Tópicos | Sexo e as Negas

No último dia 6 de setembro, a equipe do seriado Sexo e as Negas levou um susto durante o trabalho. Na ocasião, o Batalhão de Operações Policiais Especiais, Bope, invadiu a favela para efetuar uma operação tática. A equipe gravava, então, cenas do programa na Cidade Alta, comunidade onde se passa a trama. Os atores e demais profissionais envolvidos tiveram de deixar o lugar às pressas.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou, em nota, ao jornal O Dia, que o Bope teria ido ao local checar denúncias de ações de traficantes de drogas dentro de um baile realizado na comunidade e que não haviam sido informados sobre a presença de equipes de TV no morro, aquela noite. A comunicação da Globo nega qualquer incidente alegando que as gravações do programa não acontecem na Cidade Alta há cerca de um mês.

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A nova atração da Rede Globo vem causando muita polêmica, desde o início da semana passada. O diretor Miguel Falabella foi criticado e acusado de promover o racismo. Grupos e páginas no Facebook foram criadas com o intuito de combater e impedir que a minissérie estreasse. A página Boicote Nacional ao programa "Sexo e as negas" da Rede Globo, conta até então com quase 29 mil curtidas. Ativistas também criarama página Sexo e as negas, não me representa. "Após anos de luta e crítica social,ainda permanecemos num contexto de racismo midiático.A Globo carro-chefe dessas produções aqui no Brasil é uma mantenedora e promotora da lógica racista e burguesa", diz uma das postagens no Facebook.

Sexo e as Negas estreou na noite de terça-feira (16) e logo em seu primeiro capítulo teve alguns clichês e tratou do tema do racismo, da exclusão social e da mobilidade urbana. O sexo foi algo que esteve presente, como o título indica, em todo o episódio. A mulher negra apareceu quase "sempre disponível" para o sexo, expondo-se a situações como consumar o ato até mesmo no chão de um local público.

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Corina Sabbas, uma das quatro protagonistas de Sexo e as Negas desabafou no Facebook. "Pensei muito se deveria entrar nessa discussão e dar minha opinião sobre a polêmica acerca da série 'Sexo e as Negas'. Eu, verdadeiramente, não compreendo o motivo de tanto barulho sobre algo que nem estreou, ninguém sabe o que é a série exatamente, a não ser as pessoas nela envolvida. As instituições de apoio ao negro, que sempre acreditei me representar, agora tenta de toda forma censurar um trabalho que eu e tantos outros negros fazemos parte sem ao menos nos procurar para saber do que se trata. Dito isso, declaro o meu orgulho de fazer parte de um trabalho tão maravilhoso", postou. 

Os internautas opinaram e dividiram opiniões: 

"Com o racismo explicito que essa serie possui,não precisaria de denuncia nenhuma para que fosse proibida sua exibição;não fosse estarmos no Brasil", postou Ed Carlos.

"Achei um absudo essa série da rede globo...Não somos objetos sexuais.", diz Ana Maris. 

"Acho que as pessoas não estão entendo o boicote ... a questão é não poderia ser quatro negras com outras profissões ....tem muito negro com estudos graduados, pós graduados... essa é a questão somos negro e não burros", publicou Ariel Cristrina.

"Não vão conseguir boicotar NADA, pois não há discriminação. E as pessoas tem a opção de não assistir se quiser. Estamos na ditadura do "ISSO É PRECONCEITO", "ISSO É HOMOFOBIA", coisa chata!", publicou Aline Lima.

 

Antes mesmo de ir ao ar a série Sexo e as Negas já contabiliza grande número de polêmicas. Diversos grupos manifestaram-se em redes sociais criando uma campanha contra a exibição do programa alegando que a trama carrega forte dose de preconceito racial e de gênero.

A hashtag #sexoeasnegasnãomerespresenta tem sido bastante difundida nesses canais. Também foram apresentadas cerca de 11 denúncias de racismo na ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). O órgão solicitou à rede Globo o envio de material ao Ministério Público do RJ para que sejam tomadas as devidas providências em se constatando qualquer irregularidade.

