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Arquitetos do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) vão se reunir nesta próxima sexta-feira (30), com o intuito de apresentar para o Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) um acordo sobre o Projeto Novo Recife, que conta com a construção de 12 torres no Cais José Estelita. A decisão foi tomada nesta terça-feira (27), em um encontro que aconteceu na sede do IAB.

Em reunião a presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Vitória Andrade falou que é necessário analisar as obras de alto impacto urbano e seus efeitos, para buscar soluções para o avanço da cidade. Ela ainda comentou que sexta-feira será um dia decisivo para o andamento do projeto, já que a prioridade é atender a sustentabilidade ambiental e urbana. O conselho se reúne mensalmente para discutir os projetos que poderá causar um grande impacto na cidade.

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Um dia após o prefeito, João da Costa, antecipar seu apoio ao projeto da iniciativa privada de construção no Cais Estelista  de um complexo de 12 edifícios torres, integrantes do movimento #OcupeEstelita“ articulam novo ato de protesto, a exemplo do que ocorreu no último domingo (15), quando durante todo o dia manifestantes ocuparam o local. O Cais Estelita fica localizado em área do centro do Recife.

O prefeito alega o investimento de R$ 20 milhões que as empresas - Queiroz Galvão, Moura Dubeux - envolvidas no consórcio prometem fazer em ações de compensação para a cidade.  "A gente só lamenta que ele (João da Costa) passe por cima de uma determinação do Ministério Público e da própria prefeitura, pois o projeto ainda está em análise técnica por órgãos da própria Prefeitura”, afirma ao LeiaJá Ana Paula Portela, integrante do grupo Direitos Urbanos - "matriz" do #OcupeEstelita.

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Ana Paula Portela anuncia que nesta quinta (19), representantes do #OcupeEstelita vão entregar uma carta ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de PE (Fundarpe), pedindo avaliação das entidades para a preservação da área. “A construção quebra o entorno histórico e social da região”., ressalta. Ainda esta semana, eles articulam uma mostra de vídeo no Cinema São Luís e debates com especialistas no tema.

A reportagem do LeiaJá procurou a assessoria do prefeito, João da Costa, para repercutir as críticas do Movimento #OcupeEstelita, mas até o momento não teve retorno.

Movimento - O #OcupeEstelita“ nasceu de mobilização feita nas redes sociais por integrantes do grupo, também originário das redes sociais, Direito Urbano. Os integrantes são representantes de diversos setores da sociedade - artistas, profissionais liberais, estudantes, estudantes. Defendem a ocupação da área do Cais Estelita, abandonada há anos pelo poder público, mas alegam que a verticalização não garantirá qualidade de vida do recifense.

                   Na última sexta-feira (13), em evento na cidade do Recife, que reuniu o governador Eduardo Campos, os prefeitos do Recife e Rio de Janeiro, João da Costa e Eduardo Paes, o compositor e cantor Gilberto Gil, e outras autoridades para debater o desenvolvimento sustentável, o cineastra Cláudio Assis subiu ao palco, sem convite, e pediu o apoio de todos os presentes ao movimento #OcupeEstelita“, entregando, na ocasião, uma carta divulgando as ações do grupo.

 

                

Arquitetos, engenheiros, artistas circenses, médicos, jornalistas, estudantes, militantes partidários, moradores do Recife e da Região Metropolitana dedicaram este domingo (15) a ocupar o Cais José Estelita, na bacia Portuária do Recife. O Ocupe Estelita tem por finalidade sensibilizar o poder público para que não aprove o projeto Novo Recife, que consiste na construção de 13 torres ao longo do Cais José Estelita.

Ao longo do Cais, crianças, adolescentes, adultos e idosos conversam, brincam de patins, skate e bambolê, outros ouvem música e dançam, além de produzirem cartazes de manifesto ao projeto e ao poder público. Eles se mobilizaram tanto para promover a socialização na cidade quanto para refletir sobre um novo modelo de cidade, de preferência freando a verticalização.

