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O árbitro José Mendonça da Silva Júnior precisou recorrer às imagens da transmissão para punir os envolvidos na confusão generalizada que tomou o gramado da Arena da Baixada neste domingo, durante a disputa do clássico entre Athletico-PR e Coritiba. Como o Campeonato Paranaense não utiliza o VAR, as expulsões foram registradas na súmula após Mendonça e a equipe de arbitragem analisarem as imagens depois do apito final.

A súmula, publicada apenas às 00h45 desta segunda-feira, determina as expulsões dos atleticanos Thiago Heleno, Pedro Henrique, Christian, Pedrinho e Terans. Pelo Coritiba, Fabrício Daniel, Alef Manga e Márcio Silva foram os jogadores punidos. O treinador António Oliveira, do Coritiba, também recebeu vermelho.

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A pancadaria começou nos acréscimos do segundo tempo, quando o jogo estava empatado por 1 a 1, com um desentendimento entre Marcio Silva e Terans, que trocaram empurrões. "Com a bola fora de jogo, este atleta passa a mão na nuca do seu adversário de número 10 (Miguel David Terans Perez) de forma provocativa e isso desencadeia um desentendimento entre ambos. Ato contínuo desfere um tapa atingindo-o na nuca. Relato que não foi possível apresentar o cartão vermelho devido a animosidade do momento", escreveu o árbitro ao justificar a expulsão de Silva.

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O goleiro coritibano Gabriel e o meia atleticano Cuello tentaram separar a briga, mas Alef Manga se juntou à confusão dando uma cotovelada nas costas de Terans e revoltou jogadores rivais, que o atingiram de diversas maneiras. "O senhor Alef Mangueira Severino Pereira corre em direção a ambos e atinge com um empurrão e socos seu adversário de número 10. Necessitou ser contido por companheiros e seguranças".

Terans revidou com um soco, pouco antes de Thiago Heleno dar um soco ainda mais forte e derrubar Manga no chão. "O referido atleta chegou de forma violenta desferindo um soco atingindo o rosto de seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) durante o tumulto generalizado. Na sequência ele tenta atingir este mesmo adversário mais uma vez com um soco."

A súmula também identificou agressões de Pedro Henrique, Christian e Pedrinho contra Alef Manga. Outro jogador punido foi Fabrício Daniel, do Coritiba, que trocou socos com Pedro Henrique quando o tumulto generalizado foi retomado. Paulo Turra foi expulso por reclamar da arbitragem, e António Oliveira por colocar o dedo em riste e dizer ao árbitro: "Isso é tudo culpa de vocês, os erros de vocês causaram tudo isso", conforme relatado na súmula.

O documento também relata a invasão de gramado de um torcedor do Athletico que desferiu um pontapé e atingiu Marcão, goleiro reserva do time coxa-branca. Diante do cenário hostil, o árbitro José Mendonça da Silva Junior resolveu encerrar a partida por falta de segurança.

"Informo que suspendi a partida após consultar o chefe do policiamento e este me informar que não havia garantia de segurança para a continuidade. Capitão da Polícia Militar do Estado do Paraná, Sr. Erlinton José Medeiros de Barros (Capitão Barros). Após essa informação comuniquei aos capitães de ambas as equipes que a partida estava suspensa por falta de segurança. Ressalto que o início da confusão generalizada ocorreu aos 51'50" do segundo tempo e e a partida se encerraria aos 52' conforme os acréscimos de 7'. Comunico ainda que utilizei as imagens da transmissão para identificar os infratores", escreveu.

O clássico foi disputado com torcida única, pois torcedores dos dois clubes se enfrentaram e protagonizaram grande confusão um ano atrás, no Couto Pereira, em jogo do Paranaense de 2022. O episódio chegou a render perdas de mando de campo nos dois primeiros jogos do Estadual deste ano para ambos, mas o TJD reverteu as penas e determinou que fosse permitida apenas a entrada de mulheres e crianças. Cumprida a pena, os clubes voltaram a receber os torcedores homens em seus estádios.

