As críticas em torno da gestão do ex-secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, começam a surgir com mais ênfase após sua exoneração, ocorrida na manhã desta quinta-feira (6). Diante do cenário, a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) se pronunciou sobre o fato.
O órgão emitiu nota a fim de “apresentar sua aprovação pela atitude do Governo do Estado em aceitar o pedido de exoneração do Sr. Alessandro Carvalho, Secretário de Defesa Social. Há muito, a condução da pasta carecia de diálogo entre a direção e os servidores. Foi ainda marcada por uma série de atos desastrosos, como a contratação irregular de empresa local para a realização de concurso público de Delegado, que culminou com o cancelamento do certame e atraso na nomeação de novos servidores”.
##RECOMENDA##Enumerando uma série de questões, o documento ainda aponta que “outro ato irresponsável, que gerou grande prejuízo ao erário, foi a modificação, por portaria, da competência definida em lei de uma das comissões da Corregedoria Geral”. De acordo com a Adeppe esta foi sanada por meio de ação judicial, “causando desperdício de todas as horas trabalhadas, além de provocar prejuízo pelo uso da estrutura física disponibilizada para atuação daquela comissão, que teve todos os seus procedimentos suspensos”.
A insatisfação dos delegados pernambucanos foi apontada no documento, sob a lembrança dos movimentos reivindicatórios executados pela categoria. No entanto, a Associação esclarece que “é necessário entender que não adianta apenas mudar o gestor da pasta. É preciso, fundamentalmente, valorizar o servidor e resgatar seus brios, hoje cada vez mais minguados”.
Diante do cenário, a categoria aponta o panorama da Polícia Civil como estando “esfacelada, sem estrutura, sem ânimo e ainda com inúmeros cargos comissionados e funções gratificadas que, junto com o PJES, constituem o grande entrave ao combate à violência”.
Outra denúncia apontada no documento se trata da Corregedoria. O documento alega que as mudanças no órgão são igualmente urgentes, “a começar com a substituição do atual corregedor, que em uma busca irresponsável por punições, está destruindo o que resta de ímpeto nos policiais, transformando os colegas em meros burocratas”.
Ao fim da nota, os delegados informam a esperança de que o diálogo seja a tônica dessa nova gestão, para que a comunidade policial, em conjunto com a direção governamental, “possa abreviar o sofrimento da população que clama fervorosamente por segurança”.