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Quem não presenciou a queda de paradigmas e a ascensão de uma liberdade frenética nos anos 1990, pode não entender o impacto sísmico que significou a tendência da chamada "montação". Era esse o termo usado pelos personagens da cena underground clubber para definir as produções exageradas de vanguarda fashion, regadas a nylon, plumas, vinil, paetês e plataformas, totalmente livres de rótulos.

Casas famosas de São Paulo, como o Sra.Krawitz, o Massivo e a Madame Satã eram os quintais desses personagens quase dândis que desfilavam por lá com referências trazidas da Inglaterra, que foi berço das festas eletrônicas de techno, acid house e hardstyle, dando espaço para os famosos festivais raves.

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O estilista Gux Woop afirma que a cena clubber dominou e ressignificou a moda e o comportamento em São Paulo. "Quando pensamos e comentamos sobre esse estilo, logo associamos a cultura com a estética da moda, onde os adeptos da cena ousavam e causavam com looks regados a muita informação, quebra de padrões e de gênero, não ligando para o masculino e feminino. Os clubbers abusam do provocativo e do diferencial com looks com muito vinil, pelos, pulseiras, cores vibrantes e neons, chupetas e até mesmo misturando ficção cientifica, conto de fadas e drogas", comenta.

Logo que a comunidade clubber começou a ganhar espaço, as passarelas imediatamente se interessaram pelo novo criando shapes, modelagens e estruturas, como foi o caso do desfile da grife Amapô, na 45ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW).

Woop conta que há uma direta relação entre os clubbers e a comunidade LGBTQ+, especialmente pela liberdade e sentimento hedônico presente nos lugares, o que faz a cena continuar viva. "Por mais que na década atual não ouvimos falar muito na comunidade, ainda existem clubbers que comandam a cena underground paulistana em festas de techno, como a Vampire Haus, BLUM, Sangra Muta, entre outras", explica. "A cena continua da mesma forma que nasceu: escondida, artística, contra cultural e ditadora de tendências", complementa.

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