Tópicos | Computação em nuvem

A computação na nuvem é um paradigma ainda em evolução. Apesar de a maioria aceitar a definição de cloud proposta pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (o americano NIST, pelas suas siglas em inglês), ainda há muitos aspectos por definir e padronizar.

Não parece que a nuvem seja apenas uma moda passageira. Portanto, é necessário acelerar  a definição clara do que seja ou não cloud e quais são os pilares comuns sobre os quais este paradigma deve-se estabelecer. Não é um trabalho fácil porque hoje em dia já existe “quase tudo as a service” e estabelecer a barreira entre o que entra e não entra na definição de cloud não é trivial.

##RECOMENDA##

Por outro lado, não é simples separar o termo cloud computing das tecnologias que atualmente a suportam, como a virtualização. No entanto, face a definir um paradigma de computação, deveriamos fugir de menções a tecnologias específicas. É muito provável que nos próximos anos as tecnologias evoluirão e os serviços continuarão a ser cloud.

Estandardização da nuvem

No caso de cloud computing, a indústria vai claramente à frente do mundo da normatização. Na atualidade, existem múltiplas iniciativas tanto de consórcios privados como de organismos internacionais tratando de padronizar conceitos que já utilizam habitualmente desde há vários anos. Diferentes comitês de ISO/IEC, bem como outras entidades e organismos, trabalham hoje na definição de conceitos, na arquitetura dos serviços, na inter-operabilidade e portabilidade entre diferentes serviços cloud, etc.

Também já se trabalha na aplicação de diferentes disciplinas da cloud computing: aplicação da gestão da segurança, aplicação de Governança de TI e, como não, a aplicação da gestão de serviços de cloud computing, através da ISO 20000-7.

A ISO 20000 é um padrão internacional de gestão de serviços. Define as características que o sistema de gestão de um fornecedor de serviços deve cumprir para assegurar a prestação de serviços de TI de qualidade e os 13 processos que este sistema de gestão deve abranger. Para conseguir a conformidade com o padrão é necessário implementar a totalidade dos processos que define.

Como é habitual nos padrões, a ISO 20000 está formada por uma série de documentos. A ISO 20000-1 é a que define os requisitos e é o único documento certificável. Aplica-se a todo o tipo de fornecedores de serviços de TI, independentemente da sua natureza e tamanho e, portanto, aplica-se também a fornecedores de serviços na nuvem.

Além da parte 1, existem mais quatro documentos da série publicados e outros três em elaboração, que abrangem diferentes aspectos tais como a eleição do âmbito, o modelo de assessment , a nomenclatura ou o mapeamento com frameworks relacionados como ITIL.

A ISO 20000-7 e a aplicação da ISO 20000 a serviços de nuvem

A ISO 20000-2 é o script de aplicação da ISO 20000 e reúne, nas suas quase 100 páginas, as recomendações gerais para implementar a ISO 20000-1. Seguindo a mesma estrutura que a parte 1, explica detalhadamente cada um dos requisitos fornecendo um script muito útil para interpretar o seu conteúdo.

Por sua vez, a ISO 20000-7, sobre a aplicação da ISO 20000 a serviços cloud, tem como objetivo dar recomendações específicas aos fornecedores de serviços na nuvem e não deve cair na falácia de fazer recomendações genéricas aplicáveis a outro tipo de fornecedores de serviços. Esses tipos de recomendações deveriam estar na parte 2.

É importante salientar que a única parte certificável da ISO 20000 é a ISO 20000-1. Não é necessário seguir a ISO 20000-2 nem a ISO 20000-7 – esta última nem sequer está publicada – para certificar serviços na nuvem. Tratam-se de documentos complementares que explicam mais detalhadamente os requisitos da parte certificável. De fato, já existem numerosos fornecedores de cloud certificados ISO 20000 que não se apoiaram nas partes 2 ou 7 da norma.

ISO 20000, garantia de confiança nos serviços na nuvem

Dispor de certificações de qualidade como a ISO 20000 é, sem dúvida, um  diferencial ante a concorrência. No caso dos serviços na nuvem, esta diferenciação acentua-se ainda mais pela necessidade de gerar confiança no fornecedor, já que no paradigma cloud o cliente perde o controle de parte do serviço.

Com a aplicação da ISO 20000 a serviços de cloud permite-se evidenciar que um fornecedor gera os seus serviços com qualidade, que esses serviços são confiáveis, que se diferenciam da sua concorrência e que existe uma vocação permanente de alinhar os serviços com os requisitos que marcam o negócio, embora estes possam variar ao longo do tempo.

