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O Papa Francisco presidiu, nesta segunda-feira (1°), na Sala Clementina, no Vaticano, o Consistório Ordinário Público para a Canonização de cinco Beatos, dentre os quais Irmã Dulce Lopes Pontes.

Durante o Consistório, o Santo Padre anunciou a data de canonização dos cinco beatos. Será no domingo, 13 de outubro próximo.

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Além de Irmã Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo; Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O papa Francisco reconheceu nesta terça-feira (14) o segundo milagre atribuído à beata Irmã Dulce, o que permite que a freira brasileira seja proclamada santa. Nascida em Salvador, em 26 de maio de 1914, com o nome de batismo de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, irmã Dulce ficou conhecida por obras de caridade e assistência aos necessitados. Apelidada de "O Anjo bom da Bahia", ela morreu em 22 de maio de 1992 e foi beatificada em 22 de maio de 2011.

O processo de canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. No ano seguinte, foi reconhecido o primeiro milagre atribuído à brasileira. De acordo com o site "Vatican News", o segundo milagre foi reconhecido por meio de um decreto. Com isso, ela será a primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada.

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A cerimônia, no entanto, ainda não tem data para acontecer. O papa Francisco recebeu em audiência, na segunda-feira (13), o prefeito do Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, o qual autorizou o Dicastério vaticano a promulgar o decreto.

Entre outros decretos promulgados hoje, também está um que reconhece as virtudes heroicas do Servo de Deus Salvador Pinzetta, Frade Menor Capuchinho, nascido em Casca, no Rio Grande do Sul, em 1911.

Da Ansa

Ambas têm projetos ligados à poesia. Regina Braga quer estrear na direção fazendo um filme sobre a correspondência da poeta Elizabeth Bishop. Bianca Comparato sonha há tempos com um filme sobre Ana Cristina César, considerada, talvez, o maior nome da geração mimeógrafo dos anos 1970 e que se suicidou em 1983. As duas compartilham algo mais, além da poesia - fazem diferentes momentos da vida de Irmã Dulce no longa de Vicente Amorim sobre a religiosa baiana que estreia nesta quinta-feira, 27, no Centro/Sul do País. Já em cartaz no Norte e Nordeste, Irmã Dulce vai ocupar um total de 100 salas. É pouco para seu tamanho - e até ambição -, mas o circuito está tomado por Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1.

Regina já interpretou personagens reais - Chiquinha Gonzaga, a própria Bishop. Mas nunca lhe ocorreu algo como em Irmã Dulce. "De repente, realidade e ficção se misturaram na minha cabeça. Numa cena, eu tinha de abraçar um dos pobres da irmã, e fazer o gesto da cruz sobre ele. Essa pessoa havia sido abençoada pela própria Irmã Dulce e, ao reproduzir o gesto, querendo ser verdadeira, tudo se misturou para mim. Nunca havia experimentado isso antes. Foi muito forte."

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É a primeira vez que Regina carrega um filme, e isso também é novidade. Bianca conta como foi forte seu envolvimento com o papel. "Foi muito importante que o (diretor) Vicente (Amorim) tenha nos escolhido com antecedência. Regina e eu viemos para Salvador, percorremos as obras assistenciais de Irmã Dulce, ensaiamos juntas, conversamos com muita gente que a conheceu. Foi tudo muito intenso. Já havia lido muito sobre ela, visto as imagens, e havia o próprio roteiro, mas o fato é que, nos preparando juntas, compartilhando experiências, Regina e eu criamos a mesma personagem, e era isso que Vicente e (a produtora) Iafa (Britz) queriam."

Logo no começo da missão de Irmã Dulce, um médico diz que ‘essa moça’ não vai viver muito. Seus problemas respiratórios antecipam pouco tempo de vida. Mas, apesar da dificuldade para respirar que a deixava ofegante, e representava esforço adicional à sua luta diária pelos pobres, Irmã Dulce viveu bastante. Ela começa menina, vivendo a experiência da descoberta da pobreza com a mãe (Glória Pires, numa participação realmente especial), vira Bianca e, de repente, de maneira quase imperceptível, é como se Bianca saísse por uma porta e Regina entrasse pela outra. A continuidade não só é sutil, como perfeita. As duas atrizes foram tocadas pela personagem.

