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O grande vencedor do Prêmio Goya do cinema espanhol foi o filme mudo de Pablo Berger Blancanieve. O longa em preto em branco foi premiado com dez estatuetas, entre elas a de melhor filme, roteiro e atriz, entregues em cerimônia realizada neste domingo(17). O filme faz uma releitura do clássico da Disney, Branca de Neve e os Sete Anões e foi escolhido pela Espanha para representar o país no Oscar, mas terminou fora da lista de indicados.

Outro destaque foi o longa cubano Juan de los Muertos, primeiro filme cubano sobre zumbis, levou o prêmio de melhor filme ibero-americano, e competiu com os filmes 7 Cajas (Paraguai), Después de Lucía (México) e Infancia Clandestina (Argentina). O diretor do filme, Alejandro Brugués, afirmou que o prêmio funcionou para abrir uma porta para o cinema independente cubano e que será impossível fechá-la. Segundo o cineasta, o sucesso do filme se deve à crítica social presente no filme, além dos zumbis. Entre outros destaques da premiação estiveram o ator Javier Bardem, que subiu ao palco como produtor do documentário Hijos de las Nubes, sobre o Saara.

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Num cenário de remakes, refilmagens e reutilizações, a área de animação tem sido um dos poucos lugares onde a esmagadora maioria dos roteiros são originais. No mesmo fim de semana onde estreia um pouco inspirado Abraham Lincoln - Caçador de vampiros também é possível acompanhar a história de norman, um garotinho que consegue se comunicar com os mortos. Muito mais parecida com o matérial de Tim Burton do que o filme que o próprio produziu.

Paranorman é essencialmente um filme família sobre tolerância ao diferente, um feito que consegue admiravelmente. O diretor Chris Butler e Sam Fell criaram com tecnologia stop motion um filme sensível com uma aposta perigosa: Em sua história, o pequeno Norman tem de superar os valentões de sua escola, sua família que não o entende, e ainda salvar a cidade de uma infestação de zumbis que ameaça sua cidade por causa de uma bruxa má morta a mais de 3 séculos. A bruxa na verdade é uma garota não muito diferente dele mesmo, mas que teve um tratamento ainda mais afrontante que o que o jovem norman sofre, e portanto, também teve uma reação mais Hardcore ao trauma.

O que parece ser um filme de aventura simples surpreende com algumas voltas, como o tratamento que os zumbis recebem quando aparecem na cidade, o desenvolvimento dos personagens secundários, particularmente os dois irmãos mais velhos dos protagonistas. É um filme para crianças, certamente, mas que se recusa a tratá-las como seres não inteligentes, um erro que acontecia em produções anteriores de animação. Em Paranorman, este tratamento é notadamente ausente, tem sido assim nas produções em stop-motion os anos recentes, como Coraline, uma produção deste mesmo estúdio.

O filme é de um stop motion flúido e bem feito, com efeitos visuais que fazem o 3d do filme valer a pena, embora não seja de forma alguma um pré-requisito. Os personagens são caricaturas interessantes de tipos do dia a dia, e é fácil se relacionar tanto com Norman e seu amigo Neil quando com alguns dos personagens adultos, menos sábios do que os pequenos. É um filme sensível sobre temas muito em voga, como bullying, e que consegue, com um humor negro saudável que deve deixar os pais horrorizados, trabalhar temas complicados com leveza, competência e inteligência. Use seus filhos como desculpa, e vá ver sem medo.

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