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Quem será escolhido como melhor jogador da temporada 2022-23 pela revista France Football? A resposta sai nesta segunda-feira, às 15h45. Lionel Messi, do Inter Miami, é o grande favorito para levar sua oitava Bola de Ouro, após ter conquistado o tricampeonato mundial com a seleção argentina. Mas há outros fortes concorrentes, como o norueguês Erling Haaland, artilheiro do Manchester City, campeão inglês e europeu na última temporada, e o francês Kylian Mbappé, do Paris Saint-Germain. O evento terá transmissão da ESPN e TNT.

A revista francesa leva em consideração a temporada europeia para apontar uma lista de 30 finalistas (veja os indicados abaixo), a partir da qual jornalistas de 180 países vão ordenar de primeiro a quinto quais foram os melhores jogadores de futebol da temporada. Assim, os atletas recebem uma pontuação que será somada para definir o vencedor do prêmio Bola de Ouro.

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Além da premiação masculina, também será entregue a Bola de Ouro para a melhor jogadora da temporada passada. Ainda são distribuídos os troféus Kopa, para o melhor jogador sub-21, Yashin, de melhor goleiro, Gerd Müller, para o artilheiro, Sócrates, para jogadores que se destacam por ações sociais, e Clube do Ano.

CLEBER MACHADO É O REPRESENTANTE BRASILEIRO NA VOTAÇÃO DA BOLA DE OURO

O representante do Brasil no colégio eleitoral da France Football será novamente o narrador Cleber Machado, agora no SBT. Ao Estadão, o locutor contou quais critérios leva em consideração no momento da votação.

"A própria revista oferece a lista. A sugestão dela é o mesmo critério que eu uso: desempenho do jogador na temporada, não do mundo de todos os tempos. Às vezes, as pessoas confundem. Não é para dizer se o Messi é melhor do que o Modric. É dizer que naquele ano o Modric foi o melhor jogador do mundo. Então, uso como critério o desempenho individual, a técnica, importância para o time e o resultado da equipe e seleção na temporada. As competições, como Copa do Mundo e Champions League, têm bastante peso", afirmou Cleber, que em breve voltará a narrar no SBT o torneio mais importante da Europa e que costuma ser o fiel da balança em votações como essa.

Em 2022, Cleber escolheu Benzema como melhor do mundo, concordando com a votação geral. Em segundo, na lista do narrador, ficou o egípcio Salah, em terceiro, o belga De Bruyne, e em quarto, o brasileiro Vinícius Júnior. Mbappé fechou a lista. O narrador também contou como surgiu o convite para participar da votação.

"A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) tinha um horário num campo de futebol atrás do shopping Center Norte, da Fupe, e a gente ia jogar bola lá de manhã. E entre quem jogava tinha um jornalista francês que trabalhava na Gazeta Esportiva e escrevia para a France Football. Ele me disse que estavam ampliando o colégio eleitoral do prêmio e perguntou se poderia me sugerir. Depois começaram a me enviar e-mail e desde então estou votando anualmente", contou Cleber, que não pode revelar seus votos antes da divulgação oficial.

QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE BOLA DE OURO E FIFA THE BEST?

Até 1994, a France Football premiava apenas jogadores europeus com a Bola de Ouro. Depois, liberou atletas de ouras nacionalidades, desde que estivessem vinculados a um clube do Velho Continente. Em 2006, a votação se expandiu e passou a incluir todas as nacionalidades e clubes de todo o planeta. Já a Fifa instituiu a premiação global em 1991.

Quanto ao colégio eleitoral também há diferenças. No caso do prêmio da Fifa também votam os capitães e técnicos das seleções e o público, enquanto na premiação da France Football apenas jornalistas estão credenciados a opinar.

O prêmio da Fifa é comumente entregue nos primeiros meses do ano, enquanto a premiação da Bola de Ouro acontece em outubro. Os dois troféus chegaram a ser unificados entre 2010 e 2015, mas em 2016 os eventos voltaram a caminhar isoladamente.

