Tópicos | João Bosco Falcão

Mudar a vida após a notícia de uma doença. Abdicar dos planos de ampliar a família, passar por cirurgia e tratamento. Esta pode ser a situação vivida por homens vítimas do câncer de próstata, mal que deve afetar mais de 61 mil indivíduos somente em 2016, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Apesar do medo devastador de possuir a doença, os exames preventivos precoces fazem toda diferença na forma de tratar a enfermidade, aumentando as chances de que o paciente leve uma vida normal após a cirurgia.

“Os pacientes chegam apreensivos ao consultório, alguns trazidos pela família, mas grande parte por livre e espontânea vontade. Então, são feitos exames de toque, ultrassonografia e de sangue, o PSA (Antígeno Prostático Específico). Caso existam alterações, é feito um acompanhamento a fim de identificar do que se trata essa alteração”, explica o urologista Francisco Cavalcanti.

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Entre os 61.200 homens presentes na expectativa do INCA para 2016 está J. B, de 48 anos. O profissional em manutenção de equipamentos hospitalares descobriu em junho que tem câncer de próstata. “Desde os 45 anos venho fazendo exames, acompanhamento das minhas taxas de PSA que sempre deram altas, desde a primeira vez. Então após três anos de investigações, na quarta biópsia foi descoberto o câncer”, detalhou.

Com a notícia, o choque de saber que sua vida mudaria em alguns aspectos. “Não é fácil receber a notícia de que você está com câncer, que passará por uma cirurgia. Estou tentando me adaptar a isso ainda. Hoje, depois de 47 dias da cirurgia, já voltei a trabalhar, mas sei que não poderei mais ter filhos”.

Segundo o médico Francisco Cavalcanti, em todos os casos cirúrgicos, o paciente fica estéreo, mas as chances de impotência e incontinência urinária variam entre os pacientes. “O mais importante é realizar o diagnóstico precoce, a partir disso, as chances da vida desse paciente ter um seguimento normal é muito maior”. O profissional explica que os homens com histórico de câncer de próstata na família devem iniciar os exames a partir dos 45 anos. Já para quem não possui casos registrados entre os parentes, a busca do médico deve ser feita a partir dos 50 anos.

Preconceito com exame de toque

O urologista aponta que há cerca de dez anos, o número de homens que apresentam resistência ao exame preventivo tem reduzido. “Ainda existe, mas é uma parcela mínima o número de homens que não querem buscar o médico e são trazidos pelos familiares”, aponta.

Segundo J. B, nunca houve negligência da sua parte. “A mim não cabe preconceito, tabu ou qualquer tipo de contrariedade à prevenção. Hoje em dia, temos técnicas eficientes que podem detectar a doença em estágio inicial, então não faz sentido se prejudicar por preconceito”.  

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