Tópicos | Jadel Gregório

Pela segunda vez em 50 anos, o Brasil não terá representantes no salto triplo nos Jogos Olímpicos. Jadel Gregório, último grande triplista brasileiro, se aposentou neste domingo, depois de participar do Troféu Brasil, em São Bernardo do Campo (SP). Ele terminou a prova em quinto lugar e só foi ao pódio, com uma camiseta com seu nome e a marca 17,90m - seu recorde sul-americano -, para entregar as medalhas. Aos 35 anos, Jadel encerrou sua vitoriosa carreira com um salto de 15,90m, exatamente dois metros a menos do que o auge.

No quarto salto da competição, Jadel sentiu uma lesão muscular na coxa e se retirou do Troféu Brasil chorando. Quase uma hora depois, ao passar pela zona mista, ele ainda estava com os olhos encharcados. Falando com a imprensa, chorou diversas vezes. As primeiras palavras foram separadas por pausas para controlar as lágrimas e desatar o nó na garganta.

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"Acabou. Vivi. Pena que também senti em um dos saltos. Não esperava terminar assim. Esperava terminar saltando. Até o sexto salto, tinha chance de ir para a Olimpíada. Era esse o objetivo. Deus sabe o que faz. Saio contente. Muitos amigos. Muitas vitórias, muitos agradecimentos. Algumas decepções. Mas o melhor de tudo é que eu consegui chegar onde eu queria", disse Jadel, quinto colocado nos Jogos de Atenas-2004 e sexto em Pequim-2008.

Bastante emocionado, Jadel disse que acredita ter plantado uma semente. "Nesses últimos dias eu recebi muitas mensagens. Muita gente que treinou, muita gente que começou a fazer atletismo por minha causa. E é isso que fica. Você poder ter essa experiÊncia de viver bem o esporte, poder transformar pessoas, poder ajudar pessoas. Isso não tem preço. Não tem nada que pague".

Um projeto social de Jadel Gregório em Marília, sua cidade natal, revelou o barreirista João Vitor de Oliveira, classificado ao Rio-2016 nos 110 metros com barreiras. "Comecei esse projeto com 21 anos, colocava dinheiro do meu bolso. Um desses atletas hoje está indo para a Olimpíada. Isso que me deixa contente. Não foi só um atleta que saiu, mas um atleta que está indo para a Olimpíada. É o fruto de uma semente que a gente plantou lá atrás", disse, ainda entre lágrimas.

No salto triplo, porém, Jadel não deixou herdeiros. A prova que rendeu um ouro, uma prata e três bronzes ao Brasil não terá representantes brasileiros na Olimpíada. Jean Casemiro Rosa, com 16,38m, foi quem mais perto se aproximou, no Troféu Brasil, do índice de 16,85m. Ele lidera o ranking nacional com 16,67m.

Jadel admite que o momento do salto triplo não é bom, mas acha que as coisas podem mudar em breve. A última vez que o Brasil havia ficado fora da Olimpíada nessa prova havia sido em 2000. Quatro anos depois, Jadel estava na final olímpica.

"Torcer para que eles consigam carregar o nome do Brasil, a história da prova. Torcer para que em breve, num futuro muito em breve possa vir alguém e bater meu recorde e representar o Brasil em finais de Olimpíada. Vou estar sempre torcendo pra isso. Sou um amante do atletismo. (chorando muito) Podem contar comigo sempre."

Quinto no ranking nacional do salto triplo, Jadel Gregório ainda acredita que possa fazer o índice para estar nos Jogos Olímpicos do Rio. A última oportunidade será no domingo de manhã, no último dia do Troféu Brasil e do período de qualificação. Se não atingir a meta, já está decidido: o saltador, de 35 anos, vai se aposentar.

"Jadel está confiante e garantir um lugar na Olimpíada, mas quer fazer sua despedida oficial numa competição nacional", explicou Antonio Carlos Gomes, superintendente técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e treinador pessoal de Jadel.

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O índice olímpico é 16,85m, marca que Jadel não consegue desde 2012. Este ano, tem 16,36m como melhor resultado. Nas últimas duas temporadas, marcou 16,42m e 16,55m, respectivamente.

