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Ao tomar posse na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 12, em cerimônia sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), a ministra Rosa Weber proferiu uma série de recados ao chefe do Executivo, candidato à reeleição, e fez defesa enfática da democracia, sempre destacando o papel da Corte como guardiã da Constituição.

No discurso, Rosa afirmou que, em um Estado democrático de Direito, não se pode sequer cogitar descumprir ordens judiciais - e foi aplaudida pelos presentes. Em manifestação no 7 de Setembro do ano passado, Bolsonaro atacou o STF e ameaçou descumprir ordens do ministro Alexandre de Moraes. Neste ano, adotou tom mais comedido, embora tenha declarado que povo "já sabe o que é" a Corte.

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A nova presidente da mais alta instância do Judiciário ainda destacou que, em uma democracia, quem dá a palavra final da interpretação do texto constitucional é o STF, que costuma ter a legitimidade de suas decisões questionadas por Bolsonaro e membros do primeiro escalão do governo. "E o Supremo permanecerá vigilante na defesa incondicional da Supremacia da Constituição e da ordem democrática", destacou.

Rosa lembrou os atos de comemoração dos 100 e 150 anos de independência do Brasil e disse desejar que "nas próximas comemorações tenhamos avançado na conquista do que a constituição aponta como princípios fundamentais". Também disse que a última palavra na interpretação das leis cabe ao Judiciário, em referência a acusações de Bolsonaro e apoiadores que afirmam que a Corte seria imparcial.

Entre as autoridades presentes estavam Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado; Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara; Augusto Aras, procurador-geral da República; Beto Simonetti, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU); Anderson Torres, ministro da Justiça; Bruno Dantas, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU).

O presidente Jair Bolsonaro planeja fazer reuniões bilaterais com ao menos cinco chefes de Estado enquanto participa da cúpula do G-20, que ocorrerá nesta semana no Japão. Entre os encontros já previstos em sua agenda, estão os com Xi Jinping, presidente da China, e Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita.

O presidente também pretende se reunir individualmente com outros representantes dos Brics - bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Já está marcado um encontro com Narendra Modi, primeiro-ministro indiano. Segundo um auxiliar, Bolsonaro pretende incluir ainda em sua agenda uma reunião com Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul. Até o momento, não foi feito pedido de encontro por parte de Vladimir Putin, presidente da Rússia.

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A agenda do presidente será intensa durante os três dias no Japão. Na quinta-feira, quando chegará a Osaka, está previsto um jantar privado com integrantes de sua comitiva. De acordo com uma fonte, o Planalto avalia se incluirá no encontro a participação de empresários japoneses com ligação com o Brasil, como representantes da Mitsui, acionista da mineradora Vale.

Na sexta-feira, Bolsonaro receberá uma homenagem na Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil e, em seguida, irá ao encontro informal dos Brics. Segundo uma fonte a par dos preparativos, a expectativa é que Bolsonaro faça a principal fala na reunião. Em seguida, o presidente se reúne com Xi Jinping e então segue para cumprir a programação da cúpula do G-20.

No sábado, paralelamente às atividades do G-20, Bolsonaro terá o encontro bilateral com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien-Loong, e com Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita. O príncipe é grande aliado do governo de Donald Trump, mas vem sofrendo pressão internacional após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no ano passado. Segundo informações da imprensa americana, a CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, chegou a apontar Mohammed bin Salman como mandante do crime, que ocorreu no consulado saudita em Istambul.

O governo brasileiro já tinha sinalizado intenção de se aproximar dos sauditas. O chanceler Ernesto Araújo afirmou que Bolsonaro planeja fazer ainda este ano uma visita a países árabes, entre eles a Arábia Saudita e os Emirados Árabes.

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