Tópicos | Gilvan Tavares

Dois dias após a dolorosa queda do Cruzeiro na Copa Libertadores, o presidente Gilvan Tavares veio a público nesta sexta-feira para garantir a permanência do técnico Marcelo Oliveira e descartas mudanças radicais no elenco cruzeirense. "Não vou me deixar levar por um resultado negativo", afirmou o dirigente.

"Quando o clube ganha, enaltece o time. Quando perde, o time, a diretoria e a comissão técnica não valem nada. Não vou me deixar abalar por uma derrota, que nos entristeceu bastante", disse Tavares, ao descartar uma troca na comissão técnica. "Não aceito dizer que o elenco e a comissão técnica não prestam."

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O presidente demonstrou confiança no trabalho que vem sendo realizado por Marcelo, atual bicampeão brasileiro. E negou que tenha sondado o técnico Vanderlei Luxemburgo, demitido pelo Flamengo nesta semana. "É a maior mentira. Nunca procurei o Vanderlei. Não sei como colocam isso na imprensa", reclamou.

Gilvan ainda defendeu o atual elenco cruzeirense, questionado por parte da torcida e da imprensa. "Andaram dizendo que contratamos errado. É um absurdo o que fazem depois da derrota para criar uma crise. Não vão criar crise. Esse plantel é bom e mostrou isso. Ganhamos do São Paulo nas oitavas de final. Ganhamos do River na Argentina e jogamos um bom futebol", disse, se referindo aos resultados na Libertadores.

Apesar destas boas vitórias, o Cruzeiro acabou sucumbindo diante do próprio River, nesta quarta, no jogo da volta. Perdeu por 3 a 0, no Mineirão, e foi eliminado nas quartas de final. O resultado, aliado à fraca campanha da equipe neste início de Brasileirão, causou preocupação na torcida.

Para tentar acalmar as arquibancadas, o presidente cruzeirense revelou que ainda pretende fazer contratações pontuais para o restante da temporada. "Não vamos deixar de correr atrás de um ou dois jogadores, porque sabemos que precisamos melhorar esse time", comentou.

É um ritual normal do torcedor: chegar ao estádio, comprar o ingresso e assistir ao jogo do seu time favorito. Às vezes pode adquirir antecipadamente se conseguir tempo livre. Ou, a depender do clube, tem a entrada garantida através do programa. Mas de fato, é necessário pagar para acompanhar a uma partida de futebol. Porém, esse não é o caso de muitas torcidas organizadas que são bancadas pelos clubes com ingressos, viagens e salas nas sedes. Além de poderem usar o símbolo da instituição livremente, inclusive para comercialização de produtos. Privilégio que nenhum outro torcedor tem.

Não se trata de justiça, e sim de prejuízo - financeiro e de imagem. Por isso, os presidentes de Cruzeiro, Palmeiras e Náutico estancaram essa relação. Deram um duro e rompante fim à troca de apoio, em que o clube paga para receber incentivo político e no campo. No entanto, Gilvan Tavares, Paulo Nobre e Glauber Vasconcelos ainda remam contra a maré e são ínfimos comparados aos que mantém as regalias das organizadas.

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Presidente do Palmeiras, Paulo Nobre foi o responsável por puxar essa arriscada fila. A atitude foi tomada depois que uma das uniformizadas alviverdes agrediu alguns jogadores no aeroporto de Buenos Aires, em março de 2013, após a derrota para o Tigre, na Libertadores. Chegou a ser ameaçado algumas vezes. Porém, não recuou e mantém a firme posição.

“Não tenho nada contra organizadas. Acho que fazem festas bonitas no campo. Mas como em todos os grupos, existe uma minoria de maus elementos e as atitudes dos mesmos afetam a torcida como um todo. A partir do momento que tiveram atitude hostil contra a delegação do Palmeiras, houve um rompimento da relação”, disse o presidente alviverde.



Ainda em dezembro de 2013, Gilvan Tavares resolveu dar um basta. Ao ver a festa do título brasileiro do Cruzeiro ser cancelada por brigas das organizadas, o mandatário cruzeirense cortou todas as relações com as torcidas. A partir de então, as uniformizadas estavam proibidas de usar o símbolo do clube em camisas e bandeiras. Não foi uma decisão fácil, era preciso ter pulso firme.

