Tópicos | água acumulada

Crianças com águas na altura dos joelhos, adolescentes às braçadas nas poças acumuladas pela chuva. A cena não foi rara de se ver na Região Metropolitana do Recife (RMR), desde a intensa chuva iniciada no fim da noite de domingo (28). Por trás das brincadeiras despretensiosas, um risco eminente. É a partir de junho que os casos de leptospiroses são mais registrados no Estado. 

Do início do ano até o dia 13 deste mês, 151 casos da doença foram notificados pela Secretaria Estadual de Saúde. Foram 15 confirmações, duas mortes e 49 casos descartados. Se comparado com o mesmo período de 2014, houve significante redução de 57,3% (354 casos). No ano passado, 22 pessoas foram vítimas da assustadora doença transmitida, primordialmente, pelos ratos. 

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“Outros roedores podem transmitir, mas impacto na população são mesmo os ratos. Às vezes as pessoas só ligam a doença a pontos de grandes alagamentos, mas aquela poça no quintal de casa, sem pretensões, se estiver perto de lixo, pode oferecer mais risco do que uma rua alagada”, advertiu o médico Demetrius Montenegro, chefe do setor de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz. Aquelas “peladas” com os amigos, em campos com poças de água, também podem ser um cenário perfeito para a contaminação. “Principalmente os homens jogam, caem, se ferem, e pisam nas poças que, se contaminada, pode levar à doença”. 

A leptospirose é transmitida pela urina do rato em contato com o organismo humano. Manifestações mais sutis da enfermidade se assemelham a um quadro de gripe, composto por dores no corpo, febre e coriza. Entretanto, a doença pode se agravar e chegar à forma ictérica, aquela na qual os pacientes ficam com olhos amarelados, disfunção renal e até mesmo hemorragias pulmonares. A taxa de letalidade, nestes casos, é alta e um diagnóstico precoce pode salvar vidas. 

Diretor-médico do hospital Jayme da Fonte, o clínico Carlos Brito alerta que os sintomas iniciais da leptospirose pode ser facilmente confundidos com os da dengue. “A febre, as dores no corpo são semelhantes à dengue, mas é preciso o diagnóstico correto, porque o tratamento para as duas doenças são diferentes”, afirmou Brito. Para evitar equívocos, a orientação dos especialistas é que os possíveis pacientes busquem tratamento o mais rápido possível, se notarem evolução no quadro de dores e febres. 

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