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Leonarda Dibrani, a adolescente cigana expulsa da França para o Kosovo, foi agredida com sua família na tarde deste domingo (20) por pessoas não identificadas em Kosovska Mitrovica, cidade do norte desse território, onde a família vive desde a sua expulsão, no dia 9 de outubro, indicou uma fonte policial.

"Os Dibrani passeavam em Mitrovica com seus filhos quando foram agredidos por pessoas não identificadas", disse à AFP uma fonte policial que pediu para não ter sua identidade revelada. A mãe de Leonarda, Xhemaili, de 41 anos, "foi hospitalizada, enquanto as crianças, traumatizadas, estão em uma delegacia de polícia", acrescentou a mesma fonte.

O pai, Resat Dibrani, de 47 anos, está no hospital de Kosovska Mitrovica junto com sua esposa, indicou. "Isso mostra que os Dibrani não estão seguros aqui", disse a fonte policial à AFP.

Leonarda Dibrani recebeu no sábado (19) um convite do presidente François Hollande para voltar à França sozinha e manter seus estudos. Ela rejeitou o convite, considerando que não quer retornar sem sua família.

"Não irei sozinha à França. Não abandonarei a minha família. Não sou a única a ter que ir à escola. Tem também meus irmãos e irmãs", havia dito à AFP no sábado a menina de 15 anos, nascida na Itália. Dos seus cinco irmãos, quatro nasceram na Itália, e a caçula, de 17 meses, na França.

Depois de ter negado por muito tempo, o pai, Resat, reconheceu que era o único da família a ter nascido no Kosovo, antiga província sérvia que proclamou sua independência em fevereiro de 2008. Dibrani e sua família foram para a Itália e para a França em 2008, "em situação irregular".

O pai reconheceu ter mentido às autoridades francesa, afirmando que toda a sua família era do Kosovo, na esperança de ter mais chances de obter asilo na França.

O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, reiterou nesta segunda-feira a hostilidade do país em relação a entrada da Romênia e da Bulgária a um espaço de livre circulação na Europa.

Segundo Fabius, há preocupações de que criminosos e imigrantes de outros Estados poderiam usar os dois países como uma passagem para algumas partes da União Europeia. "Há um problema lá, porque é preciso ter certeza que a Bulgária e a Romênia terão condições de verificar [o trânsito de pessoas]. Por enquanto, parece que as condições não estão sendo atendidas".

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Referindo-se ao Acordo de Schengen, que permite que as pessoas se desloquem através de 26 países europeus, sem a necessidade de apresentar passaportes, ministro afirmou: "Se não houver uma mudança nas condições, não vamos ser a favor".

Segundo o ministro, a grande maioria dos países que formam o espaço Schengen compartilham desta visão e a França deve vetar o acesso dos dois países, a não ser que melhorem seu controle de fronteira.

Para ter acesso pleno a esta zona de livre circulação, a Romênia e a Bulgária devem passar pela aprovação da União Europeia, contudo os países do bloco podem vetar o acesso de um estado membro.

Recentemente, o ministro do Interior da França, Manuel Valls, disse que os ciganos de etnia roma, que provém dos dois países têm um estilo de vida oposto à maneira de viver dos franceses.

Valls defendeu a política do governo francês de destruir acampamentos dos ciganos e expulsar seus moradores. "Eu aprovei o desmantelamento dessas verdadeiras favelas que representam um perigo tanto para as pessoas de origem cigana, mas também, claro, para as pessoas que vivem em bairros da classe trabalhadora" nas proximidades, onde eles são frequentemente encontrados, disse Valls na rádio France Inter.

Poucos, segundo ele, podem se integrar na sociedade francesa. "Esses povos têm estilos de vida muito diferentes do nosso, e estão claramente em confronto", disse o ministro.

Na segunda-feira, Fabius tentou se distanciar das recentes declarações de Valls sobre os ciganos. "A coerência não é proibida", disse ele, acrescentando que os acampamentos ciganos ilegais "criam dificuldades sociais e há crianças que roubam".

O ministro lembrou que a UE injeta capital para a Romênia visando a integração dos ciganos, mas estes não são usados. Contudo, Fabius admitiu que a mesma crítica pode ser dirigida para outros países, sem especificar. "Temos que fazer mais", disse ele.

O Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, recebe nas próximas quarta (15) e quinta-feira (16) o espetáculo Ciganos, do grupo mineiro Ponto de Partida. Além das apresentações, o grupo promove, na terça-feira (14), às 19h, um bate papo gratuito com artistas e interessados, no Centro Cultural Correios, no Recife Antigo.

O espetáculo conta a história de um menino e seu encontro com um grupo de ciganos, que chegam numa pequena cidade monótona, despertando medos e desejos. A apresentação é marcada pela interpretação ao vivo de músicas brasileiras, flamengas, espanholas, russas e indianas, executadas com violões e castanholas.

Ciganos foi escrita pelo mineiro Bartolomeu Campos de Queirós e traz no elenco Ana Alice Souza, Carolina Damasceno, Érica Elke, Renato Neves, João Melo, Lindo Loschi, Lourdes Araújo, Júlia Medeiros, Ronaldo Pereira, Soraia Moraes e o músico Pablo Bertola.

Serviço

Bate papo com a equipe do Grupo Ponto de Partida
Terça-feira (14), às 19h
Centro Cultural Correios (Av. Marquês de Olinda, 262 Recife Antigo)
Gratuito

Espetáculo Ciganos
Quarta (15) e quinta-feira (16), às 20h
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu, Av. Boa Viagem)
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)

Informações: (81) 3355-9821 / 3355-9822





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