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O Complexo da Maré, conjunto de favelas na zona Norte do Rio de Janeiro alvo de ocupação das forças de segurança neste domingo (30), era considerado "peculiar" pelas autoridades por estar sob a influência de duas facções criminosas, o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), mais duas milícias. Por essas características, a Maré não foi incluída no roteiro das primeiras ocupações e implementações das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

"Nós estávamos deixando mais para frente, justamente porque não é um trabalho trivial", afirmou o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. "Tem a sua peculiaridade, mas nós temos um trabalho muito integrado, e isso facilita", disse em coletiva nesta manhã.

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O conjunto de favelas da Maré está em uma área estratégica, próximo à Linha Vermelha, à Linha Amarela, à Avenida Brasil e ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão). Segundo Beltrame, tem mais de 130 mil moradores e é maior do que os complexos da Penha e do Alemão juntos (ambos já pacificados). "É uma cidade dentro de uma cidade."

Segundo o último balanço divulgado, 118 pessoas foram presas. Entre os detidos estão três pessoas ligadas ao chefe do tráfico na Maré, Marcelo Santos das Dores, o Menor P. Uma delas, Daiane Rodrigues, é sua namorada.

Beltrame ainda esclareceu que o mandado coletivo expedido para a operação não significa que as forças de segurança farão uma varredura nas casas de todos os moradores. Segundo ele, as equipes de inteligência identificaram regiões onde podem estar escondidas pessoas procuradas pela Justiça, além de drogas. "Às vezes não é possível identificar o ponto exato, uma casa em específico, mas sabemos que é naquela rua", explicou o secretário.

O secretário de Segurança Pública ainda afirmou, sobre os recentes ataques às UPPs, que os serviços de inteligência trabalham para identificar e prender quem está por trás desses crimes. "(A UPP) Tirou dois milhões de pessoas de um império do fuzil. Nós temos de ir para cima dessas pessoas (que atacam as UPPs)", afirmou Beltrame.

Também participaram da coletiva o coronel do Corpo de Bombeiros Marcio de Souza Magalhães, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, o comandante-geral da Polícia Militar, Luis Catros, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), José Lima, o capitão da Marinha Ricardo Pilar, o secretário de Estado de Assistência Social, Pedro Fernandes, e o promotor do Ministério Público (MP) Paulo Roberto Cunha.

Após a solenidade de hasteamento das bandeiras do Brasil e do Estado do Rio na Vila do Pinheiro, cerca de 30 crianças seguiram até a base montada pelo Batalhão de Choque da PM no local e pediram para conhecer o veículo blindado, conhecido como Caveirão, por dentro. A viatura sempre foi encarada pelos moradores como maior símbolo da repressão policial nas comunidades.

O trabalho da polícia agora será conquistar a confiança e simpatia dos moradores. "A reação das crianças nos surpreendeu. Fomos recebidos com sorrisos e palmas", disse o comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel André Vidal.

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Um dos primeiros a entrar no Caveirão foi o estudante Renato Santos, de 13 anos. "Vimos muito ele (Caveirão) por aqui. Costumava entrar na comunidade em alta velocidade e muitas vezes dando tiro. A gente se assustava e corria. Mas hoje é diferente. Deu até vontade de entrar".

Os policiais do Batalhão de Choque montaram uma espécie de trincheira com sacos de areia e uma cobertura camuflada nas proximidades da base da Vila do Pinheiro. O objetivo é controlar a movimentação de pessoas e veículos no local e evitar ataques de traficantes à base. Outras duas trincheiras semelhantes serão instaladas pelo Batalhão de Choque no Morro do Timbau e na localidade conhecida como Ilha do Macaco.

Treze pessoas foram presas nesta manhã, durante a ocupação no Complexo de Favelas da Maré - entre elas Daiane Rodrigues, apontada como namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, detido em apartamento em Jacarepaguá, na zona oeste, na quarta-feira (26), pela Polícia Federal. Com os casos de hoje, sobe para 118 o número de presos, desde 21 de março, quando teve o início a Operação Cerco, que preparou a ocupação.

Nesta manhã, a Polícia Militar apreendeu 452 quilos de maconha, submetralhadora, além de carregadores. A Polícia Rodoviária Federal recuperou duas motos e um Eco Sport roubados.

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Entre 21 e 29 de março, foram apreendidos sete fuzis, duas metralhadoras, 18 granadas, 33 pistolas e 10 revólveres, além de 15,4 quilos de cocaína, 37,7 quilos de maconha e 5 quilos de crack, entre outras drogas.

Hoje, no total, a PM prendeu quatro pessoas; a PF, cinco; e a PRF quatro - três com os veículos roubados mais uma pessoa que tinha mandado de prisão por estelionato.

Equipes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) realizam uma faxina na praça em que foram hasteadas a bandeira do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro e também nas principais vias da Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré. Montanhas de lixo estão sendo retiradas com auxílio de caminhões caçamba e tratores. Garis também realizam a limpeza de um valão que passa ao lado da praça. Mas o trabalho será árduo: dentro do valão há sofás, colchões e grande quantidade de lixo e lama.

Alguns garis dizem que eram impedidos por traficantes de trabalharem em determinados pontos da favela. E que por isso a limpeza levará semanas. Além da Comlurb, outras empresas de serviços públicos também já estão na Maré, como a Light (concessionária de energia).

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O secretário de segurança do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame afirmou nesta manhã que a tranquilidade com que ocorreu a ocupação do conjunto de favelas do Complexo da Maré, na zona Norte do Rio, não surpreendeu. A operação durou 15 minutos e nenhum tiro foi disparado.

A incursão deve continuar nos próximos dias, e na sequência vem a fase chamada de "estabilização". Uma reunião entre Ministério da Defesa, Polícia Civil e Polícia Militar deve estabelecer, nesta semana, quando a área será repassada às Forças Armadas.

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A ideia, segundo Beltrame, é que o Exército entre na Maré no "curtíssimo prazo". "A partir da assinatura da GLO, a área fica sob total responsabilidade do exército. Alguns policiais permanecem, e o nosso trabalho de inteligência continua", afirmou Beltrame, referindo-se ao decreto presidencial de Garantia da Lei e da Ordem, que confere poder de polícia ao Exército.

O último balanço divulgado pelas autoridades mostra que 102 pessoas foram presas, 13 delas durante a ocupação, além de apreensões de drogas, armas e munições - inclusive de uso restrito. Durante a coletiva, mais uma prisão foi contabilizada.

Além da entrada do Exército, os planos de curtíssimo prazo preveem identificação dos pontos de maior necessidade dos moradores do complexo. O secretário de Estado de Assistência Social, Pedro Fernandes, disse que as primeiras ações envolverão a confecção de identidade, carteira de trabalho e outros documentos, incentivo às crianças para irem à escola e melhorias na iluminação pública e na rede de água e esgoto. "Criamos um comitê específico para isso, e a meta é de no máximo em 15 dias dar uma resposta a essas questões básicas", afirmou Fernandes.

O Exército ocupará o Complexo da Maré, na zona norte do Rio, no dia 7 de abril. A ação foi batizada de Operação São Francisco e contará com 1,5 mil militares, na primeira etapa, que patrulharão as ruas do entorno, enquanto policiais militares e civis entrarão no conjunto de favelas. Na segunda fase, 4 mil agentes das Forças Armadas (que inclui Marinha e Aeronáutica) e da Força Nacional de Segurança atuarão na comunidade, até a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) prevista para o segundo semestre deste ano. Três batalhões da Brigada de Infantaria Paraquedista estão de prontidão para a ocupação da comunidade, que seguirá os mesmos moldes da operação no Complexo do Alemão.