A ISO 20000 se consolidará nos próximos anos como a garantia de confiança imprescindível para todos os fornecedores de serviços cloud.

O foco da ISO 20000-7

A ISO 20000 é um padrão escrito a partir do ponto de vista do fornecedor de serviços de TI. Identifica requisitos que um fornecedor deve cumprir para implementar um sistema de gestão que assegure a prestação de serviços de qualidade a um custo aceitável. No entanto, a maior parte da literatura de cloud computing está escrita a partir da perspectiva do cliente e não da do fornecedor.

Por exemplo, uma das características essenciais dos serviços na nuvem, de acordo com a definição do NIST, é o “auto-serviço sob demanda”. O cliente pode contratar mais recursos – ou liberá-los – de acordo com as suas necessidades e habitualmente através de um sistema automático de prestação e uma interface self-service.

Para este exemplo de self-service, a partir do  ponto de vista do cliente, alguns dos aspectos chave que devem ser levados em conta estão relacionados com a segurança da informação, com a localização dos dados, com o controle da infraestrutura, etc. Em função do uso que o serviço terá, existem restrições legais sobre a localização dos dados, exigências sobre proteção de dados, etc, que o cliente poderia ter dificuldades para satisfazer ao tratar-se de um serviço na nuvem sobre o qual não tem total controle.

No entanto, a partir do ponto de vista do fornecedor, dentro do mesmo cenário existem outros aspectos críticos que devem ser abordados, como a gestão da capacidade. É necessário assegurar que a nuvem terá recursos disponíveis para responder adequadamente à procura dos clientes – uma procura que, por definição, pode sofrer variações drásticas e arbitrárias ao longo do tempo – e, ao mesmo tempo, assegurar que não terá um excesso de recursos ociosos que inviabilizem a prestação do serviço.

A ISO 20000-7 centra-se neste segundo ponto de vista. Identifica os aspectos da gestão de serviços de TI que o fornecedor deve ter especialmente em conta quando se trata de serviços cloud.

O ponto de vista do cliente é abordado na ISO 20000-15 sobre a confiabilidade (“Requirements for measurement of trustworthiness of a service”, em inglês), cujo desenvolvimento terá início em um a três anos.

Aspectos chave da ISO 20000-7

Entre os aspectos chave reunidos no texto da ISO 20000-7 estão todos os relacionados com a prestação de serviços:

1 - Que características deveria ter um catálogo de serviços na nuvem.

2 - Que aspectos essenciais deve incluir um acordo de nível de serviço (SLA) para um serviço cloud.

3 - Quais são os aspectos chave da gestão da disponibilidade, a capacidade e os níveis de serviço.

4 - Que aspectos da gestão da segurança da informação são especialmente relevantes.

5 - Como gerir a relação com fornecedores e clientes.

6 - Como assegurar uma correta gestão da configuração e de alterações de serviços na nuvem.

A ISO 20000-7 também inclui os principais casos de uso a partir do ponto de vista da gestão de serviços: desenho de um novo serviço cloud, prestação de um catálogo de serviços cloud, estabelecimento e finalização de um contrato, on-boarding do serviço, portabilidade de um serviço, etc.

Conclusões

No paradigma cloud têm especial relevância alguns aspectos da gestão de serviços como a capacidade, a disponibilidade ou a segurança da informação. Estes aspectos devem ser geridos de forma habitual e de acordo com normas internacionais, como a ISO 20000, para assegurar a qualidade dos serviços e garantir a confiança dos clientes.

 

(*) Diego Berea é diretor da área de consultoria e fundador da Ozona Consulting

Antes de mais nada, uma estatística assustadora: O Gartner prevê que em menos de três anos, 35% das despesas empresariais com TI ocorrerão além do orçamento da área de TI. Os funcionários assinarão regularmente serviços de colaboração, serviços analíticos e outros serviços na nuvem, com um único clique. Outros simplesmente construirão os seus próprios aplicativos usando ferramentas e plataformas de desenvolvimento prontamente disponíveis na nuvem.

Em ambos os casos, o departamento de TI será ignorado. Como um especialista do setor declarou: "será como se os presidiários estivessem tomando conta do presídio".

