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A cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto deixou às 17h15 desta quinta-feira (23) a Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde estão concentrados os processos da Operação Lava Jato. Marice Corrêa de Lima estava presa desde sexta-feira (17) depois de se entregar, ao chegar no Brasil, em retorno de uma viagem ao Panamá de dez dias.

A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a cunhada "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores".

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Na terça-feira, o juiz federal Sérgio Moro havia prorrogado por mais cinco dias a prisão cautelar de Marice. Nesta quinta-feira (23), ele revogou o pedido, após constatação de que a cunhada não mentiu à Polícia Federal ao negar ter feito depósitos na conta da irmã e mulher de Vaccari, Giselda Corrêa de Lima, em março deste ano.

Marice deixou a sede da PF ao lado do criminalista Claudio Pimentel, que a defende. Ela não quis falar com a imprensa.

Ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o presidente da Setal Engenharia, Augusto Mendonça Neto, reafirmou, nesta quinta-feira (23), que pagou propina aos ex-diretores da estatal Renato Duque e Paulo Roberto Costa. Além disso, o delator confirmou o desvio de verbas para bancar as campanhas do PT e detalhou os benefícios garantidos para um “clube” de empresas que participavam dos esquemas de corrupção.

Durante a reunião da CPI, Mendonça disse que procurou o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a pedido de Duque para fazer doações oficiais ao PT como parte do pagamento de propina. Segundo ele, foram cerca de 10 reuniões com Vaccari. “Nós parcelávamos o pagamento e às vezes atrasávamos”, explicou. Mendonça esclareceu, porém, que Vaccari não ofereceu a ele vantagens na Petrobras. “Mas o Duque sim”, disse.

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Segundo o delator foram pagos R$ 2,5 milhões ao PT por meio de depósitos feitos como pagamentos por supostos anúncios em uma revista editada pela Gráfica Atitude, em São Paulo. Ele relatou ainda que pagamento de propina a Duque, a Paulo Roberto Costa e ao ex-gerente Pedro Barusco era feito via o doleiro Alberto Youssef. "Era como se eu tivesse pagando o Paulo Roberto", disse. Também eram feitos pagamentos por depósito bancário. "Nunca entreguei dinheiro diretamente a eles".

Clube de empresas

O delator também afirmou à CPI da Petrobras que os ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Renato Duque favoreciam as empresas do “clube” que se reuniu em cartel para obter contratos com a estatal.

“Eles ajudavam sim, na medida em que era entregue uma lista de empresas que seriam convidadas (para participar das licitações)”, disse, ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

Segundo a Polícia Federal, participavam como membros principais desse “clube” as empresas Galvão Engenharia, Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, Setal, GDK e OAS.

Mendonça disse que o clube começou em 1997 com apenas nove empresas. Mas que o número foi ampliado em 2003 e 2004, quando a Petrobras retomou seus investimentos, principalmente no setor de refino. “O grupo ganhou efetividade com a relação dos dois diretores (Paulo Roberto Costa e Renato Duque)”, disse o executivo. “Era uma forma de as empresas se protegerem diante da força da Petrobras. Se proteger de modo a não competirem entre si”, acrescentou.

A Justiça Federal mandou soltar 'imediatamente' a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Sob suspeita de receber propinas da empreiteira OAS, Marice Correa de Lima está presa desde a semana passada, quando retornou de uma viagem ao Panamá, onde participou de um congresso sindical do Fórum das Américas. A ordem para soltar Marice foi dada nesta quinta feira, 23, às 11h30, pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal, convencido de que Marice ocultava valores ilícitos da OAS, requereu sua prisão preventiva. A força tarefa da Lava Jato sustenta que Marice aparece em imagens de segurança de uma agência bancária fazendo transferências de valores que teriam abastecido a conta de sua irmã, Giselda, mulher de Vacccari.

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O advogado Claudio Pimentel, que defende Marice, afirma que quem aparece nas imagens é a própria Giselda. O juiz Moro mandou expedir alvará de soltura em favor de Marice. A ordem é digirida à Polícia Federal, onde Marice está presa.

O criminalista Claudio Pimentel elogiou a decisão de Moro. Para ele, a medida "recompõe o status legal dos direitos de Marice".

Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato pediram que a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto permaneça presa preventivamente por ter mentido durante seu depoimento prestado nesta segunda-feira, 20, diante das autoridades. Marice Corrêa Lima foi detida temporariamente (por 5 dias) após se entregar, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na sexta-feira, 17.

Marice foi identificada como a pessoa que pode ter feito depósitos "picados" para a irmão e mulher de Vaccari, considerados formas de ocultar o rastreamento de dinheiro ilegal.