“Sofri ameaças no início. Ligavam para a minha casa, ameaçaram minha esposa e tive que trocar de telefones. Mas, não são torcedores. Apenas se aproveitaram do Cruzeiro para ganhar dinheiro e agora sofrem no bolso. Estavam usando nosso símbolo para atrapalhar a  vida do clube, trazendo prejuízos terríveis”, contou.



Normalmente um jogador quando faz um gol procura logo a torcida organizada para fazer a festa. Muitas vezes, as câmeras flagram fazendo o símbolo da "facção". O atacante Fred, do Fluminense, já fez algumas vezes. Depois de quase ser agredido no treinamento, nas Laranjeiras, decidiu não mais apoiar as uniformizadas. E desabafou em uma rede social.

“Ser membro de torcida organizada no Brasil já virou profissão, meio de vida. Há casos de presidentes de facções que se elegem ou conseguem cargos políticos. Lutarei com a arma que tenho. Por isso, a partir de hoje, as comemorações dos meus gols não serão mais para as torcidas organizadas. Meus gols serão dedicados exclusivamente aos verdadeiros torcedores do Fluzão, a não ser que a lei seja mais rigorosa ou os responsáveis por essas facções revejam o papel que deveriam exercer, que é apoiar o time de coração. Principalmente nos momentos de dificuldade, pois é quando mais precisamos de incentivo”, disse em um trecho do desabafo.



Com menos de cinco meses de gestão no Náutico, o presidente Glauber Vasconcelos teve problemas com a Fanáutico, maior uniformizada do Timbu. Após recusa em ceder ingressos à torcida organizada em um jogo em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, o mandatário foi ameaçado com pichações no muro da sede do clube. Glauber chegou a ter reuniões com os membros da Fanáutico e explicou os motivos que o levariam a manter aquela decisão. No entanto, não trata-se apenas de um rompimento entre as partes.

“Nós estamos apenas cumprindo uma recomendação do Ministério Público que é de não dar ingressos e passagens às organizadas. Mas não pode ficar apenas nisso. O poder público precisa agir de forma correta. Não é um problema do Náutico ou do futebol. É da sociedade como um todo”, ressaltou Glauber Vasconcelos.

O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, disparou contra a CBF nesta segunda-feira (28), um dia depois da partida contra o São Paulo, em Uberlândia. Insatisfeito com a arbitragem de Wagner do Nascimento Magalhães, o dirigente atribuiu o resultado a uma falta supostamente invertida em favor do clube paulista. Foi a cobrança desta falta que gerou o gol de empate dos paulistas nos acréscimos.

"A CBF precisa começar a levar a sério a arbitragem no Brasil. É duro você investir em time melhor que os outros e eles trazerem árbitros para ajudar o adversário para ter um resultado favorável contra o Cruzeiro. A falta foi contra o São Paulo e o árbitro inverteu na hora de terminar o jogo. Deu falta para ajudar o São Paulo", disse o dirigente, em entrevista à Rádio Itatiaia.

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O lance polêmico aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo. Em contra-ataque são-paulino, o zagueiro Bruno Rodrigo e o atacante Luis Fabiano se chocaram na intermediária e o juiz apontou falta para os paulistas. Na cobrança, Antônio Carlos completou de cabeça e empatou a partida.

"É uma brincadeira a arbitragem no Brasil! O presidente da CBF precisa levar isso mais a sério, caso contrário a gente vai ter que tomar medidas contra a CBF. Porque escalar árbitro para ajudar o time que eles torcem...", disparou o presidente cruzeirense.

Gilvan disse ainda que os dirigentes da CBF são muito próximos do São Paulo. Ele lembrou que o escritório de advocacia do novo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, presta serviços para a entidade. E que José Maria Marin, que deixará a presidência da CBF ano que vem, foi jogador do time paulista na juventude.

"O presidente do São Paulo é o advogado da CBF, o presidente da CBF é ex-atleta do São Paulo. São pessoas ligadas ao clube, eles querem ajudar o clube de qualquer maneira. Isso é um absurdo. A gente passa a duvidar da honestidade do que está acontecendo lá [CBF]", atacou o dirigente mineiro.

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