Em meio à campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio, uma iniciativa junta instituições e volta os olhares para o diagnóstico de Depressão. A ação do Movimento Falar Inspira Vida passa a falar da doença, que atinge cerca de 11,5 milhões de pessoas no país, por meio de citações mais abrangentes para o entendimento do grande público.
De acordo com a empresa Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson que lidera a ação, a campanha vai facilitar a comunicação da sociedade com quem precisa de ajuda para detecção ou tratamento da síndrome psíquica.
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Segundo o médico psiquiatra Sergio Perocco, a iniciativa também pode desmistificar o problema e incentivar pessoas a procurarem o acompanhamento correto. “Queremos encorajar as pessoas a falarem sobre o sofrimento e a buscarem ajuda profissional, além de qualificar o debate sobre o assunto na sociedade com o objetivo de que, no futuro, o transtorno mental seja enfrentado sem estigma, com acolhimento e tratamento médico”, explica.
Segundo Perocco, a depressão exige acompanhamento e quanto antes houver diagnóstico e ajuda especializada, maiores as expectativas de o paciente levar uma vida sem transtornos. Porém, o médico considera que as pessoas ao redor podem auxiliar melhor se souberem como lidar com o depressivo nas primeiras iniciativas em que se identifica a doença.
“Dar o primeiro passo para uma pessoa que tem depressão nunca é fácil, então elaboramos um guia com situações comuns. Além dos exemplos, oferecemos sugestões de como mudar a forma de como abordar o tema, acolher quem precisa e engajar na busca por ajuda médica”, cita o psiquiatra.
O conteúdo com as dicas está disponível no site www.falarinspiravida.com.br. Segundo a organização, todo o material pode ser baixado e compartilhado de maneira gratuita.
Além da Janssen, a iniciativa tem como componentes a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), o Centro de Valorização da Vida (CVV), a Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Instituto Crônicos do Dia a Dia (CDD), o Instituto Vita Alere, o Vitalk e a revista VEJA Saúde.
Números
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a doença acomete, aproximadamente, 300 milhões de pessoas em todo o planeta.
De acordo com Perocco, embora seja considerada uma síndrome aflorada por diversos fatores, as condições biopsicosociais do país podem contribuir de modo negativo para o aumento dos diagnósticos.
“Em um país desigual, com falta de acesso a saneamento básico e outros itens essenciais, além da violência crescente, é de se esperar que ocorra um número alto de casos”, aponta.
Ainda segundo o médico, o momento pandêmico é outro ponto preponderante para desencadear a depressão. “Vale ressaltar que o cenário de pandemia e o consequente isolamento social também podem contribuir para o surgimento de novos quadros”, complementa.