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A Ucrânia lembrou neste domingo (26) o 29º aniversário da catástrofe nuclear ocorrida na central de Chernobyl, a uma centena de quilômetros de Kiev, onde a instalação de uma nova camada protetora para o reator acidentado foi adiada. À 01h23 da madrugada, hora exata da explosão, centenas de pessoas depositaram flores e velas ao pé do monumento às vítimas de Chernobyl em Slavutich, uma cidade localizada a 50 km da central e que foi construída depois da catástrofe para alojar os funcionários do local, informaram jornalistas da AFP.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se dirigiu neste domingo a Chernobyl para homenagear as vítimas da catástrofe e examinar os trabalhos de construção da nova camada de aço perto do reator número 4 que explodiu no dia 26 de abril de 1986, contaminando uma grande parte da Europa, mas sobretudo Ucrânia, Belarus e Rússia.

Graças aos fundos desbloqueados pela comunidade internacional, o presidente declarou, em uma mensagem dirigida à nação, que espera terminar a construção da nova camada com o objetivo de proteger para sempre o mundo das radiações de Chernobyl.

Cerca de 100 mil pessoas foram retiradas da zona em um raio de 30 km ao redor da central, cuja entrada continua sendo proibida. Os números da catástrofe segue gerando debate.

O Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos das Radiações Atômicas (UNSCEAR) só reconhece oficialmente as mortes de 31 operadores e bombeiros diretamente vinculadas à catástrofe, enquanto a ONG Greenpeace fala de ao menos 100.000 mortos devido à contaminação radioativa, principalmente entre os "liquidadores".

Trata-se de centenas de milhares de pessoas que as autoridades enviaram ao local do acidente e que não contaram com uma verdadeira proteção para apagar o incêndio, limpar a zona contaminada e construir uma cobertura de concreto batizada de sarcófago para isolar o reator afetado.

Embora os trabalhos de reforço tenham permitido eliminar o risco de colapso, esta estrutura está rachada e deve ser recoberta com uma gigantesca camada de aço de mais de 20.000 toneladas cuja construção, calculada em mais de 2 bilhões de euros, é financiada por doações internacionais administradas pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

A nova camada impermeável já está montada, mas os trabalhadores ainda precisam equipá-la com material de alta tecnologia para que as operações de desmantelamento e descontaminação do reator acidentado possam ser realizadas com total segurança.

O fim deste projeto estava previsto a princípio para o fim de 2015, mas precisou ser finalmente adiado no ano passado até o fim de 2017 por dificuldades tecnológicas ligadas a sua complexidade, segundo o BERD. Apesar do acidente, a central de Chernobyl continuou produzindo eletricidade até o ano 2000, quando a atividade de seu último reator em funcionamento foi interrompida.

Os ucranianos acenderam velas e depositaram flores nesta sexta-feira em memória das vítimas do pior desastre nuclear da História, ocorrido em Chernobyl, 27 anos atrás, enquanto prosseguem os esforços para blindar permanentemente o reator acidentado. Em 26 de abril de 1986, uma explosão durante um teste provocou um vazamento de material radioativo que se espalhou pela Europa, contaminando principalmente Belarus, Ucrânia e Rússia.

Dezenas de pessoas depositaram flores e acenderam velas em frente a retratos de vítimas no monumento às vítimas de Chernobyl na pequena cidade de Slavutych, a cerca de 50 km do local do desastre, onde moravam muitos funcionários da usina.

Ao mesmo tempo, na capital Kiev, autoridades e parentes das vítimas também fizeram uma cerimônia perante um memorial. "A lembrança da tragédia pede unidade e a consolidação dos esforços do governo e da sociedade para solucionar os problemas, implementando projetos para criar um sistema ambientalmente seguro em Chernobyl", declarou o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, em um comunicado.

"Os incontáveis homens, mulheres e crianças afetados pela contaminação radioativa nunca devem ser esquecidos", destacou, também em um comunicado, o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, apelando à "generosidade" mundial com as regiões afetadas.