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A socióloga e uma das integrantes do movimento Direitos Urbanos (constituído através das redes sociais), Ana Paula Portella, afirma que o movimento é uma plataforma de debate social. “O Recife vem se crescendo em torno de torres e shoppings, está na hora do poder público começar a repensar o modelo de cidade longe da verticalização. O projeto do Consórcio Novo Recife (composto pela Moura Dubeux, Queiroz Galvão, GL Empreendimentos e Ara Empreendimentos) é segregador e, no entanto, vai ocupar um das áreas mais bonitas da cidade. Esperamos que o poder público avalie bem isto”.

Segundo Ana Paula, o movimento não fica apenas na discussão do projeto Novo Recife, mas também na reflexão de outras ações da gestão pública que estão em desalinho com a vontade da sociedade. Projetos como Via Mangue, Viadutos da Agamenon e ciclovias estão entre os temas de reflexão do grupo.

O músico olindense Pedro Andrade, 28 anos, analisa que a construção das torres no local irá interferir na mobilidade dos moradores do entorno de maneira mais direta, mas também afetará o tráfego de moradores de outros bairros. “A mobilidade na cidade já é complicada tanto para quem mora na cidade quanto para quem precisa circular por ela e com a construção desse empreendimento a coisa tende a ficar ainda pior”.

Para o músico, que trabalha no Recife, barrar este projeto significa preservar a história da cidade e sua paisagem, bem como frear a verticalização.  Ele também avalia que ouvir a população, suas ideias em relação ao formato de cidade que ela necessita é uma nova forma de se fazer política. “é necessário que a população seja ouvida, seus anseios, suas demandas e que seja atendida”.

Dentre os participantes da mobilização estava um grupo de militantes petistas da corrente Movimento de Ação e Identidade Socialista (Mais), sendo um deles pré-candidato a vereador do Recife, o médico Carlos Eduardo. Questionado se sua presença tinha com objetivo ganhar a simpatia dos eleitores ou angariar votos, Carlos negou. “Sou de uma corrente que está com o povo, somos muito ligados aos movimentos sociais, estamos constantemente juntos. Vou disputar espaço na Câmara para defender o desenvolvimento sustentável. Minha participação na mobilização, que é legítima, é enquanto cidadão preocupado com o município”.

O Ocupe Estelita acontecerá até às 16h e conta com uma programação náutica, circense, além de apresentação de teatro e bandas.

Confira a galeria de imagens da mobilização.

O estado de Pernambuco começou a discutir, na tarde desta sexta-feira (13), os rumos para minimizar os impactos ambientais do planeta. O evento foi preparatório do Rio Climate Challenge, Rio Clima (RCC), evento paralelo a Rio+20. Proposta do "Pernambuco no Clima" é estabelecer metodologias e propor uma agenda de trabalho do RCC.

Márcio Macedo, que é presidente de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, começou cumprimentando o governador do Estado a quem chamou de “jovem talento da política brasileira". Depois de rasgar elogios ao governador, o deputado disse que o Rio+20 será um momento significativo para o País. “Poder traçar novas estratégias para o desenvolvimento sustentável para o planeta, fazer correções de rumo desses vinte anos (em relação ao que foi deliberado no Rio 92) e amplificar os acertos que foram feitos no Rio+20 estão entre nossas prioridades”, afirmou.

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Para a deputada federal do Rio de Janeiro, Aspásia Camargo, é necessário que os políticos ponham o assunto em pauta com urgência. “Precisamos criar desenvolvimentismo sustentável, mas para isso, é necessário ação. É preciso que os políticos acordem para este problema, assim como estão fazendo alguns políticos jovens e experientes que aqui estão. É importante que a temática seja discutida e que entre na pauta política”, avaliou. Segundo ela, o Rio+20 iria cometer um erro em não discutir um tema de tanta relevância, quanto é o clima.

