Tópicos | LUIZ FELIPE D'AVILA

O candidato do Novo a presidente da República, Luiz Felipe D'Avila, defendeu a revisão da Lei de Licitações porque, segundo ele, "engessa brutalmente o investimento", além de impulsionar a "judicialização dos contratos". O candidato propôs que Estados e municípios participem mais dos processos de concessões públicas, reduzindo o maior protagonismo do governo federal.

O principal problema no setor da infraestrutura hoje, segundo ele, é a falta de coordenação entre os setores público e privado e a sociedade civil. "O mais importante é acertar a governança e a coordenação dos projeto s para viabilizar os investimentos."

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D'Avila participou nesta segunda-feira, 29, do evento "Abdib Fórum 2022 - agenda da infraestrutura com presidenciáveis" em um hotel na capital paulista.

Luiz Felipe d'Avila, o candidato do Novo à Presidência, afirmou que o "Centrão empresarial está interessado em ganhar o governo e não o mercado", ao comentar subsídios a empresas nacionais. Ele tem certeza que seu correlato, o Centrão da política, estará com o governo, seja ele qual for em janeiro. D'Avila, porém, se recusa a aderir à escolha do que chama de "mal menor".

O cientista político e leitor da pensadora Hannah Arendt diz que, em um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, prefere anular o voto e preparar seu partido para liderar a oposição democrática ao vitorioso. Ao Estadão, d'Avila detalhou o plano de governo. Veja os principais trechos da entrevista a seguir.

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O senhor luta contra o cenário de voto útil no 1.º turno diante da disputa entre Lula e Bolsonaro. Qual mensagem pretende levar à campanha?

A mensagem é clara: temos de deixar de votar no mal menor. A eleição do mal menor é, na verdade, o que criou o desastre da polarização e do radicalismo no Brasil. Duas coisas estão agravando a polarização. A primeira é o fundo eleitoral, que fez com que rifassem candidaturas da terceira via, como Sérgio Moro e João Doria, porque não vale a pena bancar a eleição de um cargo majoritário, se o que dá poder, dinheiro e tempo de televisão a um partido é o número de deputados federais eleitos. E o fundo dá muito poder ao presidente do partido, que tem poder discricionário de dizer quem e quanto vai receber. O partido Novo é o único que não usa o fundo e devolveu os R$ 90 milhões ao Tesouro. A segunda é a ausência de debate das propostas e ideias.

Nas últimas semanas acompanhamos movimentos importantes de defesa da democracia compartilhados por segmentos sociais, exceto por um deles: o bolsonarismo. Neste contexto da defesa da democracia, faz sentido dizer que vivemos uma polarização entre dois candidatos?

As manifestações sobre a democracia têm um ponto fundamental, que é como a sociedade civil valoriza a democracia no Brasil. É uma forma nítida de mostrar o apreço à democracia. Agora vamos separar o joio do trigo. Muitos dos que se dizem defensores da democracia vem prejudicando a democracia, inclusive o Lula. Explico por quê. Ele é o autor do maior escândalo de corrupção da história, o que corrói a credibilidade das instituições democráticas. Ele tinha um esquema de comprar votos, o que degenera a democracia em vez de fortalecê-la. Não vamos nos ludibriar com as aparências. Vamos entender a história de cada um e ver quem realmente está defendendo a democracia. Nesse sentido, Bolsonaro é muito mais honesto, pois mostra o repúdio à democracia que já demonstrava quando era deputado. O Lula não. Ele é a saúva que derrota a democracia, que vai corroendo devagarzinho, aliciando, aparelhando o Estado, comprando voto e usando estatais para debilitar as instituições. O que me espanta no movimento pela democracia é achar que essa turma está toda do mesmo lado. Não está. Eu não estou do mesmo lado que o Lula ou que o Bolsonaro. Eu estou na defesa do estado democrático de direito, na defesa da liberdade do indivíduo, na igualdade perante a lei, que está na Constituição de 1988. Essa é a eleição em que a democracia está em maior risco desde 1985. A democracia e a economia. Esta não cresce sem confiança. Vejo uma situação dramática com a vitória do populismo, seja de direita ou de esquerda. Vamos ter de fazer muito mais que manifestos. Vamos ter de criar um movimento de defesa da democracia suprapartidário com o que restou de seus defensores.

