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A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro poderá indenizar os consumidores que foram prejudicados com o abastecimento, desde o início do mês, de água com cheio ruim, cor amarelada e gosto de terra. A informação é do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que realizou nesta sexta-feira (31) reunião com a direção da empresa. Também participaram da reunião representantes da Defensoria Pública do Estado.

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Ainda conforme o MPRJ, os valores e a forma do ressarcimento começaram a ser discutidos no encontro, na sede do MPRJ, no centro da cidade. “O entendimento prévio é que a compensação poderá ser feita por meio de desconto na conta”, informou o Ministério Público.

Segundo o MPRJ, a reunião veio após um ofício encaminhado na semana passada à Cedae pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública. No documento, a Nudecon pedia uma série de informações sobre a qualidade da água para avaliar a extensão dos danos causado à população que pudessem servir de base para a indenização. Um dos dados solicitados era o número de reclamações recebidas pelo serviço de atendimento ao cidadão desde o início do problema.

Agora, o acordo vai ser redigido para depois ser encaminhado à Cedae. A coordenadora do Nudecon, Patrícia Cardoso, disse que está confiante na conclusão das negociações em 10 dias. Patrícia elogiou o fato de a Cedae de ter se posicionado a favor da indenização pela via extrajudicial. “A Cedae compreendeu que efetivamente houve um dano aos consumidores e se mostrou sensível ao desconto na conta”, disse à Agência Brasil.

De acordo com Patrícia, o encontro serviu para esclarecer os fatos, o que vai permitir o andamento do processo para efetivar um acordo para ressarcimento dos danos causados aos consumidores. “Não vou dizer que hoje, com essa primeira reunião, já está garantida a indenização aos consumidores por acordo, mas a reunião foi boa. A ideia do ressarcimento foi recebida de forma tranquila e viável, então. Então, estou confiante na celebração do acordo”, afirmou a defensora pública. Ela enfatizou que, no encontro, a Cedae não descartou a possibilidade de acordo com os consumidores.

Além do presidente da Cedae, Hélio Cabral, e do assessor jurídico da companhia, Roberto Hugo Lins, participaram da reunião o presidente da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio, Luigi Eduardo Troisi; o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e Contribuinte do MPRJ, Christiane Cavassa Freire, e o titular da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte – Comarca da Capital, Guilherme Martins. Pela Defensoria, estavam presentes a coordenadora do Nudecon/DPERJ, Patrícia Cardoso, e os subcoordenadores do órgão, Eduardo Chow e Thiago Basílio.

Desde o início da crise, o Nudecon está em contato com o Ministério Público e o Procon, acompanhando os procedimentos abertos por esses órgãos para identificar as causas do problema da qualidade da água.

A Cedae foi procurada pela Agência Brasil, mas, até o fechamento deste texto, não tinha respondido ao pedido da reportagem.

 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu à Justiça que o sargento da reserva da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Queiróz, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, sejam levados a júri popular.

A Promotoria também solicitou que Lessa e Queiróz sejam separados em presídios federais distintos. Eles estão presos na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia.

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“O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) confirma que pediu a pronúncia – decisão que remete os autos ao tribunal do júri por considerar presentes todos os requisitos que tornam admissível a acusação – dos denunciados Ronnie Lessa e Élcio Queiróz. O pedido foi feito nas alegações finais do processo que os aponta como executores de Marielle Franco e de Anderson Gomes. No documento, o Gaeco/MPRJ também "requer que os réus sejam separados em presídios federais distintos até o julgamento”, diz a nota do MPRJ.

Em março do ano passado, segundo a promotoria, os dois foram denunciados depois de análises de diversas provas. Lessa teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Queiróz, o condutor do veículo usado na execução. De acordo com o MPRJ, o crime foi planejado nos três meses que antecederam os assassinatos.

A vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados em 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi atingido por tiros na região central do Rio de Janeiro.

Defesa

O advogado Fernando Santana, da defesa de Ronnie Lessa, disse que as provas nos autos não são convincentes para que haja a continuidade da ação penal. “Vamos nos manifestar contrariamente. Em razão de todas as divergências ocorridas no processo, a gente entende que ele [Lessa] tem que ser impronunciado”.

Sobre o pedido de separação de Lessa e Queiróz em presídios federais distintos, o advogado disse que a medida é desnecessária. “Eles já estão presos juntos desde o primeiro dia. Acho que isso não vai influenciar em absolutamente nada”.

O advogado Henrique Telles, que defende Élcio Queiróz, negou a participação de seu cliente no crime. “As investigações não lograram comprovar os executores do duplo homicídio. As investigações são eivadas de erros”.

Telles também criticou o pedido de separação dos réus. “A manutenção em presídio federal é uma medida que a gente já não concorda, tendo em vista que os afastou da família. Outra medida que entendemos ser equivocada. Estamos refutando tudo isso”.

 

 

 

 

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