Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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Vampiros no cinema e sua evolução Estética

Diego Rocha, | ter, 05/08/2014 - 15:38
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Os vampiros são monstros. Mortos-vivos que retornam da morte através de uma explicação geralmente ligada a um vampiro mais antigo que o transformou. A maioria dessas explicações se relaciona com a alimentação desses seres, podendo transformar essa vítima em um vampiro também.

Sendo um ser retornado dos mortos, o Vampiro pode ser representado visualmente como um ser decrépito, parecido com um cadáver. Um dos filmes mais antigos sobre o personagem imortalizou esse pensamento.
Nosferatu, filme de 1922, mostra o personagem principal como uma criatura da noite, horrenda aos padrões humanos, de dentes afiados e garras afiadas.
Entretanto, essa não é a concepção original da lenda. O Vampiro vem do leste europeu, região da Romênia, mas não estamos falando da Transilvânia. Lendas da região falavam dele como um tipo de bicho-papão, mas era como uma lenda urbana (e sugar o sangue era apenas uma forma de meter medo). Nessas lendas, o vampiro era um homem belo e sedutor, que as mães e pais contavam para suas filhas como forma de mantê-las virtuosas. Faziam com que tivessem medo de homens desconhecidos que pudessem tirar sua virgindade (imaginando que esses pudessem ser de fato monstros assassinos).
No filme de Francis Ford Coppola de 1992 essa versão da lenda é bem trabalhada, mostrando o maior vampiro (Dracula) aparecendo em duas formas diferentes: aristocrático, jovem e belo e um ancião que personifica a debilidade mórbido mas que esconde poderes sobrenaturais.
O personagem Dracula, inclusive, é a versão mais famosa do vampiro baseado nessa concepção mas que inclui elementos dramáticos sobre traição, amor perdido e um nobre da região que trazia uma reputação de guerreiro sanguinário. O resultado é que a lenda ganha um nome e uma história, que ao longo do tempo ganhou vários rostos.
Avançando no tempo, temos diversos filmes que utilizam os vampiros de diferentes formas, mas um deles marcou toda uma geração por utilizar atores de grande beleza como esses vampiros. 
Entrevista com o Vampiro (de 1994) contava com Brad Pitt (Louis) e Tom Cruise (Lestat) em seus papéis principais, além de Antonio Banderas (Armand) em um papel de suporte e a jovem Kirsten Dunst (Claudia) no início da sua carreira. Nesse filme os vampiros são em sua grande maioria seres muito atraentes, mas em certas passagens suas naturezas monstruosas são expostas.
Afinal de contas, eles são monstros e em essência são perigosos e violentos. O diferencial em relação a este filme é que os vampiros são os protagonistas e como o nome indica são eles que contam a história e talvez por isso ela se foque mais na visão deles. E talvez por se tratar de um romance foque o lado mais "bonito" por personagens.
Anos depois um outro filme sobre vampiros ganhou grandes proporções. Nele os vampiros são notoriamente seres de grande beleza. Nessa trama o próprio fato de se tornar um vampiro é responsável por tornar essa pessoa muito mais bela.
Nos filmes da saga Crepúsculo (lançados em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, respectivamente) a imortalidade cria essa perfeição imutável e fascinante aos humanos, o que faz parte da construção de toda a trama. Esses vampiros não tem um lado "feio", não mudam de aparência... são sempre desejáveis.
Mas nem todo filme é dessa forma, sendo que as mais variadas histórias são contadas e com isso os personagens mais diversos ganham vida. Em vários filmes os vampiros continuam sendo bestas inumanas, ou seja: são o inimigo!
Em 30 dias de noite (2007) os vampiros são seres inteligentes e claramente já foram humanos (inclusive um humano se transforma em vampiro), mas é uma ida sem volta para o lado da monstruosidade.
A mudança ao longo das décadas de cinema faz com que vampiros deixem de ser apenas os monstros e vilões das histórias, mas possam ser as ferramentas condutoras das narrativas. Esse processo de humanização do personagem faz com que vejamos a nós mesmos neles... e com isso imbuímos beleza neles.
Um filme a estrear em breve e que tende claramente para o lado humanizado do mostro é "Dracula, Untold" (Dracula, a história nunca contada). A escolha de atores parece tender para vampiros bonitos, enquanto que sua escolha pelas trevas é glorificada como um sacrifício em prol daqueles que ama... mas apenas no lançamento veremos como será retratado o seu lado selvagem. Por enquanto ficamos com o trailer:

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