##RECOMENDA##

A realidade

Há décadas, os funcionários vêm se esquivando da TI corporativa e utilizando sistemas de "Shadow IT" _ sistemas construídos e usados nas empresas sem aprovação organizacional. Basta observar as montanhas de dados de clientes e empresas armazenados em arquivos do Excel espalhados por toda parte. De fato, os resultados da Pesquisa de QI Digital da PricewaterhouseCoopers indicam que em 100 das empresas classificadas como "de alto desempenho", o TI controla menos de 50% dos gastos tecnológicos corporativos.

Esse número "não é nenhuma surpresa, pois em muitos casos, quem sabe o que comprar não são os funcionários de TI", diz John Murray, CIO da Genworth Wealth Management, de Pleasant Hill (Califórnia). "A Shadow IT clássica existe, e se é algo que atende a uma necessidade puramente funcional e que não é voltado ao cliente, também não é o fim do mundo".

Então, o que há de especial na estatística da Gartner, e por que ela assusta tantos profissionais de TI atuais?

A perda do controle é um fator, logicamente. Mas ainda mais alarmante é o crescimento exponencial no número de tecnologias de consumo, serviços na nuvem e aplicativos "roll-your-own" que começam a ser usados sem o conhecimento da equipe de TI. É uma questão de volume e intensidade. Em contrapartida, há dez anos, meros 10% das despesas tecnológicas ocorriam externamente ao TI, segundo Dion Hinchcliffe, um estrategista empresarial e de TI veterano e vice-presidente executivo do Dachis Group, uma empresa de consultoria empresarial de Austin. "Hoje em dia, a tecnologia da informação é barata ou até gratuita. Isso permite que as pessoas avaliem e obtenham diretamente as soluções que necessitam", ele observa.

E cada vez mais a força de trabalho faz exatamente isso. "De modo geral, as pessoas estão muito mais familiarizadas com a tecnologia. Elas sabem o que é possível. Todos foram ensinados que 'existe um aplicativo para tudo'", diz Hinchcliffe.

Em vez de criar empecilhos, alguns dos CIOs mais esclarecidos aceitam e até encorajam a TI clandestina.

Como explica Mark Dajani, CIO da Kraft Foods: "Qual é o sentido de criar um ambiente tecnológico que leve apenas a um desempenho [empresarial] medíocre? Permitir que os funcionários façam as coisas do seu jeito é importantíssimo. É uma realidade inevitável. No meu ponto de vista, o risco maior seria não adotar essa postura".

Veja como você pode (e deve) liderar durante a transição do "TI de comando e controle" para o que Hinchcliffe chama de "TI cooperativa".

Aceite o inevitável

Na Genworth, a equipe de negociação utiliza um desenvolvedor de aplicativos externo para determinados serviços. "A TI está ciente disso, mas não está no comando", diz Murray, observando que o TI não funciona com a velocidade exigida pelas equipes das áreas de negócios.

Hoje em dia, "os aplicativos não são exclusivamente de autoria da TI, e os lançamentos não são de responsabilidade da TI. Em vez disso, [a empresa] opera de forma diferente, requer uma equipe diferente e um ciclo diferente", diz ele. Em vez de reivindicar a propriedade e o controle de serviços e aplicativos específicos, Murray afirma que a TI dve manter o foco nos dados utilizados pelos aplicativos, sejam eles críticos ou não, e em ser aquela que está mais qualificada para determinar se o aplicativo funciona corretamente.

"O mundo está mudando, e é preciso ser sincero o bastante para admitir que o seu cliente empresarial pode ser o proprietário de um determinado aplicativo", diz ele.

Em vez de lutar para manter o controle, a liderança do TI deve focar no gerenciamento dos riscos e em aprender a identificar onde os funcionários estão agregando valor com suas ferramentas e serviços autofornecidos, segundo Brian Lillie, CIO da Equinix, uma empresa de Redwood City (Califórnia) que administra grandes data centers em 13 países.

Os funcionários do grupo de marketing vertical da Equinix usaram a nuvem da Amazon para construir o que Lillie descreve como "uma ferramenta de vendas muito ágil" que avalia a latência de rede em todo o mundo, dependendo da localização dos seus ativos de TI.

"A solução não foi desenvolvida pela minha equipe, mas mesmo assim gosto de me gabar dela. É uma ferramenta essencial", afirma Lillie. Agora a TI explora meios de integrar a ferramenta a outros sistemas da empresa.