Independentemente de quem vencer entre entre esses dois candidatos, o sr. estará na oposição?

Estarei na oposição, votarei nulo (num eventual segundo turno). Estarei defendendo a democracia e juntando forças com a sociedade civil, partidos e políticos interessados no estado democrático de direito. Vamos ir para a trincheira, que será a imprensa livre, os governos estaduais, o Parlamento e o Judiciário. O Novo deve liderar a oposição ao novo governo.

A geopolítica internacional cria oportunidades para o Brasil com a perspectiva de que o País passe a ser um fator de segurança alimentar e energética para as potências ocidentais. Os próximos 4 anos serão uma oportunidade para a recuperação de alguns retrocessos?

Vamos olhar a situação: de 2010 a 2020, o PIB do mundo cresceu 32% e o do Brasil 2,5%. Olha o desastre que é o populismo: afeta o bolso das pessoas e os negócios. Para transformar o momento atual em oportunidade econômica, precisamos restaurar duas coisas que o populismo dificilmente fará: a confiança nas leis, a segurança jurídica com previsibilidade das regras, e a ideia de que o Brasil cresceu e tomou juízo. E isso significa a pauta do meio ambiente. O Brasil pode se tornar a maior potencia ambiental do mundo porque nós ingressamos na era da economia do baixo carbono e o Brasil o tem capacidade de sequestrar 50% do carbono do mundo. O mundo não vai resolver a questão climática sem o Brasil. E o Brasil precisa do mundo para investir em infraestrutura. Com a Guerra da Ucrânia houve ruptura das cadeias globais de valor e o redesenho é a regionalização. Queremos ter parceiros confiáveis e, nesse sentido, o Brasil pode se tornar uma superpotência. Hoje temos US$ 50 trilhões de investimentos privados carimbados como ESG (sigla em inglês para as questões do meio ambiente, social e de governança). Se o Brasil não olhar para essa pauta, não teremos dinheiro para resolver questões fundamentais. É importante abraçar o meio ambiente para reinserção do Brasil na economia global. O País tem hoje mais de 50 milhões de hectares de terras degradadas. Se usarmos 3 milhões para plantar árvores, o Brasil será a primeira nação de carbono neutro até 2030. Para financiar o plantio de árvores, vamos taxar a Petrobras, antes de privatizá-la, com o green bonds.

O Novo quer a abertura unilateral da economia. Isso não tira poder de barganha do País ao negociar com os EUA e a União Europeia?

Essa abertura econômica unilateral não é só uma questão tarifária. Você tem barreiras econômicas não tarifárias, reservas de mercado e subsídios internos. É importante é ter uma data para abertura gradual da economia, para o Brasil estar em os países emergentes mais abertos em quatro anos. Isso vai pressionar o setor privado a se mobilizar para pressionar por reformas no Congresso, pois, se tivermos a atual legislação tributária e a economia abrir, a indústria quebra.

O sr. diz combater privilégios de corporações e do setor privado parasitário. Quais corporações e setores privados são esses? Quais privilégios devem sair da Constituição?

No Brasil a gente tem dois grandes problemas: o Centrão político, que é o do fisiologismo e do corporativismo, e o Centrão empresarial. O Centrão empresarial não está interessado em ganhar o mercado; ele está interessado em ganhar o governo para conseguir mais subsídios, mais reservas de mercado e mais privilégios. Temos hoje R$ 450 bilhões sendo gastos com subsídios. Muitas empresas fazem plano de negócios levando em conta, na margem de lucro, o subsídio que vão receber. Um desastre. Você precisa ter empresa para ganhar o mercado e não para ganhar Brasília. Vamos colocar no orçamento da Nação um mecanismo de avaliação do recurso público. Precisamos saber se o subsídio está tendo impacto ou não. Se não tiver, tem de acabar. A segunda coisa é ter uma cláusula que determine o tempo do subsídio. Por exemplo, se em seis anos a empresa que recebe o subsídio não se tornar competitiva internacionalmente, acaba. Todo subsídio tem de ter prazo de validade para não viciar o setor em subsídio.