Confira os finalistas do prêmio Bola de Ouro

 

Melhor jogador da temporada

Gvardiol (Croácia, RB Leipzig e Manchester City)

Onana (Camarões, Inter de Milão e Manchester United)

Benzema (França, Real Madrid e Al-Ittihad)

Musiala (Alemanha e Bayern de Munique)

Salah (Egito e Liverpool)

Bukayo Saka (Inglaterra e Arsenal)

De Bruyne (Bélgica e Manchester City)

Bellingham (Inglaterra, Borussia Dortmund e Real Madrid)

Kolo Muani (França, Eintracht Frankfurt e PSG)

Bernardo Silva (Portugal e Manchester City)

Kvaratskhelia (Geórgia e Napoli)

Barella (Itália e Inter de Milão)

Emiliano Martínez (Argentina e Aston Villa)

Rúben Dias (Portugal e Manchester City)

Haaland (Noruega e Manchester City)

Gündogan (Alemanha, Manchester City e Barcelona)

Odegaard (Noruega e Arsenal)

Bono (Marrocos, Sevilla e Al-Nassr)

Julián Álvarez (Argentina e Manchester City)

Vinícius Júnior (Brasil e Real Madrid)

Rodri (Espanha e Manchester City)

Griezmann (França e Atlético de Madrid)

Messi (Argentina, PSG e Inter Miami)

Lautaro Martínez (Argentina e Inter de Milão)

Lewandowski (Polônia e Barcelona)

Kim Min-Jae (Coreia do Sul, Napoli e Bayern de Munique)

Modric (Croácia e Real Madrid)

Mbappé (França e PSG)

Osimhen (Nigéria e Napoli)

Kane (Inglaterra, Tottenham e Bayern de Munique)

Melhor jogadora da temporada

Kadidiatou Diani (França, PSG e Lyon)

Linda Caicedo (Colômbia e Real Madrid)

Alba Redondo (Espanha e Levante)

Rachel Daly (Inglaterra e Aston Villa)

Fridolina Rolfö (Suécia e Barcelona)

Olga Carmona (Espanha e Real Madrid)

Georgia Stanway (Inglaterra e Bayern de Munique)

Amanda Ilestedt (Suécia, PSG e Arsenal)

Hayley Raso (Austrália, Manchester City e Real Madrid)

Sophia Smith (Estados Unidos e Portland Thorns)

Salma Paralluelo (Espanha e Barcelona)

Millie Bright (Inglaterra e Chelsea)

Hinata Miyazawa (Japão, Mynavi Sendai e Manchester United)

Lena Oberdorf (Alemanha e Wolfsburg)

Daphne Van Domselaar (Holanda, Twente e Aston Villa)

Sam Kerr (Austrália e Chelsea)

Debinha (Brasil, North Carolina Courage e Kansas City)

Patricia Guijarro (Espanha e Barcelona)

Ewa Pajor (Polônia e Wolfsburg)

Guro Reiten (Noruega e Chelsea)

Aitana Bonmati (Espanha e Barcelona)

Alexandra Popp (Alemanha e Wolfsburg)

Yui Hasegawa (Japão e Manchester City)

Jill Roord (Holanda, Wolfsburg e Manchester City)

Katie McCabe (Irlanda e Arsenal)

Wendie Renard (França e Lyon)

Asisat Oshoala (Nigéria e Barcelona)

Mary Earps (Inglaterra e Manchester United)

Mapi León (Espanha e Barcelona)

Khadija Shaw (Jamaica e Manchester City)

Prêmio Yashin

Courtois (Bélgica e Real Madrid)

Ter Stegen (Alemanha e Barcelona)

Maignan (França e Milan)

Onana (Camarões, Inter de Milão e Manchester United)

Bono (Marrocos, Sevilla e Al-Nassr)

