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Não é segredo para ninguém que Walter Casagrande e Sócrates tinham uma grande amizade, chamado de amor pelo próprio comentarista. O ex-atacante fez questão de abrir seu livro "Casagrande e Sócrates - uma História de Amor" com uma conversa imaginária com o seu companheiro de áureos tempos do Corinthians. Mas nem sempre os dois guardaram uma boa relação, e a amizade teve altos e baixos.

Uma alfinetada de Sócrates em Casagrande durante um encontro entre os dois em um restaurante em São Paulo azedou a amizade e causou um afastamento que durou muitos anos, e criou muitas mágoas. Casagrande tinha começado há pouco tempo seu trabalho como comentarista na Globo. Sócrates o procurou após saber que a emissora buscava um segundo nome para participar das transmissões em São Paulo.

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"Tempos depois, Casagrande estava no prédio da TV Globo quando recebeu uma ligação de Sócrates no celular. 'Oi, Big, tudo bem? Fiquei sabendo que a Globo está querendo mais um comentarista em São Paulo. Só tem você aí... Dá uma sondada, vê se interessa eu ser comentarista também', disse o Doutor. A contratação de Sócrates pela emissora não se concretizaria, e isso daria margem ao rompimento", conta trecho do livro, que também é assinado pelo jornalista Gilvan Ribeiro.

Tempos depois, Casagrande e Sócrates se encontraram em um restaurante em São Paulo e o ex-meia soltou algumas palavras que soaram muito mal para Casão. O antigo comentarista da Globo não gostou de ser chamado de "vendido para o sistema" e decidiu encerrar por ali o vínculo que guardava com Sócrates.

"Naquela mesma semana, três ou quatro dias depois, eu fui ao restaurante Lellis para entrevistar um convidado para a coluna que tinha no Estadão. E encontrei lá o Sócrates, numa mesa com o (José) Trajano, o Juca Kfouri e outros jornalistas. Eu me aproximei para cumprimentá-los e aí, na frente de uma porrada de gente, ele falou: 'Taí o cara que se vendeu para a TV Globo'. Eu fiquei muito puto", explicou Casagrande em seu livro.

Antes da morte do amigo, em 2011, Casagrande se reaproximou de Sócrates. Mesmo assim, o ex-atacante não conseguiu falar tudo o que queria para o companheiro e explica a origem da ideia de iniciar a obra com uma conversa imaginária com Sócrates.

"Eu pensei nesse capítulo no primeiro dia que imaginei o livro. Na mesma hora da ideia de fazer o livro, pensei nessa conversa com o Sócrates. Você acertou. Tinha várias dúvidas e vontades e algumas coisas eu queria falar para ele e não consegui porque ele morreu antes. Na parte da saúde, somos dependentes químicos, tanto eu quanto ele. Todos os prazeres que a droga me tirava, eu tenho hoje. O Magrão não conseguiu chegar a esse ponto. E não deu tempo de poder ajudá-lo. Mas queria dizer a ele que ele deveria ter percebido o que aconteceu comigo. Meu problema com as drogas foi antes do problema dele. Ele tinha de pensar em rever o seu comportamento. Ver o que aconteceu comigo... Eu esperava mais dele nesse sentido, talvez seja uma cobrança injusta da minha parte. Mas ele tinha de ver o que aconteceu comigo. Ele era médico, pô! E morreu por causa da dependência química. Quando ele morreu, pensei: 'poderia ser comigo'. Nessa conversa imaginária, ele me diz isso", relatou Casagrande ao Estadão.

Recentemente, em texto publicado no globoesporte.com, Casagrande reafirmou toda a sua admiração a Sócrates. "Magrão, meu caro amigo, você foi o amor da minha vida", afirma. As palavras foram as mesmas em uma das últimas aparições públicas de Sócrates. "(O 'Eu te amo' para o Magrão) faz parte dessa sensibilidade feminina", explicou Casagrande em entrevista ao Roda Viva.

Casagrande anunciou nesta quarta-feira seu desligamento do quadro de comentaristas do Grupo Globo. Ele ficou 25 anos na emissora e decidiu, em comum acordo, antecipar o fim do vínculo, meses antes da Copa do Mundo do Catar.

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