Nas últimas semanas, o treinamento passou a ser dividido com o cargo de secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo. Ele tem se desdobrado entre os treinos "às vezes muito cedo, às vezes muito tarde", conforme contou ao jornal O Estado de S.Paulo durante o GP Brasil, na semana passada.

O recorde sul-americano do salto triplo ainda é de Jadel Gregório. Em 2007, ele cravou 17,90 metros no GP Brasil de Atletismo, em Belém (PA). Ano em que também conquistou a prata no Mundial de Osaka (17,59 metros), no Japão, e o ouro no Pan do Rio (17,27 metros). Nos Jogos Olímpicos, o brasileiro ficou com o quinto lugar em Atenas-2004 e o sexto em Pequim-2008.

O carioca Vitor Hugo dos Santos venceu os 100 metros neste domingo no GP Brasil de Atletismo, disputado na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP). Ele fez o tempo de 10s17 e ficou a apenas um centésimo de segundo do índice exigido para os Jogos Olímpicos Rio-2016.

"Foi um ótimo resultado, o melhor de minha vida. Faltou um detalhezinho para garantir a participação na Olimpíada", comentou. "Tinha certeza de que conseguiria um bom resultado porque aqui teria adversários de alto nível", completou. A segunda colocação ficou com o jamaicano Andrew Fisher, que compete pelo Bahrein (10s21), e a medalha de bronze foi para o brasileiro Ricardo Mário de Souza (10s21).

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Vitor Hugo viaja nesta quarta-feira para Cali, na Colômbia, onde disputará os 100 metros e os 200 metros no sábado e no domingo em mais uma tentativa de índice. "Estou muito perto. Se as condições climáticas ajudarem, talvez consiga as marcas exigidas", afirmou.

Também viaja para a Colômbia o veterano Jadel Gregório, que ficou com a medalha de bronze no salto triplo com a marca de 16,42 metros. O atleta de 35 anos ainda sonha com o índice olímpico. "Estou bem fisicamente e também tranquilo, buscando o crescimento", disse o atleta, que concilia os treinamentos com a função de secretário-adjunto na Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo.

"É importante que um atleta também ocupe funções administrativas. É diferente. Hoje uma das coisas que faço é analisar projetos na área esportiva", explicou. Em primeiro lugar ficou o representante da Colômbia, John Freddy Murillo, com 16,96 metros. O vice-campeão foi Jean Casemiro Rosa, com 16,59 metros.

RECORDE BRASILEIRO - No lançamento do martelo, a argentina Jennifer Dahlgren ficou com o ouro ao atingir a marca de 65,43 metros. Já Anna Paula Magalhães quebrou o recorde brasileiro com 64,65 metros. O recorde anterior era de Katiuscia Maria Borges de Jesus, com 64,58 metros, obtido em 2006.

"Estou feliz. Estou no melhor ano de minha carreira. Ganhei prata no Ibero-Americano no Rio de Janeiro e agora melhorei ainda mais minha marca. Isso é muito bom. Dá mais confiança e força para continuar os treinos", disse a gaúcha de 29 anos.

No salto em distância, Eliane Martins ratificou o índice olímpico. Ela venceu com 6,72 metros. O mesmo ocorreu no salto com vara com Augusto Dutra, que repetiu a marca mínima exigida de 5,70 metros. "Comemorei muito. Obtive a melhor marca do ano e tirei um peso das costas. As dificuldades estavam engasgadas", observou o saltador.

Fernando Carvalho venceu no salto em altura com 2,21 metros, mas ficou distante do índice olímpico que é de 2,29 metros. Nos 3.000 metros com obstáculos, o brasileiro Altobeli Santos da Silva, garantido na Olimpíada, confirmou seu favoritismo com 8min32s24.

O físico mudou, os saltos já não o levam tão longe, mas a língua de Jadel Gregório continua afiada. No País para a disputa do Troféu Brasil, foi acompanhado com palmas pelo público presente à Arena Caixa na noite de sexta-feira (15), mas mal falou com os adversários. "Sou amigo do mundo, mas sou uma pessoa séria. De repente, uma conversa que não vai somar para mim, eu prefiro não me estender."

Apenas quinto colocado no salto triplo, na sexta, Jadel Gregório mal passou dos 16 metros (fez 16,03), resultado que comemorou ponderando que volta de lesões. Uma grande diferença para aquele saltador que superou 17 metros por 10 temporadas seguidas, feito único no mundo. Na opinião do veterano, três vezes medalhista da prata em Mundiais, não há nenhum brasileiro para substituí-lo.