Lançado nesta quarta-feira (3) pelo partido Novo como pré-candidato à Presidência, o cientista político Luiz Felipe d'Avila discursou contra o populismo, defendeu o liberalismo econômico e privatizações e pregou a responsabilidade fiscal. "Nós vamos vender a Petrobras no primeiro dia de governo. É um absurdo ter uma empresa que vem sendo usada como fonte de corrupção pelo populismo de esquerda e como fonte de manipulação de preço pelo populismo de direita. Vamos pagar a conta", disse ele.

O lançamento da pré-candidatura do cientista político - que se apresentou apenas como "Felipe d'Avila" - ocorreu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. "Eu só vi uma vez o Ulysses perder a compostura e deixar sua indignação aflorar. Foi na promulgação da Constituição de 1988. Ele levantou a Constituição e disse: 'Eu tenho nojo da ditadura'. Pois eu tenho nojo desse populismo que faz com que a miséria continue, que vira as costas para o povo para defender o corporativismo, o clientelismo e o patrimonialismo", afirmou.

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Segundo d'Avila, "não adianta culpar ICMS ou governador" pelo aumento de preços. "É por incompetência de um governo que não fez reformas e não privatizou." Sem citar Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, o pré-candidato declarou ainda que governos populistas de esquerda arruinaram a moral e a ética e que o populismo de direita agravou a situação. "O populismo de direita e de esquerda vai perpetuar o populismo, portanto, a miséria, a pobreza, a corrupção e o mau funcionamento das instituições."

Formado em ciência política pela Universidade Americana em Paris e com mestrado em Administração Pública pela Harvard Kennedy School, d’Avila fundou o Centro de Lideranças Públicas (CLP), grupo interessado em promover boas práticas de gestão. Ele também criou e é publisher do VirtuNews, plataforma de jornalismo de dados que fornece informações sobre política e economia. Ex-filiado ao PSDB, ele nunca exerceu um cargo eletivo, mas concorreu em 2018 no processo de prévias tucanas, vencido por João Doria, para escolher o candidato do partido para governador de São Paulo.

O cientista político venceu na última sexta-feira, 29, o processo seletivo do partido para definir o pré-candidato a presidente. Ele é apoiado pela maioria da legenda, em uma fase de crise interna que culminou com a saída de João Amoêdo da presidência do Novo e também da desistência do empresário de ser novamente candidato a presidente da República. Amoêdo foi o candidato em 2018 a presidente pelo partido e um dos fundadores da sigla, mas acumulou insatisfações e acusações de querer impor a vontade na sigla. Ele prega oposição ao governo Jair Bolsonaro, o que contraria a maioria dos eleitos pelo partido.

O lançamento de d'Avila ocorreu num auditório para cerca de 60 pessoas, entre filiados, dirigentes e parlamentares. A cerimônia chegou a ser interrompida por uma queda de energia - os convidados disseram que o apagão era um sinal da "velha política".

O Novo passa por um momento de perda de filiados e do encolhimento da militância. Como mostrou o Estadão, mais da metade dos brasileiros que se filiaram ao partido já se desfiliaram. Até setembro, haviam sido registradas 35,5 mil desfiliações, mais do que os 33,8 mil regularmente filiados.

A desidratação reflete uma cisão interna entre alas que se posicionam pró e contra o governo Jair Bolsonaro. Na Câmara, os deputados se dizem independentes, mas apoiam majoritariamente o governo, não apenas em pautas econômicas. A fidelidade supera 90%, assim registrado em partidos do Centrão.

O pré-candidato à Presidência disse que a bancada sabe discernir entre a agenda partidária e a agenda de Estado, "apesar do governo". Sem citar Bolsonaro, afirmou que "a palavra de ordem do dia é fome" e criticou o avanço do "fanatismo e intolerância" no vácuo da cultura.

Questionado sobre as adversidades internas, ele afirmou que o partido "já está unido" em prol de sua candidatura, mas admitiu que participará de conversas com outros candidatos da terceira via.

