. Com tudo isso torna-se muito difícil trabalhar agora na Portuguesa. Temos que ter criatividade. Não dá para fazer loucuras", avisou.

A queda da Portuguesa para a Série B do Campeonato Brasileiro foi confirmada pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que negou o recurso do clube nesta sexta-feira (27). O time paulista perdeu quatro pontos pela escalação irregular do meia Héverton na última rodada do Brasileirão, contra o Grêmio, e, assim, caiu para a 17ª colocação.

Um dos pivôs da história acabou sendo o advogado Osvaldo Sestário Filho. Ele acompanhou o julgamento no qual Héverton foi punido com dois jogos de suspensão como representante da Portuguesa e foi acusado pelo clube de não ter avisado a pena - o que teria ocasionado a escalação do atleta na última rodada. Sestário Filho, no entanto, negou a história e garantiu que não se sente culpado pelo rebaixamento do time paulista.

##RECOMENDA##

"De maneira nenhuma. Continuo com a minha consciência tranquila. Até estranho algumas declarações que estão surgindo agora, como o treinador dizendo que sequer sabia que o atleta seria julgado, sendo que o julgamento vai três dias antes para o clube e a Portuguesa me mandou uma cópia da intimação. Fico muito triste porque aconteceu um erro muito grande lá dentro e não sei como isso pôde acontecer, mas estou com a minha consciência muito tranquila. Não tenho o menor problema de consciência em relação ao que aconteceu. Tenho certeza que não fiz nada de errado", disse, em entrevista ao Estado.

O STJD já havia condenado a Portuguesa à perda de quatro pontos no primeiro julgamento, no dia 16 de dezembro, mas o clube entrou com recurso, negado pelo Pleno nesta sexta. Para o Osvaldo Sestário Filho, o resultado já era esperado e não havia o que os representantes do time paulista pudessem fazer.

"O resultado já era esperado, infelizmente. Eu conheço mais ou menos o posicionamento do Pleno e já era esperado. Lamento pelo lado emocional, porque trabalhei com o pessoal da Portuguesa durante nove anos. No aspecto técnico, o Tribunal fez o que tinha de fazer", apontou.

Após o resultado desta sexta, a Portuguesa já admitiu que deve levar o caso à Justiça Comum, o que foi criticado pelo advogado. "Se for para a Justiça Comum, acho que todos perdem: o futebol brasileiro, o STJD e a nossa Justiça. Mas essa não é uma decisão minha, é do clube, que precisa ser muito bem avaliada e eu não tenho de opinar sobre isso."

Por fim, Sestário Filho ainda apontou que pode processar o clube. "Ainda estou absorvendo tudo isso. Meu nome foi muito mal falado. Vou esperar passar as festas de final de ano, mas realmente isso pegou muito mal para mim e para a minha carreira, porque colocou em xeque minha idoneidade. Agora, toda a verdade veio à tona. Vou pensar nisso com muita calma."

O presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, lamentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que confirmou o rebaixamento do time paulista, nesta sexta-feira, e prometeu ir "até o final" para tentar evitar a queda à Série B do Campeonato Brasileiro.

"Rebaixada a Portuguesa ainda não está, né. A gente respeita a decisão. Mas não concorda com ela. Existe um inquérito aberto no Ministério Público. Vai ouvir todo mundo e analisar se a decisão feriu ou não o Estatuto do Torcedor. Se feriu, nós vamos até o final", declarou o dirigente, em entrevista à Sportv.

##RECOMENDA##

"Vamos correr atrás dos direitos da Portuguesa. Futebol se ganha dentro do campo. Agora estão tentando arrumar um jeito de devolver o Fluminense para a Série A. Não é justo que uma caneta coloque a Lusa na Série B", criticou Da Lupa. "Todo mundo do Fluminense chorou no fim do campeonato, agora estão todos comemorando. Eles não têm esse mérito (para disputar a Série A)".

O presidente confirmou a intenção de o clube entrar na Justiça comum. "Vai ter outro julgamento dentro da Justiça comum", afirmou. No entanto, ele deixou em aberto como será esse procedimento, porque deixará o cargo no fim deste mês. Em janeiro, Da Lupa será substituído por Ilídio Lico. "Não sei se o novo presidente tem essa mesma posição", ponderou.

Da Lupa admitiu que um processo na Justiça comum deve atrasar a preparação do time para a próxima temporada. A queda para a Série B vai reduzir o montante que o clube vai receber da CBF, o que vai afetar a contratação de jogadores para 2014. "Não sabemos o que vai acontecer. A rede de televisão não acerta com a gente, porque não temos uma posição. Até com isso tivemos problema."

A Portuguesa não conseguiu reverter o resultado do primeiro julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e teve o rebaixamento à Série B confirmado pelo Pleno do Tribunal, nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Pelo placar unânime de 8 a 0, o time paulista perdeu o recurso e agora pode recorrer à Justiça comum. Existe ainda a possibilidade de o clube apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Os oito auditores confirmaram a pena de quatro pontos imposta à Portuguesa por conta da escalação irregular do meia Héverton na partida contra o Grêmio, válida pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Esta punição havia sido definida em primeira instância, também por unanimidade, por 5 a 0, no dia 16 deste mês. A decisão reiterou a permanência do Fluminense na primeira divisão.

