Tópicos | Australian Open 2014

Stanislas Wawrinka completa 29 anos no próximo mês de março. Até o início do Australian Open de 2014, o suíço era considerado um ótimo jogador pelos apreciadores do tênis, mas longe de ser equiparado ao nível de figuras como Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal. Coisa do passado. O novo campeão do Grand Slam da Oceania se reinventou. Mostrou ao mundo como o tempo - muitas vezes tido como inimigo dos atletas - deve ser encarado com paciência, persistência. Como aliado.  

No atual ranking dos 100 melhores tenistas do mundo, não há um jogador que tenha menos de 20 anos. A precocidade vem se tornando algo raro no esporte das raquetes. E Wawrinka atinge o ápice após 12 anos como profissional e uma carreira de, até então, apenas cinco títulos ATP 250 - os torneios menos expressivos do circuito. A conquista do Australian Open, no último domingo (26), teve aspecto de redenção. De surpresa. De vitória do improvável.

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Nadal sofreu. Ele, que pouco sofre em quadra, caiu diante da autoridade do suíço. E não adianta dizer que Stan venceu apenas por que o espanhol sentiu as costas. No primeiro set, com Rafa em 100% do seu físico, Wawrinka anulou o número um do mundo com a segurança típica dos grandes. Se a dor anestesiou o ímpeto de Nadal, se o corpo mais uma vez lembrou de seus limites, pouco importa; tais fatores não podem desvalorizar uma das conquistas mais impactantes dos últimos anos.

Após 12 jogos contra Rafael Nadal e 12 vitórias do espanhol, que nunca havia perdido um set sequer para Wawrinka, o campeão quebrou tabu. Nas quartas de final, derrotou o sérvio Novak Djokovic depois de um histórico de 14 derrotas consecutivas, em outro histórico encontro de cinco sets entre os dois. Mais um tabu diluído na capacidade de reinvenção de quem consegue superar limites improváveis.

Stanislas Wawrinka merece o reconhecimento não apenas por ter sido campeão do Australian Open. Merece medalha pela força com que carregou sua carreira de poucos louros, até o primeiro título de Grand Slam.  Merece mais que aplausos. Merece um lugar especial na história do tênis.

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