O Exército já realizou operações na área nesta quarta. As ações, porém, não caracterizam o início da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que será usada na ocupação definitiva do conjunto de favelas. Para isso, ainda é preciso a publicação de um decreto presidencial. Até lá, as Forças Armadas só poderão atuar na Maré em missões de levantamento de área e serviços de inteligência, que já estão sendo feitos. Com a GLO as Forças Armadas terão poder de polícia e poderão fazer patrulhas, vistorias e prisões em flagrante.

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O governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciou ontem que o complexo de favelas da Maré, também na zona norte do Rio, deve receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) até o primeiro semestre de 2014. Em agosto, o comandante da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro Menezes, avaliou que serão necessários 1,5 mil policiais na operação do complexo, que reúne 16 favelas. Na região do Lins, os investimentos devem chegar a R$ 500 milhões em obras de infraestrutura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Segurança do Estado do Rio inicia, na madrugada do próximo domingo (3), a ocupação das 13 favelas do Complexo do Caju, na zona portuária da capital, para a futura implantação da 31ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Atualmente as comunidades são dominadas por traficantes ligados à facção Comando Vermelho (CV). Cerca de 1.300 homens, sendo 1.100 policiais militares e civis e 200 fuzileiros navais, participarão da ação.

Este é o último passo antes da ocupação do vizinho Complexo da Maré, formado por 15 favelas que contam com 75 mil habitantes. Cortada pelas três principais vias expressas do Rio - Avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela -, a Maré é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar em direção ao Centro ou à zona sul da cidade.

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Ao contrário dos Complexos da Penha e do Alemão, quando todas as comunidades foram ocupadas de uma só vez, na Maré as favelas serão ocupadas pouco a pouco. Isso porque as diferentes comunidades da Maré são controladas por três diferentes grupos criminosos, que disputam a região entre si: Comando Vermelho, Terceiro Comando e milícia.

Depois da Maré, as UPPs vão avançar "numa trajetória de parábola pela Avenida Brasil", conforme já afirmou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. As favelas da zona norte que margeiam a via expressa serão as primeiras beneficiadas. Em seguida, serão ocupadas as comunidades da zona oeste.

Os últimos detalhes da incursão de domingo foram acertados nesta quarta-feira (27), numa reunião na sede da Secretaria de Segurança, durante a qual o coronel Alberto Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior Operacional da PM, apresentou o plano da invasão aos representantes de todas as forças de seguranças envolvidas.

Esta será a sexta vez que a Marinha participará da ocupação de uma favela que receberá uma UPP. Os militares também participaram das operações nos Complexos da Penha e do Alemão (zona norte, em 2010), nos Morros da Mineira e de São Carlos (região central, em 2011), na Mangueira (zona norte, em 2011), na Rocinha (zona sul, em 2011), e nos Complexos de Manguinhos e do Jacarezinho (zona norte, em 2012).

No fim da madrugada de domingo (3), pouco antes do amanhecer, serão ocupadas as favelas Mafuá, Manilha, Chatuba, Ladeira dos Funcionários, Quinta, Nossa Senhora da Penha, Nove Galo, Parque Alegria, Parque Boa Esperança, Parque da Conquista, Morro de São Sebastião, Parque Vitória e Vila Clemente. Cerca de 20 mil pessoas, distribuídas em 7 mil domicílios, vivem no bairro do Caju, segundo o Censo 2010. Parque Boa Esperança é a comunidade mais populosa, com 5 mil habitantes.

Os primeiros que adentrarão nas comunidades serão 17 blindados da Marinha dos tipos Lagarta Anfíbios (CLAnf), Piranhas e M113. O objetivo é intimidar os traficantes e evitar que haja reação e trocas de tiros. Além disso, os blindados conseguem transpor sem dificuldades as barricadas fincadas nas ruas pelos criminosos para atrapalhar a entrada da polícia. Em seguida, PMs dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque ocuparão as favelas por tempo indeterminado, até a inauguração da nova UPP - ainda sem data. A ação também contará com helicópteros.

