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Nesta semana, a sonda espacial Juno detectou novos formatos de auroras boreais em Júpiter. A descoberta foi possível com o auxílo de um espectrógrafo ultravioleta implentado na nave. A ferramenta é usada para dispersar luz e identificar objetos com mais clareza. Os especialistas da empresa Southwest Research Institute (SwRI), responsáveis pelo projeto, afirmam que as partículas oriundas do Sol entraram em contato com a magnetosfera do planeta e, assim, formaram as auroras.

Apesar dos inúmeros estudos sobre a superfície dos planetas e os ventos solares, ainda não foi descoberto ao certo quais outros fenômenos e consequências este contato no espaço-tempo gera. A princípio, entende-se que as partículas remanescentes do Sol entram em contato com o campo magnético de cada planeta e formam a aurora boreal. A magnetosfera de Júpiter é o maior campo de concentração do sistema solar: se estende por 5 milhões de quilômetros, cerca de 150 vezes o tamanho do próprio planeta.

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De acordo com o cientista sênior e especialista em astronomia Thomas Greathouse, a dinâmica deste fenômeno é controlada pela rotação do planeta, a mais rápida do sistema solar, que leva cerca de dez horas para dar uma volta completa em volta do próprio eixo. Por conta disto, foi identificado que as auroras boreais são uma espécie de emissão ultravioleta em expansão circular. A maior delas apresentou cerca de 2 mil quilômetros de diâmetro, sendo que a velocidade de propagação variou entre 3,3 e 7,7 km/s.

Por conta da localização das auroras em alta latitude, entende-se que as partículas de prótons e elétrons provenientes do Sol e da magnetosfera de Júpiter causam instabilidades de Kelvin-Helmholtz, eventos recorrentes quando há diferença na velocidade entre os dois. O evento, pouco conhecido, ganhará mais evidências com a ampliação da missão da Nasa nos próximos quatro anos.

Auroras boreais particularmente importantes são atualmente observáveis no planeta devido à atividade solar, afirmou nesta quarta-feira à AFP o cientista planetário francês Jean Lilensten. Elas puderam ser observadas especialmente na região francesa da Normandia na noite de terça para quarta-feira e novamente na noite desta quarta para quinta-feira, disse o astrônomo do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble (IPAG).

As auroras boreais são formadas ao longo dos polos magnéticos onde os ventos solares colidem com a atmosfera da Terra. Elas ocorrem em uma coroa normalmente centrada acima da Lapônia, no que diz respeito à Europa. "Mas como nos últimos dias tem havido grande quantidade de vento solar, esta coroa tem se expandido para o sul e veio para a Inglaterra" no que diz respeito à Europa, ressaltou Lilensten.

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Foi o que levou a ver a aurora boreal no céu da Normandia na madrugada passada. Acontece o mesmo com o polo magnético sul, afirmou Lilensten, diretor de pesquisa do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica) e especialista no fenômeno.

Meteorologistas no Observatório Bruxelas tinham alertado que por causa de grandes ejeções de matéria do sol nos últimos dias, a velocidade do vento solar tinha aumentado significativamente e que a coroa havia descido mais baixo, disse. Vistas a partir da Terra, auroras aparecem como grandes manchas ou faixas de luz, geralmente vermelho ou verde.

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