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O conselho da junta militar do Egito fixou nesta terça-feira um prazo de 48 horas para os partidos políticos finalizarem a formação de um painel de cem membros que escreverá a nova Constituição do país, ou então ele mesmo fará a nova lei. O parlamentar Mustafá Bakri informou os políticos sobre o ultimato após representantes de 18 partidos políticos e independentes terem se reunido com o chefe do conselho da junta, o marechal Hussein Tantawi.

O processo está em impasse desde que o Parlamento, dominado pelos islamitas, tentou formar o painel apenas com seus políticos, o que levou os seculares e liberais a deixarem a casa em protesto e levou à suspensão de toda a assembleia.

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O impasse espelha as profundas divisões políticas no Egito, a menos de duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais, quando um candidato da Irmandade Muçulmana enfrentará um candidato secular e egresso do regime autoritário de Hosni Mubarak.

Bakri disse que se os políticos fracassarem em nomear o painel, então o conselho da junta militar emitirá "uma declaração constitucional suplementar" para redigir o rascunho da lei e formar o painel. A Irmandade Muçulmana rechaçou essa possibilidade e disse que "ninguém pode tirar do Parlamento a sua autoridade em emitir as leis".

As informações são da Associated Press.

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito concordou em formar um governo de salvação nacional e passar completamente o poder às autoridades civis até julho de 2012, disse nesta terça-feira o político Selim al-Awwa à agência estatal de notícias MENA, citada pela agência France Presse (AFP). A junta militar concordou com a passagem de poder após quatro dias de manifestações na praça Tahrir do Cairo e violentos confrontos com os opositores, que deixaram pelo menos 29 mortos. As centenas de milhares de pessoas que protestam na praça Tahrir, no entanto, descartaram as concessões e pediram uma mudança imediata de regime, gritando "fora" para os militares.

Em comunicado na televisão estatal, o marechal Hussein Tantawi, líder da junta militar, disse aos egípcios que as eleições presidenciais serão realizadas até 30 de junho de 2012, mas não deu uma data específica para a transferência de poder. Tantawi também disse que os militares também estão prontos a realizar um referendo imediato para a transferência de poder aos civis.

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"As Forças Armadas, representadas pelo Conselho Supremo, não têm o desejo de governar e colocam os interesses do Egito acima de tudo. Elas estão prontas a entregar imediatamente a responsabilidade e voltarem ao seu dever original que é defender o país, se o povo quiser isso através de um referendo, se ele for necessário", disse Tantawi. O marechal disse que aceitou a renúncia do primeiro-ministro Essam Sharaf, que governava desde fevereiro com um gabinete civil tutelado pelos militares, após a queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro.

Na praça Tahrir, os manifestantes pediram que Tantawi deixe imediatamente o poder. "Nós não vamos deixar a praça. Ele é que vai embora", gritavam os manifestantes. "Fora, marechal de campo".

"Nossas demandas são claras. Queremos que a junta militar renuncie imediatamente e entregue a autoridade a um governo de salvação nacional civil com poderes totais", disse Khaled El-Sayed, manifestante da Coalizão da Revolução Jovem e um dos candidatos às eleições parlamentares de 28 de novembro. El-Sayed também pediu que o chefe da polícia militar do Cairo e o ministro do Interior sejam julgados pelos "crimes horríveis" dos últimos dias, quando pelo menos 29 manifestantes foram mortos, a maioria no Cairo.

A junta militar egípcia enfrenta a pior crise política desde a queda de Mubarak em fevereiro. "Foi acordado na reunião, presidida pelo vice dirigente do Conselho das Forças Armadas, Sami Enam, que será formado um governo de salvação nacional, o qual implementará os objetivos da revolução", disse Awwa, pré-candidato presidencial que participou do encontro.

Awwa disse que também foi acordado que "o poder deverá ser transferido a um presidente civil eleito, até no máximo o final de junho de 2012".

Quem irá liderar o governo de salvação nacional é um mistério. Mais cedo, o nome do ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed ElBaradei, foi cogitado. Mas não houve confirmação e aparentemente a situação prossegue em um impasse.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O gabinete do primeiro-ministro do Egito, Essam Sharaf, renunciou nesta segunda-feira em meio às recentes manifestações contrárias ao governo. Num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal MENA, o porta-voz do gabinete, Mohammed Hegazy, disse que "o governo do primeiro-ministro Essam Sharaf entregou sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas." Ele acrescentou que, "dadas as circunstâncias difíceis em que o país se encontra, o governo continuará trabalhando" até que a renúncia seja aceita. Pelo menos 24 pessoas foram mortas nos últimos três dias nas manifestações e na repressão aos protestos no Egito.

A Coalizão da Revolução Jovem e o movimento 6 de abril pediram a renúncia imediata de Sharaf e a formação de um governo "de salvação nacional". Os grupos também pediram que ocorram eleições presidenciais em abril de 2012.

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Durante esta segunda-feira, manifestantes acampados na praça Tahrir do Cairo voltaram a exigir a renúncia da junta militar que governa o país desde 11 de fevereiro, quando caiu em revolução popular o regime de Hosni Mubarak. O Egito terá eleições para a Assembleia Constituinte em 28 de novembro. Mas a explosão da violência, que começou no sábado, reflete a frustração e a confusão que tomaram conta do cenário político do país desde a queda de Mubarak.

Os militares afirmam que entregarão o poder aos civis apenas após as eleições presidenciais, as quais prometeram vagamente realizar em 2012 ou até em 2013. Os manifestantes pedem uma transição imediata para um governo civil.

"O que isso significa, transferência de poder apenas em 2013? Isso quer dizer que ele quer ficar mandando no país até lá", disse um jovem manifestante, Mohammed Sayyed, a respeito do marechal Hussein Tantawi, chefe da junta militar. "As pessoas estão frustradas. Nada mudou para melhor aqui no Egito", disse o jovem.

O chefe dos necrotérios do Cairo disse que o número total de mortos subiu nesta segunda-feira a 24, desde que os confrontos começaram no sábado. Ele falou sob anonimato. Centenas de manifestantes foram feridos, de acordo com as autoridades. No domingo, a crise se agravou quando o ministro da Cultura, Emad Abu Ghazi, renunciou em protesto contra a violência.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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