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O empresário Marcelo Odebrecht enviou e-mails para familiares e diretores da empresa Odebrecht os culpando pela recuperação judicial do grupo, que hoje enfrenta uma crise econômica com dívidas que chegam a R$ 98,5 bilhões. Nas mensagens constam queixas registradas desde que Marcelo saiu da prisão, em dezembro de 2017.

Segundo informações divulgadas na manhã desta quinta-feira (19) pelo jornal Folha de S. Paulo, Marcelo Odebrecht critica o pai, Emílio Odebrecht, o cunhado, Maurício Ferro, que inclusive, já foi diretor jurídico do grupo e é casado com a irmã de Marcelo, Mônica Odebrecht. Além desses, é alvo de acusações o executivo Ruy Lemos Sampaio, que na segunda-feira (16) assumiu o cargo de presidente no conselho de administração da corporação. 

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De acordo com os conteúdos das mensagens as quais o jornal teve acesso, são detalhadas uma minuta com 64 páginas escritas pelo próprio Marcelo. Em um trecho, por exemplo, Marcelo cita o desvio de R$ 200 milhões. “O maior prejuízo nem foram os R$ 200 milhões roubados, mas tudo o que ele fez, destruindo a Odebrecht e as relações familiares, para ocultar este roubo”, referindo-se a Maurício Ferro. 

Sobre Emílio Odebrecht, Marcelo acusa-o de ter esvaziado uma holding familiar controladora da corporação para fazer a compra de fazendas para si próprio avaliadas em R$ 600 milhões. Essa não foi a única reclamação feita por Marcelo sobre Emílio. Ele ainda disse que o pai usava do seu poder para nomear executivos, cujas relações causavam um “conflito de interesses”. Segundo Marcelo Odebrecht, os escolhidos tomavam decisão em benefício próprio, colocando o grupo em segundo plano. 

Os “conflitos de interesses” são mencionados por Marcelo várias vezes nos e-mails. Neles, ele relata um acordo de delação feito com a Doj (sigla em inglês para Departamento de Justiça dos Estados Unidos), em que houve uma troca de escritório de advocacia americano contratado pela Braskem (empresa controlada pela Odebrecht). Marcelo diz que é necessário investigar a operação. 

“Neste sentido tudo indica que esta troca faz parte da estratégia de, no âmbito do acordo de leniência da Braskem, fornecer apenas ‘informações controladas’, tanto às autoridades brasileiras, quanto a Doj”, afirma Marcelo em minuta encaminhada ao chefe do compliance.

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