As dúvidas sobre o real efeito da cloroquina é uma realidade para pacientes e médicos. Na coletiva realizada pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quinta-feira (9) o secretário André Longo e o infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro confirmaram que na tentativa de ter uma resposta concreta Recife vai sediar um estudo da OMS em relação ao fármaco.

Apesar da dúvida, Pernambuco já teve casos em que o uso da medicação foi administrado, mas com resultados distintos: “Sei de alguns casos que utilizaram que foram a óbito, assim como outros casos em que não foi a óbito”, disse Demetrius.

“Temos algumas pessoas que defendem com unhas e dentes o uso da cloroquina independente de estado crítico ou não de saúde da pessoa. Precisa-se ter mais cuidado. Os trabalhos que foram feitos em cima das utilizações dessas medicações foram basicamente em pessoas com estado de gravidade maior. Do ponto de vista científico, não tem fundamento real de ser utilizado em qualquer pessoa”, completou.

Mesmo sem a confirmação o secretário André Longo disse que todo lote enviado pelo ministério da saúde já foi distribuído: “Nós recebemos 10 mil unidades de cloroquina do ministério da saúde e nós já distribuímos todo esse quantitativo para as unidades de saúde. Existe a expectativa de que nós possamos receber mais hidroxicloroquina”, disse.

O secretário ainda revelou que Pernambuco será sede de um estudo da Organização Mundial da Saúde sobre a hidroxicloroquina: “O Hospital Oswaldo Cruz vai fazer parte de um projeto de pesquisa específico sobre essa questão”. 

“A organização Mundial da saúde está fazendo um estudo multicêntrico, realizado em várias unidades que fazem acompanhamento de pessoas com covid-19. Em Recife o Oswaldo Cruz será um dos participantes”, disse o infectologista Demétrius Montenegro que declarou que a Fiocruz deve liderar os estudos no Brasil. Nesta quinta o Estado chegou a 555 infectados e 56 mortes.