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Ouvida ontem em Curitiba, pelos investigadores da Lava Jato, Marice negou ter feito depósitos na conta da irmã, mulher de Vaccari, em 2015. Imagens inéditas anexadas ao processo, das câmeras de bancos, mostram que a cunhada pode ter sido a origem desses depósitos e que eles teriam continuado até março.

"Assim, tudo indica que Giselda recebe uma espécie de "mesada" de fonte ilícita paga pela investigada Marice, sendo que os pagamentos continuam sendo feitos até março de 2015."

Se o pedido for acatado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ela permanecerá encarcerada por tempo indeterminado.

Identificação

A força-tarefa da Lava Jato havia identificado depósitos "picados", no limite próximo de R$ 10 mil, que somaram R$ 322,9 mil em conta da mulher do tesoureiro do PT sem identificação do depositante. Em um único dia, 12 de dezembro de 2013, Giselda Rousie de Lima recebeu em conta cinco depósitos, quatro deles no valor de R$ 2 mil e um de R$ 1.500.

Iniciou-se então uma investigação para identificação quem poderia ter feitos os depósitos. O Banco Itaú, após ser acionado pelo MPF, foi um dos que enviou imagens de suas câmeras internas.

Pedido de Prisão Preventiva

"(O banco) identificou registros videográficos de dois depósitos fracionados, com valor abaixo de R$ 10.000,00, realizados em por uma "pessoa do sexo feminino, aparentando mais de 50 anos de idade, comparece às agências 4836 e 1685, ambas desta instituição financeira, no intuito de realizar depósitos em espécie, por meio de caixa de autoatendimento, em benefício da conta titulada por Giselda Rouse de Lima", registrou a força-tarefa da Lava Jato, no pedido de prisão de Marice.

"Analisando as imagens do vídeo, tudo indica que Marice Correa Lima foi a pessoa responsável por tais depósitos."

Um dos depósitos identificados e que justificaram o pedido de conversão da prisão temporária, que tinha prazo de cinco dias, para preventiva, sem data determinada para acabar, foi em 2 de março, às 13h06.

"Das imagens enviadas pelo banco, as 13:04:55 é possível verificar Marice esperando na fila da agência Fagundes Filho, em São Paulo. No exato momento da operação bancária identificada, as câmeras de segurança capturaram imagem de Marice realizando o depósito em um dos caixas automáticos da agência", informa o MPF.

Houve ainda registro dela fazendo depósitos para a irmã na mesma agência no dia 6 de março, às 14h25.

Para os procuradores, "nesse contexto, a prisão preventiva de Marice é imprescindível para a garantia da ordem pública e econômica, pois está provado que há risco concreto de reiteração delitiva".

A força-tarefa ressaltou ainda que o fato da cunhada de Vaccari estar no

Panamá, quando foi decretada sua prisão, dever se levado em consideração.

"Nunca é demais agregar que Marice estava no Panamá, conhecido paraíso fiscal da América Central. Em que pese a sua viagem por si só não seja ilícita, este fato associado ao contexto das atividades de Marice, aparentemente operadora de recursos ilícitos, merece no mínimo aprofundamento investigativo, pois levanta suspeitas da manutenção de depósitos ocultos no exterior, como por diversas vezes se verificou com outros investigados nesta operação."

marice depoimento nega deposito Giselda

Ouvida

A cunhada do ex-tesoureiro do PT negou em depoimento na Polícia Federal na tarde desta segunda- feira, 20, que tenha recebido propina em dinheiro vivo da OAS, empreiteira sob suspeita da Lava Jato por participação no cartel que assumiu contratos bilionários na Petrobrás entre 2003 e 2014.

Marice Correa Lima depôs durante duas horas e meia. Ela esclareceu que não viajou para o Panamá para fugir ao decreto de sua prisão temporária. Marice diz que foi àquele país da América Central para participar do Fórum Sindical das Américas.

A PF indagou de Marice sobre a denúncia do doleiro Alberto Youssef que, em delação premiada, anexada aos autos da Operação Lava Jato, citou dois repasses de aproximadamente R$ 400 mil para Vaccari, em nome do PT.

À PF, a cunhada de Vaccari negou ter recebido valores de Youssef.

Em seu depoimento desta segunda feira, 20, ela também afirmou que não houve irregularidades na compra do apartamento OAS Bancoop - transação sob suspeita do Ministério Público Federal.

Os investigadores da Lava Jato apontam para o negócio que Marice realizou com a OAS. Ao comprar o imóvel ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Marice disse que, em liberdade, poderá localizar todos os documentos relativos à compra do apartamento Bancoop e outros de interesse dos investigadores da Lava Jato.

Seu advogado, o criminalista Cláudio Pimentel, disse ontem que ela "ratificou o depoimento que já tinha prestado em novembro". "Ela está serena, tranquila, apesar das condições, e está plenamente à disposição da Justiça", anotou o advogado. Ele não foi encontrado nesta terça-feira.

A mulher do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto confirmou em seu depoimento à Polícia Federal que emprestou R$ 400 mil em 2008 de um sócio do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - morto em 2010 - para a compra da residência em que a família vive hoje. No endereço, Vaccari foi preso na manhã de quarta-feira, 15, e sua mulher, Giselda Rousie de Lima, ouvida coercitivamente pelos policiais.

"Recebeu o valor de R$ 400 mil em sua conta corrente a título de empréstimo de Cláudio Mente para o pagamento de parte da residência onde mora", afirmou Giselda, ao ser ouvida por um dos delegados da Operação Lava Jato.

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Claudio Mente era um dos sócios da CSA Finance Project, que é alvo da Lava Jato por ser uma das empresas da lavanderia de dinheiro montada por Janene e o doleiro Alberto Youssef, por onde escoaram milhões em recursos de contratos públicos.

"O empréstimo foi quitado no ano seguinte por meio de transferência bancária" registrada em seu nome, declarou a mulher de Vaccari, segundo a transcrição do depoimento feita pela PF.

Considerado um "laranja" de Claudio Mente e Youssef, o advogado Carlos Alberto da Costa foi quem operacionalizou o pagamento e um contrato de mutuo assinado entre a mulher de Vaccari e a CRA (Centro de Reprodução das Américas - Comércio de Produtos Agropecuários Ltda).

Em seu depoimento, Giselda afirmou que não conhece Costa nem a CRA. Confirmou apenas que o dinheiro que foi depositado em sua conta em 2008 veio da CRA, empresa que pertencia a Mente. Giselda disse que tem relações de amizade com o ex-sócio de Janene e com sua mulher.

Psicóloga por formação e aos 62 anos, a mulher de Vaccari é suspeita de ter sido usada pelo ex-tesoureiro do PT para movimentar dinheiro ilícito e ocultar patrimônio.

A compra da casa em 2008, com dinheiro vindo de empresa de fachada ligada a Youssef, é uma das frentes de investigações que pesam contra Vaccari.

No depoimento, Giselda afirmou que possui rendimento mensal de aproximadamente R$ 300 mil de atividade autônoma e de aposentadoria do banco Santander.

Ela confirmou ter três imóveis em seu nome e que efetuou doação de R$ 300 mil para a filha, Nayara - também investigada pela Lava Jato por ter supostamente sido usada para ocultação patrimonial. "A origem do valor eram rendimentos meus e de meu marido", disse Giselda.

Quanto à compra da casa, em 2008, Giselda disse que o valor pago foi de aproximadamente R$ 700 mil.

Relatório de perícia da Lava Jato mostra que o valor de declaração foi de R$ 500 mil, mas o valor efetivamente que saiu da conta de Giselda para o ex-proprietário foi de R$ 650 mil.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, voltou a protestar nesta sexta-feira, 17, contra a prisão do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto. "Não há nenhuma razão para a prisão de Vaccari", disse Falcão. O petista reclamou ainda das informações veiculadas pela mídia, segundo ele, de "forma seletiva", e negou as acusações de pagamento de propina em serviços que não foram prestados pela gráfica Atitude.

O suposto esquema foi tornado público ontem pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Falcão disse que a evolução de patrimônio de Vaccari e da família, usada para justificar a prisão, tem comprovação fiscal e bancária.

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A cunhada do tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, Marice Correia de Lima, apresentou-se à Polícia Federal (PF) por volta das 14h desta sexta-feira (17). Segundo a PF, Marice vai passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) e possivelmente será ouvida ainda nesta sexta-feira.

Marice é uma das pessoas investigadas na Operação Lava Jato, que apura denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras. Na última quarta-feira (15), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da operação, expediu mandado de prisão temporária contra ela, mas os policiais federais que participaram da décima segunda etapa da Lava Jato não a localizaram. Segundo o advogado de Marice, Cláudio Pimentel, ela estava no Panamá.

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De acordo com o juiz, Marice recebeu dinheiro enviado pelo doleiro Alberto Youssef, a pedido de empreiteiras. Além disso, ela é suspeita de ter renda e patrimônio incompatíveis com seus ganhos. Segundo as investigações, em 2013, ela comprou um apartamento por R$ 200 mil, desistiu da compra e vendeu o imóvel para a OAS por R$ 400 mil. A Justiça suspeita de fraude na operação.

A defesa de Marice afirmou que não há irregularidade nas operações, que foram declaradas à Receita Federal. De acordo com os advogados, ela prestará todos os esclarecimentos aos investigadores.

Vaccari também foi preso na última quarta-feira (15). Suspeito de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o tesoureiro afastado do PT foi detido em sua casa, em São Paulo. Delatores disseram à Justiça que ele intermediou doações de propina em contratos com fornecedores da Petrobras.

Horas após ser detido, Vaccari pediu afastamento do cargo de tesoureiro do PT e a solicitação foi aceita pelo partido.

A defesa do tesoureiro afastado considerou injusta a prisão dele. Segundo o advogado Luiz Flávio D'urso, o decreto de prisão foi fundamentado em depoimentos de delatores, sem apresentação de provas.

"Vaccari repudia as referências feitas por criminosos delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, e todas as doações ocorreram por via bancária, com transparência, e com a devida prestação de contas às autoridades transparentes", disse o advogado, por meio de nota.

A cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, se entregou à Polícia Federal, em Curitiba, por volta das 14h desta sexta-feira (17). Marice Correa de Lima chegou de táxi, acompanhada de seu advogado, o criminalista Claudio Pimentel.

Marice está com prisão temporária decretada pela Justiça Federal do Paraná, base da Operação Lava Jato. A cunhada de Vaccari teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, no início de 2014.

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Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras. Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, no endereço onde ela mora, em São Paulo.

A PF suspeita que Marice e outros familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara ­- foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT. Uma linha da investigação aponta para negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Marice, segundo informa o pedido de prisão, "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".

Na quarta-feira, 15, a Polícia Federal esteve em seu apartamento, em São Paulo, mas não a encontrou. Segundo o advogado Cláudio Pimentel, a cunhada de Vaccari estava em um congresso no Panamá.

Ela chegou a Curitiba, nesta sexta, e seguiu direto do aeroporto para a sede da PF.

Ao contrário do mensalão, quando o PT saiu publicamente em defesa dos seus filiados e ex-dirigentes acusados - e posteriormente condenados e presos - por participação no esquema, o partido pretende virar a página o mais rapidamente possível em relação ao envolvimento do ex-tesoureiro João Vaccari Neto na Operação Lava Jato.

Na quarta-feira, 15, o PT divulgou uma nota na qual classificou a prisão de Vaccari como indevida e manifestou solidariedade ao ex-tesoureiro. De acordo com a estratégia traçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente do partido, Rui Falcão, as manifestações públicas devem parar por aí. A ordem é "tocar a vida para frente" e deixar o caso nas mãos do advogado Luiz Flávio D’Urso sem, no entanto, virar as costas para o companheiro preso.

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"Temos o governo, temos o 5º Congresso Nacional do PT (a ser realizado em junho). A vida continua", disse o secretário nacional de organização, Florisvaldo Souza.

Internamente, porém, a prisão do ex-tesoureiro continua repercutindo mal. Durante reunião da Executiva Nacional do PT, na quinta-feira, 16, em São Paulo, dirigentes avaliaram que a ação da Lava Jato atingiu em cheio o partido no momento em que tanto o PT quanto o governo se preparavam para reagir à crise política.

A direção fez uma avaliação positiva das últimas semanas citando sinais de desgaste do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação dos destaques do projeto de lei da terceirização, o início das mobilizações populares contra esse projeto, a queda do número de pessoas nas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff e o recuo do governo em pontos das medidas provisórias que limitam direitos trabalhistas.

Segundo um cardeal petista, a inesperada prisão de Vaccari "paralisou as ações" e deixou o PT novamente na defensiva. Na reunião de ontem da cúpula petista, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, foi alvo de muitas críticas. Um dirigente do PT chegou a falar em "estado de exceção". Petistas também classificaram a detenção como "uma prisão por razões políticas".

Dificuldade

O PT vai definir hoje o nome do sucessor de Vaccari na Secretaria de Finanças, mas encontra dificuldade para encontrar um nome que aceite a tarefa. A direção quer colocar no cargo um petista com mandato parlamentar. A indicação caberá à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, da qual Vaccari faz parte. Até o início da noite, a corrente havia sondado vários nomes sem conseguir convencer nenhum deles a aceitar.

Vaccari é o segundo tesoureiro do PT a ser preso. Delúbio Soares, um dos pivôs do mensalão, cumpre pena em regime semiaberto por envolvimento no escândalo. Embora Vaccari tenha pedido afastamento da tesouraria em caráter temporário por questões de ordem "práticas e legais", petistas consideram muito difícil que o tesoureiro tenha condições políticas de voltar à função futuramente.

'Injustiça'

A defesa do ex-tesoureiro divulgou nota ontem na qual classifica sua prisão como "uma profunda injustiça". O texto assinado por Luiz Flávio D’Urso diz que o decreto de prisão "teve por justificativa apenas conjecturas e prognósticos".

D’Urso e sua equipe preparam o habeas corpus que será apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região. O recurso da defesa vai questionar ponto a ponto os argumentos apresentados no decreto de prisão de Moro. "O que tem de base para decretação da prisão preventiva? Primeiro são palavras de delatores, o que não constitui prova. Nenhum indício de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", disse D’Urso ao Estado.

Segundo um advogado que esteve com Vaccari na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-tesoureiro "passou bem" a primeira noite na prisão e se mantinha "sereno". O petista divide a cela com mais uma pessoa. (Colaboraram Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deve ser apresentar à Polícia Federal nesta sexta-feira, 17. Marice Corrêa de Lima foi dada como foragida, depois de ter a sua prisão temporária decretada pela Justiça Federal, nesta quarta-feira, 15.

Hoje, um representante da defesa de Marice fez contato com a PF e comunicou que ela se entregará nesta sexta-feira, 17, em Curitiba. Na quarta-feira, quando Vaccari foi preso em sua casa, policiais federais também estiveram no apartamento da cunhada, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, mas ela não foi encontrada. Foram feitas buscas para apreensão de provas. Agentes da PF vasculharam a casa por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.

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A cunhada de Vaccari teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, no início de 2014. Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras.

Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, no endereço Rua Doutor Penaforte Mendes, 157, apartamento 22, Capital, onde ela mora. A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara ­- foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.

Uma linha da investigação aponta para negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Marice, segundo informa o pedido de prisão, "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, alvo da Operação Lava Jato, está "sereno, embora sofrendo com a injustiça da prisão". Segundo um advogado que esteve com ele na manhã desta quinta feira, 16, na Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR) Vaccari "está muito confiante na Justiça para restabelecer a sua liberdade e responder o processo em liberdade".

O ex-tesoureiro "passou bem a noite", diz o advogado que o visitou. Vaccari divide a cela com mais uma pessoa. "Vaccari foi tratado com muito respeito pela Polícia Federal e pelos policiais que conduziram a diligência, aliás, padrão de comportamento que deve ser destinado a todas as pessoas", declarou o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que coordena a defesa de Vaccari.

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O advogado que esteve com Vaccari faz parte da equipe de D’Urso, que ficou em São Paulo para elaborar habeas corpus a ser apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4). A defesa pretende derrubar o decreto de prisão do ex-tesoureiro.

Vaccari foi preso por ordem do juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações criminais da Lava Jato - uma delas contra Vaccari por corrupção e lavagem de dinheiro. A prisão ocorreu em São Paulo na quarta feira, 15. De carro ele foi escoltado até Curitiba, base da Lava Jato.

No habeas corpus, D’Urso pretende fustigar ponto a ponto os motivos que levaram a Justiça a ordenar a prisão de Vaccari. "O que tem de base para decretação da prisão preventiva? Primeiro são palavras de delatores, o que não constitui prova. Nenhum indício de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", afirma o criminalista.

D’Urso mira especificamente no relato do delator Augusto Mendonça, executivo de empreiteira que fez parte do cartel na Petrobrás. Segundo Mendonça, o ex-tesoureiro solicitou propinas de R$ 2,5 milhões para depósito na conta da Editora Gráfica Atitude, ligada ao PT. "O delator afirma que depositou por suposta orientação do Vaccari valores na conta de uma gráfica. Isso não é verdade, não aconteceu. Ele (Vaccari) não tem nenhuma relação com esse delator, muito menos com esses supostos depósitos a essa tal gráfica."

O criminalista examinou atentamente o despacho de prisão de Vaccari. "A decisão também faz referência a movimento bancário e fiscal tanto da mulher quanto da filha de Vaccari. Diz essa decisão que isso gerou suspeitas sobre a origem do dinheiro que foi movimentado nessas contas. Para tudo isso tem comprovação, tem origem lícita. Esses valores que transitaram nas contas da esposa e da filha de Vaccari são oriundos de remuneração que ele recebeu ao longo dos anos pela sua atividade profissional."

D’Urso vai abordar no habeas corpus a ser protocolado no TRF4, que mantém jurisdição sobre a Justiça Federal no Paraná, a condição de Vaccari, também citada no decreto da prisão, de ele ser tesoureiro do PT, agora ex. "Essa situação, segundo a decisão, traria algum poder e influência política e, com isso, ele poderia alterar o curso das investigações. Isso é pura elocubração. Primeiro porque a posição de Vaccari como tesoureiro do partido nada tem a ver com o andamento de processo ou das investigações. Segundo porque o Vaccari sempre trouxe todos os esclarecimentos e toda a cooperação às investigações."

"Apesar disso, diante da própria prisão que ocorreu, Vaccari pediu o afastamento dessa posição no partido, uma vez que recolhido não tem condições de exercer as suas atividades como tesoureiro", pondera Luiz Flávio Borges D’Urso. "Dessa forma verifica-se que aquelas condições que justificam uma prisão preventiva jamais estiveram presentes nesse caso concreto. Por isso estamos impetrando uma ordem de habeas corpus no TRF4, provando tudo isso para tentar se buscar a reversão dessa ordem e a liberdade do Vaccari.

A Polícia Federal já considera como foragida a cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A Justiça Federal decretou a prisão temporária de Marice Correa de Lima, pelo prazo de cinco dias, mas ela não foi encontrada em seu apartamento, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Ninguém da família fez contato com a PF. Investigadores suspeitam que ela tenha deixado o País há alguns dias.

Marice teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, no início de 2014. Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras.

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Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, no endereço Rua Doutor Penaforte Mendes, 157, apartamento 22, Capital, onde ela mora.

A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara ­- foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.

Uma linha da investigação aponta para negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Para a força tarefa, a foragida da Justiça "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".

Nesta quarta feira, 15, a Polícia Federal realizou buscas para apreensão de provas no apartamento residencial da cunhada do tesoureiro do PT. Agentes da PF vasculharam a casa de Marice por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), voltou a defender nesta quinta-feira (16) o tesoureiro licenciado do partido, João Vaccari Neto, preso ontem pela Polícia Federal acusado de participar do esquema da Lava Jato. Sibá disse que respeita a decisão de Vaccari de se afastar da tesouraria e discorda que o PT tenha demorado para tomar a atitude.

"Nós continuamos com o mesmo ponto de vista sobre ele, ele está se afastando por um imbróglio técnico e administrativo: se ele está lá, ele não pode estar aqui", disse o líder do PT na Câmara, que tem um assento na Executiva Nacional do partido, que se reúne hoje em São Paulo.

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Como fez ontem logo após a prisão de Vaccari, Sibá voltou a criticar a ação da força-tarefa que conduz a Lava Jato. "Não há constrangimento porque não estamos assumindo culpa nenhuma, não temos culpa nenhuma. Nós não aceitamos as acusações que foram apresentadas", disse Sibá.

O tom das declarações de Sibá segue a linha da nota assinada pelo presidente do partido, Rui Falcão, e redigida após uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O deputado disse que o nome do substituto do tesoureiro deve sair da própria 'Construindo um Novo Brasil', corrente majoritária do partido e à qual pertencem Vaccari e Sibá. O líder espera que sejam apresentados os nomes na reunião desta quinta-feira, mas que a decisão fique para amanhã, quando acontece o encontro do Diretório, grupo mais amplo de dirigentes.

O presidente do PT, Rui Falcão, informou nesta quarta-feira, 15, em nota, que o tesoureiro João Vaccari Neto, preso na manhã de hoje pela Polícia Federal, "solicitou seu afastamento" do cargo "por questões de ordem práticas e legais". Apesar do afastamento, a nota assinada por Rui mantém o discurso de "confiança na inocência de João Vaccari Neto", apontado por investigações da PF como operador de propina do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás.

"Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário", afirma Rui.

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O presidente do partido classifica ainda como "injustificada" e "desnecessária" a prisão de Vaccari e informa que os advogados do tesoureiro estão apresentando um pedido de habeas corpus.

A decisão foi divulgada poucas horas depois de terminado o encontro que selou o destino do tesoureiro, entre Falcão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o acerto com Lula, a nota foi redigida em uma reunião entre Rui Falcão, o secretário de Comunicação José Américo Dias e o secretário-geral do partido, Romênio Pereira.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta quarta-feira (15), que a prisão do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga os esquemas de corrupção da Petrobras, é mais uma prova da “degradação moral de um governo”. Ao comentar o episódio, o tucano lembrou que durante a campanha eleitoral questionou se a presidente Dilma Rousseff (PT) confiava em Vaccari e ela sinalizou que sim. 

“A pergunta não mudou. Quem sabe a resposta tenha mudado. A presidente Dilma continua confiando no tesoureiro do seu partido que está preso, que movimentou recursos da corrupção, envolvendo a sua família nisso? É a degradação moral absoluta de um governo que, para se manter no poder, deixou de lado o mínimo de respeito à sociedade brasileira, e, obviamente, isso terá consequências”, observou o senador.

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Aécio elencou a prisão de Vaccari como “algo inédito” e “grave”. Com isso, segundo ele, a crise política do país só agrava. “Ela (a crise política) está cada vez chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República”, cravou. “É o desespero de um partido que não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram nesse partido”, acrescentou o parlamentar.

Para o oposicionista, o “PT vive os seus estertores” ao ser reconhecido hoje pelos brasileiros como “o partido da ineficiência e o partido da corrupção”. “Eles terão muitas dificuldades para superar essa marca”, avaliou Aécio Neves.

O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), disse considerar que o tesoureiro de seu partido, João Vaccari Neto, foi alvo de "prisão política" na manhã desta quarta-feira, 15, em São Paulo.

"Eu acho que é uma prisão política", afirmou Machado ao deixar reunião de líderes governistas sobre o projeto de regulamentação da terceirização. "O Vaccari não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a legislação brasileira".

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"Estamos extremamente desconfiados de que existe uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o Partido dos Trabalhadores", afirmou o líder. Para o petista, "quem quer dizer que PT pegou dinheiro de corrupção também pegou".

"Os partidos com poucas inserções recebem dinheiro das empresas que hoje estão sendo investigadas na Lava Jato. De papel passado, de recibo aprovado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)". "Não há milagre, não há mão divina nesta história".

Reunião

A Executiva do PT convocou uma reunião extraordinária para esta quarta-feira para discutir o que fazer diante da prisão do tesoureiro do partido.

Segundo o líder da bancada petista no Senado, Humberto Costa (PE), a cúpula da sigla vai se reunir em São Paulo para elaborar uma nota sobre o assunto.

Vaccari foi preso nesta manhã numa nova etapa da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

O senador e vice-presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), afirmou nesta quarta-feira (15), após deixar reunião de parlamentares e ministros da legenda com o vice-presidente Michel Temer, que o avanço das investigações da Operação Lava Jato tem o apoio do partido. "O PMDB aguarda e apoia as investigações, que devem ser rápidas", disse.

O comentário foi feito após Jucá ser questionado sobre a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, realizada nesta manhã pela Polícia Federal, durante a 12ª fase da Lava Jato. "Nós queremos que quem efetivamente tenha responsabilidade arque e responda pela sua responsabilidade", afirmou.

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O senador chamou de "legítimo" o papel do Ministério Público Federal, cuja atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi questionada pelos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Os chefes do Legislativo foram incluídos na investigação formal autorizada por Janot. "Não há ninguém acima de qualquer investigação. Estamos numa democracia e qualquer cidadão pode se investigado, seja o cidadão do mais alto cargo ou do menor cargo se houver suspeita", disse.

Preso pela Polícia Federal na manhã deste quarta-feira, 15, em sua residência em São Paulo, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é foco de sete frentes de investigação pela força-tarefa da Operação Lava Jato. As apurações envolvem o recebimento de propina em obras de refinarias e unidades petroquímicas, em contratos do setor naval para o pré-sal, em negócios com recursos do fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras (Petros) e por enriquecimento ilícito.

Vaccari e sua cunhada foram preso pela Polícia Federal e levados diretamente para a Superintendência da PF em Curitiba, onde estão concentrados os trabalhos da Lava Jato.

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Denunciado criminalmente como o operador de propina do PT no esquema de cartel e corrupção na Petrobras, o tesoureiro nacional do partido já havia sido conduzido coercitivamente a depor, no dia 5 de fevereiro. Desta vez, a mulher dele Giselda Rosie de Lima foi conduzida coercitivamente a depor.

Uma das frentes envolve um suposto pagamento de R$ 400 mil, depositado em 2008 na conta da mulher de Vaccari por empresa usada pelo ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - estopim da Lava Jato.

Em um pen drive aprendido nas buscas da Lava Jato, a PF localizou o contrato de empréstimo datado de 10 de novembro de 2008 e assinado pela mulher de Vaccari e pela empresa CRA - Comércio de Produtos Agropecuários Ltda., bem como o recibo de quitação de 2009.

A CRA estava registrada em nome do advogado Carlos Alberto Costa, preso em 2014 pela Lava Jato acusado de ser laranja do doleiro Alberto Youssef.

Réu confesso da Lava Jato, Costa revelou que a CRA pertencia a Cláudio Mente e foi usada para movimentar propina das empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobras por Janene e empreiteiras do cartel.

Nos documentos da Lava Jato, está a transferência dos R$ 400 mil para a conta de Giselda no dia 19 de novembro de 2008. O advogado de Youssef afirmou em depoimento que foi ele quem elaborou o contrato de mútuo entre a CRA e a mulher de Vaccari.

"Visava justificar a transferência a Giselda Rousie de Lima. A CRA nunca emprestou dinheiro a ninguém", declarou Costa em depoimento prestado à PF no dia 13 de fevereiro.

No termo, o laranja de Youssef e Mente declarou ter "certeza de que tanto o contrato de mútuo como o termo de quitação foram feitos na mesma data, como era de praxe, considerando que esse tipo de documento era usado para ‘esquentar’ alguma transação financeira".

Costa declarou ainda que Vaccari tinha "negócios" com o ex-sócio de Janene "ligados a fundos de previdência". "Claudio (sócio de Janene) mencionava a influência de Vaccari junto a fundos de pensão de estatais", disse à PF.

Diante da CPI da Petrobras, o tesoreiro do PT, João Vaccari Neto, negou que tenha recebido propinas para a legenda de dinheiro desviado de grandes contratos da Petrobras. O depoimento dele contradiz o do ex-gerente de Tecnologia da estatal, Pedro Barusco, que aforma ter repassado entre US$ 150 e 200 milhões relativa a cerca de 90 contratos. “As afirmações dele não são verdadeiras”, frisou ele, que está disposto a passar por acareação. Vaccari repetiu que todas as contribuições recebidas pelo PT são contabilizadas e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O petista admitiu que tenha feito contato com várias pessoas envolvidas na Operação Lava Jato - como Júlio Camargo, Eduardo Leite, Leo Pinheiro, João Carlos Medeiros Ferraz, Gelson Almada e Agenor Medeiros -, mas que se tratavam de pedidos de doações legais para campanhas institucionais da legenda. Segundo ele, o contato era sempre "em busca de captação de recursos", mas nunca se tratavam de irregularidades.

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Vaccari também afirmou conhecer os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco, mas que nunca tratou de questões financeiras com eles.  Ele também disse que conheceu “casualmente” o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, mas que também não conversou com eles sobre doações. Ele nega ter tido contato com Nestor Cerveró, Graça Foster e o agente da policial federal Jayme Careca, acusado de fazer entregas de dinheiro por Youssef.

Sobre o dinheiro que teria recebido do empresário Cláudio Mente, ele disse que se tratou de um "empréstimo pessoal para quitar a compra de uma casa". Aos deputados ele explicou que comprou uma casa em 2008 e que parte do dinheiro para o pagamento viria da venda de um outro imóvel, que não chegou a ser feito a tempo. "Por isso pedi empréstimo a Cláudio, que é meu amigo. O empréstimo foi liquidado em 2009”, destacou.

No início da apresentação à CPI, Vaccari sustentou que houve equivalência de doação entre as empresas investigadas pela Operação Lava Jato e de outras empresas nas doações a partidos políticos. Usando dados apresentados por reportagem do Estadão, ele mostro que o PMDB recebeu 24% de doações de mpresas investigadas; PT, 23%; PSDB, 20%; e PSB, 14%. “Todas as doações que nós recebemos são através de transferências bancárias, com a devida impressão de recibos", informou.

 

O ministro Teori Zavascki concedeu nesta quarta-feira, 8, liminar a João Vaccari Neto que permite que o tesoureiro do PT permaneça calado durante a sessão de quinta-feira, 9. da CPI da Petrobras. Vaccari também não será obrigado a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, sem risco de prisão em decorrência disso.

No início da semana, interlocutores de Vaccari informaram que o tesoureiro estaria disposto a responder as perguntas dos deputados. Nesta quarta-feira, contudo, a defesa do tesoureiro recorreu ao Supremo para solicitar que Vaccari não seja ouvido na condição de testemunha, pois já é réu em processo da Lava Jato. Caso fosse prestar depoimento como testemunha, Vaccari teria de assinar o termo de compromisso.

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"Para que o paciente possa exercer livremente seu direito constitucional contra a autoincriminação, não pode ser ouvido na CPI como testemunha, que tem a obrigação de assinar termo de compromisso, pelo contrário, deve ser dispensado de tal compromisso", escrevem os advogados de Vaccari no habeas corpus.

O ministro do STF atendeu ao pedido da defesa do tesoureiro. Vaccari terá direito ainda a ser acompanhado e se comunicar com advogado durante a sessão da CPI. Zavascki determinou que a decisão seja comunicada com urgência ao presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

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