Sarney Filho (PV-MA) pontuou as mudanças climáticas que o mundo vem sofrendo e frisou que tais situações sugerem uma “pré-catástrofe”. “Há três anos tivemos a grande seca na Amazônia. Vivemos com a realidade de muita chuva em lugares que normalmente fazem sol e muito sol nos lugares que normalmente chove. Portanto, duas são as questões que o assunto nos impõe: primeiro, precisamos mitigar o aquecimento global e, segundo, nos adaptarmos a ele. Se temos um grande fórum que é o Rio+20 temos que focar na questão do aquecimento global”.

O deputado maranhense teceu críticas à Lei Ambiental que será votada no Congresso. “O Brasil tem uma responsabilidade muito grande. Nós, diferentemente de muitos países, somos emissores não por causa da indústria, mas por causa do desmatamento, por causa do uso do solo. E agora, perto do Rio+20, tendo um fórum como este, dessa importância, não podemos nos omitir. O congresso, ao invés de estar discutindo formas de preservar os nossos biomas, maneiras de cobrar pelos serviços ambientais que a Amazônia presta ao Brasil e ao mundo, está discutindo um retrocesso na legislação ambiental”. E concluiu fazendo uma chamada à sociedade: “Pressionem o congresso para que não aja na contramão da história”.

Também participaram da mesa o ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, o governador Eduardo Campos (PSB), os deputados Sarney Filho (PV-MA), Márcio Macedo (PT-SE), Aspásia Camargo (PV-RJ) e Fernando Ferro (PT-PE), o prefeito do Recife, João da Costa (PT), o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier (PV), o coordenador-geral da Prefeitura do Rio de Janeiro para a Rio+20, Sergio Bessermann, representando o prefeito Eduardo Paes; líderes das subcomissões da Rio+20 da Câmara dos Deputados e do Senado, além dos facilitadores internacionais e nacionais.

 

Protesto - No momento em que os políticos discursavam, o integrante do Grupo #OcupeEstelita e cineasta Cláudio Assis subiu ao palco para entregar uma carta de solicitação ao governador Eduardo Campos para que o projeto Novo Recife não seja concretizado. “O Recife não precisa de mais um projeto de verticalização”, disse Cláudio, que teve o áudio do seu microfone cortado pela organização do evento.

O grupo irá se reunir novamente, no próximo domingo (16), das 9h às 16h, nas calçadas dos armazéns do Cais José Estelita, no bairro do Recife, com o apoio de diversos segmentos da sociedade. Segundo a página criada no Facebook para o evento, "o #OcupeEstelita não se opõe apenas à criação, na região central do Recife, de ao menos 12 torres, algumas com mais de 40 andares. O movimento busca manter vivo o debate sobre o modelo de ocupação verticalizado que a cidade adotou nas últimas décadas. No alvo, também está a controversa construção de quatro viadutos sobre a Avenida Agamenon Magalhães".

Os manifestantes do #OcupeEstelita vão a abertura do evento “Pernambuco no Clima”, que vai ser realizado às 14h, no Arcádia de Boa Viagem, e terá a presença do governador Eduardo Campos, dos prefeitos João da Costa (Recife) e Eduardo Paes (Rio de Janeiro), além do ex-ministro, cantor e compositor, Gilberto Gil. Na ocasião, eles entregam uma carta aberta à população contra a construção de 12 prédios, na área do Cais Estelista, localizada no centro do Recife.

O Movimento considera que a ação é nociva ao meio ambiente e a qualidade de vida dos recifenses - o projeto da iniciativa privada pretende construir um complexo de edifícios torres na região, seguindo um modelo de ocupação verticalizada. No documento, eles também divulgam a manifestação prevista para ocorrer neste domingo (15), a partir das 9h, e que deverá reunir representantes de vários segmentos da sociedade - artistas, produtores culturais, profissionais liberais, ciclistas, estudantes.

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O #OcupeEstelita é uma iniciativa do grupo Direitos Urbanos, criado a partir de uma mobilização nas redes sociais. "Será um grande ato da sociedade civil em defesa do direito às cidades sustentáveis, pelo meio ambiente e em protesto por um uso do solo responsável, ambientalmente equilibrado e socialmente justo na Região Metropolitana do Recife", diz um dos trechos da carta - a íntegra você confere aqui.

 

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