"Nesse momento do País, é muito importante voltar a Irmã Dulce", observa Bianca. "O Brasil saiu dividido da eleição (para presidente). Vi coisas que me doeram muito. Acusações graves, uma verdadeira guerra verbal de pobres e ricos.

E a Irmã Dulce vivia isso. O compromisso dela era com os pobres, a quem se dedicou." Regina acrescenta - "É um exemplo de dedicação como nunca vi. E não é uma caridade ofensiva nem culpada. Ela se dedica porque é o correto. Há uma questão ética em Irmã Dulce que permanece atual. Não foi por acaso que ela teve todos aqueles problemas e enfrentou resistência dentro da própria Igreja."

Havia momentos em que as atrizes se angustiavam, "Ela não tinha curva (dramática). Pedia ao Vicente - será que ela não têm de duvidar mais, de vacilar mais? A decisão dele (e dos roteiristas L.G. Bayão e Anna Muylaert) de fazer a curva por meio de outros personagens, o filho, a madre superiora, parecia arriscada, mas deu muito certo", avalia Regina, emocionada depois de assistir à pré-estreia do filme, em Salvador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O programa Classificação Livre desta semana conferiu a pré-estreia do filme Irmã Dulce no Recife. Com direção de Vicente Amorim, o longa reconta a trajetória da freira e beata baiana, que ficou conhecida por sua bondade, obras de caridade e principalmente pelo seu amor ao próximo.

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A atriz Bianca Comparato interpreta Irmã Dulce da juventude até os 45 anos. A partir dai, a responsabilidade fica por conta de Regina Braga. As duas aproveitaram a vinda ao Estado para o lançamento do filme e conversaram com a equipe do Classificação Livre sobre como foi viver essa experiência.

"Foi um trabalho longo. Eu parei tudo para me dedicar a ele porque eu entendi o desafio que eu tinha na minha frente e tentei me dedicar ao máximo", destaca Bianca. "Eu acho que chegar perto da Irmã Dulce é uma experiência transformadora para todo mundo, por isso eu acho tão importante esse filme para o Brasil", complementa Regina.

Ainda nesta edição, o público confere os detalhes da 10ª edição da Feira Literária Internacional de Pernambuco, a Fliporto. O evento é considerado um dos principais deste segmento no país e esta edição foi especial porque homenageou importantes nomes da literatura, como o mestre Ariano Suassuna, Raimundo Carrero e Adriana Falcão.

Confira ainda os principais eventos do fim de semana com a agenda cultural. O Classificação Livre é apresentado por Areli Quirino e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

Conhecida em Salvador como o 'Anjo bom da Bahia', Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce, dedicou sua vida dentro e fora do convento a ajudar os mais pobres e doentes. A freira, que ganhou fama pela bondade e caridade, 'multiplicou-se' em várias pessoas para poder prosseguir com seus ideais. Trechos da trajetória da religiosa são retratados no longa Irmã Dulce, que em alguns momentos emociona.

Apesar de momentos da infância de irmã Dulce serem retratados em alguns flashs do filme, o longa é dividido basicamente em duas fases de sua vida. Na fase mais jovem, a freira é interpretada por Bianca Comparato até os anos 1960. Regina Braga vive a religiosa até os anos 1980. Apesar de ensaios rigorosos em que ambas atrizes estavam sempre presentes na filmagem das duas, ainda é possível perceber um pequeno deslize na mudança da intérprete de irmã Dulce. Quando jovem, Bianca reproduz uma imagem mais delicada da freira. Com a mudança da atriz, Irmã Dulce parece mais rígida, por exemplo.