"Em vez de colocar empecilhos, nós dissemos: 'vamos permitir que isso aconteça, e dar a esses caras uma forma de explorar a solução", diz ele. "Isso definitivamente exige uma mudança de mentalidade [da área de TI]. Mas as pessoas são criativas e querem inovar, e às vezes as maiores descobertas podem vir de qualquer lugar".

Esteja à frente da demanda

A Sesame Workshop, produtora da "Vila Sésamo" com sede em Nova York, tem mais de 100 funcionários trabalhando como fornecedores externos para produzir brinquedos e jogos interativos licenciados pela organização sem fins lucrativos. Eles usam tecnologias da nuvem e de consumo como o YouSendIt, um serviço de entrega de arquivos digitais, para trocar arquivos grandes de design e vídeo. O CTO, Noah Broadwater, notou isso, e entrou em contato com o YouSendIt para garantir uma versão empresarial do serviço tão popular.

O resultado: "A TI se tornou um parceiro de negócios confiável. Ela agora ajuda os usuários com contratos", diz Broadwater.

O grupo de TI também formou um grupo de P&D dedicado, especificamente focado em tecnologias de consumo, dedicado a projetos que lidam com formas de tirar proveito do Facebook, Google, Twitter e de dispositivos móveis. Broadwater lembra, orgulhosamente, que o personagem de "Vila Sésamo" Garibaldo tem uma conta no Twitter há dois anos e meio.

"Com uma TI cheia de 'primeiros adeptos', e mantendo a dianteira entre as novas tecnologias, os usuários agora nos procuram quando querem usar algo como o Basecamp [um aplicativo da web para armazenar, coordenar e gerenciar projetos]", explica Broadwater. "Quando eles o fazem, nós sugerimos o Central Desktop", que ele descreve como um serviço de gerenciamento de projetos similar, "mas com uma melhor integração com a empresa".

Atualmente, coprodutores de "Vila Sésamo" baseados em escritórios longínquos, como os do Afeganistão e Paquistão, podem enviar tomadas inacabadas de vídeo para a nuvem, e produtores baseados em Nova York podem editá-las e comentá-las, afirma Noah, observando que 30% das despesas do orçamento de TI oficial da Sesame Workshop são dedicados a serviços na nuvem, serviços ao consumidor e habilitação de dispositivos móveis.

"Antes, o TI era ditatorial, impondo regras e martelando a importância da segurança, segurança, segurança", diz Broadwater. "Agora somos uma organização de serviços".

Broadwater também observa que o que antes era considerado "Shadow IT" também representou uma economia para a empresa. O serviço empresarial do YouSendIt, por exemplo, que custa US$ 50 mil por dois anos, substitui serviços de FTP que custavam US$ 140 mil para o mesmo período. Antes de usar o Central Desktop, a equipe enviava fisicamente os discos rígidos. O serviço baseado na nuvem reduziu esses custos em US$ 20 mil, segundo Broadwater.

Na Equinix, Lillie configurou uma "sandbox da Amazon" para os desenvolvedores que adquiriam os serviços na nuvem da Amazon por conta própria para desenvolver aplicativos.

Na opinião dele, desenvolver aplicativos na Amazon é ótimo, "pois não sobrecarrega os recursos de TI. Mas em vez de fazer com que os funcionários saquem seus próprios cartões de crédito, por que não levar tudo até eles? Você se torna parte da Shadow IT e as linhas começam a se confundir", diz ele. "O TI expande sua influência, e o mais importante: você começa a trabalhar como uma equipe".

Mas há uma desvantagem.

"O desafio é que às vezes, quando algo é autorizado, deixa de ser 'cool'", diz Lillie. "É 'cool' estar nas sombras, fazer uso clandestino de determinada ferramenta, e isso me deixa louco".

Redefina a função do TI como educador e criador de políticas

"A consumerização do TI é uma realidade inevitável", diz Dajani, da Kraft. Uma das funções em expansão do TI neste novo cenário é a de desenvolver e implementar a segurança e outras políticas que ajudam e não atrasam os funcionários, independentemente do dispositivo que usam para fazer o seu trabalho.

A Kraft, por exemplo, está em fase de virtualização do seu ambiente de aplicativos, para que os funcionários móveis possam utilizar o dispositivo de sua preferência. "Mas os usuários precisam manter suas versões do software em dia, e nós monitoramos isso", diz Dajani. "Se alguém executa um software para Android que não é atualizado após 30 dias, nós o bloqueamos".