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É neste clima de tensão e expectativa que estréia, na noite desta terça-feira (16), às 23h20, Sexo e as Negas, idealizada e escrita por Miguel Falabella. O programa, uma paródia do americano Sex and the City fala sobre as lutas, dores e amores de quatro amigas negras moradoras de uma comunidade do subúrbio carioca.

Zulma (Karin Hils), Lia (Lilian Valeska), Soraia (Maria Bia) e Tilde (Corina Sabbas) estão incumbidas da tarefa de mostrar na TV a realidade da vida dessas mulheres abordando temas como preconceito, sexo e machismo. O programa também traz de volta às telas a atriz Cláudia Jimenez, após dois anos de afastamento devido à problemas de saúde. Ao final de cada capítulo, as protagonistas apresentam pequenos musicais com repertório de clásssicos da música negra norte-americana.

Com seu habitual salto alto Manolo Blahnik, Carrie Bradshaw talvez tivesse dificuldade ao ter a impensável missão de dançar funk até o chão. Entretanto, Tilde, Zulma, Lia e Soraia, respectivamente interpretadas por Corina Sabbas, Karin Hils, Lilian Valeska e Maria Bia, tiram a tarefa de letra - e com um sapato bem mais barato - em Sexo e as Negas, série inspirada no sucesso Sex and the City, que estreia nesta terça-feira, 16, às 23h20, na Globo.

A trama, escrita por Miguel Falabella, fala do dia a dia e das aventuras amorosas de quatro mulheres negras moradoras da favela Cidade Alta, no subúrbio carioca, realidade bem diferente do quarteto que circula por Manhattan na produção norte-americana. "A série fala do lúdico da mulher negra em um mundo adverso a elas, preconceituoso e machista", define o autor, que teve a ideia após frequentar festas de sua camareira, Nieta Costa, moradora da comunidade, que fica no bairro de Cordovil, zona norte do Rio.

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Na semana passada, a atração causou rebuliço e foi alvo de denúncias de conteúdo racista e discriminatório na ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. "Protestar é bom, a gente está precisando", disse Falabella durante a apresentação da produção para a imprensa, na segunda. No dia seguinte, o ator escreveu um depoimento rebatendo as críticas de entidades ligadas ao movimento negro. "Como é que saem por aí pedindo boicote ao programa, como os antigos capitães do mato que perseguiam seus irmãos fugidos? O negro mais uma vez volta as costas ao negro. Não sei o que é mais assustador, o prejulgamento ou a falta de humor."

Assim como em Sex and the City, as protagonistas têm um ponto de encontro. Menos requintado, porém, mais animado, o Bar da Jesuína, cuja dona é vivida por Cláudia Jimenez, será um local importante para a trama das quatro. "Como a Jesuína é mais velha, dá conselhos para as meninas. Mais ou menos como eu faço", compara Cláudia, que diz ter virado mentora das atrizes, há pouco tempo na TV. "É bom estar perto das pessoas que estão começando. Elas perguntam se está bom. Ajudo com a minha experiência e idade. Mas elas não estão precisando muito, são talentosas", derrete-se. Apesar de quase desconhecidas na TV, as atrizes têm passagens por musicais, habilidade aproveitada na série. Ao final de cada episódio, elas surgirão em um clipe, cuja letra pode ter conexão com a história vivida naquele dia.

A série marca a volta de Cláudia ao batente, que ficou dois anos afastada, entre idas e vindas ao hospital por causa do coração. Em 2013, ela passou por uma cirurgia para colocação de um marca-passo. "Estou ótima, meu coração está batendo bem. Daqui a pouco, vai rolar um romance, pois ele já está aguentando. Mas, no momento, não estou sentindo falta de ninguém. Daqui para baixo (põe a mão no pescoço), está fechado para obras", diverte-se.

A atriz afirma que cuidar da mente tem sido mais importante do que manter o hábito de exercícios e a dieta. "A terapia é fundamental porque o estresse mata mais gente do que qualquer outra doença. A gente tem de controlá-lo. Ainda mais eu, filha de italiano com espanhol, sangue quente. Tenho de voltar a viver e aproveitar enquanto eu estiver aqui."

