Tópicos | fabi grossi

Imagine interagir com uma peça de ficção por meio de mensagens do Facebook. Esse é o intuito do Projeto Caretas, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que está “em cartaz” pela rede social desde fevereiro. Nele, um sistema emula uma personagem fictícia chamada Fabi Grossi, que conta sua história de revenge porn (pornô de vingança, em tradução literal) sofrido pelo seu ex namorado. O intuito do projeto, na realidade, é informar os caminhos que uma pessoa que sofre esse tipo de violência pode tomar na alçada legal. A conversa dura 24 horas por dia e pode se estender por diversos dias, a depender do usuário.

Para participar, basta ter pelo menos 13 anos e possuir uma conta no Facebook. O contato com sistema é feito acessando o perfil intitulado Fabi Grossi pela rede social e mandando alguma mensagem para a caixa de entrada, como confirmação de que a pessoa tem interesse em participar da encenação. A partir daí, a personagem conversa com o usuário e abre seus sentimentos, procura ajuda e fornece dados sobre porn revenge no Brasil.

##RECOMENDA##

O primeiro contato se trata de Fabi Grossi agradecendo por tê-la aceito no projeto Caretas. Em seguida, ela diz o nome, idade e pergunta quantos anos o usuário tem. “Legal. Cara… é meio estranho. Nem sei por onde começar. Tá foda, mas se eu não falar, vou explodir”, continua o bot. Assim, a conversa se desenrola. A experiência se torna tão real que a personagem fictícia envia áudios, selfies, prints de conversas com o ex e fala da vergonha que vai sentir se os pais descobrirem. 

Dois finais e uma problemática

A conversa se desenrola e pode ter dois desfechos. No primeiro, Fabi Grossi denuncia o ex namorado, procura ajuda dos pais e segue em frente. No segundo, e mais problemático, a jovem dá a entender que vai se suicidar e para de conversar com a pessoa. Segundo usuários do sistema, o rumo tomado na história vai depender de como o boot que interpreta a jovem é “aconselhado”. 

Apesar disso, a grande problemática é no impacto que essa responsabilidade pode causar aos colaboradores do projeto. A história não é real, mas é baseada em diversos casos de mulheres que sofreram o mesmo tipo de violência e acabaram tirando a própria vida. Esse tipo de ação pode gerar o mesmo discurso realizado durante a última campanha do Setembro Amarelo, em 2017, em que pessoas de diversos segmentos, sem expertise nas áreas de Psicologia ou Psiquiatria, se disponibilizaram a realizar espécies de consultas” gratuitas por meio da internet.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando