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O Banco do Brasil (BB) está na mira do  Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU). A instituição financeira está sendo investigada por denúncias de irregularidades que teriam ocorrido no banco durante a gestão de Rubem Novaes, que teve seu desligamento do BB oficializada no último mês de setembro. 

Segundo reportagem da CNN, o TCU teria recebido do Ministério Público uma ampla documentação que indica interferências na auditoria interna do BB. De acordo com tais documentos, as irregularidades teriam ocorrido na gestão de Rubem Novaes, que apresentou carta de renúncia ao cargo em julho mas só teve seu desligamento efetuado em setembro. 

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Ainda segundo a CNN, a investigação tem como objetivo apurar possíveis irregularidades como interferência na auditoria interna da instituição, o não atendimento à recomendações dos auditores além de nomeações irregulares ao Previ. 

Procurado pelo LeiaJá, o TCU afirmou, por meio de sua Assessoria de Comunicação, que o processo “TC 034.145/2020-6 foi autuado em razão de representação apresentada pelo Ministério Público junto ao TCU; está em andamento no Tribunal e não possui deliberações”.  De acordo com o Tribunal, um requerimento de medida cautelar solicita a apuração de “indícios de irregularidades na atual gestão do Banco do Brasil com relação a ações propensas a fragilizar as estruturas de controle e de governança daquela entidade, em especial, os supostos interesses escusos no desmonte do Comitê de Auditoria Interna em clara afronta à independência desse setor”. Também procurado,  o Banco do Brasil não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. 

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi divulgada no início da noite de sexta-feira (24) por meio de fato relevante do banco.

Segundo fontes do governo, a saída de Novaes está alinhada ao movimento de Bolsonaro de se afastar do núcleo considerado radical. Novaes é ligado ao escritor Olavo de Carvalho, que tem atrapalhado a pauta governista e gerado ruídos com o Poder Legislativo. Recentemente, o presidente do BB questionou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de impedir que o banco faça propaganda em sites acusados de espalhar fake news.

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Além disso, a avaliação na equipe econômica é que o desempenho dele no mercado de crédito teria sido insatisfatório. Novaes se mostrou reticente a atender aos pedidos do presidente de baixar juros em linhas ao consumidor, principalmente no cheque especial, e ampliar a oferta de crédito para atenuar os efeitos da crise.

O comunicado distribuído ao mercado diz que o pedido de renúncia terá "efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".

O fato relevante também diz que Bolsonaro já aceitou o pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco público. Um dos nomes cotados para substituir Novaes é de Hélio Magalhães, atual presidente do conselho de administração do BB. Ele foi presidente do Citi Brasil de 2012 a 2017.

Segundo apurou o Estadão, Magalhães é considerado um dos presidentes de conselho do banco mais atuantes na história do BB. Outro nome forte é do atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que tem grande apreço de Bolsonaro.

Políticos do Centrão afirmam, nos bastidores, que entendem não haver espaço para um indicado de partidos como substituto, pela posição estratégica do banco para o País. O cargo é considerado "vital", e Guedes já avisou que da seara dele não está disposto a abrir mão das presidências dos três maiores bancos federais (BB, Caixa e BNDES), sob o risco de sair do governo.

Novaes manifestou a Guedes o desejo de deixar o cargo há cerca de um mês, dizendo que queria retornar ao Rio para ficar próximo da família. Pediu a liberação como "presente de aniversário" em agosto.

Fake news. O BB foi proibido em maio de veicular publicidade em sites, blogs, portais e redes sociais acusados de espalhar fake news. Em recurso apresentado esta semana, o banco pediu à Corte de Contas que reverta a decisão e afirmou que não financia fake news.

De acordo com a instituição a decisão do TCU de suspender a publicidade do BB em sites e blogs, além de jornais e revistas com menos de dez anos de existência, teria afetado o resultado da instituição financeira nas redes. As solicitações de abertura de contas digitais e os pedidos de cartão Ourocard feitos por não-correntistas caíram 30%.

O BB também teria perdido relevância entre os usuários de internet. O alcance da instituição caiu de um público-alvo de 100 milhões para 30 milhões. Nas redes sociais, as publicações, que antes chegavam a 5 milhões de usuários por campanha, caíram para 20 mil.

Privatização. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Guedes chegou a criticar a atuação de Novaes à frente do BB. Ele disse que o governo "faz o que quer" com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB "não consegue fazer nada", mesmo tendo um "liberal lá" - em referência a Novas, que estava no encontro. "Tem de vender essa porra logo", disse Guedes.

Para Guedes, o Banco do Brasil "não é tatu nem cobra, porque ele não é privado, nem público". "Se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ . Aí se falar assim: ‘bota o juro alto’, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização", afirmou o ministro da Economia durante encontro com ministros e outras autoridades.

Em abril, durante a crise da pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento para tentar evitar a propagação da doença, Novaes disse ao Estadão que "governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca". "As pessoas querem viver de seu esforço próprio."

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, reafirmou que não gostou do filme publicitário que focava o público jovem e que foi retirado do ar e que não contemplava a juventude brasileira como um todo. "O presidente (Jair Bolsonaro) me ligou e viu primeiro do que eu. Isso foi um erro. Eu deveria ter visto primeiro. Assisti o filme publicitário do banco e não gostei. Estranhei. Nosso objetivo é atingir toda a juventude, que não estava no filme, o jovem fazendeiro, o esportista, o nerd", disse ele, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 9, para comentar os resultados do primeiro trimestre.

De acordo com Novaes, o filme publicitário, que culminou na saída do diretor de marketing do BB, Delano Valentim, do cargo, era muito concentrado em juventude descolada. Ele disse que a decisão de retirar o filme publicitário do ar foi do banco. "Vamos ver como atingir a juventude de maneira mais adequada", acrescentou.

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O presidente do BB admitiu que a retirada do filme publicitário criou um "certo ruído". Acrescentou, contudo, que às vezes é preciso "enfrentar alguns ruídos" para fazer determinadas mudanças. "Não nos arrependemos de tirar filme do ar. Vamos incorporar jovens no novo filme", disse ele.

Novaes destacou ainda que, apesar de o banco ter retirado uma propaganda publicitária com foco nos jovens do ar, o BB segue com a diretriz de rejuvenescer a sua base de clientes.

Pessoas com menos de 20 anos representam apenas 3% da base do banco. A maior parte dos clientes - mais de 40% - têm acima de 40 anos. Clientes com idade entre 20 e 40 anos representam outros 40%, enquanto que acima de 70 anos respondem por mais de 10%.

O BB ainda não selecionou um novo diretor de marketing.

O filho do vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB) foi promovido de cargo no Banco do Brasil. A informação é do Correio Braziliense. De acordo com a reportagem, Antonio Hamilton Roussel Mourão deixou o cargo de assessor empresarial da instituição financeira, onde recebia um salário de R$ 12 mil, para ser trabalhar diretamente com o novo presidente do banco, Rubem Novaes.

Antonio é funcionário do Banco do Brasil há 18 anos e, segundo a assessoria de imprensa, ele deverá auxiliar Novaes em assuntos que envolvam o agronegócio, nos quais teria 11 anos de experiência. Na nova função, o filho de Mourão terá um salário de mais de R$ 30 mil.

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Ainda de acordo com a matéria, a instituição ainda explicou que o cargo de assessor especial da presidência é de livre escolha de Rubem Novaes, que optou por alguém da casa, e não fere regras de ascensão interna.  O general Mourão não se posicionou ainda sobre o assunto.

 

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