Dom João VI

A região do Caju, localizada às margens da Baía de Guanabara, começou a ser habitada em meados de 1800. Sua emancipação do bairro de São Cristóvão ocorreu somente em 1981. Era nas águas límpidas da Praia do Caju que o rei de Portugal Dom João VI se banhava para curar-se de uma mordida de carrapato na perna, por recomendação médica. O imóvel onde ele se hospedava na região ficou conhecido como Casa de Banhos de Dom João VI e, após anos de abandono, atualmente abriga o museu da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Além da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, o Caju é cortado por um trecho da Ponte Rio-Niterói. O bairro fica próximo ao Porto, à Rodoviária Novo Rio e é uma das principais rotas de chegada ao centro da cidade.

Uma hora após o início da votação, um comboio de fuzileiros navais passou em frente à Escola Municipal Bahia, um dos locais que concentra a maior quantidade de eleitores no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Cerca de 50 fuzileiros navais, divididos em um jipe e quatro caminhões, permaneceram alguns minutos nas proximidades do colégio, despertando a atenção de quem passava pelo local. Em seguida, eles seguiram em direção à Avenida Brasil, já que, segundo a Marinha, o patrulhamento neste domingo, durante as eleições, será móvel e não baseado em pontos fixos.

Na primeira hora da votação, iniciada às 8h00 deste domingo, coube à Polícia Militar reprimir as dezenas de pessoas que faziam boca de urna e carregavam bandeiras de candidatos nas proximidades da escola. Há dezenas de pessoas fazendo boca de urna e circulando com bandeiras de candidatos. Ninguém foi preso, mas os policiais alertaram os cabos eleitorais da possibilidade de prisão caso permanecessem cometendo os crimes eleitorais.

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Além de seis favelas do Complexo da Maré, cerca de 2 mil fuzileiros navais estão garantindo a segurança do pleito nos municípios fluminenses de São Gonçalo e Cabo Frio. A operação vai até as 17h, quando será encerrado o período de votação.

Já o Exército disponibilizou 5,5 mil homens para patrulhar 22 favelas da Zona Oeste da capital, além das cidades de Magé, Macaé, Itaboraí, Rio das Ostras e Campos dos Goytacazes, durante as eleições no Rio. Até as 9h20 deste domingo, não houve registro de incidentes envolvendo a segurança da votação na capital.

Antes da abertura dos portões, às 8h00, havia uma enorme fila de eleitores aguardando o início da votação. Há apenas cinco policiais militares respondendo pela segurança do local. A assessoria de imprensa do Primeiro Distrito Naval, que coordena o patrulhamento dos fuzileiros navais na Maré, informou que os militares não ficarão em pontos fixos. Eles circularão pela região para, segundo a Marinha, garantir uma cobertura mais abrangente da área. Até o momento, não há registro de incidentes e o clima é de tranquilidade no Complexo da Maré.

Duas pessoas morreram e três foram presas durante operação promovida na manhã desta quinta-feira de manhã por 200 agentes das polícias Militar e Federal no complexo de favelas da Maré, em Bonsucesso, na zona norte do Rio. A ação tinha o objetivo de combater o tráfico de drogas na região.

Dois suspeitos trocaram tiros com a polícia, foram atingidos e morreram após receber socorro médico. Dois homens que estavam foragidos foram detidos e indiciados por posse ilegal de arma, tráfico de drogas e associação para o tráfico. O terceiro homem foi preso com uma metralhadora que é usada pelo Exército da Bolívia.

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A incursão contou com três veículos blindados e três helicópteros e resultou na apreensão de duas pistolas (Glock 9 mm e Taurus 40), uma carabina e cerca de 800 papelotes de haxixe, maconha, cocaína e crack.

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