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"De repente faz um resultado, se coloca em um pedestal muito alto e esquece que resultado é se manter. Estou vendo muito atleta com carro, mas resultado nenhum. Atleta que fez um resultado deste tamanho (pequeno) andando com óculos na cara, achando que de repente é o Bolt. Vejo vários incentivos e não vejo resultados. Quando eu entrar nesse programa, a coisa muda", garantiu, fazendo referência ao Programa Nacional de Apoio a Atletas de Alto Nível, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

No último dos seus 10 anos saltando acima de 17 metros, em 2009, Jadel alcançou 17,12m. Desde então, só Jonathan Henrique Silva superou essa marca, uma única vez, em 2012. O ouro do Troféu Brasil ficou com Jefferson Dias Sabino, com meros 16,36m. "Atletas de fora vinham aqui porque eu saltava bem, a competição era forte. A gente tinha contato com a galera, fazia festa, era bonito. Hoje não tem."

Se no salto triplo os resultados brasileiros estão longe de valer uma final olímpica, no salto em distância o Brasil não vai mal. Mauro Vinícius da Silva, o Duda, é bicampeão mundial indoor, Higor Alves foi o melhor juvenil do mundo em 2013 e outros dois ou três atletas têm condições da fazer índice olímpico.

Jadel não pensa assim. "Quando a gente fala em bom resultado, é um bom resultado lá fora. Fazer um resultado dentro do País e depois não fazer nada, não considera. Eu considero um bom resultado levar a bandeira do Brasil durante 10 anos", diz o veterano, advogando em causa própria.

Questionado sobre Duda, hoje maior nome dos saltos horizontais no Brasil, Jadel poupou o garoto, mas não sua equipe. "O Duda não é só um espelho de pessoa, é uma pessoa muito boa. Mas algumas pessoas apagam o brilho dele, porque ele não tem maldade nenhuma", disse, antes de decidir colocar o pé no freio e evitar polêmicas.

Não sem antes lançar uma espécie de desafio: "É fácil treinar para uma competição só. Se eu tiver todo esse incentivo aí para treinar só para os Jogos Olímpicos, eu salto 18 metros", garante o recordista brasileiro da prova, com 17,90m. Na história, só cinco atletas conseguiram tal feito. Dois deles, nesta sexta-feira, na etapa de Doha da Diamond League.

FUTURO - Para sonhar com medalha, porém, Jadel precisa primeiro se classificar para os Jogos Olímpicos, saltando 16,90m, marca que só alcançou uma vez nas últimas quatro temporadas. "Fiz cirurgia nos dois joelhos (em 2011), leva tempo para recuperar. Tive que voltar a andar, voltar a correr e voltar a saltar. Hoje estou mais forte, mas mais travado", avalia.

Aos 34 anos, Jadel pretende levar jovens brasileiros para fazer parte da equipe dele, em San Diego (EUA), onde mora e treina, mas ainda vê muita coisa boa para sua carreira. "Não paro depois de 2016. Tenho 34 anos e me sinto com 18. Falo com tranquilidade que não estou preocupado com hoje, nem com a temporada desse ano. Eu sei o que posso fazer, sei o que já fiz. É questão de tempo. (Os Jogos de) 2016 é o lugar certo e a hora certa."

A Confederação Brasileira de Desportos do Gelo (CBDG) quer levar equipe para representar o País no bobsled nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (Rússia), no ano que vem. Por isso, realizou neste domingo, no centro de treinamento do Clube Atletismo BM&FBOVESPA, em São Caetano do Sul, uma seletiva. Queria encontrar velocistas dispostos a participar da campanha por uma vaga na Olimpíada.

O bobsled, no Brasil, é bastante conhecido por conta do filme "Jamaica Abaixo de Zero", que contava a história real de uma equipe jamaicana que, mesmo sem ter neve no país, conseguiu se classificar para uma Olimpíada. O Brasil quer repetir o feito.

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Entre os inscritos na seletiva deste domingo estavam o ex-campeão mundial Jadel Gregório, que compete no salto triplo, e a ex-recordista sul-americana dos 100 e dos 200 metros, Lucimar Moura.