No ano passado, a Ucrânia iniciou a construção de um abrigo permanente para substituir a estrutura temporária de concreto e aço que foi erguida apressadamente após a tragédia, mas que desde então tem apresentado rachaduras. "Um novo confinamento é o nosso futuro, isto é algo pelo qual aguardamos muitos anos", declarou a jornalistas Alexander Novikov, vice-diretor técnico de segurança da usina elétrica de Chernobyl, durante visita ao local esta semana.

A estrutura arqueada de 257 metros e 20 mil toneladas, conhecida como o novo e seguro confinamento, é projetada para durar um século e será dotada de equipamentos de alta tecnologia para fazer de forma segura o trabalho de descontaminação dentro do reator afetado.

A construção da nova estrutura é estimada em 900 milhões de euros (US$ 1,172 bilhão), enquanto o trabalho de descontaminação no local vai elevar o custo total a 1,5 bilhão de euros (US$ 1,95 bilhão).

A conclusão do novo abrigo está prevista para outubro de 2015. A administração da usina informou que também iniciará em breve a construção de uma cobertura temporária sobre uma seção de Chernobyl, onde parte do telhado desmoronou este inverno devido ao peso da neve acumulada.

Novikov enfatizou que o trecho que ruiu em fevereiro não pertencia à estrutura do sarcófago que cobre o reator que explodiu. "O trabalho do projeto está quase concluído e começaremos a construção da cobertura temporária para fechar o buraco que apareceu", afirmou.

O gerente-geral da usina de Chernobyl, Igor Gramotkin, acrescentou que o desmoronamento da parte do telhado voltou a reforçar a necessidade de uma conclusão rápida do novo arco sobre o reator acidentado.

Chernobyl fica a apenas 100 km de Kiev e está próxima das fronteiras com a Rússia e Belarus. A área no entorno da usina ainda está muito contaminada e é classificada como "zona de exclusão" desabitada. Após o acidente, autoridades da União Soviética determinaram que milhares de pessoas na Ucrânia participassem da limpeza depois do acidente em Chernobyl, trabalhando sem qualquer proteção.

Embora apenas duas pessoas tenham morrido nas explosões iniciais, a agência atômica das Nações Unidas afirma que 28 socorristas morreram de doenças relacionadas à radiação nos três meses que se seguiram ao acidente. Segundo números oficiais ucranianos, mais de 25.000 dos trabalhadores da limpeza, denominados "liquidadores" das então soviéticas Ucrânia, Rússia e Belarus morreram após o desastre.

Apesar disso, a escala real dos óbitos relacionados diretamente com a tragédia permanecem até hoje tema de um penoso debate científico.

A usina ucraniana de Chernobyl, onde a explosão de um reator causou a pior catástrofe nuclear da História em 1986, terá seu abastecimento elétrico reduzido nesta quinta-feira (6), por causa de suas dívidas, o que causou preocupação no Greenpeace.

O grupo privado de energia AES Kievoblenergo anunciou em um comunicado que está "obrigado a restringir a alimentação elétrica para algumas instalações da usina de Chernobyl".

A usina, que permanece sob vigilância desde o desligamento de seu último reator operacional no ano 2000, acumulou uma dívida de mais de 600 mil euros para seu consumo de eletricidade, segundo a mesma fonte.

A partir da quinta-feira será cortada a luz das garagens da central e "alguns outros locais" até o pagamento da dívida pela usina, destacou à AFP a porta-voz do grupo, Anastasia Iliasevitch.

Consultada sobre se esta decisão traria riscos para a segurança de Chernobyl, onde ainda existem grandes quantidades de combustível nuclear e lixo radioativo, Iliassevicth respondeu que a usina é "responsável por sua própria segurança".

A ONG de defesa do meio ambiente, Greenpeace, mostrou-se preocupada com estes cortes.

"Não haverá catástrofe global", declarou Vladimir Chuprov, encarregado do Greenpeace Rússia, citado pela agência de notícias Interfax. "Mas há lugares vulneráveis onde pode haver problemas", acrescentou.

A explosão do reator 4 da usina de Chernobyl, perto das fronteiras com a Rússia e Belarus, contaminou boa parte da Europa, sobretudo Ucrânia, Rússia e Belarus, então repúblicas da União Soviética.

O reator acidentado foi coberto rapidamente por um sarcófago de cimento, que hoje está fissurado. As obras estão em andamento para construir uma nova cobertura hermética para reduzir a ameaça da radioatividade.

Apelando a todos os países que sejam extremamente cautelosos com a energia nuclear, o presidente ucraniano Viktor Yanukovych agradeceu nesta quinta-feira aos doadores que vão financiar a construção de um novo, e mais seguro, abrigo a ser erguido sobre o reator danificado de Chernobyl, no 26º aniversário do mais grave acidente nuclear da história.

Yanukovych inaugurou hoje o início dos trabalhos para a montagem de um gigantesco edifício de aço, em formato de arco, para abrigar os restos do reator. A estrutura, que pesa 20 mil toneladas e é grande o suficiente para envolver a Estátua da Liberdade, deverá ficar pronta em 2015, permitindo que se comece a delicada e difícil tarefa de desmontar o reator e limpar as grandes quantidades de lixo radioativo que ainda o cercam.

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"O desastre de Chernobyl destacou que a humanidade precisa ser ainda mais cuidadosa ao usar tecnologias nucleares", disse Yanukovych. "Os acidentes nucleares têm consequências globais. Não são o problema de um único país e afetam a vida em regiões inteiras."

Em 26 de abril de 1986, a explosão de Chernobyl lançou uma nuvem de radiação sobre boa parte do hemisfério norte, forçando centenas de milhares de pessoas a abandonarem suas casas na Ucrânia, Bielo-Rússia e na Rússia ocidental. Na época, o governo soviético a princípio tentou encobrir o acidente e hesitou em ordenar a retirada dos moradores das áreas atingidas. Como o público não foi informado do que havia acontecido nem instruído sobre como agir para se proteger da radiação, o desastre causou graves danos à saúde pública.

Um abrigo conhecido como "sarcófago" foi rapidamente erguido sobre o reator danificado, mas, nos últimos anos, começou a apresentar sinais de desgaste e a vazar radioatividade, tornando necessária a construção de uma nova estrutura de confinamento.

Segundo Yanukovych, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pela tragédia e é obrigação do Estado protegê-las e tratá-las. A afirmação, no entanto, não impediu um protesto de 2 mil manifestantes diante do Parlamento de Kiev para pedir aumento das indenizações e pensões.

Yanukovych agradeceu aos doadores internacionais por prometerem € 740 milhões (US$ 979 milhões) para a construção do abrigo e de instalações para lixo radioativo. Os principais doares são as oito nações industrializadas, incluindo o Japão, que ainda se recupera do acidente nuclear de Fukushima, ocorrido em março do ano passado. As informações são da Associated Press.

Cerca de três mil pessoas se reuniram nesta terça-feira em Kiev em um protesto contra a ameaça de corte de benefícios para veteranos do desastre nuclear de Chernobyl, disse um repórter da AFP. Alguns entraram em confronto com policiais perto do prédio do governo, onde a polícia os retirou das ruas para impedir que eles bloqueassem o tráfego.

Não houve feridos, embora uma pessoa aparentemente tenha sofrido um ataque cardíaco e era atendida por médicos de emergência. Os manifestantes gritavam "vergonha!" e pediam que os benefícios deles não sejam cortados. Na segunda-feira, cerca de 70 pensionistas armados com forcados tentaram ocupar o escritório do governador regional em Donetsk.

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Em setembro, legisladores ucranianos deram aprovação inicial para um projeto de lei para cortar benefícios dos chamados "liquidadores" - pessoas que realizaram a limpeza após o desastre nuclear de abril de 1986 - e daqueles que ainda vivem nas terras afetadas. A medida também reduziu os gastos para veteranos de guerra e alguns outros grupos, como parte de novas medidas de austeridade destinadas a afastar a Ucrânia das turbulências econômicas que atingem a Europa. "Liquidadores" de Chernobyl e veteranos de guerra realizaram diversas tentativas de invadir o Parlamento neste outono (boreal). As informações são da Dow Jones.

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