Nessa terça-feira (1º), o polêmico Atletiba com transmissão exclusiva pelo Youtube foi realizado na Arena da Baixada. Com vitória do Atlético-PR, por 2 a 0, o jogo alcançou um número de aproximadamente 3.595.098 de torcedores se somados os canais oficiais das duas equipes no Youtube e também as páginas oficiais no Facebook. Integrantes de ambos os times paranaenses exaltaram a iniciativa pioneira no país e esperam inspirar mais clubes a seguirem pelo mesmo caminho.

“É uma quebra de paradigma. Uma situação que mais uma vez o Atlético-PR está envolvido. Todos sabem o que isso pode representar para o futebol. Deixar de lado o interesse único e exclusivo de alguns para que todos possam ganhar mais e com isso pensar em melhorar em todos os níveis. A ideia é de fortalecer a todos e quem ganha é o espetáculo”, destacou o técnico do Furacão, Paulo Autuori.

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O clube rubro-negro ainda publicou uma nota onde critica a Federação Paranaense, que acabou vetando o jogo num primeiro momento, quando seria realizado no dia 19 de fevereiro, e vê a realização do duelo como uma vitória dos clubes envolvidos. “Não bastasse o significado vanguardista de tudo o que envolveu a partida, sua realização espelha uma vitória da força dos clubes do Paraná contra o jugo de uma entidade que deveria nos representar e defender seus associados”, publicou no seu site oficial. “Esperamos que o Atletiba de hoje consiga simbolizar um marco para a necessária transformação da modalidade em nosso país, servindo de exemplo para que os grandes clubes ocupem o espaço de protagonismo que deveriam ter nas decisões do futebol brasileiro”, complementa mostrando a intenção de incentivar mais equipes a seguirem o modelo.

Pelo lado do Coritiba, o presidente Rogério Bacellar comentou ao site da ESPN que acredita que esse será o futuro das transmissões de jogos, sem qualquer ligação com contratos díspares elaborados pelas emissoras de televisão. “Precisamos de uma inovação em termos de transmissão. É um presente para o público em geral que quer ver. Não cobramos nada e transmitimos o jogo dessa forma. Acho que o futuro nosso é isso. Estamos vendo que as próprias redes sociais tomam conta da imprensa escrita e o futuro é isso”, afirmou.

A página oficial do Coxa no Facebook também publicou uma nota onde pede apoio de torcedores não apenas dos clubes paranaenses para que o formato se consolide e possa se perpetuar por todo o futebol brasileiro. “Pedimos para todos torcedores de outros clubes do Brasil que façam o mesmo. Que incentivem ações assim. Em uma época em que todos procuram novas maneiras de enxergar o mundo através de novas plataformas digitais. Este é um marco no Brasil”, destacou.

Em campo, o jogo contou com um público de 18 mil torcedores na Arena da Baixada. O Atlético Paranaense e o Coritiba são os únicos clubes do Paraná a não firmarem contrato com a emissora detentora dos direitos de transmissão. Por isso, por enquanto, a iniciativa se restringirá apenas aos Atletibas.

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A Federação Paranaense de Futebol (FPF) afirma que o clássico entre Atlético Paranaense e Coritiba, cancelado nesse domingo (19) por problemas nos direitos de transmissão, será realizado no dia 1º de março, às 20 horas, na Arena da Baixada. O presidente da entidade, Hélio Cury, afirmou que a partida poderá ser transmitida pelo canal YouTube desde que os profissionais responsáveis pela transmissão estejam credenciados. Na visão da federação, a falta de credenciamento foi a razão do cancelamento do jogo.

"Se eles preencherem os requisitos de credenciamento, o jogo poderá ser transmitido por YouTube", afirmou o dirigente. "A federação tem regras que estão sendo cumpridas há três anos. Eles quiseram peitar a federação. Temos um posicionamento. Ninguém pode ter privilégio", disse o dirigente.

