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O julgamento da morte do promotor Thiago Faria chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira (26). No decorrer de hoje, todos os três réus devem ser ouvidos. Cada interrogatório é feito separadamente, impedindo que um réu ouça o outro.

A sessão começou com a ouvida do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mandante do crime. Além deles, devem ser interrogados os réus Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. O indiciado Antônio Cavalcante Filho está foragido enquanto o preso José Maria Domingos Cavalcante teve o julgamento adiado para o dia 12 de dezembro.

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Falso testemunho - A testemunha Carlos Ubirajara pode responder pelo crime de falso testemunho após o julgamento da morte do promotor Thiago Faria. 

Carlos Ubirajara foi uma das testemunhas arroladas pela defesa. Ele é irmão do agricultor Edmacy Ubirajara, que passou dois meses preso apontado como executor, mas foi liberado em seguida.

A acusação encontrou contradições entre o depoimento de Ubirajara e as informações passadas por Mysheva Martins, noiva da vítima na época do crime, e pelo delegado federal Alexandre Alves. 

Os jurados deverão, ao final do julgamento, decidir se consideram que Carlos mentiu. Caso isso se confirme, será encaminhado um ofício para a Polícia Federal para instaurar um procedimento policial e apurar o crime de falso testemunho.

Segundo dia – Além de Ubirajara, outras quatro testemunhas foram ouvidas na terça-feira (25), sendo três delas arroladas pela defesa e uma pela acusação. Em seguida, houve a reprodução de peças como vídeos de reportagens e de depoimentos. O dia foi encerrado por volta das 20h. 

O caso - O promotor Thiago Faria foi assassinado no dia 14 de julho de 2013, enquanto seguia do município de Águas Belas para Itaíba, no Agreste de Pernambuco. Ele estava acompanhado da companheira Mysheva Martins e do tio dela, que sobreviveram. A Polícia Federal apontou o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa como mandante do crime. José Maria havia perdido a posse de suas terras para Mysheva após um leilão da Justiça Federal.

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Caso promotor: há quatro meses nem sinal do inquérito

Completa quatro meses, nesta sexta-feira (14), o crime que chocou os pernambucanos no ano passado: o assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria, de 36 anos. Apesar do tempo, o caso ainda não foi desvendado, nem o inquérito chegou a ser concluído. Cada mês surge uma nova versão para o crime, que está sendo investigado sobre sigilo.

Uma briga por terra ou morte encomendada pela noiva em troca de pensão aparecem como os principais motivos para o assassinato. Essa primeira hipótese chegou a ser divulgada 48h após crime, pelo então secretário de Defesa Social do Estado (SDS), Wilson Damázio. Logo em seguida, o agricultor Edymacir Ubirajara foi preso, apontado como principal suspeito dos disparos, mas solto em dezembro por falta de provas.

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Procurado pelo LeiaJá, o arsenal montado pelo Governo do Estado para desvendar os motivos da morte não apresentou nenhuma resposta sobre a data de finalização do inquérito. “A delegada que está à frente do caso (Josineide Confessor) está de férias, mas as investigações estão andando. Talvez peçam mais uma extensão de prazo para a entrega do inquérito. Ainda não temos previsão de encerrar”, disse o delegado substituto, Paulo Rameh.

Já o Ministério Público, respondeu por meio da assessoria, que o prazo para entrega do inquérito é hoje, mas não confirma se foi finalizado, pediu que a nossa equipe retornasse a ligação somente nesta tarde para que eles possam apresentar algum posicionamento.

Enquanto isso, em Águas Belas, a família de Edmacy clama por um desfecho desse caso. “Estamos esperando uma resposta para poder processar o Estado por danos morais. Meu irmão é inocente e passou por um sufoco desnecessário na cadeia”, conta Cláudio Ubirajara.