Ederson (Brasil e Manchester City)

Emiliano Martínez (Argentina e Aston Villa)

Ramsdale (Inglaterra e Arsenal)

Livakovic (Croácia, Dínamo Zagreb e Fenerbahçe)

Brice Samba (França e Lens)

Troféu Kopa

 

Alejandro Balde (Espanha e Barcelona)

Jude Bellingham (Inglaterra e Real Madrid)

Eduardo Camavinga (França e Real Madrid)

Gavi (Espanha e Barcelona)

Jamal Musiala (Alemanha e Bayern de Munique)

Pedri (Espanha e Barcelona)

Rasmus Hojlund (Dinamarca e Manchester United)

Xavi Simons (Holanda e RB Leipzig)

Elye Wahi (França e Lens)

António Silva (Portugal e Benfica)

No mês seguinte às eleições presidenciais, uma expressão tem ocupado lugar central no debate público. A fim de encontrar espaço para manter em R$ 600 o valor mínimo do Bolsa Família e recompor a verba de diversos programas no Orçamento de 2023, o governo eleito quer uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que permitiria extrapolar o teto de gastos em até R$ 198 bilhões nos próximos quatro anos.

A proposta tem provocado turbulências no mercado financeiro nos últimos dias, porque parte dos investidores teme o descontrole dos gastos públicos. Isso apesar de a limitação de despesas ter sido diversas vezes estourada nos últimos anos. O governo terá direito a gastar R$ 1,259 trilhão neste ano e R$ 1,8 trilhão no próximo. Afinal, o que é o teto de gastos?

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Criado por emenda constitucional no fim de 2016, o teto federal de gastos é uma das três regras fiscais a que o governo tem de obedecer. As outras são a meta de resultado primário (déficit ou superávit), fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias de cada ano, e a regra de ouro, instituída pelo Artigo 167 da Constituição e que obriga o governo a pedir, em alguns casos, autorização ao Congresso para emitir títulos da dívida pública.

Considerado uma das principais âncoras fiscais do país, o teto de gastos tem como objetivo impedir o descontrole das contas públicas. A adoção desse mecanismo ganhou força após a crise na Grécia, no início da década passada.

No caso do Brasil, o teto estabelece limite de crescimento dos gastos do governo federal em 20 anos, de 2017 a 2036. O total gasto pela União em 2016 passou a ser corrigido pela inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ano a ano, nos dez primeiros anos, de 2017 a 2026. 

No fim de 2021, a fórmula de cálculo sofreu uma mudança. Até o ano passado, o teto era corrigido pelo IPCA acumulado entre julho de dois anos antes e junho do ano anterior. Uma nova emenda à Constituição alterou o período de cálculo e passou a considerar o IPCA efetivo dos seis primeiros meses do ano e a estimativa oficial do IPCA para os seis meses finais para corrigir o teto do ano seguinte.

Gatilhos

A emenda constitucional que introduziu o teto de gastos estabelece uma série de gatilhos que podem ser acionados caso os gastos federais cresçam mais que a inflação. Em tese, esses gatilhos seriam acionados em três estágios.

O primeiro proibiria a ampliação de quadro de pessoal e de reajustes reais (acima da inflação) para servidores e limitaria as despesas discricionárias (não obrigatórias) e de custeio administrativo à inflação. O segundo proibiria reajustes nominais a servidores e limitaria os gastos discricionários e de custeio administrativo ao valor nominal empenhado (autorizado) no ano anterior.

O terceiro estágio proibiria reajustes do salário mínimo acima da inflação e cortaria em 30% os gastos com viagens, transferências e diárias a servidores públicos, mantendo as restrições do segundo estágio.

Esses gatilhos seriam disparados caso houvesse previsão no Orçamento Geral da União de que o teto seria descumprido. O problema, no entanto, é que o governo descobriu que só poderia enviar um projeto de lei orçamentária com despesas fora do teto caso os gastos discricionários caíssem a zero, um cenário que jamais seria alcançado porque inviabilizaria o funcionamento dos serviços públicos.

Para corrigir o problema, a emenda constitucional que resultou no novo marco fiscal, em 2021, permitiu o envio de orçamentos fora do teto de gastos quando as despesas obrigatórias sujeitas ao teto de gastos ultrapassarem 95% das despesas totais. A restrição vale tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, Judiciário e Ministério Público. Diversos economistas, no entanto, dizem que o limite de 95% também é difícil de ser alcançado e, antes da discussão atual sobre o teto, sugeriam a redução para 85%.

Comparação

A maioria dos países que adota o teto de gastos o faz por meio de leis ordinárias ou de planos plurianuais, de no máximo três ou quatro anos. Além do Brasil, poucos países fixaram a âncora fiscal na Constituição, como Dinamarca, Cingapura e Geórgia.

Também diferentemente de outros países, o teto de gastos no Brasil inclui os investimentos (obras públicas e compras de equipamentos) e não tem válvula de escape em momentos de recessão ou de crise econômica. No Peru, que adota um teto de gastos desde 1999, a despesa não era corrigida simplesmente pela inflação, podendo ter crescimento real (acima da inflação) de 2% nos primeiros anos e de 4% a partir de 2004.

O teto de gastos no país vizinho também poderia ser descumprido quando o crescimento econômico fosse baixo e, em 2012, passou a excluir investimentos, programas sociais e gastos com segurança pública.

Furos

No sistema atual, o teto pode ser extrapolado em alguns casos: créditos extraordinários (relacionados a gastos emergenciais), capitalização de estatais não dependentes do Tesouro (mecanismo usado para sanear problemas financeiros ou preparar empresas para a privatização), gastos da Justiça Eleitoral com eleições e transferências obrigatórias da União para estados e municípios.

Nos demais casos, é necessário modificar a Constituição. Apesar da atenção em torno da proposta atual, o teto de gastos tem sido ultrapassado nos últimos anos. Desde a criação do mecanismo, o limite foi furado pelo menos sete vezes, das quais cinco por meio de emendas constitucionais.

Em 2019, o governo precisou aprovar uma emenda constitucional para retirar R$ 46 bilhões para que a União pudesse distribuir, aos estados e municípios, os recursos da nova cessão onerosa do petróleo na camada pre-sal. Como a transferência era voluntária, não obrigatória, foi necessário costurar uma emenda constitucional com o Congresso. A capitalização da estatal Emgepron, ligada à Marinha, para a construção de corvetas (tipo de navio) custou mais R$ 7,6 bilhões.

Em 2020, o Orçamento de Guerra para enfrentar a pandemia de covid-19 foi responsável por excluir mais R$ 507,9 bilhões, segundo cálculos do economista Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

Em 2021, a emenda constitucional do novo marco fiscal permitiu um furo de mais R$ 44 bilhões para financiar o pagamento da segunda rodada do auxílio emergencial, que tinha sido ressuscitado após a onda das variantes gama e delta do novo coronavírus. Novos gastos com créditos extraordinários para o enfrentamento da pandemia elevaram para R$ 117,2 bilhões o valor excluído do teto no ano passado.

Também no fim do ano passado, a emenda que mudou a fórmula de correção do teto liberou mais R$ 64,9 bilhões e a emenda que permitiu o parcelamento de precatórios (dívidas reconhecidas pela Justiça) de grande valor liberou mais R$ 43,56 bilhões. O impacto para o Orçamento de 2022 está estimado em R$ 108,2 bilhões.

Por fim, em julho deste ano, a emenda constitucional que ampliou o valor mínimo do Auxílio Brasil para R$ 600 e criou os auxílios Caminhoneiro e Taxista foi responsável por retirar mais R$ 41,25 bilhões do teto.

 

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