"Devemos capacitar os funcionários, mas também devemos educá-los", acrescenta.

Todd Coombes, CIO da seguradora CNO, de Indianápolis, trabalha ao lado de seus parceiros empresariais para desenvolver políticas que sejam tão úteis para o TI quanto para os usuários que queiram inovar usando aplicativos baseados na web e tecnologia de consumo.

"Se eu assumisse uma postura rígida e não tolerasse o uso clandestino de TI, não estaria agregando valor algum para os meus parceiros de negócios, e sim criando ressentimentos e arruinando relacionamentos", explica Coombes. Além disso, muitas das ideias mais inovadoras para aplicativos de produtividade de alto valor vêm de quem trabalha na área, diz ele.

Inovação periférica da TI

Segundo os especialistas, por mais que os usuários empresariais com conhecimentos técnicos utilizem cada vez mais aplicativos de consumo e outros sistemas "nas sombras" para o seu trabalho diário, ainda existe muito espaço (e necessidade) para a inovação no TI.

Ainda assim, para fornecer inovações realmente úteis, capazes de agregar valor, a maioria dos departamentos de TI devem se entrincheirar muito mais profundamente nos negócios.

"As inovações ainda ocorrem no TI, sejam lideradas ou facilitadas pelo departamento, mas somente nas organizações onde existe um consenso explícito quanto à função do TI na inovação direcionada ao mercado", observa Chris Curran, diretor da PwC. Na maioria dos casos, diz Curran, "há uma desconexão" entre o TI e o impacto no mercado.

Parte do problema se deve ao fato de que os líderes de TI "são insulares em termos de como e onde obtêm suas ideias", diz Curran. "As pessoas não dedicam tempo suficiente a compreender o que se passa ao seu redor".

Para isso, "é preciso estar de olho na periferia da organização", aconselha Dion Hinchcliffe, vice-presidente sênior do Dachis Group. "As iniciativas de TI estão direcionadas para a periferia e as trincheiras, onde as pessoas têm problemas precisam solucioná-los em questão de horas, e não semanas ou meses. Elas avaliam 5 ou 10 coisas em uma hora e solucionam os seus problemas", diz ele.

Curran conta uma história que, segundo ele, é bastante comum, sobre uma empresa global de alta tecnologia para a qual ele ofereceu consultoria recentemente.

"Um dos membros do conselho perguntou o que a empresa fazia em termos de mídias sociais. Ao investigar, encontramos uma função de gerenciamento de conhecimento subordinada ao COO responsável pelo lado colaborativo interno da empresa em relação às mídias sociais. Também encontramos cinco outras equipes significativas com alguma iniciativa colaborativa voltada ao cliente, ao mercado ou a ambos através da TI", lembra Curran.

"Mas quando perguntamos ao pessoal de TI, eles disseram que não tinham ninguém trabalhando nisso. Não havia qualquer função de coordenação na TI que estivesse sequer remotamente tentando juntar as peças", diz ele.

Para Curran, a TI também precisa reformular suas técnicas de desenvolvimento de aplicativos, agora desatualizadas, para se tornar verdadeiramente inovador, e para fornecer inovações úteis.

"O que eu vejo é uma metodologia de cascata obsoleta, listas de verificação e requisitos de documentos grandes e documentos de business cases e documentos de escopo, todos muito pesados", observa. "Essas coisas se destinam a grandes projetos de ERP ou enormes projetos de Cobol e não levam em consideração métodos ágeis ou rápidos, ou as lições aprendidas na área do desenvolvimento interativo e criação de protótipos. Os métodos do TI são antigos e devem ser atualizados. As abordagens ao desenvolvimento de software são antiquadas".

Jim DiMarzio, CIO da Mazda North American Operations de, Irvine (Califórnia), encontrou uma solução para esse problema específico sob a forma de projetos de "validação de conceito".

"O pessoal de TI gosta de se envolver com novas tecnologias, mas compreende que existe um risco, e não quer ser associado a uma tecnologia fracassada", diz DiMarzio.

O aplicativo T64 da CNO (uma abreviação de "turning 64", ou "completando 64 anos"), por exemplo, foi desenvolvido pelos agentes independentes da empresa que vendem seguros de porta em porta a aposentados. O aplicativo T64 permite que os agentes vejam em seus dispositivos móveis uma lista dos clientes potenciais que estão prestes a completar 64 anos de idade, além de direções para chegar às casas dos clientes.

