Tópicos | Munguzá

Na manhã desta quarta-feira de cinzas (6), foliões se reuniram no Alto da Sé, sítio histórico de Olinda, na 24ª edição do bloco Munguzá do Zuza Miranda & Thais. O público aproveitou para recarregar as energias de olho no Bacalhau do Batata. Segundo os organizadores da agremiação, são oferecidos 2 mil litros de munguzá. Bonecos gigantes, orquestra de frevo e claro o munguzá fizeram a alegria dos foliões que queriam aproveitar a quarta-feira de cinzas. \"Hoje é a minha folga, trabalhei o Carnaval todo e agora é minha vez de curtir, essa é a minha tradição\", conta o taxista Marcos Silva, acompanhado da sua esposa Carmem Silva. \"Quando chegamos não tinha mais (risos), estamos voltando para casa e é a primeira vez no Manguzá\", diz a piscologa Conceição Correia, que todo Carnaval vem de Pesqueira para aproveitar a folia de Momo em Olinda. \"Saímos cedo de casa, mas não deu tempo de pegar o Manguzá\", brinca a engenheira ambiental Márcia Cunecundegundes. A distribuição do munguzá iniciou às 7h e teve seu encerramento por volta das 9h. Em 2019, o bloco homenageou o cantor Luiz Francisco, cover do cantor Waldick Soriano. 

Uma família moradora de uma casa localizada na metade da Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, na Zona Norte do Recife, escolheu uma forma diferente de professar sua fé em Nossa Senhora da Conceição. Há mais de uma década, os membros da família Nascimento preparam e distribuem mugunzá para os fiéis que acompanham a procissão. O ‘mimo’ começou como o pagamento de uma promessa e tornou-se tradição na família devota da santa.

A correria era grande dentro da casa da família Nascimento. Várias mulheres entravam e saiam com bandejas que levavam os copos cheios de mugunzá para os que seguiam com o cortejo religioso, que saiu do Forte do Brum, no Cais do Apolo, no Bairro do Recife. A iniciativa começou quando Ivete Maria fez uma promessa pedindo à Nossa Senhora da Conceição uma graça de saúde. Atendida, ela passou a distribuir munguzá, café e pão para quem passava acompanhando a procissão.

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O tempo passou e mesmo com o falecimento de Ivete, a família manteve o hábito. Para eles, esta é uma forma de prestigiar a santa da qual todos são devotos e, inclusive, várias das mulheres da casa foram batizadas em homenagem a ela. Como Maria da Conceição Nascimento que cozinhou “três tachos” de munguzá este ano, o equivalente a 300 copos. “Tudo pela fé”, disse apressada, enquanto enchia mais uma bandeja.

A sobrinha de Maria da Conceição, Thaís Alice, desloca-se do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, até a casa da tia, todos os anos, para ajudar na tradição familiar. Ela também é devota de Nossa Senhora e faz questão de estar presente junto aos seus.

Um outro tio de Thaís, Sebastião Ramos, acompanhava o movimento da calçada. Orgulhoso da manifestação de fé, ele disse o que recebe em troca: “A gente fica muito alegre e até com mais saúde. Nossa Senhora faz muito milagre”.

Há 23 carnavais, a Quarta-Feira de Cinzas começa com esse ritual em Olinda. De um caldeirão, vem a força extra que os foliões mais resistentes precisam para esticar a festa e brincar um pouco mais, seguindo o Bacalhau do Batata.O segredo de tanta energia é um munguzá, iguaria feita de milho que todo ano é servido por Zuza Miranda no Alto da Sé. O motivo de estar tão cedo pronto para fazer a alegria dos foliões? \"É amor a nossa Cultura, ao nosso Carnaval\", resume Zuza.Para o preparo, foram utilizados 80kg de milho e 120 litros de leite coco, \"O suficiente para mais de 5 mil copinhos de munguzá\", avisa o músico. Às 7h, o tão esperado munguzá começou a ser distribuído, para a alegria geral.Nem a chuva que cai nesta manhã em Olinda arrefeceu o ânimo, e tão logo a orquestra entoou as primeiras melodias de frevo, os resistentes do Carnaval caíram no passo. Muitos se inscrevem para a \'Corrida dos Monstros\', que premia o vencedor com R$ 200.

Na manhã desta quarta-feira de Cinzas (5), o Alto da Sé, em Olinda, recebeu a animação da T.C.M. Munguzá de Zuza Miranda e Thaís, que há 19 anos faz a alegria de foliões que querem aproveitar os últimos momentos do Carnaval. Servindo muito Munguzá, no início da manhã, o anfitrião também realizou a Corrida do Monstro e da Monstra, que contou com a participação e dezenas de pessoas, que concorreram a prêmios. O homenageado de 2014 foi o Secretário de tecnologia do Estado, Marcelino Granja.

Segundo o próprio Zuza Miranda, idealizador da troça, tudo começou porque as pessoas queriam uma folia que começasse antes do Bacalhau do Batata. “Decidi fazer um arrastão com muito frevo e uma comida que proporcionasse força para as pessoas terminarem a festa de Momo com mais animação”, contou. Ainda de acordo com Zuza, na Sé é possível encontrar foliões que viram a noite e acordam já no local para continuar a brincar o Carnaval, apesar da chegada da 'quarta-feira ingrata'.

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Para José Ferreira, de 78 anos, que mora no Recife, o arrastão é apenas o esquenta. “Não acabou, ainda tem o Bacalhau e tudo isso prepara para o próximo Carnaval”, brincou o aposentado, que vestiu uma fantasia em homenagem à Copa do Mundo. O local também é para reunir os amigos. Travestidos de burrinhas, o casal Sócrates Mesquita e Fernanda Carneiro, todo anos vem para Olinda. “Olinda é Alegria. Amo este lugar. Aqui acontece o melhor Carnaval do mundo”, falou animada a aposentada Fernanda.

Com as forças renovadas, Zuza realizou a 5ª Corrida do Monstro e da Monstra, que premiou quatro pessoas, sendo duas primeiras e segundas colocações (nas categorias masculino e feminino), que receberam R$ 100 e R$ 50, respectivamente. A brincadeira aconteceu na Ladeira da Igreja da Sé, e os participantes que desceram e subiram mais rápido venceram a corrida.

O jovem Lucas Sena, de 18 anos, foi o primeiro e disse que vai gastar o dinheiro para terminar de curtir o Carnaval. “Não foi difícil, sou jogador e tenho costume de correr. Com esse valor, vou brincar o final da folia”, disse ao LeiaJá, quase sem fôlego. Já a vencedora, Daniela Gonçalves, falou que vai investir o prêmio. A troça segue pela Ladeira da Sé, Rua do Bonfim, Misericórdia, Ribeira, São Bento, Prefeitura e Quinze de Novembro, ao som da Orquestra Só Mulheres.

Preparação para os 20 anos

Para 2015, Zuza Miranda quer inovar. Comemorando os 20 anos da troça, o carnavalesco quer realizar um grande sonho. “Minha vontade é fazer um caldeirão gigante, com 30 metros de altura – igual ao Galo da Madrugada”, revelou em entrevista ao LeiaJá. Quem sai no arrastão já arrisca também algumas sugestões: “Sugiro um bolo de 20 kg”, falou o geólogo Fabio Soares Cardoso, que brinca desde 2008 no Munguzá.

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