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Diante da proibição, os dois times se recusaram a jogar. A ideia de transmitir a partida pela internet foi uma iniciativa em comum das diretorias, que estavam insatisfeitas com o valor pago pela TV Globo para as partidas do Estadual. Os outros dez times do campeonato fecharam um contrato por três anos por aproximadamente R$ 4 milhões por temporada. O valor será divido entre os clubes.

Cury nega interferência da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão. "A Globo fechou (contrato) com os outros dez clubes. Ela não fechou com o Atlético e Coritiba. Não sei porque colocaram a Globo nessa história", afirmou o dirigente. A emissora divulgou uma nota oficial na qual afirma que o "Grupo Globo não tem contrato com Atlético-PR e Coritiba no Campeonato Estadual e estava ciente da intenção dos clubes de fazer a transmissão pela internet". Em outro trecho, o Grupo Globo "reafirma que, em nenhuma hipótese, teve qualquer ligação com o episódio".

Os times já estavam em campo para o início do jogo na Arena da Baixada quando a FPF ordenou que o árbitro Paulo Roberto Alves para não iniciasse o jogo. Segundo a entidade, a equipe contratada pelos clubes para produzir a transmissão do clássico não estava credenciada pela federação local para trabalhar na partida e, por isso, teria de deixar o campo.

As diretorias de Atlético-PR e Coritiba, então, pediram para as equipes deixarem o campo. Os jogadores voltaram ao gramado somente 45 minutos depois do horário marcado para o pontapé inicial. De mãos dadas, os atletas dos clubes rivais se reuniram no centro do campo para agradecer a presença da torcida, que deixou o estádio logo depois.

Presidentes, técnicos e capitães de Atlético-PR e Coritiba concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira, no Couto Pereira, em demonstração de união dos dois maiores rivais do futebol paranaense três dias antes do clássico de domingo, na casa alviverde, pelo Estadual. Será o primeiro confronto depois da abolição da regra da torcida única e uma campanha foi lançada pela paz: "Sempre rivais, nunca inimigos".

O polêmico presidente do Atlético, Mario Petraglia, deu o braço a torcer em busca da paz entre as duas torcidas e a união dos clubes. "Nos últimos anos tenho sido favorável à torcida única, mas me rendo. Com essa direção atual do Coritiba tenho deixado isso claro, o clube teve a grandeza de nos receber para trabalharmos juntos nesse projeto, uma contribuição pequena para a gente faça desse jogo, que é o maior clássico do nosso futebol, uma partida de paz."

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O discurso de Petraglia, e também do presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, recentemente empossado, foi de união por um futebol paranaense mais forte. Eles citaram o crescimento dos grandes clubes de Rio Grande do Sul e Minas Gerais e sugeriram retomar as conversas para a reedição da antiga Copa Sul-Minas, que envolvia os três estados, mais Santa Catarina.

A promessa é de que a recente aproximação entre Coritiba e Atlético-PR (ambos patrocinados pela Caixa e pela TIM, o que facilitou a realização do evento desta quinta) também envolva o Paraná Clube. Na semana passada, um dirigente paranista afirmou que o clube deve fechar até o fim do ano porque não tem condições financeiras de seguir existindo.

Até aqui, as questões relativas à paz nos estádios têm dominado os estaduais. Em São Paulo, a partida entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, por pouco não ocorreu com torcida apenas dos mandantes. O clube alvinegro ameaçou não entrar em campo se o jogo tivesse torcida única. Antes da partida, palmeirenses entraram em choque com a Polícia Militar.

No Rio Grande do Sul, o Gre-Nal, no Beira-Rio, vai ter um setor de torcida mista, com a presença de gremistas e colorados. Já no Rio, o Vasco se negou a ver seus torcedores em setor diferente do habitual no Maracanã e o por isso o clássico contra o Fluminense será no Engenhão.

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