"'Estamos juntos nisso' agora é muito mais do que um slogan", diz Rick Bauer, ex-CIO e atual diretor de gerenciamento de produtos da CompTIA, fornecedora de certificações neutras para profissionais de TI. "Ninguém mais irá educar a empresa sobre a utilização de dispositivos de formas seguras e que impulsionem a produtividade. A TI deve liderar ajudando as pessoas a pensarem nessas coisas".

Encontre seus aliados

Para identificar a Shadow IT, um dos primeiros lugares onde se deve procurar é no departamento de vendas e marketing, segundo os especialistas. Esses funcionários da linha de frente têm pouca paciência para ciclos de desenvolvimento de aplicativos vagarosos e cheios de listas de verificação, que é o que aprenderam a esperar da TI. Eles querem o que querem, e querem para já. Por isso muitas vezes acabam se virando por conta própria.

"Há uma desconexão entre a mentalidade da TI tradicional e a tentativa de lançar um novo aplicativo em um intervalo de tempo adequado", observa Chris Curran, diretor da PwC. "Quando alguém das vendas procura a TI e diz: 'queremos lançar algo imediatamente', pode levar até um ano".

Curran aconselha os clientes da PwC a fazer amizade com os usuários empresariais, e aprender com eles. É muito provável que muitos deles já estejam experimentando, principalmente com aplicativos baseados na nuvem para análise e processamento de grandes volumes de dados, diz ele.

Na Genworth, Murray remodelou a estrutura de pagamento da TI de modo a refletir o valor da construção de relacionamentos com pessoas de fora do departamento. Para ele, conhecer os seus parceiros de negócios é parte da transformação da TI em um departamento mais ágil.

"O princípio fundamental do desenvolvimento ágil é o de que todas as pessoas com voz ativa em um projeto estejam reunidas, interagindo umas com as outras", diz ele. A equipe de TI não pode fazer isso quando não conhece as suas contrapartes empresariais.

"O comportamento tende a seguir a estrutura de compensação, para que todos no departamento de TI tenham a meta da construção de relacionamentos com os parceiros empresariais", diz Murray. "É preciso tirar proveito da equidade social. Todo projeto passa por turbulências, e quando isso acontece, você precisa da equidade social [com seus parceiros de negócios] para amortecer os solavancos", explica.

Na verdade, a equidade social é uma métrica essencial durante as avaliações dos funcionários de TI da Genworth. "Se um dos seus funcionários é tecnicamente excelente, mas nunca almoçou com um cliente nem sabe quais esportes os filhos dele praticam, você fracassou", diz Murray. "Você não se integrou à organização [mais ampla]".

O ponto principal, segundo esses CIOs, é que o cenário da tecnologia corporativa sofreu uma mudança irreversível, e a organização do TI deve mudar com ele. O TI deve focar nas áreas às quais pode agregar mais valor, fornecendo aos funcionários das áreas periféricas da corporação acesso seguro a dados e ferramentas de inovação, mesmo que isso signifique ferramentas de desenvolvimento de aplicativos.

"A função do TI é permitir que as pessoas solucionem problemas", diz Bauer, da CompTIA. "Os vencedores entre os CIOs e departamentos de TI serão aqueles que compreenderem que o jogo mudou de tal forma que a TI jamais voltará a ser o que era antes. Seguindo a linha do existencialismo, não sabemos muito bem para onde vamos, mas estamos chegando lá".

Segundo o site The Verge, a Samsung poderá anunciar o lançamento de um serviço de computação em nuvem já no próximo mês. A empresa deverá anunciar o novo projeto no Samsung Mobile Unpacked 2012, mesmo evento onde lançará o novo aparelho da serie Galaxy.

O serviço deve ser bem parecido com o iCloud, permitindo o envio de conteúdo para a nuvem e a sincronização com diversos dispositivos. Uma diferença seria que a plataforma de computação na nuvem da Samsung não teria limitação do tipo de conteúdo a ser enviado, assim como o é no da Apple. Rumores indicam que o provável nome do evento será nomeado "S-Cloud", porém ainda não há nenhuma confirmação sobre o assunto.

##RECOMENDA##

Segundo uma fonte do jornal coreano Maeil Business, a empresa Media Solutions estaria intermediando junto a KT, Microsoft e Amazon a construção da infraestrutura para suportar o serviço de armazenamento e garantir que ela seja lançada sem engasgos. Com o S-Cloud, usuários de aparelhos Samsung poderiam acessar vídeos, músicas e outros tipos de arquivos de diferentes aparelhos como laptops, tablets e smartphones da empresa.