Ele ainda criticou a forma como a polícia agiu antes de chegar à prisão do irmão. “Ele se entregou porque tava com a consciência limpa. De repente anunciaram que ele foi reconhecido por Mysheva como o autor dos disparos, e agora ela vem e se contradiz?”, questiona.

A dúvida de Ubirajara é baseada na recente declaração do advogado de Mysheva, José Augusto Branco. Ele disse à imprensa, em janeiro desse ano, que a cliente não teria dado a certeza de que de fato teria sido Edmacy o homem que atirou no promotor. A partir daí, surgiram mais especulações sobre os principais responsáveis pelo assassinato.

Histórico do crime 

14 de outubro de 2013

O promotor foi morto enquanto seguia de carro para a cidade de Itaíba, no Agreste, pela rodovia PE-300.  Ele estava acompanhado da noiva, Mysheva Freire Ferrão Martins, e de um tio dela, quando outro automóvel teria se aproximado e feito os disparos. Os passageiros conseguiram escapar ilesos.

15 de outubro de 2013 

O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara se apresenta na Delegacia de Águas Belas, no Agreste, para prestar depoimento e é preso, apontado como autor dos disparos.

16 de outubro de 2013 

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco diz que a disputa pelas terras da Fazenda Nova, em Águas Belas, no Agreste pernambucano, é o principal motivo do conflito entre as famílias da noiva do promotor Thiago Faria. E o homem apontado como mandante do crime é o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa. 

17 de outubro de 2013 

O MPPE nomeia um novo promotor para assumir em Itaíba e cria uma força-tarefa para agilizar o andamento dos processos parados na 5ª Circunscrição Ministerial. 

22 de outubro de 2013

Família do agricultor Edmacy Ubirajara rebate a SDS e apresenta vídeos de câmeras de segurança de comércios da cidade e uma lista com testemunhas que podem provar a inocência do

agricultor. Secretário de Defesa Social descarta os vídeos e diz que existe a imagem de uma câmera de segurança da cidade de Águas Belas que registra o momento em que Edmacy entra no carro que interceptou o veículo de Thiago. Imagens essas que nunca foram apresentadas.  Diante destas especulações sobre a ausência de provas que fundamentassem o inquérito, a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) decidem manter a investigação em sigilo.

18 de dezembro de 2013 

Edmacy Cruz é liberado por falta de provas. 

23 de dezembro de 2013

É feita uma reprodução simulada do assassinato do promotor em Itaíba.

28 de janeiro de 2014 

O fazendeiro Zé Maria, ainda foragido, manda um segundo vídeo para imprensa. Ele acusa a noiva do promotor, a advogada Mysheva Martins como mandante do assassinato. 

29 de janeiro de 2014

Advogado de Mysheva diz que cliente não teria dado a certeza de que de fato teria sido Edmacy o homem que atirou no promotor

 

O Disque-Denúncia Pernambuco está oferecendo R$ 10 mil por informações que levem à prisão de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mandante do assassinato do promotor Thiago Faria Soares. O suspeito possui mandato de prisão preventiva expedido pela Justiça e está foragido.

“Esperamos contar mais uma vez com a participação ativa da população. O serviço se coloca à disposição para ser uma ponte entre o público e a polícia, recebendo dados que possam auxiliar efetivamente com a resolução do caso”, explica a superintendente do Disque-Denúncia Pernambuco, Carmela Galindo.

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Conforme o órgão, foram recebidas cinco denúncias sobre o possível paradeiro do acusado. As informações, vindas do Grande Recife e do Agreste, foram repassadas para a Secretária de Defesa Social (SDS).