Notabilizado por sua proximidade com o Palácio do Planalto, o mais importante político do partido, o governador Romeu Zema, de Minas Gerais, não compareceu. Zema mandou um representante do governo estadual e enviou um recado por vídeo a d’Avila - disse estar à disposição do pré-candidato.

"Tem meu total apoio e meu entusiasmo. O Brasil precisa de pessoas preparadas e que tenham histórico de realizações", afirmou Zema. Durante sua apresentação, d’Avila retribuiu com elogios a Zema e à bancada de deputados, presente na cerimônia de lançamento da pré-candidatura.

O presidente nacional do partido, Eduardo Ribeiro, disse que o lançamento deve ser levado a sério: "Não estamos numa aventura ou simplesmente numa brincadeira". Ele afirmou que o Novo tenta ser a terceira via e romper a polarização.

O presidenciável do Novo defendeu a abertura econômica, a privatização de todas as estatais e afirmou que o mercado deve ser colocado na sala para ajudar a solucionar problemas como as mudanças climáticas. Ele fez uma ode ao empreendedorismo e disse que pretende reforçar o ensino técnico profissionalizante.

Além de abandonar o prenome Luiz, Felipe d’Avila apresentou-se de terno cinza, sem gravata, com fala pausada e menções a Santo Agostinho, em estilo similar ao do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), um dos que estimulou seu ingresso na vida partidária e a disputa de cargos eletivos.

No evento, o pré-candidato do Novo disse que as famílias brasileiras estão divididas, inclusive a dele mesmo (o irmão Frederico d'Avila, deputado estadual em SP pelo PSL é apoiador de Bolsonaro) e disse que sempre cultivou o diálogo com todas as matizes políticas. "Tem gente boa de todos os partidos em todos os Estados brasileiros", afirmou o pré-candidato do Novo.

Porém, ele disse que o diálogo com os demais pré-candidatos que disputam um eleitorado avesso a Lula e a Bolsonaro a deve ocorrer somente no ano que vem, quando todos tiverem apresentado suas propostas de governo. E descartou uma aproximação com ambos. Sem declinar a quem se referia, disse que não vai dialogar com que não deseja fazer a coisa certa: "Não conversamos com pilantras".

Terceira Via

O Novo é um dos partidos que busca uma unidade nas eleições de 2022 e querem ser uma "terceira via" entre Bolsonaro e Lula. Neste mês de novembro, além do Novo, diversos outros partidos fizeram ou planejam fazer movimentos na direção de terem pré-candidaturas à Presidência. O Podemos vai filiar no próximo dia 10 o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro. O PSD trouxe o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), para os seus quadros. O MDB vai lançar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS).

Já o PSDB vai escolher no dia 21 deste mês qual nome apresentará para a disputa do ano que vem. Nas prévias do partido, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) são os favoritos e o ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio corre por fora.

O cientista político Luiz Felipe d'Avila se filiou ao Partido Novo e aceitou o desafio de colocar seu nome à disposição de um projeto presidencial em 2022. Ainda há trâmites internos a serem cumpridos e costuras políticas aguardando alinhavo, mas d'Avila, em entrevista ao Estadão, já esboça seu plano de ação e sua visão de como deve ser o País pós-Jair Bolsonaro: liberal, justo socialmente, eficiente no serviço público e vigoroso no crescimento econômico. Apesar da opção pela pré-candidatura, d'Avila entende que derrotar "o populismo" está acima de projetos pessoais e, por isso, diz estar disposto a abrir mão de uma eventual candidatura em prol de quem no próximo ano estiver melhor posicionado no centro.

O sr. está disposto a ser candidato a presidente da República?

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Sim, quero ser um candidato que vá ajudar a unir o centro, não a dividir. Vamos ter que ter espírito público para, quando chegar em junho e julho, antes das convenções, o candidato que estiver liderando (entre os nomes de terceira via), receber apoio. Pretendo estar liderando, mas, se não estiver, teremos que ter espírito público para apoiar outro. Está claro que o candidato da terceira via só vai vencer se for um nome único. Se fragmentar, fica difícil. O que me anima é que o eleitor já escolheu quem ele não quer. Bolsonaro tem rejeição alta e metade dos brasileiros dizem que não querem nem Lula, nem Bolsonaro. O eleitor não sabe quem quer ainda, mas sabe quem não quer. Tem um caminho enorme para a terceira via se sedimentar.