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A trama tem direção de Vicente Amorim (Corações Sujos) e produção da Midgal Filmes (Minha Mãe é uma Peça) e dá ênfase a momentos que marcaram a trajetória da freira. Um dos pontos positivos da cinebiografia é que ela se propõe a dar ouvidos à história que Irmã Dulce gostaria que fosse passada ao público. De forma que em algumas cenas do longa, atitudes da freira que eram muito criticadas na épocasoam para o espectador de forma romantizada, com o intuito de dar voz aos anseios da freira. Invasão de propriedades privadas, apatia mediante a furtos e até mesmo tentativa de homicídio são algumas das polêmicas que marcam a trajetória de Dulce.

A fotografia do filme é de extrema qualidade. Gustavo Hadba, diretor de fotografia, busca sempre apresentar ao espectador ângulos que não soam clichê. "A ideia foi trazer simbolismos para dentro da fotografia do filme, pois existe a realidade e o simbólico da realidade. E quando conseguimos exercer corretamente essa mistura, é sinal que a fotografia está no caminho certo", comenta o diretor.

"Tudo seria melhor se houvesse mais amor", dizia irmã Dulce. No longa, a frase marcante da indicada ao Prêmio Nobel da Paz é bastante presente na formulação das cenas. A beata chega a afrontar por diversas vezes as regras da igreja católica para conseguir concretizar o seu desejo de um mundo com mais afeto. A luta contra o machismo e a sobreposição da mulher também é algo que está presente na cinebiografia. Por vezes, a freira tinha suas causas diminuídas por ser uma mulher e não poder estar em situações de risco ajudando o próximo.

De forma brilhante, o roteiro do filme não se propõe a desvendar o universo católico das freiras. Não se trata de um filme religioso, mas sim de uma história de uma das mais importante figuras na luta pelas causas sociais.

Apesar da melhor interpretação de irmã Dulce por Bianca, é na figura de Regina que as maiores emoções do filme são retratadas. A figura do menino João (Lisandro Oliveira/Amaurih Oliveira), abandonado na porta do Convento Santo Antônio, que acompanha a trajetória da freira através dos anos é um dos pontos que mais causa comoção na história. Um amor sem limites, como um amor de mãe entre irmã Dulce e João.

A cinebiografia peca por vezes em se ater de forma excessiva ao diálogo expositivo, faltando profundidade no roteiro da trama. Algumas passagens são rápidas e se tornam soltas no filme. Nos personagens, falta ainda um maior grau de profundidade psicológica. Apesar disso, a trama ainda sim consegue manter o espectador preso à história que conta.

É um filme em que o roteiro, embora raso, é muito bonito pela história de vida da Irmã Dulce. A ideia de que ela foi uma guerreira e lutou pelos pobres, sem se importar com consequências é passada ao público com maestria e quem não conhecia a história da freira que mudou os rumos da sociedade baiana, passa a conhecer de maneira fiel e bem engajada.

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Uma série de eventos em Salvador marca, no próximo domingo, 26, as comemorações pelos 99 anos de nascimento de Irmã Dulce e pelos dois anos da beatificação da religiosa, completados na quarta-feira, 22.

Conhecida como Anjo Bom da Bahia, a agora Bem-Aventurada Dulce dos Pobres será lembrada com uma procissão, uma missa e com apresentações musicais no santuário da religiosa, localizado no Largo de Roma. A celebração ocorre a partir das 16 horas, com a procissão que sai da Igreja do Bonfim com destino ao santuário.

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As comemorações ocorrem no momento em que especialistas começam a estudar quatro dos mais de 1,5 mil relatos de milagres para a canonização da religiosa após sua beatificação.

Os casos, ocorridos nos Estados de São Paulo, Ceará, Sergipe e Bahia, são considerados os mais contundentes da intercessão de Irmã Dulce e, caso sejam avaliados como inexplicáveis pelos estudiosos, serão enviados para o Vaticano, para apuração dos peritos. É necessária a comprovação de mais um milagre para que a religiosa possa ser canonizada.

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, morreu em 13 de março de 1992, aos 77 anos. Ela ficou conhecida pela ajuda aos pobres, sobretudo na área da saúde. Criou, em 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que hoje promovem 5 milhões de atendimentos por ano a beneficiários do Sistema Único de Saúde (SUS) e a pessoas em situação de risco social. Cinco mil profissionais de saúde trabalham para a instituição.

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