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JOÃO PESSOA (PB) - Lucidélia Fabrício tem 22 anos, é estudante de psicologia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas há duas semanas não comparece à sala de aula. Segundo a universitária, a indisposição diária a impede de sair de casa, isso porque ela é diabética e depende de injeções de insulina, hoje em falta no Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex), do Governo do Estado.

“Eu sinto enjoo, as pernas doem e eu não consigo me concentrar em nada”, afirmou Lucidélia. A estudante explicou que a insulina Lantus, tipo que seu corpo mais se adéqua, custa caro e, por isso, ela vem fazendo uso da NPH, outro tipo de insulina mais presente na lista do Sistema Único de Saúde (SUS), que não lhe dá controle total das taxas de glicose.

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“Com a NPH, minhas taxas não ficam controladas. Eu tenho picos de glicemia que me deixam desnorteada”, detalhou. Segundo a endocrinologista Nara Crispim, a insulina NPH apresenta picos de ação que podem causar hipoglicemia, ocasionando os sintomas descritos. “Algumas pessoas se dão melhor com a insulina Lantus porque ela não tem estes picos, a ação é mais linear”, explicou.

Lucidélia é uma das pessoas afetadas pela falta constante de insulina Lantus no estoque do Cedmex, em João Pessoa. A estudante salientou que a medicação não está disponível há pelo menos há três semanas.

Gilcélia Menezes, diretora do Cedmex, confirmou esta ausência do medicamento, mas garantiu que o Estado vem tentando solucionar o problema. “A grande dificuldade que nós passamos é com o distribuidor. Nós fazemos o pedido e eles não entregam”.

A diretora ainda declarou que existe um “monopólio” na venda da Lantus. “O laboratório Sanofi usa apenas uma distribuidora, a Expressa, para que possamos comprar este tipo de insulina. Então ficamos dependentes deles, não há como melhorarmos este atendimento porque não depende do Cedemex”.

Além disso, segundo Gilcélia, a Paraíba é recordista na entrega de Lantus. “Pernambuco, um estado com o dobro da nossa população, entrega cinco mil Lantus por mês, Alagoas entrega duas mil e a Paraíba tem uma movimentação de 12 mil”. O Ministério Púbico da Paraíba desviou para o Estado a responsabilidade de distribuição deste medicamento, o que não acontece nos demais estados.

A diretora do Cedmex adiantou, contudo, que a entrega do medicamento deve acontecer na próxima quarta-feira (30), de acordo com ela, seguindo o novo prazo informado pela distribuidora. “Esperamos que cumpram este prazo”, finalizou.

A Expressa Distribuidora negou o atraso na entrega de medicamentos ao Governo da Paraíba. De acordo com a empresa, os pedidos foram acatados, tendo acontecido vendas durante este ano.

“Ao longo do ano 2014 a Expressa Distribuidora de Medicamentos entregou um total de 20.000 caixas da Insulina Lantus à Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba”, informa a nota da Distribuidora.

A Expressa ainda informou que não há prazo fixado para o dia 30, como informado pela diretora de Cedmex. “Informamos também que está sendo faturado um empenho para a Secretaria em questão de 12.000 caixas do mesmo produto, com previsão de entrega até o dia 2 de maio de 2014.”, finaliza a nota.

O Governo do Estado recebe verba da União para este fim. De acordo com o Portal da Transparência, o Ministério da Saúde encaminhou R$ 283.224,33 para a compra de Medicamentos Excepcionais somente neste mês de março.

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