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As vendas externas de carne suína brasileira iniciaram o ano com avanço significativo. A receita cambial em janeiro foi de US$ 104,638 milhões, aumento de 7,42% ante o montante de US$ 97,413 milhões de janeiro de 2012. Em volume, os embarques totalizaram 40,118 mil toneladas, avanço de 5,08% com relação a 38,177 mil toneladas em igual mês do ano passado. O preço médio no período aumentou 2,22%, para US$ 2.608 a tonelada na mesma base de comparação. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

De acordo com a entidade, a expansão das vendas para Rússia, Uruguai e Ucrânia sustentou os resultados do mês passado. Para o mercado russo, foram comercializadas 11,940 mil toneladas, crescimento de 454% ante 2,154 mil toneladas. A receita passou de US$ 6,26 milhões para US$ 34,96 milhões, alta de 459%.

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As exportações para o Uruguai subiram 47% em volume - de 987 toneladas para 1,451 mil toneladas - e 46% em receita - de US$ 2,91 milhões para US$ 4,26 milhões. Já as vendas para a Ucrânia somaram US$ 17,93 milhões, avanço de 24% ante US$ 14,46 milhões de janeiro de 2012. Em volume, foram embarcadas 6,620 mil toneladas, alta de 29% na comparação com 5,138 mil toneladas de janeiro do ano passado.

Em compensação, as vendas para Argentina, Cingapura e Hong Kong apresentaram queda no período. Para o mercado vizinho, cujo fluxo comercial ainda está restrito, houve uma retração de 64% no volume embarcado, de 4,297 mil toneladas para 1,562 mil toneladas. Em receita, a diminuição foi de 63%, passando de US$ 14 milhões para US$ 5,21 milhões.

Para Cingapura, as vendas totalizaram 2,027 mil toneladas, queda de 11% ante 2,280 mil toneladas de janeiro de 2012. A receita foi de US$ 5,59 milhões, recuo de 14% ante US$ 6,96 milhões. Já para Hong Kong, houve queda de 39% em volume - de 13,904 mil toneladas para 8,469 mil toneladas - e recuo de 39% em receita - de US$ 33,80 milhões para US$ 20,60 milhões.

No ranking dos principais mercados da carne suína brasileira, em volume, a Rússia fica em primeiro (com participação de 29,76%), seguida de Hong Kong (21,11%); Ucrânia (16,50%); Angola (7,73%); Cingapura (5,05%); Argentina (3,89%); Uruguai (3,62%); Georgia (2,33%); Emirados Árabes (1,47%) e Camarões (1,35%). Já em receita, a Rússia se mantém em primeiro lugar, com representatividade de 33,42%; seguida de Hong Kong (19,69%); Ucrânia (17,14%); Cingapura (5,73%); Angola (5,17%); Argentina (5,98%); Uruguai (4,07%); Georgia (1,87%); Emirados Árabes (1,56%) e Chile (1,09%).

A demora de um ano e meio na confirmação de um caso da doença da vaca louca no Brasil abalou a credibilidade das autoridades sanitárias do País e vai exigir investimentos do governo para que problemas semelhantes não voltem a ser registrados, disse, nesta sexta-feira (14), Pedro de Camargo Neto, presidente-executivo da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs).

"Alguém tem de explicar direitinho o que aconteceu", declarou o executivo em Moscou. Camargo Neto integra a delegação de 80 empresários que acompanham a visita da presidente Dilma Rousseff à Rússia.

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Em sua avaliação, "já existe" um efeito dominó gerado pelo caso da vaca que morreu em 2010, com suspensão das importações pelo Japão, pela África do Sul e China. Mas Camargo Neto ressaltou que os três países são insignificantes para o mercado brasileiro. "Nós exportamos meia dúzia de latas de carne para o Japão", exagerou.

O temor é de que outros países adotem medidas semelhantes. Além disso, problemas sanitários em relação à carne bovina podem influenciar negativamente outras carnes. "Estamos há cinco anos negociando a entrada no mercado do Japão", lembrou Camargo.

Para ele, "é inadmissível" que um exame laboratorial demore um ano e meio para ser concluído. "É rápido perder credibilidade, mas reconquistá-la demanda tempo".

Camargo Neto defendeu o aumento do Orçamento do Ministério da Agricultura e dos recursos destinados à vigilância e inspeção sanitária e aos laboratórios. "As desculpas podem ser verdadeiras, mas ficou claro que elas não são aceitas pelos compradores", disse. Se o foco de vaca louca tivesse sido notificado em um prazo de dois meses depois da ocorrência, Camargo Neto acredita que não teria havido problemas.

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