Tópicos | Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil

Uma simples brincadeira mudou a vida da pequena Manuela Sobreiro. Logo no início de setembro deste ano, a menina, de apenas nove anos, brincava na rua com seu cachorro quando caiu e precisou ir ao médico porque estava sentido muita dor na perna direita.

O diagnóstico mostrou que Manu, como é chamada, estava com câncer na perna. A família toda ficou em choque. A criança, por sua vez, ainda não tem noção da tamanha gravidade do problema. Internada no Grupo de Ajuda a Criança Carente com Câncer (GAC), em Santo Amaro, área central do Recife, há mais de dois meses, a pequena continua feliz e sorridente, como sempre foi. "Não sinto dor nenhuma", garante.

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Quem sente a dor, na verdade, é a mãe de Manu, Francelma Guerra. "Dá um aperto no coração ver minha filha internada. A gente nunca acha que essas coisas podem acontecer com nossos filhos, não é?, questiona. A menina já fez três sessões de quimioterapia e deve passar por mais algumas. Apesar de responder bem ao tratamento, ainda não há previsão de alta para a pequena Manu.

Diferente dela, a jovem Lavínia de Araújo, 15, também internada no GAC, entende bem a doença e fica triste em saber que tem linfoma, câncer no sistema linfático. "Eu sentia muita dor no tórax e os médicos diziam que eram gases. Apenas em janeiro deste ano, depois de um novo exame, descobri que estava com câncer. Foi uma sensação horrível", lembra a jovem.

A pior parte do processo para Lavínia foi perder os cabelos, que passavam da cintura. "Eu chorei muito quando vi meus cabelos caindo. Me tranquei no banheiro e não queria que ninguém me visse. Agora estou melhor. Tenho fé em Deus que um dia vou sair daqui e ficar boa", completa. 

Descobrir se uma criança tem câncer é fácil, de acordo com especialistas. Neste domingo (23), Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, médicos da área fazem questão de bater na mesma tecla: o diagnóstico precoce. “Precisamos alertar a população quanto a isso. Muitos pais só descobrem que o filho está com câncer depois de anos, porque deixou de fazer simples exames no pequeno, como a coleta de sangue. Os pais também devem ficar sempre atentos às queixas dos filhos, porque os sintomas do câncer são muito parecidos com os de outras doenças. A frequente visita ao pediatra é muito importante", alerta a oncologista infantil do GAC, Vera Morais.

De acordo com a médica, os sintomas mais comuns que levam os pais a se confundir com outras doenças, como febre e dor óssea, que podem ser facilmente encontrados em uma virose. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que, atualmente, cerca de 12 mil crianças têm câncer em todo Brasil. "Em Pernambuco,  este número é de aproximadamente 700 vítimas", diz VeraO caso mais comum entre os pequenos é a leucemia, doença que atinge os glóbulos brancos. “Cerca de 30% das crianças e adolescentes com câncer têm leucemia”, alerta Morais.

Além do diagnóstico precoce, outras medidas também podem ser adotadas para a verificação da doença em seu estágio inicial. “Se alguém da família tem algum tipo de câncer, os pais devem redobrar os cuidados com o filho. A hereditariedade influencia muito no desenvolvimento da doença. Outro ponto que também deve ser observado é a alimentação da criança. Evitar enlatados e conservantes é uma boa. Estas substâncias têm poder de desenvolver as células cancerígenas”, conclui a oncologista.

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