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O funeral de Tyre Nichols, um homem negro cuja morte após ser violentamente espancado por policiais também negros - um crime que chocou os Estados Unidos - será realizado nesta quarta-feira (1º) na cidade de Memphis, com a presença da vice-presidente americana, Kamala Harris.

A cerimônia promete ter um forte viés político, com pronunciamentos contra a violência policial, como o do advogado da família Nichols, Ben Crump.

Também estarão presentes líderes dos direitos civis, políticos e familiares de outras vítimas de crimes semelhantes, cujas mortes alimentaram a rejeição nacional ao racismo sistêmico e à violência policial.

Entre eles, Philonise Floyd, irmão de George Floyd, homem negro cujo assassinato por policiais brancos em 2020 foi filmado por pedestres e gerou comoção nacional e uma onda de protestos por todo o país e no mundo.

Tamika Palmer, mãe de Breonna Taylor, jovem afro-americana assassinada pela polícia em 2020 em seu próprio apartamento no estado do Kentucky, também estará presente.

O reverendo Al Sharpton, uma figura emblemática na luta pelos direitos civis, fará uma oração na igreja cristã Mississippi Boulevard às 13h, no horário local (16h, no horário de Brasília).

Nichols, de 29 anos, foi detido em Memphis no dia 7 de janeiro por membros da unidade especial SCORPION, que o acusou por uma infração de trânsito.

Todo o procedimento policial foi gravado pelas câmeras acopladas nos uniformes do agentes e pelas câmeras de segurança pública da cidade.

Os vídeos deixam evidentes a violência brutal com socos, chutes, golpes de cassetetes, gás de pimenta e uma pistola Taser. Em nenhum momento Nichols parece tentar agredir os policiais. Ele tenta fugir e é pego. Sua morte ocorreu três dias depois.

Os cinco policiais envolvidos - todos negros - foram demitidos e enfrentam acusações por homicídio doloso. Dois outros agentes foram suspensos, assim como três bombeiros.

Após o ocorrido, a polícia de Memphis desmantelou a unidade SCORPION, criada em novembro de 2021 com a intenção de reduzir a atividade ilegal em pontos críticos da cidade.

- Clamor por mudanças -

Após a morte de Nichols, foram registrados protestos exigindo mudanças drásticas nas forças policiais nos Estados Unidos. As autoridades temem que as manifestações adquiram caráter violento, como após a morte de George Floyd, embora tenham sido pacíficas até o momento.

A presença da vice-presidente Harris enfatiza o impacto político deste novo caso de brutalidade policial. O próprio presidente americano, Joe Biden, se declarou "indignado e profundamente triste" pelas imagens da abordagem dos agentes.

Biden planeja se reunir com os membros da Coalização Negra do Congresso americano na Casa Branca para debater uma legislação que permita uma reforma policial, segundo um porta-voz da Casa Branca.

"O presidente Biden está decidido a fazer tudo o que estiver ao seu alcance (...) para garantir que o nosso sistema judicial atenda às expectativas de imparcialidade (...) e dignidade para todos", acrescentou o funcionário.

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