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Promotores de Justiça de Bauru, no interior paulista, anunciaram que vão pedir a proibição de festas open bar na cidade. A informação foi divulgada quatro dias após a morte do estudante da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Humberto Moura Fonseca, de 23 anos. Na quarta-feira, 4, o laudo necroscópico surpreendeu a família do jovem, que descobriu que ele sofria de problemas cardíacos.

Fonseca morreu após participar de uma competição de resistência durante uma festa. Para os promotores, o sistema de venda open bar incentiva o consumo excessivo de álcool.

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Libório Nascimento, da Promotoria dos Direitos do Consumidor, disse que procura um dispositivo jurídico para pleitear a proibição, que deverá constar como resultado de inquéritos abertos contra festas clandestinas e sobre a morte de Fonseca e a internação de outros três estudantes.

"Sabemos que muitos jovens abusam da bebida por ela estar à disposição. Os consumidores também não conseguem checar a qualidade das bebidas servidas geralmente em copos descartáveis", disse Nascimento. "Nosso objetivo é pedir o fim dessas festas para reduzir os riscos que a bebida, distribuída à vontade, pode causar ao público juvenil", afirmou.

Os promotores pediram à Secretaria de Saúde de Bauru a lista dos estudantes que buscaram atendimento no sábado para formar a agenda de depoimentos de testemunhas. Além da Promotoria dos Direitos do Consumidor, os inquéritos também têm a participação das Promotorias de Habitação e Urbanismo e da Criança e do Adolescente.

Surpresa

Os parentes de Fonseca não sabiam que o jovem tinha problemas cardíacos preexistentes. De acordo com laudo do Instituto Médico-Legal (IML), Fonseca era cardiopata - tinha o coração dilatado e estreitamento nas coronárias. Para os médicos-legistas, o consumo exagerado de álcool (25 doses de vodca) pode ter potencializado o problema, reduzindo a circulação do sangue para o coração e causando o enfarte.

"Esse laudo nos assustou, porque nunca soubemos que meu irmão tivesse alguma doença, ainda mais do coração", disse Henrique Moura Fonseca. Ele contou que exames eram feitos periodicamente por que seu irmão praticava esportes (basquete e muay thai) e nunca havia sido detectado nenhum problema no jovem. "Em nenhum deles foi registrada qualquer anormalidade", afirmou.

O resultado do exame, porém, não altera a linha de investigação da Polícia Civil, que apura contra os estudantes Luís Henrique Menegatti, de 22 anos, e Gabriel Juncal Pereira, de 25, organizadores da festa, crimes de homicídio e três lesões corporais com dolo eventual. Para o delegado Kleber Granja, eles assumiram os riscos ao fazer a festa sem alvará. O advogado de defesa, Luiz Celso de Barros, não foi localizado para comentar o assunto.

Alta

Nesta quinta-feira, 5, a estudante Gabriela Alves Correa, de 23 anos, deve receber alta do Hospital Estadual Bauru, onde está internada desde sábado. Outros dois universitários que estavam internados no Hospital da Unimed já foram liberados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) aponta que o estudante Humberto Moura Fonseca era cardiopata e morreu de enfarte, possivelmente causado pelo excesso de bebida alcoólica que ele bebeu durante uma prova de resistência, na festa Inter Reps, no último sábado (28), em Bauru, no interior de São Paulo.

Os legistas constataram que o estudante era portador de doença cardíaca - tinha o coração dilatado e estreitamento nas coronárias - e que o consumo exagerado de álcool pode ter potencializado o problema, reduzindo a circulação do sangue para o coração e causando o enfarte que o matou. "É muito provável que o consumo excessivo de álcool tenha potencializado a doença pré-existente", disse o diretor do IML de Bauru, Roberto Carlos Echeverria.

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Estudante do último ano de Engenharia Elétrica, Fonseca entrou em coma alcoólica após ter bebido, segundo a polícia, 25 doses de vodca. Outras três pessoas que participavam da "competição" foram internadas em coma alcoólica. Duas delas receberam alta. Apenas a estudante Gabriela Alves Correa, de 23, continua internada. Todos estudantes são da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, que abriu sindicância para apurar o caso.

O delegado Kleber Granja, que preside o inquérito, disse que o resultado do laudo não muda a linha das investigações e a concepção da polícia de que os organizadores da festa assumiram os riscos ao realizá-la sem alvarás para comercializar bebidas alcoólicas e não disponibilizar estrutura adequada de socorro aos frequentadores.

Segundo Granja, por enquanto apenas os estudantes Luís Henrique Menegatti, de 22, e Gabriel Juncal Pereira, de 25, também da Unesp, são apontados como organizadores da festa e poderão responder, ao final do inquérito, por crimes de homicídio com dolo eventual (quando não tem intenção, mas se assume o risco) e três lesões corporais, também com dolo eventual. O delegado se recusou a passar detalhes da investigação em função do segredo de justiça. Granja disse que decidiu decretá-lo "para garantir o bom andamento do inquérito".

O estudante de engenharia elétrica Mateus Pierre Carvalho recebeu alta na segunda-feira (2). Ele era um dos três estudantes internados em hospitais de Bauru após uma disputa de consumo de vodca durante em uma festa na cidade no último sábado (28). Outro estudante, Humberto Fonseca, de 23 anos, morreu após ingerir álcool em excesso.

Gabriela Alves Correia, de 23 anos, estudante de Relações Públicas e Juliana Tibúrcio Gomes, de 19 anos, estudante de engenharia de produção, ambas da Unesp, continuam internadas, mas deixaram a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não correm risco de vida. Elas devem receber alta nos próximos dias.

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