Cláudia ainda estava internada quando Falabella a chamou para o projeto. "Lá, não estava pensando em trabalho, estava motivada a ficar boa, colocar meu coração para funcionar. Saber que o Miguel estava me esperando aqui me acalentou muito", confessa ela, que tremeu na base ao ter de trocar a válvula aórtica. "Como já tinha operado o coração uma vez, operar de novo era um risco grande. Fui para o centro cirúrgico sem saber se ia voltar. Foi um momento difícil. Mas, como sou guerreira, estou aqui", orgulha-se.

Outro momento tenso foi quando a atriz esteve na Cidade Alta para cenas externas. A comunidade carioca foi um dos destinos de traficantes que migraram após a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora em outras favelas. "Na hora, a gente fica com medo. Mas, quando chega lá, eles são tão queridos que aí muda. A gente fica com medo porque não conhece. Para eles também, a gente invadiu a comunidade, chegou lá com um monte de gente, de caminhão. Eles também ficaram cabreiros." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo sem ter ido ao ar, a série Sexo e as Negas, que a Globo começa a exibir no dia 16 de setembro, já está causando polêmica. Por meio de sua ouvidoria, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) recebeu 11 denúncias - até a tarde desta quinta - sobre conteúdos considerados racistas e discriminatórios relativos ao programa, que retrata a vida de quatro mulheres negras na favela Cidade Alta, na zona norte do Rio.

A ouvidoria da Seppir é responsável por receber, registrar, encaminha e acompanhar denúncias de discriminação de racismo. Segundo o órgão, a TV Globo foi autuada e as reclamações repassadas ao Ministério Público, que pode instaurar um procedimento investigativa, caso haja irregularidade ou crime.

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Procurada pelo jornal O Estado de S.Paulo, assessoria de imprensa da emissora informou que não recebeu nenhum ofício Questionando o nome ou o conteúdo da série.

Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, titular da ouvidoria da Seppir, afirmou em comunicado enviado à imprensa que programas de TV não devem reforçar estereótipos. "As produções televisivas deveriam refletir a diversidade da população brasileira em todos os seus segmentos, contribuindo para a consolidação de uma sociedade justa, plural e igualitária", declarou.

No texto, ele cita as situações apontadas nas denúncias. "A ouvidoria da Igualdade Racial vê com estranheza e preocupação qualquer tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados."

Esta semana, Miguel Falabella, criador de 'Sexo e as Negas', deu um depoimento em sua página do Facebook sobre a discussão que a série tem provocado.

Leia na íntegra o que Falabella escreveu:,

Eu não gosto de polemizar, porque, geralmente, estou seguro daquilo que faço, mas, às vezes, o silêncio pode se voltar contra nós. Está havendo uma polêmica, aparentemente, sobre Sexo e as Negas. Vamos a ela, então! Comecemos com a gênese do programa: Estávamos nós, há alguns anos, numa feijoada, na Cidade Alta de Cordovil. Karin Hils estava comigo. E havia uma negra maravilhosa, montada, curvilínea e muito sexy, que me disse que cada vez que botava cabelo, dormia três dias "no pique-esconde" (eu usei isso em Pé na Cova). Daí, já não me lembro mais por que, a conversa descambou e acabamos em Sex and the City, porque algumas pessoas da festa eram fãs do programa. Eu disse: "A gente bem que podia fazer um Sex and the City aqui na Cidade Alta... "Sexo e as Negas" gritou a negra deslumbrante, substituindo o S do artigo pelo R, como é usual no falar carioca. Todo mundo teve um acesso de riso e eu fiquei com aquilo na cabeça.

Estou nessa profissão há muitos anos. Não consigo confessar quantos. Tenho feito grandes amigos, tenho construído laços de afeto e respeito e costumo estabelecer com aqueles que trabalham comigo, laços de amor. Portanto, dói-me ver a luta de meus colegas negros na nossa profissão. As oportunidades são reduzidas, não trabalham sempre e, sem exercício, não há aprendizado, como sabemos. Pensei que aquela ideia, surgida numa feijoada, na Cidade Alta de Cordovil, pudesse ser um programa que refletisse um pouco a dura vida daquelas pessoas, além de empregar e trazer para o protagonismo mais atores negros. Basicamente, foi essa a ideia e nem achei que iriam aceitar o programa.

