A noite de shows do Mimo, festival que realiza até o próximo domingo (7) sua etapa em Olinda, foi encerrada com muita alegria nesta sexta-feira (5). A música de Bassekou Kouyate e sua banda Ngoni Ba contagiou as milhares de pessoas que foram à Praça do Carmo ouvir os sons de várias partes do mundo.
Kouyate é do Mali, país africano, e um mestre do ngoni, instrumento de timbre muito característico, parente do alaúde. Seu virtuosismo e musicalidade fizeram dele um dos artistas mais conhecidos do seu país, e trouxe também reconhecimento internacional.
##RECOMENDA##Além do timbre do ngoni e do sabor da percussão africana, o grupo demonstra técnica apurada e um repertório muito bem ensaiado. As obras têm arranjos elaborados e muito bem executados, e os músicos espaço para fazer solos que animaram quem estava mais perto do palco. As vozes - econômicas, dando bastante espaço para os instrumentos - são uma qualidade a mais na saborosa musicalidade do grupo.
Bassekou tentou algumas vezes se comunicar em português, mas ele mesmo riu ao conseguir pronunciar apenas um "tudo bem" e um " obrigado", com bastante sotaque. Em certo momento, chamou um intérprete para ajudá-lo a traduzir seu francês para o público presente. "É um prazer estar aqui com minha família", disse o músico, apontando na banda filhos, sobrinho e sua esposa. Pediu para que todos cantassem Parabéns a você para sua esposa, que estava aniversariando, e foi prontamente atendido.
Se não conseguiu se comunicar falando, através de sua música Bassekou Kouyate se comunicou muito bem. Muita gente se emocionou no público quando o grupo tocou a melodia de Asa Branca, de Luiz Gonzaga, um dos maiores clássicos da música nordestina e brasileira.
O espetáculo é mais que musical: as roupas típicas compõem o visual, os músicos fazem pequenas coreografias e brincadeiras no palco. A empatia com o público foi imediata e no decorrer do show foi ficando cada vez mais difícil encontrar alguém parado.