Abril e maio sinalizarão como vai se comportar o mercado de veículos em 2013, de acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti. "Abril e maio serão dois meses chave para mostrar como vai ser o ano", declarou o executivo à Agência Estado nesta segunda-feira. Diante dessa perspectiva, a previsão para o ano segue sem mudança, de crescimento de 2,7% a 3% para automóveis e comerciais leves. "Ainda é cedo para mexer nas projeções."
A declaração de Meneghetti ocorreu após o governo publicar no Diário Oficial da União desta segunda-feira o decreto que prorroga até 31 de dezembro a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e caminhões. O novo prazo de vigência do benefício foi anunciado pelo Ministério da Fazenda na noite de sábado (30).
##RECOMENDA##Meneghetti disse que, sem a medida, o mercado de veículos certamente seria menor este ano. "Os estoques de janeiro até agora estavam subindo, estamos com cerca de 40 dias de estoque. Isso mostra que o mercado não está absorvendo a produção."
Para o presidente da Fenabrave, o primeiro trimestre deste ano "não encantou ninguém" e janeiro foi muito bom porque ainda havia em estoque veículos com a isenção do IPI. Fevereiro, segundo ele, foi ruim, à medida que os estoques foram se renovando com a chegada da alíquota, além de ser um mês curto, com poucos dias úteis por causa do carnaval. "E março foi parecido com fevereiro."
Nova medida
Para os veículos flex e a gasolina de até 1.000 cilindradas, as alíquotas subiriam nesta segunda-feira de 2% para 3,5%. O governo, no entanto, decidiu manter o imposto em 2% para a categoria até o fim deste ano. A alíquota original do IPI para veículos de até 1.000 cilindradas é de 7%.
Para os carros flex de 1.000 a 2.000 cilindradas, a alíquota do IPI deveria passar dos atuais 7% para 9% nesta segunda-feira, enquanto para os veículos a gasolina, de 8% para 10%. O governo decidiu manter as alíquotas nos atuais 7% para os veículos flex e 8% para gasolina. O IPI original desse segmento é de 11% para carros flex e de 13% para os que são movidos a gasolina.
Para veículos acima de 2.000 cilindradas, a alíquota permanece em 25% para os veículos a gasolina e em 18% para os carros flex. Para caminhões, a alíquota continua em zero.
Também foi prorrogada a alíquota de 2% de IPI até 31 de dezembro para veículos comerciais leves. A alíquota original nesse segmento é de 8%.
A medida, segundo o governo, representa uma renúncia fiscal adicional de R$ 2,2 bilhões de abril a dezembro deste ano em relação ao que estava programado.