Tópicos | Caravana Sereia Bloom

Embora o CD e o Mp3 - com toda sua tecnologia e praticidade - dominem atualmente o mercado fonográfico no que diz respeito à produção, distribuição e aquisição da obra, há quem diga que o formato analógico de áudio proporcionado pelo disco de vinil nunca será superado pela reprodução sonora das “novas” mídias digitais. 

Além da sonoridade, a nostalgia que os apaixonados pelo LP (abreviação de Long Play) sentem ao manusear o encarte (que muitos chegam a adjetivar como “obra de arte”) também é um dos fatores que influenciam o desejo de um artista lançar seu álbum também neste formato.

Talvez esta tenha sido a motivação da cantora paulistana Céu ao anunciar, por volta das 17h desta quinta-feira, em sua página oficial no facebook: “Em 48 horas, se passarmos de 2000 ‘curtir’ neste post, lançaremos o novo disco ‘Caravana Sereia Bloom’ em vinil! Curte e compartilhe”. Quatro horas após a postagem, cerca de 890 fãs já curtiram a proposta. Depois dos discos Céu (2005), Cangote EP e Vagarosa (ambos de 2009); Caravana Sereia Bloom seria o primeiro lançado em formato bolacha, apelido carinhoso para o saudoso LP.

A revolução digital - e toda a força que redes sociais como o Facebook possuem nos dias atuais - ironicamente está ajudando a resgatar, neste caso, um produto veterano. Os fãs de Céu, provavelmente antenados em internet e tecnologia em geral, foram recrutados para o resgate do vinil. E têm respondido positivamente ao apelo, que é provável que seja atendido.

Caravana Sereia Bloom - É ambíguo e, ao mesmo tempo, divertido dizer que o quarto álbum de Céu veio da terra e de todas as estradas que cruzam os lugares por onde a cantora passou. Ela buscou inspirações em suas viagens e já chegou a relacionar seu novo disco a “road movies” como Bye Bye Brasil, do diretor Cacá Diegues; e Viajo Porque Preciso Volto Porque Te Amo, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.

Além da temática inspiradora de idas e vindas geográficas, as canções retomam idas e vindas cronológicas. No repertório, Céu resgata Palhaço, de Nelson do Cavaquinho, canção que canta desde a infância e agora grava acompanhada pelo pai (quem sugeriu a inclusão da música no repertório). Em seu álbum viajado (literalmente, e no melhor sentido) a mulher de voz sensualista visita influências Jamaicanas e Caribenhas.

No Brasil, dá um pulo no Norte e Nordeste, quando desembarca no Recife e encontra a composição de Jorge du Peixe (Nação Zumbi) - em “Chegar em Mim”, a cantora concretiza a vontade de gravar a composição do vocalista de Nação e em mais quatro faixas outros músicos do mangue-beat (Lúcio Maia, Dengue e Pupilo) também estão presentes firmando a tradição da participação dos mangueboys em todos os seus discos. A produção é assinada por Gui Amabis, marido de Céu e seu parceiro em Retrovisor - single de lançamento do disco que depois viria a "vazar" na íntegra, na mesma semana.

O clipe da música foi gravado nos arredores de Vila Velha, Ilha de Itamaracá, em Pernambuco e disponibilizado na internet esta semana. Confira:

 

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