Assim como no salto triplo, a parte de corrida é importante para dar impulso ao trenó no bobsled. Por isso a CBDG, como confederações por todo o mundo, procura atletas já acostumados com as provas de velocidade. Os Estados Unidos, por exemplo, terão Lolo Jones, quarta colocada nos 110m com barreiras nos Jogos de Londres.

Jadel Gregório diz que chegou por acaso à seletiva. "Estava treinando a semana passada no Centro Olímpico (em São Paulo) e ouvi falar do teste. Vim ver o que pode acontecer. Nunca vi esporte de inverno, nunca participei, mas competir em uma Olimpíada é sempre uma emoção única", diz ele.

Entre os critérios de seleção, estão não apenas o aspecto atlético, mas também a experiência e a disponibilidade. Os convocados terão que ajudar o Brasil a superar os critérios de classificação: participar de cinco competições, em três pistas diferentes e em duas temporadas diferentes. Por isso, a CBDG precisa estar com a equipe pronta já para a disputa da etapa da Copa América de Lake Placid, nos EUA, em março. No masculino são 30 países para 14 vagas. No feminino, 20 brigando por nove vagas. A maioria das equipes, obviamente, é de países onde há neve.

Jadel Gregório fracassou neste domingo na tentativa de se classificar para os Jogos Olímpicos de Londres, mesmo tendo vencido a disputa do salto triplo no Troféu Brasil de Atletismo, realizado em São Paulo. No seu melhor salto, ele atingiu a marca de 16,99 metros.

O resultado lhe garantiu a medalha de ouro, mas foi insuficiente para lhe dar a vaga em Londres, já que o índice olímpico é de 17,20 metros. Mesmo assim, Jadel aprovou seu desempenho. "Estou feliz com a marca, porque esta é minha quinta competição, desde que voltei a competir, depois de me recuperar de lesões. Voltei a saltar bem", afirmou.

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Também neste domingo, Bruno Lins venceu a prova dos 200 metros com o tempo de 20s37, abaixo do índice olímpico, que era de 20s51. Confiante, ele espera disputar uma final na Olimpíada de Londres. "Quero ser finalista na Olimpíada, assim como fui no Mundial de Daegu, no ano passado", comentou.

Já Aldemir Gomes garantiu a classificação para a Olimpíada ao terminar a prova com o tempo de 20s38, também abaixo do índice, e superar a disputa com Sandro Viana pela vaga em Londres. "Estou feliz por assegurar minha participação na equipe brasileira. É um sonho", disse.

Jailma de Lima venceu a disputa dos 400 metros com barreiras em 56s16, alcançou o índice B da prova e vai disputar a Olimpíada. "Estou muito feliz", disse Jailma. "Quero agradecer à equipe BM&FBOVESPA, ao meu treinador, José Antônio Rabaça, a todas as pessoas da equipe, que às vezes acreditam mais em mim do que eu mesma", comentou.

A versão feminina dos 200 metros foi vencida por Rosângela Santos, que já havia vencido nos 100 metros e marcou 22s92 neste domingo. O tempo é a melhor do ano no Brasil e um recorde pessoal de Rosângela, que está classificada para Londres nos 100 metros e no revezamento 4x100 metros. "Quero investir nos 100 metros e no revezamento, onde o Brasil tem reais chances de medalha", disse.

Kleberson Davide, medalhista de ouro com 1min46s03, e Fabiano Peçanha, prata com 1min46s26, fizeram os melhores tempos dos 800 metros e garantiram presença na Olimpíada. Eles já tinham alcançado o índice A, que era de 1min45s60. "Essa será a nossa segunda Olimpíada juntos", comemorou Kleberson.

Já classificada para Londres, Geisa Arcanjo venceu a disputa do arremesso de peso, com a marca de 18,08 metros. Matheus Inocêncio foi campeão nos 110 metros com barreiras, com 13s75, mas ficou a 0s28 do índice olímpico. Mahau Suguimati venceu os 400 metros com barreiras com 49s24, seis centésimos acima do índice olímpico.

Eliane Martins ganhou no salto em distância, João Carlos Soares Martins faturou a medalha de ouro no lançamento de dardo, Juliana dos Santos foi campeã nos 1.500 metros. Karla Rosa da Silva venceu a disputa do salto com vara e Rafael Santos Novaes garantiu o ouro nos 5 mil metros.

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