As denúncias podem ser realizadas pelos números  3421-9595 e (81) 3719-4545. Informações também devem ser repassadas pelo site da central

Com informações da assessoria

 

Cinco dias após o promotor Thiago Soares ter sido brutalmente assassinado, o crime ainda é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Internautas, a todo instante, questionam os mistérios sobre o caso. Comentários como: “História mal contada”, “Parece caso de novela” e “É muita ficção” estão entre as rodas de conversa. Pensando nisso, a equipe do LeiaJá procurou o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, para esclarecer algumas dúvidas. Veja:

- A família de Mysheva Martins, noiva de Thiago Farias, é conhecida na região pelo crime de pistolagem. Segundo dados da polícia, em menos de sete anos, os parentes da noiva do promotor teriam envolvimento em mais de 10 mortes. Esse não foi o principal motivo para o assassinato? O crime foi absolutamente pessoal e não se coaduna mais com a realidade violenta daquela região. O mandante do assassinato, o fazendeiro José Maria de Paula, não estava satisfeito em ter perdido a propriedade localizada no município de Águas Belas para o promotor e se sentiu prejudicado. O problema dele era somente com Thiago.

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- As informações da polícia dão conta de que o pai da noiva do promotor teria arrematado 25 hectares dessa propriedade, alvo da briga, em um leilão da Justiça do Trabalho. E essa compra aconteceu antes mesmo do promotor conhecer Mysheva Martins. Se foi anterior ao início do relacionamento dos dois, então porque Thiago foi o alvo? Quando ele passou a ter esse relacionamento, ela já tinha essa fazenda. No entanto, Mysheva não havia tomado posse ainda. Não teve a emissão, que é um processo relativamente lento. E foi aí que Thiago apareceu, defendendo o interesse da noiva. Ele passou a acompanhar o caso e, inclusive, no dia da emissão foi até a fazenda com o oficial de justiça e os policias para a retirada de Zé Maria do local, então isso aí é a razão pela qual esse crime ocorreu.  

- A polícia diz que foram disparados mais de 20 tiros, o carro foi alvejado de balas. Levando em consideração que em cada disparo desse surgem pequenos estilhaços que se dispersam, como é que Mysheva e o tio, que estavam no veículo junto com o promotor, saíram ilesos?  O primeiro tiro foi certeiro, atingiu Thiago. Quando a noiva sentiu que os algozes estavam voltando e que iriam novamente atirar, ela fugiu do carro, se jogou e o tio também. O promotor não teve como, já tinha sido atingido, só encostou o carro. A gente acredita que apesar da esperteza dela de ter se jogado, o alvo era somente o promotor. Até pela razão de Mysheva ser integrante de uma família muito importante na região e com histórico de violência. Talvez o Zé Maria não quisesse bancar esse novo confronto com a família da moça.

- Só uma pessoa ia ser responsável por todos aqueles tiros? O atirador teve tempo de recarregar a arma ou tinha mais de um revólver na mão? Nós estamos tentando identificar quem estava no carro que perseguiu o promotor, mas não é assim tão simples, até porque os suspeitos estão negando a participação no crime. A  Mysheva é a testemunha principal e não sabe a quantidade de pessoas. Ela só viu o atirador e o motorista. O matador já foi identificado e preso, nós agora estamos trabalhando para encontrar o fazendeiro mandante e o motorista. E vamos continuar a investigar a participação de outras pessoas.

-  O Movimento Sem Terra diz que tem um assentamento desde 2004 em um dos hectares do terreno da Fazenda Nova onde o promotor morava com a noiva. Eles alegam que não conseguiram ainda a desapropriação porque a propriedade é improdutiva. Ainda segundo o MST, ela nem poderia ter sido leiloada por se tratar de território indígena. Pelo o que eu tenho conhecimento, a fazenda é de herdeiros. Tinha um proprietário, uma pessoa muito influente da região, que deixou um espólio que foi divido entre várias pessoas e uma parte estava com Zé Maria, tudo documentado e o processo tramitou legalmente. Agora, o MST realmente tem um acampamento nas proximidades. Só não tenho conhecimento se área e improdutiva até porque lá tem uma fonte de água mineral que rende muito dinheiro e isso teria também contribuído para o acirramento dessa disputa.  

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