##RECOMENDA##

Pela definição final do STJD, a Portuguesa teve subtraída o ponto conquistado no empate com o Grêmio e mais três como punição pela escalação do atleta em situação irregular. Assim, o time termina o Brasileirão na 17ª colocação, com 44 pontos, dentro da zona de rebaixamento.

O Fluminense, por sua vez, encerra a competição com 46 pontos, no 15º lugar, após os descontos da pontuação do time paulista e do Flamengo, punido em primeira instância também por escalação irregular de jogador - o recurso do Flamengo ainda será julgado nesta sexta-feira.

Os auditores, que não são os mesmos da primeira instância, acompanharam por unanimidade o voto do relator do caso. Décio Neuhaus falou por cerca de 40 minutos antes de confirmar o voto que já estava definido antes da explanação dos advogados da Portuguesa, do Fluminense e do Flamengo e do procurador-geral Paulo Schmitt, segundo revelou.

O relator rebateu a argumentação do advogado João Zanforlin, que citou o "BID da suspensão" e o Estatuto do Torcedor. "Este tribunal vai fazer história a partir de hoje. Chega das brincadeiras nesse país", afirmou o advogado da Portuguesa, ao apelar para a moralidade do julgamento, em detrimento do cumprimento da "letra fria" da regra.

Após ver seus argumentos serem rebatidos pelo relator, Zanforlin viu os demais auditores acompanharem a decisão de Neuhaus. Votaram contra o recurso do clube paulista os auditores Caio César Vieira Rocha, José Arruda Silveira Filho, Miguel Angelo Cançado, Gabriel Marciliano Júnior, Alexander Macedo, Ronaldo Piacente e o presidente do STJD, Flávio Zveiter.

A poucas horas do início do julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, mostrou confiança na permanência do clube na primeira divisão do futebol brasileiro. O dirigente aposta no argumento do "BID da suspensão" para livrar o time paulista da queda no julgamento do Pleno do STJD, nesta sexta-feira.

"Realmente a Portuguesa tem a melhor perspectiva, até porque no último julgamento os auditores trouxeram o voto pronto. Nem analisaram o BID da CBF. Agora já passou um tempo, todo mundo pôde analisar melhor o caso", afirmou Da Lupa, em entrevista ao Sportv.

##RECOMENDA##

O "BID da Suspensão" é um sistema organizado pela CBF e que dá acesso somente à entidade e aos clubes. Ele informa sobre suspensões de jogadores, o que alertaria os times para evitar escalações irregulares. Segundo a Portuguesa, o sistema informava que o meia Héverton, pivô da punição que pode rebaixar o time, tinha condições de jogo e estava livre para entrar em campo na última rodada do Brasileirão.

De acordo com a decisão do primeiro julgamento do STJD, Héverton não tinha condições de jogo porque deveria cumprir o segundo jogo de suspensão na rodada final do campeonato. Como o jogador acabou entrando em campo nos minutos finais da partida contra o Grêmio, a Portuguesa foi punida com a perda de quatro pontos, o que causa sua queda à Série B e evita o rebaixamento do Fluminense.

Da Lupa também aposta na mudança dos auditores em relação ao julgamento em primeira instância. "Sempre temos esperança porque as pessoas que vão julgar são outras. A gente tem bastante fé que eles vão analisar o processo com base no Direito, e não exclusivamente com base em um artigo. Assim, nem precisa de tribunal, quando o tribunal julga, tem que analisar o Direito, as lacunas, o Código Civil".

De acordo com o presidente, a defesa da Portuguesa vai citar o Estatuto do Torcedor. Criado por lei federal, o Estatuto prega que punições e suspensões a jogadores devem ser divulgadas publicamente pela CBF antes das partidas como forma de manter o torcedor bem informado sobre o evento que pretende assistir.

Para defender este ponto, Da Lupa cita o jurista Ives Gandra Martins, que teria dado apoio à demanda do clube. "O Ives Gandra Martins acha que a Portuguesa não tem que se preocupar. Ele diz que ninguém pode ser maior que a Constituição Federal em um país. Nem Fifa, nem CBF é maior que a Constituição. Temos a esperança de ter um julgamento diferente", afirmou o dirigente.

Após chorar pela queda do Fluminense à Série B do Campeonato Brasileiro, Fred minimizou a polêmica decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que devolveu o time carioca à primeira divisão e rebaixou a Portuguesa. Para o atacante, o que importa é que a "lei foi cumprida".

"Se a nossa equipe estivesse na Série B, iríamos jogar com o maior orgulho para colocar o clube no patamar que merece, buscando títulos como fizemos nos últimos três anos quando conquistamos dois. Infelizmente aconteceu um descuido de outra equipe. A lei foi cumprida e, portanto, não tem nada de anormal", disse Fred, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

##RECOMENDA##

Na avaliação do atacante, a decisão do STJD não afeta a credibilidade do futebol brasileiro no exterior, às vésperas da Copa do Mundo. "Seria pior se a lei não fosse cumprida. A lei foi cumprida e é isso que importa", afirma, antes de repetir o argumento ao ser questionado sobre se seria justo a queda da Portuguesa. "A lei foi cumprida e é isso que importa."

O retorno do Fluminense à primeira divisão ainda precisa ser confirmado pelo STJD. A decisão será julgada pelo Pleno do tribunal na sexta-feira desta semana. E vai definir o futuro de Fluminense e Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 2014.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando