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O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Cauê Macris (PSDB), escreveu no Twitter que assinará, nesta quinta-feira (21), um ato para impedir a realização de evento com homenagem ao ditador chileno Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990.

"O ato será publicado no Diário Oficial do Estado na sexta-feira", escreveu Macris. Quem marcou o ato solene para homenagear o ditador foi o deputado estadual Frederico D'Ávila (PSL-SP).

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A homenagem foi marcada na agenda oficial da Alesp para 10 de dezembro, data em que se comemora Dia Internacional dos Direitos Humanos e também aniversário da morte de Pinochet. O evento foi protocolado na semana passada.

Para d'Avila, o ditador chileno "conduziu seu governo de forma brilhante, impedindo que o cenário ditatorial e violador de direitos humanos cubano e soviético da época se instalasse no seio da sociedade chilena". Ainda segundo o deputado, "a visão comunista" não consegue entender "o bem que ele fez àquele país e à América Latina".

A ditadura militar chilena levou 200 mil pessoas ao exílio, torturou milhares e deixou mais de três mil mortos, sem contabilizar os desaparecidos.

O PSDB reeditou uma aliança histórica com o PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para manter a hegemonia na Casa e reeleger nesta sexta-feira, 15, o deputado tucano Cauê Macris para mais dois anos à frente do Parlamento paulista. A eleição será com voto aberto, logo após a posse dos 94 deputados estaduais eleitos em 2018.

Nos últimos 24 anos, período em que os tucanos governam o Estado, o partido só não comandou a Assembleia no biênio 2005/2007, quando o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), então no PFL, derrotou o tucano Edson Aparecido, também com apoio do PT, por dois votos de diferença. De lá para cá, o PSDB sempre conquistou a presidência com folga, compondo com os petistas na primeira secretaria e o DEM na segunda - os três principais cargos na Mesa Diretora.

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A novidade nesta legislatura é o surgimento de uma nova força política na Casa, o PSL. O partido do presidente Jair Bolsonaro elegeu 15 parlamentares e lançou a deputada Janaina Paschoal, mais votada nas urnas, com 2 milhões de votos, na disputa contra Cauê. Os outros dois postulantes ao cargo também são novatos no Parlamento, mas com bancadas bem menores. Daniel José (Novo) e Mônica Seixas (PSOL), cada um com quatro deputados.

Desde que se colocou como candidata ao cargo, em meados de fevereiro, Janaina só repeliu seus pares com um discurso contundente e uma pressão externa. A defesa de que é preciso "abrir a Assembleia", que hoje concentra as decisões no colégio de líderes a portas fechadas, e as mensagens agressivas que seus apoiadores nas redes sociais mandaram aos deputados pressionando por apoio a ela, isolaram o PSL.

Até o Novo, que empunha a mesma bandeira da "nova política", preteriu a advogada, que se notabilizou como autora do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, para ter candidatura própria. "A gente conversou com a Janaina, mas percebeu que ela não tinha viabilidade porque a postura que adotou criou uma rejeição muito grande na Assembleia", disse Daniel José.

Janaina, que conta com apoio declarado apenas dos seus 14 colegas de bancada e do deputado Arthur Mamãe Falei (DEM), nega que tenha estimulado os ataques. "Não compactuo com nenhum tipo de agressão, inclusive tenho pedido publicamente para que isso não aconteça. Desconfio que tem gente fazendo certos tipos de ataques para me prejudicar."

Posto

A bancada do PSL, porém, não poupou críticas ao presidente Cauê e cobrou investigações sobre as doações de mais de R$ 100 mil que ele recebeu de assessores da Casa e de fiscais da Receita estadual, e pelo uso de seu posto de gasolina para compensar R$ 881 mil em cheques emitidos pela campanha dele e do pai, o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB). O caso foi revelado pelo Estado. Ambos disseram que fizeram isso para "facilitar o pagamento de cabos eleitorais".

Nesta quinta-feira, 14, o líder do PSL, Gil Diniz, entrou com um mandado de segurança na Justiça para tentar impedir a candidatura de Cauê, alegando que a Constituição do Estado e o regimento interno da Assembleia proíbem a "recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente" no Legislativo. O desembargador Antonio Celso Aguilar Cortez, porém, indeferiu o pedido, afirmando a restrição não está expressa no caso de um novo mandato e que o entendimento do Poder Legislativo é de que a proibição só se aplica na mesma legislatura.

"Depois do denuncismo agora estão apelando para a técnica do tapetão. Estamos tranquilos que isso não vai prosperar. Eleição se ganha no voto", criticou Cauê, que recebeu amplo apoio de seus pares nas últimas semanas. Aliados dizem que o candidato apoiado pelo governador João Doria (PSDB) deve ter cerca de 70 votos, incluindo os oito do PSB, partido do ex-governador Márcio França, adversário na eleição estadual.

Apesar do favoritismo do PSDB na Casa, o governo Doria não deve ter uma base tão ampla quanto seus antecessores tucanos e terá de negociar com a Assembleia mais fragmentada da história, com 24 partidos. Aliados de Cauê, PT e PSB devem ir para oposição ou ficar neutro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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