A novidade deverá ser lançada oficialmente em agosto e estará disponível para usuários de todo o mundo.

O Google Drive é daquelas figuras míticas que rondam as notícias desde 2006. No entanto, os rumores estão cada vez mais fortes, e a tendência é que ele seja lançado na próxima semana. Detalhes a respeito do serviço de armazenamento online, inclusive, já vazaram e parecem confiáveis.

No entanto, em seis anos a Internet mudou bastante, assim como o modo como a utilizamos. Temos o Dropbox para sincronizar nossos arquivos e os compartilhar, o Amazon Cloud Drive, que oferece até 1TB de espaço, e o SkyDrive, com a marca Microsoft. Há também o iCloud, criado recentemente pela Apple para unir todos os seus dispositivos.

Com tantas opções, os usuários têm uma ideia do que possuem e do que ainda querem. A seguir veja cinco coisas que o Google Drive precisa oferecer para superar seus rivais e dominar o mercado.

Espaço

Os especulados 5GB de espaço gratuito no Google Drive seriam o dobro do oferecido pelo Dropbox. Porém, o Box.com, a Amazon e o iCloud dão a mesma quantia, e o SkyDrive dispõe 25GB, embora só 5GB possam ser sincronizados com uma pasta.

Para que os usuários possam armazenar uma grande variedade de arquivos, eles precisariam de algo parecido com que a Microsoft oferece, e este seria um grande atrativo para o Google Drive.

Um lugar para todos os arquivos

Você tem arquivos anexados a mensagens no Gmail, armazenados no Google Docs e guardados no Picasa, além de fotos no Google+ e música no Google Music. Entretanto, não possui um serviço onde possa deixar todos os seus documentos.

O Drive serviria para unificar suas pastas, armazenando automaticamente os arquivos vinculados à conta Google. Isso facilitaria bastante na hora de encontrá-los e organizá-los.


Simplicidade

Esse é o principal mérito do Dropbox. Você mantém o arquivo no computador e o serviço, sem incomodar o usuário, o envia para a nuvem. Segundo o portal TechCrunch, o Google Drive terá um aplicativo próprio que, provavelmente, funcionará como o do rival.

Assim, o melhor método seria utilizado como modelo. Você poderia selecionar as pastas que gostaria de sincronizar e não se preocupar mais com assunto – não teria que, por exemplo, copiar suas fotos do Picasa para todo PC que usar.

Mobilidade

Assim como o Dropbox, o Google Drive terá de oferecer bons aplicativos para dispositivos móveis, pois é deste segmento que boa parte do dinheiro poderá ser obtida. A Google possivelmente integrará o serviço com o Android, já que é dona de ambos, mas para o iOS precisará de um app.

Seria positivo também se permitisse que desenvolvedores integrassem o serviço aos programas que criassem, aumentando, assim, sua presença no universo móvel.

Preço

O Google já dispõe de preços melhores que seus competidores. O Apps oferece 20GB por 5 dólares anuais, ante os 40 dólares cobrados pela Apple em seu iCloud. Se mantiver a proporção com o Drive, poderemos ter 400GB por 100 dólares ao ano, um valor menor que o da Amazon, que cobra 500 dólares por 500GB.



##RECOMENDA##

Recife será sede do Amazon Web Services (AWS) Brasil – Roadshow 2012 que acontecerá no próximo dia 17 deste mês, no Mar Hotel, em Boa Viagem. O encontro visa abordar os fundamentos, direcionamentos e estratégias para a nova tendência da computação, a cloud computing ou computação em nuvem.

Os participantes contarão com as palestras de Sílvio Meira, cientista-chefe do CESAR e Alex Tabor, sócio-fundador do Peixe Urbano. Os palestrantes demonstrarão casos de empresas que alcançaram o sucesso com o uso dessa tecnologia, além de mostrar dicas de como melhor utilizar e os pontos positivos adquiridos com o uso da computação em nuvem como plataforma.

##RECOMENDA##

O evento, também é um momento dedicado à realização de networking e a troca de experiências com líderes da comunidade, clientes, parceiros locais e com os integrantes da AWS Brasil.

A realização da inscrição será feita através do site da AWS Brasil - Roadshow 2012.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando