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A Justiça Federal no Paraná condenou por peculato e corrupção dirigentes de Oscips e o ex-coordenador nacional do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, Francisco Narbal Alves Rodrigues. Segundo a sentença da Justiça Federal foi comprovado crime de corrupção envolvendo Rodrigues, militante do PT no Rio Grande do Sul que ocupava na época dos fatos o cargo de coordenador nacional de Projetos do Pronasci no Ministério da Justiça. Ele pegou 5 anos e 11 meses de reclusão em regime inicial semiaberto.

Segundo a sentença, a pedido de Rodrigues "as Oscips empregaram seus parentes e realizaram depósitos sem causa lícita na conta corrente do agente público". As penas aplicadas para os outros acusados variaram entre mínimo de três anos e seis meses de prestação de serviços comunitários e máximo de 22 e 7 meses de reclusão.

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A denúncia do Ministério Público Federal, amparada em investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), revela que os crimes foram praticados por dirigentes e associados do Instituto Brasileiro de Integração e Desenvolvimento Pró-Cidadão e da Agência de Desenvolvimento Educacional e Social Brasileira (Adesobrás), contratadas pelo Ministério da Justiça e por diversos municípios do Paraná para prestação de serviços públicos em termos de parceria.

Segundo o processo, foi comprovada a prática de desvio e de apropriação de recursos públicos no montante de R$ 9,5 milhões e de lavagem desse valor entre 2004 e 2011. A investigação mostra que também houve crimes de fraude de documentos, fraudes em licitações e associação criminosa.

A condenação foi imposta pela 13.ª Vara Federal de Curitiba. Oito acusados foram condenados e cinco foram absolvidos. Por intervenção judicial, as Oscips foram extintas. Na sentença, foi decretada a prisão cautelar dos principais responsáveis pelos crimes, Robert Bedros Fernezlian, Lilian de Oliveira Lisboa e Laucir Rissatto e o confisco de patrimônio sequestrado no montante de R$ 3,1 milhões.

Tarso Genro

A Justiça Federal acolheu pedido dos defensores e ouviu 57 testemunhas presenciais em Curitiba, 29 testemunhas por videoconferência e 26 testemunhas por carta precatória. Foram ouvidos inclusive políticos, deputados e prefeitos. O juiz federal Sérgio Moro indeferiu o pedido da defesa de Robert Bedros Fernezlian, que pretendia que fosse tomado o depoimento do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), ministro da Justiça no governo Lula.

"É evidente que o ministro da Justiça Tarso Genro acompanhava, ao tempo de sua gestão no Ministério, a execução do programa Pronasci, mas é certo que não tinha contato ou conhecimento da execução financeira e da prestação de contas específicas das Oscips", assinalou o juiz "Evidente que nada poderia esclarecer sobre os fatos da imputação, ou seja, sobre os peculatos e corrupções identificadas."

O juiz destacou trechos do relato da testemunha Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, na época dos fatos secretário executivo do Ministério da Justiça. Teles Barreto esclareceu. "Tarso acompanhava o dia a dia do Pronasci, mais no aspecto político do projeto, não acompanhava o detalhe burocrático da execução, mas ele acompanhava onde ele era instalado, quais os resultados que estavam dando, quantos jovens estavam sendo resgatados pelo Estado da criminalidade, porque esse programa era muito caro ao Ministério e ao ministro Tarso Genro, mas a execução burocrática do programa não, não acompanhava."

Indagado se o então ministro da Justiça acompanhava a prestação de contas das Oscips, Teles Barreto declarou. "Eu acredito que ele (Tardo Genro) recebia informações desse grupo, mas o acompanhamento processual não, mas o acompanhamento global, como é que estava o Pronasci, se estava sendo bem implementado, se estava dando resultado, certamente, ele tinha quando despachava com esse grupo. Detalhes (da execução), não. O ministro de Justiça não tinha como acompanhar detalhes."

A Polícia Civil do Paraná informou na tarde desta quinta-feira que 11 dos 14 mandados de prisão expedidos pela Justiça da comarca de Colombo (Região Metropolitana de Curitiba), foram cumpridos. Até o final da tarde, nove policiais civis, um policial militar e um agente da Guarda Municipal já haviam se apresentado. Eles são denunciados por supostas torturas contra quatro jovens em Colombo, para que eles confessassem o estupro e assassinato de Tayná Adriane da Silva, de 14 anos.

O delegado Silvan Pereira, que comandava a Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, deve se apresentar até segunda-feira, 22, segundo o advogado de defesa Cláudio Dalledone Júnior. O advogado ainda estuda a melhor forma de pedir a revogação da prisão de seu cliente. O prazo final para as apresentações expira na noite desta quinta-feira e, a partir daí, as pessoas passarão a ser consideradas fugitivas.

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Um preso da delegacia de Araucária também está entre os envolvidos nas acusações.

Além dos 14 mandados de prisão, a Justiça pediu o afastamento de seis policiais supostamente envolvidos. Entre eles estão dois policiais do Centro de Operações Especiais da Polícia (Cope), considerado um grupo de elite da corporação.

Os quatro jovens foram transferidos para outro Estado, dentro do Programa de Proteção às Testemunhas, segundo o promotor Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Justiça da comarca de Colombo (Região Metropolitana de Curitiba) pediu nesta quarta-feira a prisão de 14 policiais e o afastamento de outras seis pessoas suspeitas de participarem de sessões de tortura de quatro jovens presos no início do mês, acusados de terem estuprado e matado a garota Tayná Adriane da Silva, 14 anos, em frente a um parque de diversões em Colombo. Entre as pessoas a serem presas está o delegado Silvan Pereira, responsável pela Delegacia de Alto Maracanã, local onde os rapazes foram levados após serem detidos.

Até o início da noite de quarta-feira, um policial militar e um integrante da Guarda Municipal já se apresentaram e os pedidos de prisões devem ser cumpridos pela Corregedoria - Geral da Polícia, no caso dos policiais civis; e os demais pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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Segundo o promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, disse que entre as acusações pesam denúncias de tortura por parte do delegado. Segundo ele, um dos rapazes disse que foi agredido. "São agressões referentes ao próprio delegado, além de não tomar atitude para evitar as outras agressões", disse.

O corregedor Paulo Ernesto Araújo, disse acreditar na apresentação dos policiais. "Eles deverão responder de forma administrativa e criminal pelas acusações". Já o advogado do delegado Pereira, Claudio Dalledone Júnior, disse que seu cliente é inocente. "Não há nada a temer, ele vai dar todas as declarações necessárias".

Os jovens acusados de estupro e assassinato por estrangulamento - Sérgio Amorin da Silva Filho, de 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, Adriano Batista, 23 e Ezequiel Batista, 22 - podem entrar para o Programa Estadual de Proteção e Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Pró-vita). Desde que foram libertados na noite de terça-feira, 16, da Casa de Custódia, os jovens foram encaminhados pelo Gaeco a um abrigo. Nesta quinta-feira, 18, pode ser definido o novo local onde ficarão.

Caso Tayná

 

O caso Tayná teve início na noite de 28 de junho, quando a garota foi encontrada morta. No dia seguinte os rapazes foram presos e apresentados pela polícia como réus confessos, mas três dias depois o exame do sêmen encontrado na roupa da garota não coincidia com nenhum dos acusados. Em seguida, foi pedida a liberação dos jovens e veio à tona as acusações de tortura por parte da polícia para que eles confessassem o crime. Entre as acusações está o relato de um dos jovens de que sofreu violência sexual por parte de um preso. No mesmo dia do crime, a população incendiou o parque de diversões e no dia seguinte tentou linchar os jovens.

A Polícia informou que as investigações foram reiniciadas com uma nova equipe, substituta da equipe de Colombo, cuja maior parte dos policiais deve ser presa.

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