Qual é o problema, afinal? É o sexo? São as negas? As negas, volto a explicar, é uma questão de prosódia. Os baianos arrastam a língua e dizem meu nego, os cariocas arrastam a língua e devoram os S. Se é o sexo, por que as americanas brancas têm direito ao sexo e as negras não? Que caretice é essa? O problema é porque elas são de comunidade? Alguém pode imaginar Spike Lee dirigindo seus filmes fora do seu universo? Que bobagem é essa? Pois é justamente sobre isso que a série quer falar! Sobre guetos, sobre cotas, sobre mitos! Destrinchá-los na medida do possível! Os mitos e lendas que nos são enfiados goela abaixo a vida toda. Da negra fogosa, do negro de pau grande, das mazelas que os anos de colônia extrativista e escravocrata deixaram crescer entre nós. Como é que saem por aí pedindo boicote ao programa, como os antigos capitães do mato que perseguiam seus irmãos fugidos? O negro mais uma vez volta as costas ao negro.

Que espécie de pensamento é esse? Não sei o que é mais assustador. Se o pré-julgamento ou se a falta de humor. Ambos são graves de qualquer maneira. Como é que se tem a pachorra de falar de preconceito, quando pré-julgam e formam imediatamente um conceito rancoroso sobre algo que sequer viram? Sexo e as Negas não tem nada de preconceito. Fala da luta de quatro mulheres que sonham, que buscam um amor ideal. Elas podiam ser médicas e morar em Ipanema, mas não é esse meu universo na essência, como autor. Não sou Ipanemense. Sou suburbano, cresci com a malandragem nos ouvidos. Portanto, as minhas personagens são camareiras, cozinheiras, indicadoras de mesas, operárias. E desde quando isso diminui alguém? São negras, são pobres, mas cheias de fantasia e de amor. São lúdicas! E sobrevivem graças ao humor. Seres humanos. Reais. Com direito a uma vida digna e muito... Mas MUITO sexo! Vai dizer agora que eu sou racista? Ah! Nega...Dá um tempo... Dito isso, faço como Truman Capote: "never complain e never explain!" (Nunca reclame e nunca explique).

Miguel Falabella demonstoru indignação com as críticas feitas a minissérie Sexo e As Negas, transmitida pela Rede Globo. A ouvidoria da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial já recebeu três denúncias de racismo por conta da minissérie. Além disso, diversas organizações do movimento negro e de mulheres iniciaram, na internet, uma campanha de boicote ao programa, que seria uma adaptação livre do seriado americano Sex and the City.

Através do Facebook, Miguel se pronunciou e demonstrou irritação com os comentários. "Estou nessa profissão há muitos anos. Não consigo confessar quantos. Tenho feito grandes amigos, tenho construído laços de afeto e respeito e costumo estabelecer, com aqueles que trabalham comigo, laços de amor. Portanto, dói-me ver a luta de meus colegas negros na nossa profissão. As oportunidades são reduzidas, não trabalham sempre e, sem exercício, não há aprendizado, como sabemos. Pensei que aquela ideia, surgida numa feijoada, na Cidade Alta de Cordovil, pudesse ser um programa que refletisse um pouco a dura vida daquelas pessoas, além de empregar e trazer para o protagonismo mais atores negros. Basicamente, foi essa a ideia e nem achei que iriam aceitar o programa", postou Falabella.

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O diretor foi além: "São negras, são pobres, mas cheias de fantasia e de amor. São lúdicas! E sobrevivem graças ao humor. Seres humanos. Reais. Com direito a uma vida digna e muito… Mas MUITO sexo! Vai dizer agora que eu sou racista? Ah! Nega… Dá um tempo…”. 

A minissérie ainda não estreou, mas já está levantando polêmicas. Sexo e as Negas se passa em Cordovil, bairro do subúrbio carioca. As estrelas são Karin Hils (Zulma), Lilian Valeska (Lia), Maria Bia (Soraia) e Corina Sabbas (Tilde). A trama estreia próxima terça (16).

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