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Hoje em dia ter carro ou moto não é mais uma questão de luxo e sim de necessidade. As pessoas estão cada dia mais cheias de compromissos e, consequentemente, cada dia mais apressadas. Esta necessidade de se locomover mais rapidamente, aliada ao maior poder de compra da população, tem sido decisiva para que a indústria automobilística não pare de crescer. Ano a ano. Entretanto, o crescimento da frota de veículos pelas ruas das cidades não é acompanhado pelas condições das estradas, ruas e avenidas. A sobrecarga da infra-estrutura é visível, reflete em congestionamentos, além de se transformar em acidentes e estragos nos veículos.

Em setembro deste ano, duas novidades anunciadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) preocuparam a população da Região Metropolitana do Recife e demais localidades do Estado. Isto porque a frota de Pernambuco chegou a 2 milhões de veículos emplacados e duas semanas depois a RMR atingiu a marca de 1 milhão de veículos. Vale ressaltar que aproximadamente 70% da frota do Estado estão circulando no Recife e região.  Atualmente, o Estado tem emplacado entre 1 mil e 1.300 veículos por dia, cerca de 19 mil veículos por mês. O Recife responde por 50% deste total.

Pesquisa

Uma pesquisa sobre o mercado de veículos do Recife, realizada pelo do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), apontou que apesar deste ano os juros estarem mais altos e crédito mais caro, a venda de automóveis e motocicletas tende a ser expressiva neste final de ano.

Para o economista do IPMN, Djlama Guimarães, isto se deve a forte confiança do trabalhador nos fatores emprego e na renda. “Mesmo com a política de desaceleração para a compra de carros. Ainda assim, as vendas em Recife, em Pernambuco e no Brasil se mostraram maiores em 2011 que em 2010, quando as taxas de juros para compra de carros eram mais baixas”, afirma.

Os dados do estudo também revelam que a preferência do consumidor por motos é ainda maior do que pelos automóveis, especialmente pela classe C. Entre os ouvidos no mês de outubro, 3,2% estão interessados em comprar motocicletas contra 2,9% que pretendem adquirir um carro.

Quando abordado o tipo de veículo pretendido e a classe social observa-se que o carro é opção dos indivíduos das classes A e B, (100%) e (55,6%) respectivamente. Enquanto que a motocicleta é preferida pelos indivíduos da classe C, no perfil mais baixo da classe C tal demanda é ainda mais intensa, (47,1%) na classe C1 e (77,8%) na classe C2.

“Sempre gostei muito de moto. Aos 17 dei minha primeira volta na moto do meu irmão. Depois disso comprei minha própria moto e de lá para cá nunca mais fiquei sem uma. Inclusive meu trabalho depende desse veículo”, contou o motoboy Everton Ribeiro Alves, 28, enquanto escolhia uma nova motocicleta em uma concessionária do Recife.  Ele faz parte dos aficionados pelo veículo de duas rodas da classe C.

Em relação ao rendimento dos consumidores, 33,3% dos indivíduos dispostos a adquirir um veículo este mês recebem entre 1 e 2 salários mínimos e 35,9% tem renda mensal entre 3 e 5 salários mínimos. “Cerca de 70% dos potenciais compradores recebem até R$ 2.725,00 reais mensais”, ressaltou Guimarães. Confira o vídeo.

Mercado competitivo
Segundo o supervisor comercial da Maravilha Motos, Fábio Ancelmo de Santana, a expectativa da empresa para o final de ano é aumentar as vendas em 20%. “É nesse período que as pessoas recebem o 13° e, portanto, estão mais dispostas a comprar, além do que as lojas já estão com os modelos do próximo ano”, garantiu. Já a expectativa de acréscimo nas vendas da Via Motos é mais modesto. “Pretendemos atingir 10% de aumento das vendas até o final do ano. A concorrência atualmente é ampla, por isso o aumento das vendas não é tão grande”, garantiu o gerente geral, Fernando Pinto.

Em um mercado competitivo as promoções ajudam a alavancar as vendas. “Na nossa loja sempre promovemos campanhas, algumas em conjunto com a Honda e outras por conta própria. Presenteamos o cliente com o emplacamento do veículo ou com um capacete”, garantiu o supervisor comercial.

Fábio Ancelmo destacou que os períodos em que as vendas caem neste mercado são pontuais. “Em julho as vendas são menores, porque é período de chuva. Já em setembro as vendas diminuem porque as pessoas sabem que no mês seguinte os modelos do próximo ano chegam às concessionárias e preferem esperar”.

Mais motos
De acordo com o relatório parcial Detran-PE de 2011, as motos representam 33% a mais de emplacamentos do que os automóveis de passeio. Até o final de outubro, o órgão já emplacou 89.658 motos, enquanto o número de carros que foram emplacados chegou a 67.199. Agosto foi o mês que contabilizou o maior número do serviço, com registro de 11.186 motocicletas emplacadas. No ano passado, 100.938 proprietários de motos procuraram o Detran para realizar o 1º emplacamento.

Além do valor mais baixo em relação ao carro, a moto tem outra “vantagem” que atrai os consumidores, a praticidade. Para o segurança Isaias Lourenço Nogueira, 43, morador de Paulista, chegar mais rapidamente aos lugares foi decisivo para trocar automóvel pelo veículo de duas rodas. “Eu tinha carro até dois anos atrás, mas vendi e comprei uma moto, troquei para tentar fugir desse trânsito complicado. Sei que a segurança que o carro pode me dar é bem maior que a moto, mas tive que optar pelo veículo que me ajuda a chegar aos lugares sem atrasos”.

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