Qual será o principal desafio da terceira via?

Os candidatos da terceira via carecem de uma narrativa de conexão com as pessoas. A política não faz sentido para quem passa dificuldade, para quem está desempregado, para quem fechou negócios. Há o desespero de um país atolado há dez anos, com recessão, volta da miséria… Você vê fotos trágicas de pessoas pegando restos de carne, ossos, a política precisa falar com essas pessoas. O que pavimentou o radicalismo político foi o discurso tecnocrata e pouco afeito às pessoas. Temos que encontrar esse tom para se conectar com as pessoas. A terceira via ganha a eleição se fizer isso.

A agenda liberal tem respostas não populistas para a crise social e econômica do Brasil?

A frustração e o desencanto com a política é símbolo do fracasso do populismo. Houve uma desilusão. Tentamos o populismo de esquerda e o de direita, mas a vida das pessoas piorou. O que as pessoas querem é alguém para construir pontes, restabelecer o diálogo e a confiança no País. O populismo não vai fazer isso, vai acirrar diferenças. A agenda econômica liberal triunfou no mundo. Até países comunistas como a China entenderam que o capitalismo é fundamental para o crescimento econômico. A inserção no comércio global é a agenda. A locomotiva que puxa os vagões, inclusive o social, é a economia. Se a agenda liberal não estiver na mesa, será uma forma de ludibriar as pessoas. Se a agenda da locomotiva é a do crescimento econômico, da renda e do emprego, o segundo vagão é o da estabilidade política, o Estado eficiente, o serviço público de qualidade. Isso traz previsibilidade e confiança. Se não, é difícil convencer investidores que as regras são estáveis e confiáveis. Temos que trabalhar na melhoria do serviço público. Como mostrar que a reforma administrativa significa melhores servidores públicos? Essa ligação falta fazer, na narrativa. O terceiro é o vagão das políticas sociais. Elas não existem sem crescimento econômico. A prioridade é a agenda liberal. Se ela for ignorada, o Brasil está perdido.

Como seriam essas políticas sociais?

A política social não é monopólio da esquerda. Tem que estar na esquerda, na direita. Gastamos 25% do PIB com programas sociais. Se pegarmos 1% e focalizar nos mais pobres, você dobra a renda deles. Não fazemos isso por causa do clientelismo. Um programa social liberal tem que ter saída.

Por que o sr. quer entrar neste ambiente político, tão cercado de desconfianças?

A experiência pelos que estão no poder hoje é que eles perpetuaram o PCC: patrimonialismo, corporativismo e clientelismo. Estamos numa armadilha... O que me dá vontade é o enorme amadurecimento da sociedade civil. A sociedade civil mobilizada aprova medidas incríveis, como a reforma previdenciária, a ficha limpa...

É possível estabelecer canais de diálogo entre diferentes segmentos da sociedade?

É o que quero fazer na campanha. Quero ouvir o brasileiro. Você pega pessoas com interesses diversos e consegue criar diálogo. O diálogo significa a capacidade de genuinamente ouvir as pessoas. Assim pautaremos a narrativa da terceira via. O que mais falta no mundo radicalizado é escutar o outro. O Piauí, do governador Wellington Dias, do PT, fez um esforço extraordinário na melhoria fiscal. Uma maravilha. Por que não vou elogiar uma política do governador do PT se foi bem feita?

Lula está à frente de Bolsonaro nas pesquisas. Por que não uma união em torno dele?

Lula tem uma rejeição gigantesca. Parte da reconstrução do Brasil é uma reconstrução moral e ética. Lula padece desse atributo fundamental para reestruturar a confiança no Brasil. Vamos lembrar na campanha que Lula é o pai de esquemas que enfraqueceram instituições e abriram caminho para o bolsonarismo.

Como fica a situação do Novo, dividido após a eleição de 2018?

Se queremos fazer uma campanha para unir o País, temos primeiro que unir o partido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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